Hello, people! :) Nossa, o capítulo anterior realmente me deixou surpresa,
nunca recebi tantos comentários tão rapidamente como aconteceu com ele.
Isso me deixa tão feliz!!! Ah! Eu cheguei aos 50 reviews - Isso merece
comemoração, espero que este capítulo tamanho família compense a espera
E já que me cobraram tanto, mesmo estando com um bloqueio enorme,
tentei da melhor maneira, durante esse mês inteiro (gente, tava muito
difícil escrever este capítulo, o mais difícil de todos) pensar na melhor
maneira de escrever este, já que ele é de extrema importância e eu tenho
certeza que é o mais esperado por muitos que estão lendo esta fic Hm...
Acho que só cheguei na metade da história com este aqui, mas ainda assim
espero que vcs continuem acompanhando e que ele esteja a altura de receber
algum comentário de vocês, sejam elogios ou críticas :) Ah... mais uma
coisa... pra quem não gosta de hentai, é melhor pular os primeiros
parágrafos (porque tá bem hentai, certas partes nem eu gostei de escrever,
pois soava vulgar demais). Eu não sou muito boa com "cenas fortes", mas
espero, ao menos, que esteja bem escrito. Talvez pareçam cenas
desnecessários, mas é de certo fundamental para que entendam um pouco da
relação hm... diferente... entre esses dois personagens. Divirtam-se!
OBS.: É bom vcs saberem disso antes de começarem a ler:
Zukin: capuz ninja. Ninjato: espada ninja (acho q usei o nome katana em capítulos anteriores, peço desculpas pela gafe).
Capítulo10: Ataque
Tudo parecia silencioso naquela mansão, nem os animais ousavam fazer qualquer ruído. O local era enorme e majestoso, e ao mesmo tempo, sombrio. Poderia-se dizer que nada era ouvido por toda a região, mesmo não tendo passado da meia-noite. No entanto, mais dentro daquele local, no coração daquela mansão, em um quarto tão ou mais sombrio que a propriedade inteira, gemidos cortavam o silêncio naquela ala. Gemidos de corpos em contatos, gemidos de prazer e desejo.
O quarto estava um tanto quanto escuro, se não sombrio. A única luz do local, impressionantemente, vinha de certo vulto no meio do aposento. Os dois corpos se mantinham em movimento frenético, quase desesperado, o vulto lânguido e estreito de uma mulher fazia movimentos enérgicos sentada em cima do corpo de um homem, tão ou mais cheio de desejo que aquela que ele segurava possessivamente pela cintura.
Os movimentos duraram vários minutos, e o desespero começou a diminuir, fazendo do movimento mais lento a cada ida e volta. O homem ainda segurava a mulher, cuja parecia ser a origem da luz do local. E enquanto o ato se tornava mais calmo, a luz envolta dela começou a ficar menos intensa, demonstrando que a mulher parecia satisfeita, mesmo que ainda não tivesse parado.
Mas aquilo não seria eterno, e ela finalmente parou, ofegante, assim como aquele homem encoberto pelas sombras. A mulher, de longos e enrolados cabelos loiros, tão claros e brilhantes como a mais pura luz, a pele tão clara como o mais puro raio de sol, finalmente se deu por satisfeita, desunindo o corpo dos dois, enquanto rolava para o lado do homem, sem proferir palavra alguma. Sem tocá-lo mais, nem ele à ela, demonstrando nitidamente que aquilo não passava de um desejo incontrolável, que assolava- os a cada dia, a cada noite, a cada vez que se viam na presença um do outro.
Não foram uma nem duas vezes em que, até mesmo um leve encontro de corpos, os obrigava a se retirar de uma reunião, para que, em qualquer ponto, de preferência escondido, mas não totalmente indispensável, saciassem aquela necessidade.
Definitavamente aquilo era doentio, um vício, que eles não faziam questão nenhuma de tratar. Mantendo apenas o cuidado para que ninguém soubesse disso.
O silêncio não durou muito, pois eles ainda tinham negócios a tratar, mesmo que este não parecesse tão importante antes de fazerem o que acabavam de fazer.
Mulher: 'Como foi a reunião com o rapaz?'
Homem: 'O frouxo ainda não as conseguiu. Inventou mil e uma desculpas, mas dessa vez não o castiguei.' A mulher pareceu surpresa, na escuridão apenas o rosto dela parecia visível, como se emanasse luz própria, ao contrário do homem ao seu lado. Os traços dela eram serenos, falsamente puros, para quem soubesse sobre ou tivesse presenciado as cenas anteriores.
Mulher (virando-se para ele): 'Mas que surpresa. Meu senhor está se tornando piedoso?' O homem riu sarcasticamente.
Homem: 'Não diga essas asneiras, minha querida, não combinam com você, que poderia estar até no meu cargo.' A mulher fez um movimento impaciente, talvez revoltada com o rumo da conversa.
Mulher (levemente irritada): 'Não teria nascido sobre a proteção da Luz se me fosse permitido escolher, sabe muito bem.' O homem sorriu de lado, seu desejo por aquele corpo parecendo voltar.
Homem (movendo-se em direção a ela, enquanto a virava de bruços, acariciando-a): 'Não seria tão formosa se viesse sobre proteção de outro signo, minha senhora.' A mulher gemeu, excitada com o toque do homem.
Mulher (com os olhos semicerrados): 'Só diz isso pois acha divertido eu "brilhar" enquanto fazemos isso, não é?' disse enquanto sentia-o penetrar- lhe na sua parte de trás.
Homem (movimentando-se com certa calma): 'Talvez...' Disse extasiado.
Mulher: 'E o que o inútil usou como desculpa dessa vez?' Ela voltava ao assunto, ele pareceu um pouco irritado, colocando mais força e velocidade no que fazia.
Homem: 'Disse que o japonês era mais forte do que parecia... Aquele tolo, inferiorizando-se perante um verme...'
Mulher (sorrindo sarcástica): 'Não seja tão duro, meu bem... Saigo as vezes é divertido' disse se referindo ao servo do homem que a possuía neste momento.
Homem (rindo): 'Certamente você acha divertido judiar e humilhá-lo, não?' Como resposta, a mulher apenas se desuniu dele, para desgosto deste, virando-se de frente para o homem e fazendo-o penetrar-lhe novamente.
Homem: 'Ele também comentou que o bastardo parece estar nos traindo... Ajudando a noiva ou sei lá o que do dono das Cartas...' A mulher fez uma cara de desgosto, parecendo se lembrar de algo, mas não iria tocar naquele assunto.
Mulher (ironicamente): 'O que o menino prodígio aprontou dessa vez?'
Homem: 'Parece estar ajudando a japonesinha a andar novamente...'
Mulher (rindo sarcástica): 'Que ato nobre do nosso querido Xiao Lang...' O homem se irritou ao ouvir o nome daquele rapaz bastardo. Rapaz que sempre lhe trouxera problemas, antes e depois de ir treinar naquelas malditas montanhas com aquele maldito velho. Muito pior quando voltou, fazendo-o apressar-se em seu planos.
Homem: 'Enviei Saigo novamente esta manhã. Mandei-o através de magia, quero o tal Tsukishiro morto ainda esta semana, de preferência... Hoje mesmo.' A mulher arranhou as costas do homem enquanto parecia chegar no ápice.
Mulher (de olhos fechados, ofegante): 'E se ele falhar?'
Homem (também ofegante, enquanto chegava no seu limite): 'Irei pessoalmente...'
Um leve grito de prazer poderia ser ouvido naquela área... Se ela não estivesse um tanto quanto deserta...
Syaoran (sem olhar para a moça, enquanto bebia algo): 'Não vai comer?' Sakura se sobressaltou, mas seguiu até seu lugar, ainda constrangida por estarem sozinhos. 'Não se preocupe' Sakura sobressaltou-se mais uma vez, ao ouvir a voz grave do rapaz. 'Eu não mordo.'
Sakura (levemente irritada com o comentário): 'Hunf, como se eu tivesse medo de você.' Syaoran encarou-a divertido.
Syaoran (sorrindo malicioso): 'Tem certeza disso... Sakura...?' A menina sentiu todo seu corpo se arrepiar. Por mais que tivesse sido sua a iniciativa em pedir para ser chamada pelo nome (Kinomoto era o seu irmão, ela nada combinava com tanta formalidade), ainda não havia se acostumado com aquela voz chamando-a desta maneira. O rapaz pareceu não perceber, mas um sorrisinho apareceu em sua face assim que abaixou a cabeça para seu prato. Sakura percebeu... E ficou "roxa" de vergonha.
Sakura (virando o rosto para o lado): 'Pretensioso...'
Syaoran (olhando-a divertido): 'Como quiser... Minha flor...' Sakura sentiu que poderia desfalecer depois destas últimas palavras... Talvez ele nem soubesse como a havia afetado com tão carinhoso nome.
Já Syaoran... Bom, ele queria se bater depois dessa. Ia brincar com ela, provavelmente irritando-a, mas aquilo que falou...! Dessa vez até ele se sentiu estranho, ainda mais por sentir que aquele apelido fora pronunciado com tanta facilidade. Havia sido tão certo falar que chegava a ser constrangedor para um rapaz que se julgava tão discreto e até mesmo indiferente em suas reações.
Contudo, invés de deixá-la irritada, como achou que aconteceria, surpreso ficou ao vê-la totalmente corada, olhos fixos em seu prato, enquanto comia, numa tentativa frustante de não notar nem ser notada. Algo quase impossível visto que apenas os dois estavam jantando ali. E não era só isso... Uma vez que Touya havia dispensado todos os criados, dando folgas para ele em tão comemorado e festivo feriado.
Sakura ainda não se conformava de ter se esquecido do festival... E muito menos conformada estava com Meylin... Ah, não iria esquecer tão fácil a "intervenção" daquela que julgava amiga para com aquela presente situação tão incômoda... Amiga... Amiga da onça, isso sim!
Syaoran (percebendo o silêncio constrangedor e mudando de assunto): 'Meylin já decidiu como vai te torturar?'
Sakura (aliviada com a mudança de assunto, mesmo sendo a "amiga" o centro do assunto): 'Ela me disse que a parte mais difícil já passou, que era eu conseguir fazer os primeiros movimentos. Disse-me que provavelmente poderei andar em pouco tempo.' Concluiu com um singelo sorriso, até se esquecendo do aborrecimento com sua fisioterapeuta. Syaoran também sorriu.
Syaoran: 'Espero que dê tudo certo.'
Silêncio.
Sakura (com um tom de certo lamento): 'Logo vocês poderão ir embora, não...?' Deu um riso meio sarcástico, meio sem vida. 'Você deve estar morrendo de felicidade por poder se ver longe de mim em pouco tempo...' Syaoran ficou sério por um segundo. Se ela soubesse como ele pensava exatamente o contrário...
Sakura não o olhava, vergonha, talvez insegurança. Mas tinha quase certeza que se olhasse para aquele rosto sério, àqueles olhos tão atraentes... Era perigoso começar a chorar. E isso a incomodava, não gostava de se ver tão preocupada ou atraída por aquele arrogante. Não mesmo!
Syaoran cortou o silêncio que se instalara novamente com outra súbita mudança de assunto. Algo que o incomodava há certo tempo.
Syaoran (sem encará-la): 'Yukito já falou com você?' Sakura, que neste momento pegava o sal do meio da mesa, parou no mesmo instante e encarou o rapaz.
Sakura (levemente nervosa): 'Como?'
Syaoran (passando a encará-la): 'Eu já sei da verdade, Sakura.' A moça gelou no mesmo momento. Como assim ele sabia da verdade? Que verdade?
Mas antes que pudesse perguntar, Syaoran proferiu palavras em uma língua antiga, que ela sabia conhecer... Que tanto ela quanto ele aprenderam... Enquanto estiveram naquelas montanhas, onde se encontraram pela primeira vez. A menina pôde ver e sentir uma barreira de tom levemente esverdeado à volta da sala, sentiu-se incomodada com a energia daquele homem que tanto mexia com ela lhe rodear.
Sakura (estranhando o ato do rapaz): 'O que...?' Mas ele a interrompeu.
Syaoran (olhando-a seriamente): 'Não se faça de desentendida... É uma barreira mágica, para impedir que alguém nos escute.' Sakura sentiu-se confusa e quase desesperada. Se ele se expôs dessa maneira... Só podia significar que...
Syaoran: 'Por que não me contou antes?'
Sakura (de olhos arregalados): 'Eu.. Do que... Não entendo o que quer dizer...' Disse desviando seu olhar e já trazendo o saleiro para perto de si, pois ainda estava parada na mesma posição de quando ele tocou em tal assunto.
Mas qual foi seu susto quando sentiu seu pulso ser seguro firmemente por certa mão masculina. Encarou o rapaz a sua frente chocada.
Syaoran: 'Achou que poderia esconder de mim por quanto tempo?' Sakura encarou-o séria.
Sakura (tentando se soltar): 'Não tenho e nunca tive nada para esconder de você, Li. Qual o motivo de tais atos e essa coisa envolta de nós e...' Mas ele a interrompeu novamente.
Syaoran (nervoso): 'Não finja que não sabe do que eu falo!' Sakura arregalou os olhos, mais com medo do que ele iria dizer do que com o súbito tom alterado do rapaz. 'Sei muito bem que possui magia, Sakura! Yukito me confirmou!' Sakura sentiu-se zonza, totalmente desorientada. Como isso poderia estar...
Sakura (fingindo-se de forte): 'O que foi que Yukito te confirmou, hein?' Não podia acreditar que seu amigo poderia ter delatado-a assim tão facilmente.
Syaoran (ainda encarando-a sério e segurando-a firmemente): 'Ele não quis confirmar nada... Mas eu vi nos olhos dele, no vacilo dele em negar...' Parecia que o assunto iria desviar do seu ponto principal e Syaoran não permitiria que isso acontecesse. 'Mas isso não vem ao caso! Só quero saber por que não me disse antes! Tenho certeza que já sabia sobre meus poderes também!'
De certa forma Sakura sentiu-se aliviada. Por um momento... Por um momento sentiu-se desesperada com a possibilidade do rapaz ter descoberto que ela o enganara por tanto tempo... Dizendo ser outra pessoa. Mas a verdade parecia ser outra e Syaoran só demonstrava saber que ela tinha magia e não que se passara por Yukito. No entanto, ainda se sentia desnorteada, por mais que fosse menos grave o caso, não deixava de ser preocupante ele saber daquilo... Como ele soubera? Como havia percebido se...
Syaoran: 'E antes que me pergunte...' Cortou os pensamentos da garota. 'Eu tive certeza hoje, quando você se descontrolou enquanto brigávamos... E depois quando sentiu seus pés e não teve o mínimo cuidado de disfarçar.' Completou rindo com a cara de boba da menina, como se ela disse para si mesma "Como eu fui deixar isso acontecer?!"
E foi esse sorrisinho que fez Sakura acordar de seu torpor, de seus medos e confusões. Simplesmente pelo fato de que aquele maldito sorriso irritava- a profundamente. Começou a se debater novamente, tentando soltar seu braço, mas Syaoran, infinitamente mais forte que a moça, não deixou que ela conseguisse sua "liberdade".
Sakura: 'Naõ te devo explicações nenhuma! Tenho meus motivos e agora me deixe em paz! Você não tem nada a ver...' E finalmente, por um descuido do rapaz, Sakura conseguiu se soltar. No entanto, não foi como ela imaginara e, perdendo o equilíbrio, foi de encontro ao chão.
Syaoran levantou em um segundo, correndo ao encontro da moça, preocupado se ela tinha se machucado. Mais preocupado do que deveria estar, diga-se de passagem.
Syaoran: 'Sakura, você está bem?' A menina não o olhou, desvencilhando-se dos braços que tentavam ajudá-la.
Sakura: 'Deixe-me! Não preciso de sua ajuda!' Syaoran não sabia o que falar, só sabia que queria levantá-la dali. Ela parecia tão indefesa naquele estado, tão necessitada de proteção que resolveu tocá-la novamente, mesmo sob protesto.
Sakura (encarando-o com raiva, tentando se soltar): 'Deixe-me, Li! Não quero sua ajuda, pare com isso!'
Syaoran (ligeiramente irritado): 'Larga de ser mimada e deixe-me ajudá-la!' Mas Sakura não parecia querer ouvi-lo.
Sakura: 'Você se intromete demais na minha vida! Seu idiota! Eu não quero sua ajuda, você não faz falta... e...!'
Mas ela não pôde falar mais nada... Seus olhos arregalados, a respiração presa... Seus lábios... Seus lábios colados aos dele...
Syaoran realmente não pretendia fazer aquilo... Tudo bem que vontade não havia faltado muitas vezes... Mas dessa vez só queria ajudá-la. No entanto, ao ouvir aquelas palavras... Ao ouvir que ela o repelia... Aquilo doía demais e ele não queria mais escutar... Vendo apenas naquele ato um meio de fazê-la parar...
No começo... No começo fora apenas uma pressão de bocas, um ato impensado com o único objetivo de calar... Mas ele não previra que não iria resistir...: Àquele cheiro... Àquele gosto... Droga! Era mais do que podia suportar. Aquela menininha tão frágil e tão temperamental fazia-o sentir sensações que nunca imaginou sentir... Aproximou mais seu corpo do dela, lutando consigo entre soltá-la ou continuar segurando-a...
Sua razão estava quase ganhando... Mas foi quase... Tudo devido a um simples ato... Ela havia correspondido... Abrindo seu lábios e dando passagem para que ele realizasse o que queria há muito tempo.
Suas línguas se tocaram e se acariciaram, enquanto sensações entre calor e prazer passavam por seus corpos como ondas elétricas. Syaoran enlaçou a cintura fina da moça, trazendo-a, o mais que podia, para perto de si, enquanto a menina enlaçava o pescoço daquele ser que tanto ela julgava irritante... Mas que agora... Mas que agora... Deus! Como conseguira resistir tanto tempo?
O gosto de suas bocas e o cheiro de seus corpos se confundiram por instantes, enquanto eles experimentavam sensações inéditas. Sakura jamais poderia imaginar que aquilo seria tão bom, por mais que negasse já havia sonhado com aquilo... Mas um sonho não a fazia sentir o que sentia agora...
Corações disparados, respirações ofegantes... Respirações... Justamente o que os obrigaram a se afastar, levemente, mas mesmo assim limitando um pouco do contato que mantiveram o máximo que puderam. Syaoran encarou o rosto doce e corado da moça, enquanto esta abria lentamente seus olhos, cruzando estes com aquelas orbes castanho escuras, que tanto mexiam com ela.
Encararam-se longamente, como se seus olhos sorrissem um para o outro... Poderiam ficar assim para sempre, a vontade de se beijarem novamente era grande. Mas ainda havia dúvidas, medos e segredos que os separavam, mesmo que essa linha tênue fosse invisível e ele não queria isso, nem ela. Viram- se obrigados a se afastar, pelo menos... Pelo menos até esclarecerem certas coisas...
Syaoran: 'Eu... Sakura, eu...' Respirou fundo, olhando para a menina sentada no chão, assim como ele. Precisava dizer o que sentia, mesmo que isso a magoasse, não podia esconder dela... 'Por favor, Sakura... Diga-me por que escondeu de mim a verdade...?' Viu os olhos dela segurarem as lágrimas e por pouco não desistiu. Porém, se fez firme, devia terminar logo com aquilo... Mesmo que não fosse nada fácil..... E foi com pesar que proferiu as próximas frases. 'Por favor... Eu tenho o direito de saber... Eu... Eu fui o bobo da história até agora achando que estava tratando de uma menininha mimada que eu achava que queria manter distância de todos quando o único que ela queria manter distância era de mim!' Falou tudo ao mesmo tempo, com medo de que não conseguisse dizer se falasse mais lentamente. Sakura desviou o rosto e não era por estar brava com o que ele dissera, mas aquele tom magoado... Aquele tom fazia seu coração doer, como ela não imaginara que ele conseguiria algum dia fazê-la sentir.
Sakura (sem conseguir encará-lo): 'Eu... Não é... Não é isso, Xiao Lang... Eu só...' O rapaz sorriu tristemente.
Syaoran: 'Não precisava esconder de mim. O que achou que eu faria? Que iria te matar por também possuir magia? Ou achou que eu iria sair contando para todo mundo...?'
Sakura (olhando-o tristemente): 'Seu clã...' Não sabia por onde começar, mas o rapaz pareceu entender.
Syaoran (sorrindo com um tom triste): 'Ah... É claro... O poderoso e machista clã Li... Achou mesmo que eu iria contar para eles?' Sakura baixou a cabeça.
Sakura (olhando-o com certo receio): 'Eu realmente não queria te magoar, muito menos mentir... Mas eu tive medo, Xiao Lang... Medo de que seu clã fizesse alguma coisa contra mim ou minha família quando descobrisse que era eu a dona d...' Entretanto não pôde concluir. Mesmo que seu coração pedisse para revelar de uma vez toda a verdade, não pôde concluir. Syaoran também percebeu o que acontecia e imediatamente retirou a barreira que projetava. A nítida sensação de uma presença forte e perigosa ao redor deles finalmente se fazia presente.
Syaoran (se levantando enquanto colocava Sakura em sua cadeira de rodas): 'Vamos... Não é seguro você ficar aqui.'
Sakura: 'Mas Xiao La...' Ele a interrompeu olhando-a seriamente. Mas foi aquele brilho... Aquele brilho preocupado em seus olhos que fizeram Sakura se calar.
Syaoran: 'Depois continuaremos com nossa conversa. Agora é preciso que saiamos daqui...' E saiu empurrando a cadeira de rodas da menina.
Syaoran (sussurrando): 'Fique aqui, Sakura. Vou ver quem é que está lá embaixo.' Saiu do quarto escuro sem ao menos deixar a menina falar. A menina até pensou em usar sua magia para ajudar o amigo, mas... E se ele descobrisse quem era? E se... Mas algo a impediu de dizer ou pensar algo mais...
Syaoran invocou sua espada enquanto descia as escadas, tinha certeza de ter sentido presenças, uma delas mágicas, as outras...
Syaoran: 'Droga... Aqueles malditos ninja só atrapalham minha vida.' Bufou de raiva enquanto tentava localizar aqueles que estragaram o seu momento. Sorriu ao pensar em tal "momento". Bom, se os ninja não o tivessem interrompido, estaria numa situação muito mais agradável agora.
Mas não podia pensar em tais coisas nesta situação. Concentrou-se melhor e pôde finalmente sentir uma presença forte, vindo direto de...
Syaoran desviou rapidamente de um dardo que veio em sua direção pelas costas. Em seguida, mal teve tempo de aparar duas xuriquens e um golpe de ninjato seqüenciais. Não viu o rosto de seu atacante, encoberto por seu zukin, onde apenas os olhos escuros e sem vida podiam ser distinguidos. No entanto, este não eram os olhos que ele procurava.
Com um rápido movimento desarmou seu oponente, e rolou, evitando duas outras xuriquens que grudaram na parede provocando certo estrago. Outro ninja pulou em cima dele, defendeu-se da ninjato mortal do ninja e com velocidade exemplares golpeou-o com um chute lateral, jogando-o longe, desacordado.
Mais dois ou três atacaram Syaoran simultaneamente, o rapaz saltou e defendeu-se de uma seqüência quase perfeita dos três guerreiros. "Quase" perfeitas, não o suficiente para evitarem que o rapaz se defendesse e os golpeasse.
Syaoran conseguiu desacordar dois, mas outros dois ainda permaneciam em pé. O jovem psiquiatra sorriu de lado e partiu para o ataque. Defendeu-se com maestria do primeiro, no entanto algo o distraiu suficientemente para que recebesse um golpe afiado de espada no braço esquerdo.
Voz feminina: 'Largue-me, desgraçado!'
Syaoran voltou sua atenção ao ninja e atingiu-o com força excessiva, jogando-o contra uma mesa, na sala em que lutavam, provocando a quebra da móvel e o desmaio do outro homem. Voltou sua atenção para o local do grito, e seus olhos cerraram-se com a cena.
Syaoran (nervoso): 'Solte-a, Saigo!' Sakura era firmemente segurada na cintura e no pescoço por um homem alto e forte. Sua máscara ainda encobrindo seu rosto, mas não os olhos sem vidas. Os olhos que Syaoran viu no dia do incêndio...
Saigo (rindo alto): 'Ora ora ora, parece que meu querido primo me reconheceu!' Sakura arregalou os olhos.
Syaoran (apertando com força sua espada): 'Não me lembre desta maldita ligação entre nós, verme! Solte a moça, sua briga é comigo!'
Saigo (sorrindo de lado): 'Não acha que será tão fácil assim, não é?' Syaoran arregalou os olhos quando viu a mão do jovem apertando forte o pescoço de Sakura que começava a perder o fôlego. Deu um paço à frente.
Saigo: 'Ah!' Fez um gesto com a mão, como se dissesse para Syaoran não se mover 'Se der mais um paço, a moça morre. Syaoran trincou os dentes de ódio.
Syaoran: 'Covarde. Não honra o título que leva!' Saigo riu com gosto.
Saigo: 'O quê? Não honro este título? Oras... Não era você que sempre dizia que ninja eram sujos e sem escrúpulos?'
Syaoran: 'Ninja como os da sua laia são mesmo...' Syaoran cerrou os olhos no jovem que ainda usava seu zukin.
Saigo (sorrindo irônico por debaixo do zukin): 'O que acontece se eu apertar mais o pescocinho da sua namo...' Só que não concluiu a sentença, ao perceber...
Saigo soltou Sakura que caiu estatelada no chão. Syaoran correu para o socorro da moça, enquanto Saigo acabava de dar seu salto de quase três metros longe dos dois, no mesmo instante que sentia um poderoso ataque mágico em sua direção.
O ninja concentrou energia na sua espada e defendeu-se do ataque. Sorte sua ser um dos poucos ninja que possuíam magia naquele clã. Senão... Agora provavelmente estaria desarmado ou até mesmo desmaiado com a força do golpe. Tanto ele quanto Syaoran e Sakura olharam para o local de onde viera o golpe.
Só puderam distinguir um vulto negro, com uma aura escura a sua volta, vulto que logo desapareceu.
Saigo: 'Mas que diabos era...'
Mas novamente não pôde concluir, pois Syaoran deixara Sakura encostada na parede recuperando o ar e partira para cima do guerreiro quase a sua frente. Saigo desviou-se do ataque súbito e puxou sua ninjato, defendendo- se de uma seqüência de golpes furiosa de seu oponente.
Syaoran concentrou energia e usou um dos seus ofurôs, Saigo saltou a tempo unicamente de desviar a milímetros do ataque poderoso do feiticeiro e guerreiro com quem lutava. Mas Syaoran não perdeu a oportunidade e novamente golpeou o rapaz, que sentiu um corte um pouco fundo em seu abdômen.
Syaoran (sorrindo de lado): 'Parece que não anda treinando direito, meu caro.'
Saigo (contraindo as faces em raiva): 'Seu verme imprestável! Você é a desonra do nosso clã!' E partiu novamente para o ataque.
Syaoran (defendendo-se): 'Quem foi que te enviou, maldito?! Foi Tai Ming, não foi? Ele tentou negar, mas eu sei que foi ele!'
Saigo: 'Se sabe, por que pergunta?' Disse Saigo extremamente irritado. Odiava o primo desde sua infância. Fora ele o escolhido para ser o futuro líder do clã. Simplesmente por ser filho de Yelan, a Escolhida Senhora das Estrelas. Mas não pôde continuar seus pensamentos, pois novamente Syaoran o atacava.
Syaoran: 'Por que está se intrometendo? Eu estou responsável por isso aqui!' disse Syaoran com ódio. Sakura olhou com atenção para a luta, do que eles falavam?
Saigo (rindo sarcástico): 'Ah, agora você se lembra de sua missão, não? Mas diga-me então por que ainda não levou as Cartas Clow para os anciões?!' Sakura arregalou os olhos.
Sakura: 'Como é que é?!' Gritou antes de poder se impedir. Os dois guerreiros saltaram a uma distância considerável e encararam a menina. 'Você veio atrás das cartas Clow, seu maldito?!' Saigo sorriu ao perceber que Syaoran ficara conturbado com a sentença da jovem. Resolveu usar aquilo a seu favor.
Saigo (sorrindo): 'Ora ora, não contou para a namoradinha a verdade, guerreiro?!' Sakura desviou sua atenção de Syaoran para o ninja. 'Parece que não, certo?' Saigo sorriu mais ainda ao ver a moça contrair as faces. 'Ah, Xiao Lang, acho que sua garota ficou chateada.'
Syaoran (partindo para cima do rapaz): 'Cale-se, maldito desgraçado!' E atacaram-se de novo. Syaoran estava um pouco desconcentrado e Saigo não iria deixar passar tal chance. Afastou-se o máximo do rapaz, numa leve pausa e voltou ao diálogo com Sakura.
Saigo: 'Onde nós paramos, querida? Ah, sim! Você sabia que este jovem aqui só veio para cá atrás das Cartas do seu noivo? Seu noivo, não é? Ou seria ex?' Saigo fez uma falsa cara de pensativo, enquanto Syaoran contraía as faces. Seria muito difícil acabar com o mal entendido com Sakura. Era perigoso até que a menina nem acreditasse em Yukito se ele dissesse o que Syaoran já havia lhe contado. Era perigoso convencer Yukito a ficar contra ele!
Syaoran: 'Sua luta é comigo, Saigo! Deixe de ladainha!'
Sakura: 'Quer dizer que este tempo todo você nos enganou!' Syaoran desviou o olhar do ninja para a moça. Sentiu seu coração saltar ao vê-la com lágrimas nos olhos. Lágrimas contidas, mas ainda assim estavam lá.
Syaoran: 'Sakura, eu...'
Sakura: 'Seu desgraçado! Este tempo todo eu confiei em você! Acreditei em você! Acreditei em Meyling!!' Sakura gritou, tentou se movimentar, mas amaldiçoou suas pernas por não permitirem. 'Ela também estava mentindo, é?' Sakura sentiu seu sangue ferver ao ver o rapaz desviar o olhar. Como puderam fazer isso com ela e sua família?
Saigo sorriu, percebendo a falta de atenção do outro rapaz e atacou-o. Syaoran tentou se desviar com o súbito ataque, mas recebeu um golpe fundo lateralmente em seu peito, agachou-se em dor.
Sakura: 'Cuidado!'
Saigo novamente atacou o rapaz, que com certa dificuldade se desviou. O ninja continuou a atacar, sabendo que agora o outro estava em vantagem. Syaoran tentava se defender, mas seu ferimento sangrava dolorosamente, sentia que podia desmaiar a qualquer momento. Olhou para Sakura, os olhos da menina cheio de lágrimas, lágrimas de preocupação! Sabia que precisava protegê-la. Com certa força estabeleceu-se de novo em posição de ataque, assim que Saigo fez uma leve pausa.
Saigo (sorrindo irônico): 'Então ainda tem forças para lutar?! Impressionante, tenho que admitir!' E novamente voltou a atacar o rapaz.
Syaoran defendeu-se bravamente dos golpes, lutando contra sua própria dor. Novamente o nível de luta aumentou, mesmo que não estivessem usando magia. Syaoran sentia seus olhos embaçarem, não podia prolongar muito mais aquela luta.
O guerreiro chinês pulou de encontro ao ninja, que não esperava tal ato. Desferiu um golpe que foi aparado, mas que não deu tempo do homem em negro armar sua defesa contra o chute no abdômen que Syaoran lhe deu. Afastou-se com certa falta de ar, que mal conseguiu recuperar antes de ver o jovem atacá-lo novamente. Seu medo cresceu, se Syaoran ainda lutava daquele jeito mesmo com aquele ferimento, Saigo provavelmente não duraria muito... O que faria?
Contudo, a sorte virou ao seu favor quando...
Syaoran iria dar outro ataque quando pressentiu algo vindo em sua direção. Saltou com certa dificuldade para trás, já que sua trajetória era para frente. Encarou o lugar de onde viera a xuriquem e seus olhos arregalaram- se novamente.
Ninja: 'É melhor se render, Xiao Lang-san.' Disse um ninja deveras inferior a ele mesmo e Saigo. No entanto, não fora seu pedido que fizera Xiao Lang parar, mas sim o que ele fazia naquele momento.
Saigo (sorrindo malévolo): 'Ah! Mas que maravilha o que descobri! Então você realmente se importa com a menininha!' O motivo de Syaoran não atacá- lo neste momento não foi a provocação, mas sim Sakura presa nos braços do outro guerreiro.
Syaoran: 'Larguem-na!' Gritou com certo desespero, ao ver a espada do outro ninja no pescoço da jovem.
Saigo sorriu sádico, antes de partir para cima de Syaoran que ainda estava distraído com a cena que presenciava, e...! Enfiou sua espada no lado direito do abdômen do jovem, transpassando o corpo do rapaz.
Syaoran mal teve tempo de sentir a dor lasciva que o corroeu por dentro. Sentiu os olhos perdendo foco, enquanto Saigo desprendia sua espada do corpo do rapaz, e este caía de joelhos, mãos no abdômen, sentindo todo seu corpo indo de encontro ao chão.
Sakura (gritando desesperada): 'Xiao Lang!!!!!'
Sakura estava extremamente irritada com o que ouvira do ninja. Todo aquele tempo realmente acreditara em Xiao Lang, em tudo o que fizera. Como ele a enganava assim? Mas não teve tempo de continuar a discussão, pois percebeu que o ninja atacou seu psiquiatra, fazendo um corte lateral pelo peito do jovem.
Sakura: 'Cuidado!'
Maldita preocupação!!! Pensou consigo, por que, depois de tudo, ainda se preocupava com aquele mentiroso? Uma lágrima escorreu por seu rosto pálido.
Talvez... Fosse seu coração que se recusava a aceitar aquilo que ouvia.
Sentia seu peito se comprimir, Syaoran podia perder a qualquer momento. Aquele corte foi profundo e podia desacordá-lo. Viu quando Syaoran olhou-a depois de ouvir algo que Saigo dissera. Logo ele desviou seu olhos novamente para o ninja, tirando força, sabe-se lá de onde, para continuar lutando. Sakura percebia que o que sustentava o rapaz era uma determinação que ela já vira antes, durante seus treinos nas montanhas, e nunca mais achou poder ver de novo.
Syaoran parecia que poderia ganhar, uma certa felicidade tomando conta, estranhamente, do coração da jovem. Talvez o que o ninja dissera fosse mentira... Quem sabe, eles ainda poderiam se entender, não é mesmo? Não fora isso que quase acontecera durante o jantar?
No entanto, foi com horror que sentiu uma lâmina afiada tocando levemente seu pescoço.
Ninja (sussurrando): É melhor ficar quietinha, mocinha. Esta espada está para te ferir bem feio...' O rapaz desviou a atenção da moça para a luta quase perdida de seu chefe a sua frente. O ninja atirou uma xuriquem em direção ao jovem psiquiatra que por pouco se desviou. Em seguida, Syaoran já olhava para a direção de onde viera a lâmina 'É melhor se render, Xiao Lang-san.' Sakura sentiu seu coração disparar quando viu terror nos olhos dele.
Syaoran: 'Larguem-na!' Sakura percebeu com dor o desespero do jovem. O que não faria para não ter que ouvir aquela voz tão aconchegante naquele tom...
E seu desespero ainda viria a aumentar, pois nada pôde fazer milésimos antes de ver a espada de Saigo atravessando o corpo de seu querido Xiao Lang... Que caía neste momento e inerte ficou no chão.
Sakura (gritando desesperada): 'Xiao Lang!!!!!'
Saigo olhou com gosto o sangue escorrendo do corpo de seu primo, como sonhara com aquele dia... Depois, um choro leve desviou sua atenção e novamente sorriu.
Saigo: 'Ah... Mas que infelicidade... Eu fiz a princesinha chorar. Perdoe- me, sim?' Seu tom de voz o mais irônico possível. Sakura levantou seu rosto cheio de ódio para o rapaz, o que não faria para transpassar sua própria espada no corpo dele! No corpo do homem que matara seu Syaoran... Poderia parecer inacreditável tal pensamento vindo daquela menina, mas quem suportaria ver alguém que ama sendo morto sem se poder fazer nada? 'Não me olhe assim, querida. Você fica um pouco menos bonita.' Disse Saigo aproximando-se e segurando o queixo da moça. Olhando-a com seus olhos sem vida.
Sakura: 'Você vai se arrepender disso, maldito...' Falou com frieza, mas Saigo apenas riu das palavras da jovem. Subitamente tirou sua zukin, revelando seu rosto pálido e odioso. Seus cabelos curtos e negros caíram um pouco sobre seu rosto, fazendo que ele fizesse um movimento leve para tirá- los dos olhos, ainda mantendo o olhar zombeteiro na jovem.
Saigo: 'Mesmo em uma situação dessas, me ameaça. Você tem fibra garota.' Brincou e logo voltou seu olhar para o outro ninja. Seus olhos zombeteiros voltando a tomar o ar de morte. 'Coloque-a na poltrona e deixe-a lá. Ela não poderá fazer nada já que não anda. Esperarei o tal Yukito chegar, depois da pouca magia que utilizamos, logo ele chegara e terminaremos o serviço.' O ninja acenou positivo com a cabeça e colocou a moça na poltrona. Afastando-se dela para conversar com seu chefe. Em seguida, Sakura se viu só com Saigo, já que o outro ninja recebeu ordens de vigiar a entrada.
Saigo voltou sua atenção para o corpo inerte de seu primo e sorriu novamente, como era bom vê-lo naquele estado. Depois voltou-se para a menina, que ainda mantinha seu olhar de ódio para ele.
Saigo (sorrindo arrogante): 'Como foi se interessar num perdedor como este, hein, gracinha?' Sakura não respondeu, tentando achar sua chave mágica sem que o rapaz percebesse. Vendo que ela não responderia, invés de continuar a falar voltou-se para o primo, indo lentamente em sua direção enquanto comentava algo. 'Ele sempre se achou superior a mim, e agora? Será que ele deve estar pensando isso no outro mundo?
Sakura não respondeu, bem que queria fazê-lo, mas finalmente conseguira pegar sua chave mágica.
Saigo (a poucos metros do primo): 'Fico imaginando o que os outros, os seus parentes e o tal Tsukishiro, irão fazer quando virem este aqui neste estado, tão inútil como um saco de bos...' Mas não concluiu. Virou-se para a jovem de olhos arregalados...
Como...?
Como... Como não percebera que a menina possuía magia antes?!
Sakura (segurando sua chave em forma de estrela): 'Chave que guarda o poder da minha estrela, revele seus verdadeiros poderes sobre nós e ofereça- os a valente Sakura que aceitou esta missão... Liberte-se!' Mal concluiu e percebeu que um abobado, mas sagaz Saigo, vinha em sua direção 'Movimento, Luta!'
Antes que o rapaz pudesse atingi-la, a garota o fez, chutando-o com força no abdômen, no local em que estava um ferimento de um dos ataques de Syaoran. O rapaz foi jogado para trás e logo sentiu outro golpe, desta vez em seu rosto. Levantou-se com certa dificuldade e encarou a jovem com ódio.
Saigo (com fúria): 'Como você pode usar as Cartas Clow?' Arregalou os olhos ao vê-la sorrindo ironicamente...
Mas... Como ela conseguira esconder isso dos seus ninja até agora?! Aquela maldita menininha... Aquela inútil até poucos segundos... Escondera de todos que era a verdadeira dona das Cartas Clow!!!
Sakura: 'Agora você irá conhecer o poder dessas cartas, infeliz.' E partiu para atacá-lo novamente. Saigo pegou sua espada e saltou para se desviar novamente da jovem. Sakura invocou sua própria espada, desejando que fosse com esta que venceria o rapaz.
Uma série de golpes seguiu-se, sendo os da menina extremamente agressíveis. Saigo podia perceber o poder da jovem, podia perceber que perderia a qualquer momento, mas... Seus olhos brilharam levemente ao se lembrar! Ela não poderia andar sem magia!
Por quanto tempo ela agüentaria aquela luta?
Saigo começou a apenas desviar-se dos golpes, aproveitando-se da falta de raciocínio da jovem, ainda presa por sua própria raiva. Aquilo seria útil, iria distraí-la, até drenar suas forças.
E novamente sorriu, ao perceber que o outro ninja percebera a agitação na sala e voltara para ajudá-lo. Agora seriam dois contra uma.
Saigo: 'Diga-me, garota, qual é a sensação de ver alguém de quem se gosta morrer sem poder fazer nada?' Sakura trincou os dentes, enquanto desviava- se por pouco do ataque do outro ninja. Precisava recuperar a calma, estava perdendo toda sua concentração.
Sakura: 'Não compensa lhe dizer, duvido que você saiba qual é a sensação de se gostar de alguém!' Saigo riu.
Saigo: 'Garota esperta! Esta foi boa!' E voltou a atacá-la. Sabia que ela não poderia se sustentar por muito tempo. Ele estudara as Cartas Clow, sabia do uso de cada uma. Sabia que Movimento não era uma carta difícil de manejar. No entanto, seria tão fácil utilizar seu poder quando tem que se sustentar um corpo e ainda por cima sincronizar as pernas com o resto deste corpo durante uma luta ágil? E faria mais! Ele utilizaria magia também, só com magia ela poderia defender-se de magia, não?
Sakura voltou a atacar o rapaz, começando a recuperar sua calma. Primeiramente iria derrubar aquele ninja intrometido, depois ficaria a sós para lutar com o assassino de Syaoran. Aparou um golpe do ninja coadjuvante, medindo forças com ele, mas antes que pudesse atacá-lo, percebeu a grande quantidade de magia vindo em sua direção e com desespero conseguiu livrar-se do seu inimigo e escapar do golpe.
Porém, o ninja não foi tão rápido e Sakura arregalou os olhos ao ver o rapaz queimando vivo no fogo, enquanto gritava desesperadamente. Olhou para Saigo com pavor.
Este sorria.
Sakura: 'Como pode atacar seu próprio aliado?'
Saigo: 'Ele estava no meu caminho, pequena. Se precisasse acertar minha mãe para acertar você, faria duas vezes antes de pensar uma.' E riu com gosto ao ver a cara assustada da moça.
Saigo atacou-a novamente com o mesmo ataque, Sakura saltou, desviando-se do golpe. Contudo, Saigo atacou-a novamente, desta vez com um ataque de raios e Sakura só teve tempo de invocar Escudo. O ninja sorriu ao perceber que a menina começava a utilizar magia.
Mas Sakura não estava tão furiosa a ponto de não perceber o que o inimigo tramava. Sabia que não agüentaria muito tempo se sustentar e lutar apenas com magia. Se tivesse todo seu corpo em ordem, poderia lutar corpo a corpo com ele, sem depender exclusivamente de magia, mas não era possível isso no momento.
Atacou o guerreiro novamente, aumentando a intensidade dos golpes. Saigo sabia que a menina utilizava mais magia para fazer isso, mas sabia também que ele não agüentaria muito tempo a seqüência incrível de golpes que a menina desferia.
Sakura, num movimento mais ágil, cortou fundo o braço direito do jovem, fazendo-o soltar a espada. Saigo olhou espantado para a garota, enquanto se desviava de outro golpe, sabendo que não conseguiria se defender agora. Poderia utilizar a mão esquerda para golpeá-la, mas o efeito não seria o mesmo, pois era destro. Só lhe restava magia.
Sakura e Saigo continuaram lutando por longos minutos, infindáveis para os dois. Ambos eram ágeis, mas Sakura tinha uma ligeira vantagem, já que seu nível de magia era bem superior ao de Saigo. No entanto, o rapaz não dependia exclusivamente da magia para lutar, ao contrário dela.
E foi com desespero que a jovem constatou mais uma vez isso, começando a se sentir fraca devido a tanta magia que utilizava. Saigo aproveitou a brecha e cortou-lhe levemente de lado na cintura, nada grave, mas já era um começo. O ninja intensificou seus ataques de magia, e ainda utilizava sua espada, com a mão esquerda, mesmo que não tivesse a mesma abilidade que com a direita. Sakura começava a se desesperar.
Felizmente, para o ninja, Sakura não parecia agüentar mais toda magia que estava utilizando e agilmente chutou-a para longe, cerca de cinco metros de onde o corpo de Syaoran estava. Sakura sentiu, ao mesmo momento que se via jogada longe, sua magia lhe debilitando a ponto de poder fazê-la desmaiar.
Piscou forte, como tentando se manter acordada e viu sua espada voltando a se transformar em báculo. Olhou horrorizada para este e Saigo sorriu ao olhá-lo também. Em seguida, Sakura sentiu, ou melhor, não conseguiu mais sentir suas pernas. Estava tudo perdido.
Saigo (sorrindo irônico): 'Parece que este é o fim, não é, aleijada?' Começou a se aproximar lentamente da jovem, parte por diversão, parte pela dor que sentia tanto no abdômen quanto no braço, além de várias outras escoriações que tanto Sakura quanto Syaoran lhe fizeram. Oponentes poderosos, mas não suficiente para sua astúcia, concluiu sorrindo irônico.
Sakura desviou seu olhar de pavor do guerreiro para Syaoran, infelizmente não pôde vingá-lo. E mesmo que Yukito e os outros chegassem, já seria tarde. Sentiu seus olhos encherem-se de lágrimas ao perceber que jamais veria os amigos... Não era justo... Piscou com força para afastar tanto o cansaço quanto à tristeza, fixou seu olhar em Syaoran e em...
Era isso!
Uma luz parecia iluminar o coração de Sakura. Não tinha mais sua espada para atacar o inimigo. Mas, estranhamente, a espada de Syaoran estava intacta ao lado de seu dono. Sim, era estranho, pois quando não se há vestígios de magia o objeto volta a sua forma original e Sakura sabia que a de Syaoran era uma esfera negra. No entanto, não era nisso que deveria pensar agora... Se pudesse se aproximar do jovem... Aquela pequena distância de cinco metros... Poderia pegar a espada do rapaz e ao menos se defender de um ataque final de Saigo. Mas... Aqueles cinco metros eram demais para ela... Pelo menos demais quando nem ao menos ela podia rastejar até ele, não antes de Saigo perceber suas intenções.
Olhou novamente para o ninja, que estava a pouco mais de dez metros de si, andando lentamente, mancando um pouco, em sua direção. Sabia que assim que começasse a tentar se movimentar, ele partiria para cima dela. Mas teria que tentar, e assim que ouviu novamente os passos de Saigo se aproximando, percebia que a hora chegara. Teria que tentar...
Sakura olhou para suas pernas, em seguida para Saigo e começou a forçá- las. Saigo olhou incrédulo para a moça, o que ela planejava? Não achava mesmo que poderia lutar sem ao menos poder mexer as pernas, achava?
Saigo (rindo com gosto): 'Ah, minha pequena... Como você me faz rir... Acha mesmo que conseguirá andar?' E continuou a se aproximar da menina.
Sakura encarou-o com fúria, não podia desistir, não podia perder! Olhou novamente para suas pernas e uma determinação inédita surgiu em seu corpo... Tinha que fazer aquilo! Por Syaoran...
Forçou suas pernas novamente, com felicidade sentiu seus pés mais uma vez... Jogou seu corpo para frente, ficando ajoelhada. Saigo ainda sorria, achando graça na tentativa da jovem.
Mas aquilo não era só tentativa. Sakura iria conseguir dessa vez! Não iria desistir!
Saigo arregalou os olhos, a moça começava a se levantar, seu corpo um tanto quanto jogado para um lado, como tentando buscar equilíbrio. Aquele esforço era incrível, com certeza! E quando viu ela dar o primeiro passo para o lado... Não poderia mais deixar aquela situação se prolongar!
Saigo: 'Maldita!' E partiu para cima dela, assim como Sakura deu dois ou três passos, quase caindo no chão... Saigo, antes andando, começou a correr, um pouco lento, depois se intensificando... Iria acertá-la.
Sakura mal conseguia se mover e já podia sentir a lâmina de Saigo próxima a si... Era agora... Quatro metros de distâncias da espada, três metros, dois... O rapaz iria acertá-la...
Sakura saltou...
Saigo saltou...
Sakura caiu no chão, pegou a espada e levantou-a sem muitas forças para cima... Enquanto o rapaz...
Saigo arregalou os olhos... Como ela conseguiu pegar a espada e...?
Silêncio...
Uma linha de sangue escorreu pelo braço de jovem... A menina olhou para cima... Saigo tinha os olhos vidrados, enquanto a espada de Syaoran atravessara o abdômen do ninja, o sangue escorrendo pelo próprio corpo de Sakura...
Sakura desprendeu a espada do corpo do ninja já sem vida, empurrando-o para o lado, impedindo que este caísse em cima de si. Sakura respirava ofegante, fora por pouco... Por pouco também perdera sua vida...
Olhou para baixo, o rosto de Syaoran sem vida em seu campo visual. Não pôde impedir que uma lágrima escorresse por seu rosto.
Sakura (sussurrando): 'Perdo-me, Xiao Lang... Não pude evitar o que te fizeram...' Disse entre soluços, num choro que nunca mais chorara desde a morte de seu pai. Abaixou-se, quase sem forças de, ao menos, se manter acordada, para o rosto do jovem. Ainda podia sentir seu cheiro... Seu aroma que até em seus sonhos podia jurar sentir... Que tanto lhe confortava...
Mais lágrimas caíram... O que faria sem ele...? Sem seu Syaoran...? Sem seu querido e amado Syaoran? Aquele a quem evitara a presença, o conforto, a verdade... O amor...
Sakura: 'O que será de mim sem você?' E deixou seu rosto encostar-se ao peito do jovem.
Voz feminina: 'Você ainda não está sem ele.' Sakura levantou o rosto assustada e aturdida... Olhou para o vulto a sua frente. Quem seria que... ?
Arregalou os olhos... Aquela voz, aquele rosto, aqueles olhos!
Sakura: 'Você!'
Mulher (abaixando-se para olhar o corpo de perto): 'Faz tempo, não é pequena?' Sakura ainda mantinha seus olhos vermelhos e molhados no rosto da mulher. Aquela mulher... A mesma mulher que... A mesma mulher que estivera presente na morte de seu pai!
Sakura: 'Foi você quem me salvou na morte de meu pai, não é?' A mulher ainda mantinha os olhos no rapaz e simplesmente fez um sinal com a cabeça de positivo. Sakura ainda estava abobada. 'E foi você que me libertou de Saigo quando ele tentou chantagear Syaoran no começo desta luta, não foi?' A mulher novamente acenou que sim.
Como não percebera a magia que salvara ela de Saigo há mais de meia hora? Aquela mulher... Estava idêntica desde a última vez que a vira. Os mesmos olhos vermelhos, os mesmos longos cabelos negros como a noite... Apenas o manto, que dessa vez parecia estar encoberto por uma longa capa negra, poderia diferenciá-la daquela que Sakura conheceu na noite da morte do pai.
Mulher: 'O jovem ainda está vivo... Mas não por muito tempo.' Sakura voltou de seus pensamentos com as palavras da mulher. Syaoran ainda estava vivo!!! Não pôde deixar de sorrir, era bom demais para ser verdade. Mas....
Sakura: 'O que eu faço para ele não morrer?!' A mulher voltou seus compenetrados olhos vermelhos para jovem.
Mulher: 'Ele precisa de energia, pelo menos, sendo um mago isso irá sustentá-lo até um médico ajudá-lo.' Sakura se desesperou de novo, não tinha mais magia, não o suficiente para ajudar Syaoran! A mulher pareceu perceber a preocupação da jovem e a consolou com atos.
Aquela mulher que salvara Sakura duas vezes parecia ser um anjo que viera apenas para ajudá-la nas horas difíceis... Ela simplesmente tocou suas alvas mãos no peito de Syaoran e uma aura escura começou a envolvê-lo... Magia...
Sakura não se manifestou, não tiraria a concentração dela. Simplesmente ficou em silêncio, lutando para se manter acordada, antes de ter certeza que ele estaria bem.
Poucos minutos se passaram, quando a mulher terminou. Sakura pôde sentir a fraca respiração de Syaoran, antes quase imperceptível, a ponto de achar que ele estar morto, se tornar levemente mais forte. Sakura olhou para a mulher, mas antes de ao menos agradecê-la, uma raiva lhe surgiu de súbito.
Sakura (olhando séria para mulher): 'Por que não interveio durante a luta?! Eu quase o perdi...' Mágoa vinha da voz da moça. A mulher levantou-se e voltou seu olhar sério para a jovem ao chão.
Mulher: 'Ainda chegará a hora de te explicar tudo, pequena. Mas não agora.'
Antes que Sakura pudesse dizer algo, começou a se sentir ainda mais sonolenta, ao mesmo tempo que ouviu vozes vindo de fora da casa. Voltou sua atenção para a porta, onde podia imaginar Touya e Yukito entrando aflitos ali, já que Yue provavelmente deveria ter sentido magia vindo da casa. Quando voltou sua atenção para a mulher novamente, desta vez para, ao menos, agradecê-la pela ajuda, ela já não estava mais lá.
"Haveremos de nos encontrar novamente..." Ouviu a voz ecoando em sua mente, antes de não agüentar mais e desfalecer em cima do corpo de Syaoran.
Era noite, a sala estava praticamente escura se não fosse pela lareira, que tanto iluminava quanto aquecia a grande sala.
Uma mulher entrou em silêncio na sala, suas formas esbeltas destacando-se com a luz do fogo, seus longos cabelos lisos alinhados ao longo de sua cintura. A moça mantinha o olhar calmo para um ponto em especial.
Mulher: 'Quando partiremos, mestre?'
Em uma alta e elegante poltrona sentava-se um jovem, este se mantinha olhando o fogo, enquanto alisava os pelos escuros de um pequeno animal de formas felinas em seu colo.
Homem: 'Parece que chegou a hora, minha cara.... Parece que chegou a hora...'
(Continua)
21/04/04
Mary Marcato
Em outro capítulo eu coloquei que o báculo de Sakura tinha forma de uma ave, como no começo da série, e agora escrevi que tinha forma de estrela. Bom, fiz isso porque seria estranho que "Yukito" usasse um báculo rosa com forma de estrela, não é? Já que no capítulo em que Sakura utilizou o báculo em forma de ave ela estava "disfarçada" de Yukito. Logo, era como se a carta Ilusão também estivesse alterando a forma do báculo.
Não sei se precisa de explicação, pois eu tentei explicar durante o parágrafo em que coloquei este duplo asterisco. Eu escrevi que era estranho a espada de Syaoran não ter voltado a ser esfera, pois, como já dito acima, isso acontecia quando não havia vestígios de magia. Ou seja, como a espada continuaria em sua forma se o rapaz estava morto, não é mesmo? E naquela hora Sakura achou que Syaoran já tinha falecido.
Espero que tenham entendido a explicação. -
Comentários: Capítulo suficiente para vários assuntos, não? :) Quem achou que o Syaoran tinha morrido mesmo, hein? Hehehe, acho que ainda não :) Bom, eu coloquei muito assunto neste capítulo, caso vocês não tenham entendido, por favor, não deixem de me perguntar. Eu tentei fazer uma luta legal, mas não sei se ficou boa o suficiente... Bom, mas espero que tenham gostado, tentei ser bem "realista", pelo menos o tanto que CCS permite que eu seja. - Como tinha muito assunto, talvez eu não tenha sido muito específica em todos eles, se eu deixei passar algo, me desculpem. Ah, hehehe, como pude esquecer, espero que possam (se quiserem, certo?) deixar seus comentários, ok? - E quem quiser conversar comigo e ainda não sabe meu mail, ele é marymarcatohotmail.com -
Agradecimentos: Bom, hoje eu peguei meu mail só para responder meus reviews, acho que até respondi mais de uma vez as pessoas " Hehehe. Então, quero agradecer especialmente à Lara Gallas, acho que é assim que escreve, ela já me mandou muitos comentários e eu não agradeci aqui ainda Também, como sempre, agradeço à Violet-Tomoyo, esta aqui sempre lê minhas fics e eu adoro os comentários dela Obrigada por tudo gente, a todos vcs. Ja ne!
OBS.: É bom vcs saberem disso antes de começarem a ler:
Zukin: capuz ninja. Ninjato: espada ninja (acho q usei o nome katana em capítulos anteriores, peço desculpas pela gafe).
Capítulo10: Ataque
Tudo parecia silencioso naquela mansão, nem os animais ousavam fazer qualquer ruído. O local era enorme e majestoso, e ao mesmo tempo, sombrio. Poderia-se dizer que nada era ouvido por toda a região, mesmo não tendo passado da meia-noite. No entanto, mais dentro daquele local, no coração daquela mansão, em um quarto tão ou mais sombrio que a propriedade inteira, gemidos cortavam o silêncio naquela ala. Gemidos de corpos em contatos, gemidos de prazer e desejo.
O quarto estava um tanto quanto escuro, se não sombrio. A única luz do local, impressionantemente, vinha de certo vulto no meio do aposento. Os dois corpos se mantinham em movimento frenético, quase desesperado, o vulto lânguido e estreito de uma mulher fazia movimentos enérgicos sentada em cima do corpo de um homem, tão ou mais cheio de desejo que aquela que ele segurava possessivamente pela cintura.
Os movimentos duraram vários minutos, e o desespero começou a diminuir, fazendo do movimento mais lento a cada ida e volta. O homem ainda segurava a mulher, cuja parecia ser a origem da luz do local. E enquanto o ato se tornava mais calmo, a luz envolta dela começou a ficar menos intensa, demonstrando que a mulher parecia satisfeita, mesmo que ainda não tivesse parado.
Mas aquilo não seria eterno, e ela finalmente parou, ofegante, assim como aquele homem encoberto pelas sombras. A mulher, de longos e enrolados cabelos loiros, tão claros e brilhantes como a mais pura luz, a pele tão clara como o mais puro raio de sol, finalmente se deu por satisfeita, desunindo o corpo dos dois, enquanto rolava para o lado do homem, sem proferir palavra alguma. Sem tocá-lo mais, nem ele à ela, demonstrando nitidamente que aquilo não passava de um desejo incontrolável, que assolava- os a cada dia, a cada noite, a cada vez que se viam na presença um do outro.
Não foram uma nem duas vezes em que, até mesmo um leve encontro de corpos, os obrigava a se retirar de uma reunião, para que, em qualquer ponto, de preferência escondido, mas não totalmente indispensável, saciassem aquela necessidade.
Definitavamente aquilo era doentio, um vício, que eles não faziam questão nenhuma de tratar. Mantendo apenas o cuidado para que ninguém soubesse disso.
O silêncio não durou muito, pois eles ainda tinham negócios a tratar, mesmo que este não parecesse tão importante antes de fazerem o que acabavam de fazer.
Mulher: 'Como foi a reunião com o rapaz?'
Homem: 'O frouxo ainda não as conseguiu. Inventou mil e uma desculpas, mas dessa vez não o castiguei.' A mulher pareceu surpresa, na escuridão apenas o rosto dela parecia visível, como se emanasse luz própria, ao contrário do homem ao seu lado. Os traços dela eram serenos, falsamente puros, para quem soubesse sobre ou tivesse presenciado as cenas anteriores.
Mulher (virando-se para ele): 'Mas que surpresa. Meu senhor está se tornando piedoso?' O homem riu sarcasticamente.
Homem: 'Não diga essas asneiras, minha querida, não combinam com você, que poderia estar até no meu cargo.' A mulher fez um movimento impaciente, talvez revoltada com o rumo da conversa.
Mulher (levemente irritada): 'Não teria nascido sobre a proteção da Luz se me fosse permitido escolher, sabe muito bem.' O homem sorriu de lado, seu desejo por aquele corpo parecendo voltar.
Homem (movendo-se em direção a ela, enquanto a virava de bruços, acariciando-a): 'Não seria tão formosa se viesse sobre proteção de outro signo, minha senhora.' A mulher gemeu, excitada com o toque do homem.
Mulher (com os olhos semicerrados): 'Só diz isso pois acha divertido eu "brilhar" enquanto fazemos isso, não é?' disse enquanto sentia-o penetrar- lhe na sua parte de trás.
Homem (movimentando-se com certa calma): 'Talvez...' Disse extasiado.
Mulher: 'E o que o inútil usou como desculpa dessa vez?' Ela voltava ao assunto, ele pareceu um pouco irritado, colocando mais força e velocidade no que fazia.
Homem: 'Disse que o japonês era mais forte do que parecia... Aquele tolo, inferiorizando-se perante um verme...'
Mulher (sorrindo sarcástica): 'Não seja tão duro, meu bem... Saigo as vezes é divertido' disse se referindo ao servo do homem que a possuía neste momento.
Homem (rindo): 'Certamente você acha divertido judiar e humilhá-lo, não?' Como resposta, a mulher apenas se desuniu dele, para desgosto deste, virando-se de frente para o homem e fazendo-o penetrar-lhe novamente.
Homem: 'Ele também comentou que o bastardo parece estar nos traindo... Ajudando a noiva ou sei lá o que do dono das Cartas...' A mulher fez uma cara de desgosto, parecendo se lembrar de algo, mas não iria tocar naquele assunto.
Mulher (ironicamente): 'O que o menino prodígio aprontou dessa vez?'
Homem: 'Parece estar ajudando a japonesinha a andar novamente...'
Mulher (rindo sarcástica): 'Que ato nobre do nosso querido Xiao Lang...' O homem se irritou ao ouvir o nome daquele rapaz bastardo. Rapaz que sempre lhe trouxera problemas, antes e depois de ir treinar naquelas malditas montanhas com aquele maldito velho. Muito pior quando voltou, fazendo-o apressar-se em seu planos.
Homem: 'Enviei Saigo novamente esta manhã. Mandei-o através de magia, quero o tal Tsukishiro morto ainda esta semana, de preferência... Hoje mesmo.' A mulher arranhou as costas do homem enquanto parecia chegar no ápice.
Mulher (de olhos fechados, ofegante): 'E se ele falhar?'
Homem (também ofegante, enquanto chegava no seu limite): 'Irei pessoalmente...'
Um leve grito de prazer poderia ser ouvido naquela área... Se ela não estivesse um tanto quanto deserta...
Syaoran (sem olhar para a moça, enquanto bebia algo): 'Não vai comer?' Sakura se sobressaltou, mas seguiu até seu lugar, ainda constrangida por estarem sozinhos. 'Não se preocupe' Sakura sobressaltou-se mais uma vez, ao ouvir a voz grave do rapaz. 'Eu não mordo.'
Sakura (levemente irritada com o comentário): 'Hunf, como se eu tivesse medo de você.' Syaoran encarou-a divertido.
Syaoran (sorrindo malicioso): 'Tem certeza disso... Sakura...?' A menina sentiu todo seu corpo se arrepiar. Por mais que tivesse sido sua a iniciativa em pedir para ser chamada pelo nome (Kinomoto era o seu irmão, ela nada combinava com tanta formalidade), ainda não havia se acostumado com aquela voz chamando-a desta maneira. O rapaz pareceu não perceber, mas um sorrisinho apareceu em sua face assim que abaixou a cabeça para seu prato. Sakura percebeu... E ficou "roxa" de vergonha.
Sakura (virando o rosto para o lado): 'Pretensioso...'
Syaoran (olhando-a divertido): 'Como quiser... Minha flor...' Sakura sentiu que poderia desfalecer depois destas últimas palavras... Talvez ele nem soubesse como a havia afetado com tão carinhoso nome.
Já Syaoran... Bom, ele queria se bater depois dessa. Ia brincar com ela, provavelmente irritando-a, mas aquilo que falou...! Dessa vez até ele se sentiu estranho, ainda mais por sentir que aquele apelido fora pronunciado com tanta facilidade. Havia sido tão certo falar que chegava a ser constrangedor para um rapaz que se julgava tão discreto e até mesmo indiferente em suas reações.
Contudo, invés de deixá-la irritada, como achou que aconteceria, surpreso ficou ao vê-la totalmente corada, olhos fixos em seu prato, enquanto comia, numa tentativa frustante de não notar nem ser notada. Algo quase impossível visto que apenas os dois estavam jantando ali. E não era só isso... Uma vez que Touya havia dispensado todos os criados, dando folgas para ele em tão comemorado e festivo feriado.
Sakura ainda não se conformava de ter se esquecido do festival... E muito menos conformada estava com Meylin... Ah, não iria esquecer tão fácil a "intervenção" daquela que julgava amiga para com aquela presente situação tão incômoda... Amiga... Amiga da onça, isso sim!
Syaoran (percebendo o silêncio constrangedor e mudando de assunto): 'Meylin já decidiu como vai te torturar?'
Sakura (aliviada com a mudança de assunto, mesmo sendo a "amiga" o centro do assunto): 'Ela me disse que a parte mais difícil já passou, que era eu conseguir fazer os primeiros movimentos. Disse-me que provavelmente poderei andar em pouco tempo.' Concluiu com um singelo sorriso, até se esquecendo do aborrecimento com sua fisioterapeuta. Syaoran também sorriu.
Syaoran: 'Espero que dê tudo certo.'
Silêncio.
Sakura (com um tom de certo lamento): 'Logo vocês poderão ir embora, não...?' Deu um riso meio sarcástico, meio sem vida. 'Você deve estar morrendo de felicidade por poder se ver longe de mim em pouco tempo...' Syaoran ficou sério por um segundo. Se ela soubesse como ele pensava exatamente o contrário...
Sakura não o olhava, vergonha, talvez insegurança. Mas tinha quase certeza que se olhasse para aquele rosto sério, àqueles olhos tão atraentes... Era perigoso começar a chorar. E isso a incomodava, não gostava de se ver tão preocupada ou atraída por aquele arrogante. Não mesmo!
Syaoran cortou o silêncio que se instalara novamente com outra súbita mudança de assunto. Algo que o incomodava há certo tempo.
Syaoran (sem encará-la): 'Yukito já falou com você?' Sakura, que neste momento pegava o sal do meio da mesa, parou no mesmo instante e encarou o rapaz.
Sakura (levemente nervosa): 'Como?'
Syaoran (passando a encará-la): 'Eu já sei da verdade, Sakura.' A moça gelou no mesmo momento. Como assim ele sabia da verdade? Que verdade?
Mas antes que pudesse perguntar, Syaoran proferiu palavras em uma língua antiga, que ela sabia conhecer... Que tanto ela quanto ele aprenderam... Enquanto estiveram naquelas montanhas, onde se encontraram pela primeira vez. A menina pôde ver e sentir uma barreira de tom levemente esverdeado à volta da sala, sentiu-se incomodada com a energia daquele homem que tanto mexia com ela lhe rodear.
Sakura (estranhando o ato do rapaz): 'O que...?' Mas ele a interrompeu.
Syaoran (olhando-a seriamente): 'Não se faça de desentendida... É uma barreira mágica, para impedir que alguém nos escute.' Sakura sentiu-se confusa e quase desesperada. Se ele se expôs dessa maneira... Só podia significar que...
Syaoran: 'Por que não me contou antes?'
Sakura (de olhos arregalados): 'Eu.. Do que... Não entendo o que quer dizer...' Disse desviando seu olhar e já trazendo o saleiro para perto de si, pois ainda estava parada na mesma posição de quando ele tocou em tal assunto.
Mas qual foi seu susto quando sentiu seu pulso ser seguro firmemente por certa mão masculina. Encarou o rapaz a sua frente chocada.
Syaoran: 'Achou que poderia esconder de mim por quanto tempo?' Sakura encarou-o séria.
Sakura (tentando se soltar): 'Não tenho e nunca tive nada para esconder de você, Li. Qual o motivo de tais atos e essa coisa envolta de nós e...' Mas ele a interrompeu novamente.
Syaoran (nervoso): 'Não finja que não sabe do que eu falo!' Sakura arregalou os olhos, mais com medo do que ele iria dizer do que com o súbito tom alterado do rapaz. 'Sei muito bem que possui magia, Sakura! Yukito me confirmou!' Sakura sentiu-se zonza, totalmente desorientada. Como isso poderia estar...
Sakura (fingindo-se de forte): 'O que foi que Yukito te confirmou, hein?' Não podia acreditar que seu amigo poderia ter delatado-a assim tão facilmente.
Syaoran (ainda encarando-a sério e segurando-a firmemente): 'Ele não quis confirmar nada... Mas eu vi nos olhos dele, no vacilo dele em negar...' Parecia que o assunto iria desviar do seu ponto principal e Syaoran não permitiria que isso acontecesse. 'Mas isso não vem ao caso! Só quero saber por que não me disse antes! Tenho certeza que já sabia sobre meus poderes também!'
De certa forma Sakura sentiu-se aliviada. Por um momento... Por um momento sentiu-se desesperada com a possibilidade do rapaz ter descoberto que ela o enganara por tanto tempo... Dizendo ser outra pessoa. Mas a verdade parecia ser outra e Syaoran só demonstrava saber que ela tinha magia e não que se passara por Yukito. No entanto, ainda se sentia desnorteada, por mais que fosse menos grave o caso, não deixava de ser preocupante ele saber daquilo... Como ele soubera? Como havia percebido se...
Syaoran: 'E antes que me pergunte...' Cortou os pensamentos da garota. 'Eu tive certeza hoje, quando você se descontrolou enquanto brigávamos... E depois quando sentiu seus pés e não teve o mínimo cuidado de disfarçar.' Completou rindo com a cara de boba da menina, como se ela disse para si mesma "Como eu fui deixar isso acontecer?!"
E foi esse sorrisinho que fez Sakura acordar de seu torpor, de seus medos e confusões. Simplesmente pelo fato de que aquele maldito sorriso irritava- a profundamente. Começou a se debater novamente, tentando soltar seu braço, mas Syaoran, infinitamente mais forte que a moça, não deixou que ela conseguisse sua "liberdade".
Sakura: 'Naõ te devo explicações nenhuma! Tenho meus motivos e agora me deixe em paz! Você não tem nada a ver...' E finalmente, por um descuido do rapaz, Sakura conseguiu se soltar. No entanto, não foi como ela imaginara e, perdendo o equilíbrio, foi de encontro ao chão.
Syaoran levantou em um segundo, correndo ao encontro da moça, preocupado se ela tinha se machucado. Mais preocupado do que deveria estar, diga-se de passagem.
Syaoran: 'Sakura, você está bem?' A menina não o olhou, desvencilhando-se dos braços que tentavam ajudá-la.
Sakura: 'Deixe-me! Não preciso de sua ajuda!' Syaoran não sabia o que falar, só sabia que queria levantá-la dali. Ela parecia tão indefesa naquele estado, tão necessitada de proteção que resolveu tocá-la novamente, mesmo sob protesto.
Sakura (encarando-o com raiva, tentando se soltar): 'Deixe-me, Li! Não quero sua ajuda, pare com isso!'
Syaoran (ligeiramente irritado): 'Larga de ser mimada e deixe-me ajudá-la!' Mas Sakura não parecia querer ouvi-lo.
Sakura: 'Você se intromete demais na minha vida! Seu idiota! Eu não quero sua ajuda, você não faz falta... e...!'
Mas ela não pôde falar mais nada... Seus olhos arregalados, a respiração presa... Seus lábios... Seus lábios colados aos dele...
Syaoran realmente não pretendia fazer aquilo... Tudo bem que vontade não havia faltado muitas vezes... Mas dessa vez só queria ajudá-la. No entanto, ao ouvir aquelas palavras... Ao ouvir que ela o repelia... Aquilo doía demais e ele não queria mais escutar... Vendo apenas naquele ato um meio de fazê-la parar...
No começo... No começo fora apenas uma pressão de bocas, um ato impensado com o único objetivo de calar... Mas ele não previra que não iria resistir...: Àquele cheiro... Àquele gosto... Droga! Era mais do que podia suportar. Aquela menininha tão frágil e tão temperamental fazia-o sentir sensações que nunca imaginou sentir... Aproximou mais seu corpo do dela, lutando consigo entre soltá-la ou continuar segurando-a...
Sua razão estava quase ganhando... Mas foi quase... Tudo devido a um simples ato... Ela havia correspondido... Abrindo seu lábios e dando passagem para que ele realizasse o que queria há muito tempo.
Suas línguas se tocaram e se acariciaram, enquanto sensações entre calor e prazer passavam por seus corpos como ondas elétricas. Syaoran enlaçou a cintura fina da moça, trazendo-a, o mais que podia, para perto de si, enquanto a menina enlaçava o pescoço daquele ser que tanto ela julgava irritante... Mas que agora... Mas que agora... Deus! Como conseguira resistir tanto tempo?
O gosto de suas bocas e o cheiro de seus corpos se confundiram por instantes, enquanto eles experimentavam sensações inéditas. Sakura jamais poderia imaginar que aquilo seria tão bom, por mais que negasse já havia sonhado com aquilo... Mas um sonho não a fazia sentir o que sentia agora...
Corações disparados, respirações ofegantes... Respirações... Justamente o que os obrigaram a se afastar, levemente, mas mesmo assim limitando um pouco do contato que mantiveram o máximo que puderam. Syaoran encarou o rosto doce e corado da moça, enquanto esta abria lentamente seus olhos, cruzando estes com aquelas orbes castanho escuras, que tanto mexiam com ela.
Encararam-se longamente, como se seus olhos sorrissem um para o outro... Poderiam ficar assim para sempre, a vontade de se beijarem novamente era grande. Mas ainda havia dúvidas, medos e segredos que os separavam, mesmo que essa linha tênue fosse invisível e ele não queria isso, nem ela. Viram- se obrigados a se afastar, pelo menos... Pelo menos até esclarecerem certas coisas...
Syaoran: 'Eu... Sakura, eu...' Respirou fundo, olhando para a menina sentada no chão, assim como ele. Precisava dizer o que sentia, mesmo que isso a magoasse, não podia esconder dela... 'Por favor, Sakura... Diga-me por que escondeu de mim a verdade...?' Viu os olhos dela segurarem as lágrimas e por pouco não desistiu. Porém, se fez firme, devia terminar logo com aquilo... Mesmo que não fosse nada fácil..... E foi com pesar que proferiu as próximas frases. 'Por favor... Eu tenho o direito de saber... Eu... Eu fui o bobo da história até agora achando que estava tratando de uma menininha mimada que eu achava que queria manter distância de todos quando o único que ela queria manter distância era de mim!' Falou tudo ao mesmo tempo, com medo de que não conseguisse dizer se falasse mais lentamente. Sakura desviou o rosto e não era por estar brava com o que ele dissera, mas aquele tom magoado... Aquele tom fazia seu coração doer, como ela não imaginara que ele conseguiria algum dia fazê-la sentir.
Sakura (sem conseguir encará-lo): 'Eu... Não é... Não é isso, Xiao Lang... Eu só...' O rapaz sorriu tristemente.
Syaoran: 'Não precisava esconder de mim. O que achou que eu faria? Que iria te matar por também possuir magia? Ou achou que eu iria sair contando para todo mundo...?'
Sakura (olhando-o tristemente): 'Seu clã...' Não sabia por onde começar, mas o rapaz pareceu entender.
Syaoran (sorrindo com um tom triste): 'Ah... É claro... O poderoso e machista clã Li... Achou mesmo que eu iria contar para eles?' Sakura baixou a cabeça.
Sakura (olhando-o com certo receio): 'Eu realmente não queria te magoar, muito menos mentir... Mas eu tive medo, Xiao Lang... Medo de que seu clã fizesse alguma coisa contra mim ou minha família quando descobrisse que era eu a dona d...' Entretanto não pôde concluir. Mesmo que seu coração pedisse para revelar de uma vez toda a verdade, não pôde concluir. Syaoran também percebeu o que acontecia e imediatamente retirou a barreira que projetava. A nítida sensação de uma presença forte e perigosa ao redor deles finalmente se fazia presente.
Syaoran (se levantando enquanto colocava Sakura em sua cadeira de rodas): 'Vamos... Não é seguro você ficar aqui.'
Sakura: 'Mas Xiao La...' Ele a interrompeu olhando-a seriamente. Mas foi aquele brilho... Aquele brilho preocupado em seus olhos que fizeram Sakura se calar.
Syaoran: 'Depois continuaremos com nossa conversa. Agora é preciso que saiamos daqui...' E saiu empurrando a cadeira de rodas da menina.
Syaoran (sussurrando): 'Fique aqui, Sakura. Vou ver quem é que está lá embaixo.' Saiu do quarto escuro sem ao menos deixar a menina falar. A menina até pensou em usar sua magia para ajudar o amigo, mas... E se ele descobrisse quem era? E se... Mas algo a impediu de dizer ou pensar algo mais...
Syaoran invocou sua espada enquanto descia as escadas, tinha certeza de ter sentido presenças, uma delas mágicas, as outras...
Syaoran: 'Droga... Aqueles malditos ninja só atrapalham minha vida.' Bufou de raiva enquanto tentava localizar aqueles que estragaram o seu momento. Sorriu ao pensar em tal "momento". Bom, se os ninja não o tivessem interrompido, estaria numa situação muito mais agradável agora.
Mas não podia pensar em tais coisas nesta situação. Concentrou-se melhor e pôde finalmente sentir uma presença forte, vindo direto de...
Syaoran desviou rapidamente de um dardo que veio em sua direção pelas costas. Em seguida, mal teve tempo de aparar duas xuriquens e um golpe de ninjato seqüenciais. Não viu o rosto de seu atacante, encoberto por seu zukin, onde apenas os olhos escuros e sem vida podiam ser distinguidos. No entanto, este não eram os olhos que ele procurava.
Com um rápido movimento desarmou seu oponente, e rolou, evitando duas outras xuriquens que grudaram na parede provocando certo estrago. Outro ninja pulou em cima dele, defendeu-se da ninjato mortal do ninja e com velocidade exemplares golpeou-o com um chute lateral, jogando-o longe, desacordado.
Mais dois ou três atacaram Syaoran simultaneamente, o rapaz saltou e defendeu-se de uma seqüência quase perfeita dos três guerreiros. "Quase" perfeitas, não o suficiente para evitarem que o rapaz se defendesse e os golpeasse.
Syaoran conseguiu desacordar dois, mas outros dois ainda permaneciam em pé. O jovem psiquiatra sorriu de lado e partiu para o ataque. Defendeu-se com maestria do primeiro, no entanto algo o distraiu suficientemente para que recebesse um golpe afiado de espada no braço esquerdo.
Voz feminina: 'Largue-me, desgraçado!'
Syaoran voltou sua atenção ao ninja e atingiu-o com força excessiva, jogando-o contra uma mesa, na sala em que lutavam, provocando a quebra da móvel e o desmaio do outro homem. Voltou sua atenção para o local do grito, e seus olhos cerraram-se com a cena.
Syaoran (nervoso): 'Solte-a, Saigo!' Sakura era firmemente segurada na cintura e no pescoço por um homem alto e forte. Sua máscara ainda encobrindo seu rosto, mas não os olhos sem vidas. Os olhos que Syaoran viu no dia do incêndio...
Saigo (rindo alto): 'Ora ora ora, parece que meu querido primo me reconheceu!' Sakura arregalou os olhos.
Syaoran (apertando com força sua espada): 'Não me lembre desta maldita ligação entre nós, verme! Solte a moça, sua briga é comigo!'
Saigo (sorrindo de lado): 'Não acha que será tão fácil assim, não é?' Syaoran arregalou os olhos quando viu a mão do jovem apertando forte o pescoço de Sakura que começava a perder o fôlego. Deu um paço à frente.
Saigo: 'Ah!' Fez um gesto com a mão, como se dissesse para Syaoran não se mover 'Se der mais um paço, a moça morre. Syaoran trincou os dentes de ódio.
Syaoran: 'Covarde. Não honra o título que leva!' Saigo riu com gosto.
Saigo: 'O quê? Não honro este título? Oras... Não era você que sempre dizia que ninja eram sujos e sem escrúpulos?'
Syaoran: 'Ninja como os da sua laia são mesmo...' Syaoran cerrou os olhos no jovem que ainda usava seu zukin.
Saigo (sorrindo irônico por debaixo do zukin): 'O que acontece se eu apertar mais o pescocinho da sua namo...' Só que não concluiu a sentença, ao perceber...
Saigo soltou Sakura que caiu estatelada no chão. Syaoran correu para o socorro da moça, enquanto Saigo acabava de dar seu salto de quase três metros longe dos dois, no mesmo instante que sentia um poderoso ataque mágico em sua direção.
O ninja concentrou energia na sua espada e defendeu-se do ataque. Sorte sua ser um dos poucos ninja que possuíam magia naquele clã. Senão... Agora provavelmente estaria desarmado ou até mesmo desmaiado com a força do golpe. Tanto ele quanto Syaoran e Sakura olharam para o local de onde viera o golpe.
Só puderam distinguir um vulto negro, com uma aura escura a sua volta, vulto que logo desapareceu.
Saigo: 'Mas que diabos era...'
Mas novamente não pôde concluir, pois Syaoran deixara Sakura encostada na parede recuperando o ar e partira para cima do guerreiro quase a sua frente. Saigo desviou-se do ataque súbito e puxou sua ninjato, defendendo- se de uma seqüência de golpes furiosa de seu oponente.
Syaoran concentrou energia e usou um dos seus ofurôs, Saigo saltou a tempo unicamente de desviar a milímetros do ataque poderoso do feiticeiro e guerreiro com quem lutava. Mas Syaoran não perdeu a oportunidade e novamente golpeou o rapaz, que sentiu um corte um pouco fundo em seu abdômen.
Syaoran (sorrindo de lado): 'Parece que não anda treinando direito, meu caro.'
Saigo (contraindo as faces em raiva): 'Seu verme imprestável! Você é a desonra do nosso clã!' E partiu novamente para o ataque.
Syaoran (defendendo-se): 'Quem foi que te enviou, maldito?! Foi Tai Ming, não foi? Ele tentou negar, mas eu sei que foi ele!'
Saigo: 'Se sabe, por que pergunta?' Disse Saigo extremamente irritado. Odiava o primo desde sua infância. Fora ele o escolhido para ser o futuro líder do clã. Simplesmente por ser filho de Yelan, a Escolhida Senhora das Estrelas. Mas não pôde continuar seus pensamentos, pois novamente Syaoran o atacava.
Syaoran: 'Por que está se intrometendo? Eu estou responsável por isso aqui!' disse Syaoran com ódio. Sakura olhou com atenção para a luta, do que eles falavam?
Saigo (rindo sarcástico): 'Ah, agora você se lembra de sua missão, não? Mas diga-me então por que ainda não levou as Cartas Clow para os anciões?!' Sakura arregalou os olhos.
Sakura: 'Como é que é?!' Gritou antes de poder se impedir. Os dois guerreiros saltaram a uma distância considerável e encararam a menina. 'Você veio atrás das cartas Clow, seu maldito?!' Saigo sorriu ao perceber que Syaoran ficara conturbado com a sentença da jovem. Resolveu usar aquilo a seu favor.
Saigo (sorrindo): 'Ora ora, não contou para a namoradinha a verdade, guerreiro?!' Sakura desviou sua atenção de Syaoran para o ninja. 'Parece que não, certo?' Saigo sorriu mais ainda ao ver a moça contrair as faces. 'Ah, Xiao Lang, acho que sua garota ficou chateada.'
Syaoran (partindo para cima do rapaz): 'Cale-se, maldito desgraçado!' E atacaram-se de novo. Syaoran estava um pouco desconcentrado e Saigo não iria deixar passar tal chance. Afastou-se o máximo do rapaz, numa leve pausa e voltou ao diálogo com Sakura.
Saigo: 'Onde nós paramos, querida? Ah, sim! Você sabia que este jovem aqui só veio para cá atrás das Cartas do seu noivo? Seu noivo, não é? Ou seria ex?' Saigo fez uma falsa cara de pensativo, enquanto Syaoran contraía as faces. Seria muito difícil acabar com o mal entendido com Sakura. Era perigoso até que a menina nem acreditasse em Yukito se ele dissesse o que Syaoran já havia lhe contado. Era perigoso convencer Yukito a ficar contra ele!
Syaoran: 'Sua luta é comigo, Saigo! Deixe de ladainha!'
Sakura: 'Quer dizer que este tempo todo você nos enganou!' Syaoran desviou o olhar do ninja para a moça. Sentiu seu coração saltar ao vê-la com lágrimas nos olhos. Lágrimas contidas, mas ainda assim estavam lá.
Syaoran: 'Sakura, eu...'
Sakura: 'Seu desgraçado! Este tempo todo eu confiei em você! Acreditei em você! Acreditei em Meyling!!' Sakura gritou, tentou se movimentar, mas amaldiçoou suas pernas por não permitirem. 'Ela também estava mentindo, é?' Sakura sentiu seu sangue ferver ao ver o rapaz desviar o olhar. Como puderam fazer isso com ela e sua família?
Saigo sorriu, percebendo a falta de atenção do outro rapaz e atacou-o. Syaoran tentou se desviar com o súbito ataque, mas recebeu um golpe fundo lateralmente em seu peito, agachou-se em dor.
Sakura: 'Cuidado!'
Saigo novamente atacou o rapaz, que com certa dificuldade se desviou. O ninja continuou a atacar, sabendo que agora o outro estava em vantagem. Syaoran tentava se defender, mas seu ferimento sangrava dolorosamente, sentia que podia desmaiar a qualquer momento. Olhou para Sakura, os olhos da menina cheio de lágrimas, lágrimas de preocupação! Sabia que precisava protegê-la. Com certa força estabeleceu-se de novo em posição de ataque, assim que Saigo fez uma leve pausa.
Saigo (sorrindo irônico): 'Então ainda tem forças para lutar?! Impressionante, tenho que admitir!' E novamente voltou a atacar o rapaz.
Syaoran defendeu-se bravamente dos golpes, lutando contra sua própria dor. Novamente o nível de luta aumentou, mesmo que não estivessem usando magia. Syaoran sentia seus olhos embaçarem, não podia prolongar muito mais aquela luta.
O guerreiro chinês pulou de encontro ao ninja, que não esperava tal ato. Desferiu um golpe que foi aparado, mas que não deu tempo do homem em negro armar sua defesa contra o chute no abdômen que Syaoran lhe deu. Afastou-se com certa falta de ar, que mal conseguiu recuperar antes de ver o jovem atacá-lo novamente. Seu medo cresceu, se Syaoran ainda lutava daquele jeito mesmo com aquele ferimento, Saigo provavelmente não duraria muito... O que faria?
Contudo, a sorte virou ao seu favor quando...
Syaoran iria dar outro ataque quando pressentiu algo vindo em sua direção. Saltou com certa dificuldade para trás, já que sua trajetória era para frente. Encarou o lugar de onde viera a xuriquem e seus olhos arregalaram- se novamente.
Ninja: 'É melhor se render, Xiao Lang-san.' Disse um ninja deveras inferior a ele mesmo e Saigo. No entanto, não fora seu pedido que fizera Xiao Lang parar, mas sim o que ele fazia naquele momento.
Saigo (sorrindo malévolo): 'Ah! Mas que maravilha o que descobri! Então você realmente se importa com a menininha!' O motivo de Syaoran não atacá- lo neste momento não foi a provocação, mas sim Sakura presa nos braços do outro guerreiro.
Syaoran: 'Larguem-na!' Gritou com certo desespero, ao ver a espada do outro ninja no pescoço da jovem.
Saigo sorriu sádico, antes de partir para cima de Syaoran que ainda estava distraído com a cena que presenciava, e...! Enfiou sua espada no lado direito do abdômen do jovem, transpassando o corpo do rapaz.
Syaoran mal teve tempo de sentir a dor lasciva que o corroeu por dentro. Sentiu os olhos perdendo foco, enquanto Saigo desprendia sua espada do corpo do rapaz, e este caía de joelhos, mãos no abdômen, sentindo todo seu corpo indo de encontro ao chão.
Sakura (gritando desesperada): 'Xiao Lang!!!!!'
Sakura estava extremamente irritada com o que ouvira do ninja. Todo aquele tempo realmente acreditara em Xiao Lang, em tudo o que fizera. Como ele a enganava assim? Mas não teve tempo de continuar a discussão, pois percebeu que o ninja atacou seu psiquiatra, fazendo um corte lateral pelo peito do jovem.
Sakura: 'Cuidado!'
Maldita preocupação!!! Pensou consigo, por que, depois de tudo, ainda se preocupava com aquele mentiroso? Uma lágrima escorreu por seu rosto pálido.
Talvez... Fosse seu coração que se recusava a aceitar aquilo que ouvia.
Sentia seu peito se comprimir, Syaoran podia perder a qualquer momento. Aquele corte foi profundo e podia desacordá-lo. Viu quando Syaoran olhou-a depois de ouvir algo que Saigo dissera. Logo ele desviou seu olhos novamente para o ninja, tirando força, sabe-se lá de onde, para continuar lutando. Sakura percebia que o que sustentava o rapaz era uma determinação que ela já vira antes, durante seus treinos nas montanhas, e nunca mais achou poder ver de novo.
Syaoran parecia que poderia ganhar, uma certa felicidade tomando conta, estranhamente, do coração da jovem. Talvez o que o ninja dissera fosse mentira... Quem sabe, eles ainda poderiam se entender, não é mesmo? Não fora isso que quase acontecera durante o jantar?
No entanto, foi com horror que sentiu uma lâmina afiada tocando levemente seu pescoço.
Ninja (sussurrando): É melhor ficar quietinha, mocinha. Esta espada está para te ferir bem feio...' O rapaz desviou a atenção da moça para a luta quase perdida de seu chefe a sua frente. O ninja atirou uma xuriquem em direção ao jovem psiquiatra que por pouco se desviou. Em seguida, Syaoran já olhava para a direção de onde viera a lâmina 'É melhor se render, Xiao Lang-san.' Sakura sentiu seu coração disparar quando viu terror nos olhos dele.
Syaoran: 'Larguem-na!' Sakura percebeu com dor o desespero do jovem. O que não faria para não ter que ouvir aquela voz tão aconchegante naquele tom...
E seu desespero ainda viria a aumentar, pois nada pôde fazer milésimos antes de ver a espada de Saigo atravessando o corpo de seu querido Xiao Lang... Que caía neste momento e inerte ficou no chão.
Sakura (gritando desesperada): 'Xiao Lang!!!!!'
Saigo olhou com gosto o sangue escorrendo do corpo de seu primo, como sonhara com aquele dia... Depois, um choro leve desviou sua atenção e novamente sorriu.
Saigo: 'Ah... Mas que infelicidade... Eu fiz a princesinha chorar. Perdoe- me, sim?' Seu tom de voz o mais irônico possível. Sakura levantou seu rosto cheio de ódio para o rapaz, o que não faria para transpassar sua própria espada no corpo dele! No corpo do homem que matara seu Syaoran... Poderia parecer inacreditável tal pensamento vindo daquela menina, mas quem suportaria ver alguém que ama sendo morto sem se poder fazer nada? 'Não me olhe assim, querida. Você fica um pouco menos bonita.' Disse Saigo aproximando-se e segurando o queixo da moça. Olhando-a com seus olhos sem vida.
Sakura: 'Você vai se arrepender disso, maldito...' Falou com frieza, mas Saigo apenas riu das palavras da jovem. Subitamente tirou sua zukin, revelando seu rosto pálido e odioso. Seus cabelos curtos e negros caíram um pouco sobre seu rosto, fazendo que ele fizesse um movimento leve para tirá- los dos olhos, ainda mantendo o olhar zombeteiro na jovem.
Saigo: 'Mesmo em uma situação dessas, me ameaça. Você tem fibra garota.' Brincou e logo voltou seu olhar para o outro ninja. Seus olhos zombeteiros voltando a tomar o ar de morte. 'Coloque-a na poltrona e deixe-a lá. Ela não poderá fazer nada já que não anda. Esperarei o tal Yukito chegar, depois da pouca magia que utilizamos, logo ele chegara e terminaremos o serviço.' O ninja acenou positivo com a cabeça e colocou a moça na poltrona. Afastando-se dela para conversar com seu chefe. Em seguida, Sakura se viu só com Saigo, já que o outro ninja recebeu ordens de vigiar a entrada.
Saigo voltou sua atenção para o corpo inerte de seu primo e sorriu novamente, como era bom vê-lo naquele estado. Depois voltou-se para a menina, que ainda mantinha seu olhar de ódio para ele.
Saigo (sorrindo arrogante): 'Como foi se interessar num perdedor como este, hein, gracinha?' Sakura não respondeu, tentando achar sua chave mágica sem que o rapaz percebesse. Vendo que ela não responderia, invés de continuar a falar voltou-se para o primo, indo lentamente em sua direção enquanto comentava algo. 'Ele sempre se achou superior a mim, e agora? Será que ele deve estar pensando isso no outro mundo?
Sakura não respondeu, bem que queria fazê-lo, mas finalmente conseguira pegar sua chave mágica.
Saigo (a poucos metros do primo): 'Fico imaginando o que os outros, os seus parentes e o tal Tsukishiro, irão fazer quando virem este aqui neste estado, tão inútil como um saco de bos...' Mas não concluiu. Virou-se para a jovem de olhos arregalados...
Como...?
Como... Como não percebera que a menina possuía magia antes?!
Sakura (segurando sua chave em forma de estrela): 'Chave que guarda o poder da minha estrela, revele seus verdadeiros poderes sobre nós e ofereça- os a valente Sakura que aceitou esta missão... Liberte-se!' Mal concluiu e percebeu que um abobado, mas sagaz Saigo, vinha em sua direção 'Movimento, Luta!'
Antes que o rapaz pudesse atingi-la, a garota o fez, chutando-o com força no abdômen, no local em que estava um ferimento de um dos ataques de Syaoran. O rapaz foi jogado para trás e logo sentiu outro golpe, desta vez em seu rosto. Levantou-se com certa dificuldade e encarou a jovem com ódio.
Saigo (com fúria): 'Como você pode usar as Cartas Clow?' Arregalou os olhos ao vê-la sorrindo ironicamente...
Mas... Como ela conseguira esconder isso dos seus ninja até agora?! Aquela maldita menininha... Aquela inútil até poucos segundos... Escondera de todos que era a verdadeira dona das Cartas Clow!!!
Sakura: 'Agora você irá conhecer o poder dessas cartas, infeliz.' E partiu para atacá-lo novamente. Saigo pegou sua espada e saltou para se desviar novamente da jovem. Sakura invocou sua própria espada, desejando que fosse com esta que venceria o rapaz.
Uma série de golpes seguiu-se, sendo os da menina extremamente agressíveis. Saigo podia perceber o poder da jovem, podia perceber que perderia a qualquer momento, mas... Seus olhos brilharam levemente ao se lembrar! Ela não poderia andar sem magia!
Por quanto tempo ela agüentaria aquela luta?
Saigo começou a apenas desviar-se dos golpes, aproveitando-se da falta de raciocínio da jovem, ainda presa por sua própria raiva. Aquilo seria útil, iria distraí-la, até drenar suas forças.
E novamente sorriu, ao perceber que o outro ninja percebera a agitação na sala e voltara para ajudá-lo. Agora seriam dois contra uma.
Saigo: 'Diga-me, garota, qual é a sensação de ver alguém de quem se gosta morrer sem poder fazer nada?' Sakura trincou os dentes, enquanto desviava- se por pouco do ataque do outro ninja. Precisava recuperar a calma, estava perdendo toda sua concentração.
Sakura: 'Não compensa lhe dizer, duvido que você saiba qual é a sensação de se gostar de alguém!' Saigo riu.
Saigo: 'Garota esperta! Esta foi boa!' E voltou a atacá-la. Sabia que ela não poderia se sustentar por muito tempo. Ele estudara as Cartas Clow, sabia do uso de cada uma. Sabia que Movimento não era uma carta difícil de manejar. No entanto, seria tão fácil utilizar seu poder quando tem que se sustentar um corpo e ainda por cima sincronizar as pernas com o resto deste corpo durante uma luta ágil? E faria mais! Ele utilizaria magia também, só com magia ela poderia defender-se de magia, não?
Sakura voltou a atacar o rapaz, começando a recuperar sua calma. Primeiramente iria derrubar aquele ninja intrometido, depois ficaria a sós para lutar com o assassino de Syaoran. Aparou um golpe do ninja coadjuvante, medindo forças com ele, mas antes que pudesse atacá-lo, percebeu a grande quantidade de magia vindo em sua direção e com desespero conseguiu livrar-se do seu inimigo e escapar do golpe.
Porém, o ninja não foi tão rápido e Sakura arregalou os olhos ao ver o rapaz queimando vivo no fogo, enquanto gritava desesperadamente. Olhou para Saigo com pavor.
Este sorria.
Sakura: 'Como pode atacar seu próprio aliado?'
Saigo: 'Ele estava no meu caminho, pequena. Se precisasse acertar minha mãe para acertar você, faria duas vezes antes de pensar uma.' E riu com gosto ao ver a cara assustada da moça.
Saigo atacou-a novamente com o mesmo ataque, Sakura saltou, desviando-se do golpe. Contudo, Saigo atacou-a novamente, desta vez com um ataque de raios e Sakura só teve tempo de invocar Escudo. O ninja sorriu ao perceber que a menina começava a utilizar magia.
Mas Sakura não estava tão furiosa a ponto de não perceber o que o inimigo tramava. Sabia que não agüentaria muito tempo se sustentar e lutar apenas com magia. Se tivesse todo seu corpo em ordem, poderia lutar corpo a corpo com ele, sem depender exclusivamente de magia, mas não era possível isso no momento.
Atacou o guerreiro novamente, aumentando a intensidade dos golpes. Saigo sabia que a menina utilizava mais magia para fazer isso, mas sabia também que ele não agüentaria muito tempo a seqüência incrível de golpes que a menina desferia.
Sakura, num movimento mais ágil, cortou fundo o braço direito do jovem, fazendo-o soltar a espada. Saigo olhou espantado para a garota, enquanto se desviava de outro golpe, sabendo que não conseguiria se defender agora. Poderia utilizar a mão esquerda para golpeá-la, mas o efeito não seria o mesmo, pois era destro. Só lhe restava magia.
Sakura e Saigo continuaram lutando por longos minutos, infindáveis para os dois. Ambos eram ágeis, mas Sakura tinha uma ligeira vantagem, já que seu nível de magia era bem superior ao de Saigo. No entanto, o rapaz não dependia exclusivamente da magia para lutar, ao contrário dela.
E foi com desespero que a jovem constatou mais uma vez isso, começando a se sentir fraca devido a tanta magia que utilizava. Saigo aproveitou a brecha e cortou-lhe levemente de lado na cintura, nada grave, mas já era um começo. O ninja intensificou seus ataques de magia, e ainda utilizava sua espada, com a mão esquerda, mesmo que não tivesse a mesma abilidade que com a direita. Sakura começava a se desesperar.
Felizmente, para o ninja, Sakura não parecia agüentar mais toda magia que estava utilizando e agilmente chutou-a para longe, cerca de cinco metros de onde o corpo de Syaoran estava. Sakura sentiu, ao mesmo momento que se via jogada longe, sua magia lhe debilitando a ponto de poder fazê-la desmaiar.
Piscou forte, como tentando se manter acordada e viu sua espada voltando a se transformar em báculo. Olhou horrorizada para este e Saigo sorriu ao olhá-lo também. Em seguida, Sakura sentiu, ou melhor, não conseguiu mais sentir suas pernas. Estava tudo perdido.
Saigo (sorrindo irônico): 'Parece que este é o fim, não é, aleijada?' Começou a se aproximar lentamente da jovem, parte por diversão, parte pela dor que sentia tanto no abdômen quanto no braço, além de várias outras escoriações que tanto Sakura quanto Syaoran lhe fizeram. Oponentes poderosos, mas não suficiente para sua astúcia, concluiu sorrindo irônico.
Sakura desviou seu olhar de pavor do guerreiro para Syaoran, infelizmente não pôde vingá-lo. E mesmo que Yukito e os outros chegassem, já seria tarde. Sentiu seus olhos encherem-se de lágrimas ao perceber que jamais veria os amigos... Não era justo... Piscou com força para afastar tanto o cansaço quanto à tristeza, fixou seu olhar em Syaoran e em...
Era isso!
Uma luz parecia iluminar o coração de Sakura. Não tinha mais sua espada para atacar o inimigo. Mas, estranhamente, a espada de Syaoran estava intacta ao lado de seu dono. Sim, era estranho, pois quando não se há vestígios de magia o objeto volta a sua forma original e Sakura sabia que a de Syaoran era uma esfera negra. No entanto, não era nisso que deveria pensar agora... Se pudesse se aproximar do jovem... Aquela pequena distância de cinco metros... Poderia pegar a espada do rapaz e ao menos se defender de um ataque final de Saigo. Mas... Aqueles cinco metros eram demais para ela... Pelo menos demais quando nem ao menos ela podia rastejar até ele, não antes de Saigo perceber suas intenções.
Olhou novamente para o ninja, que estava a pouco mais de dez metros de si, andando lentamente, mancando um pouco, em sua direção. Sabia que assim que começasse a tentar se movimentar, ele partiria para cima dela. Mas teria que tentar, e assim que ouviu novamente os passos de Saigo se aproximando, percebia que a hora chegara. Teria que tentar...
Sakura olhou para suas pernas, em seguida para Saigo e começou a forçá- las. Saigo olhou incrédulo para a moça, o que ela planejava? Não achava mesmo que poderia lutar sem ao menos poder mexer as pernas, achava?
Saigo (rindo com gosto): 'Ah, minha pequena... Como você me faz rir... Acha mesmo que conseguirá andar?' E continuou a se aproximar da menina.
Sakura encarou-o com fúria, não podia desistir, não podia perder! Olhou novamente para suas pernas e uma determinação inédita surgiu em seu corpo... Tinha que fazer aquilo! Por Syaoran...
Forçou suas pernas novamente, com felicidade sentiu seus pés mais uma vez... Jogou seu corpo para frente, ficando ajoelhada. Saigo ainda sorria, achando graça na tentativa da jovem.
Mas aquilo não era só tentativa. Sakura iria conseguir dessa vez! Não iria desistir!
Saigo arregalou os olhos, a moça começava a se levantar, seu corpo um tanto quanto jogado para um lado, como tentando buscar equilíbrio. Aquele esforço era incrível, com certeza! E quando viu ela dar o primeiro passo para o lado... Não poderia mais deixar aquela situação se prolongar!
Saigo: 'Maldita!' E partiu para cima dela, assim como Sakura deu dois ou três passos, quase caindo no chão... Saigo, antes andando, começou a correr, um pouco lento, depois se intensificando... Iria acertá-la.
Sakura mal conseguia se mover e já podia sentir a lâmina de Saigo próxima a si... Era agora... Quatro metros de distâncias da espada, três metros, dois... O rapaz iria acertá-la...
Sakura saltou...
Saigo saltou...
Sakura caiu no chão, pegou a espada e levantou-a sem muitas forças para cima... Enquanto o rapaz...
Saigo arregalou os olhos... Como ela conseguiu pegar a espada e...?
Silêncio...
Uma linha de sangue escorreu pelo braço de jovem... A menina olhou para cima... Saigo tinha os olhos vidrados, enquanto a espada de Syaoran atravessara o abdômen do ninja, o sangue escorrendo pelo próprio corpo de Sakura...
Sakura desprendeu a espada do corpo do ninja já sem vida, empurrando-o para o lado, impedindo que este caísse em cima de si. Sakura respirava ofegante, fora por pouco... Por pouco também perdera sua vida...
Olhou para baixo, o rosto de Syaoran sem vida em seu campo visual. Não pôde impedir que uma lágrima escorresse por seu rosto.
Sakura (sussurrando): 'Perdo-me, Xiao Lang... Não pude evitar o que te fizeram...' Disse entre soluços, num choro que nunca mais chorara desde a morte de seu pai. Abaixou-se, quase sem forças de, ao menos, se manter acordada, para o rosto do jovem. Ainda podia sentir seu cheiro... Seu aroma que até em seus sonhos podia jurar sentir... Que tanto lhe confortava...
Mais lágrimas caíram... O que faria sem ele...? Sem seu Syaoran...? Sem seu querido e amado Syaoran? Aquele a quem evitara a presença, o conforto, a verdade... O amor...
Sakura: 'O que será de mim sem você?' E deixou seu rosto encostar-se ao peito do jovem.
Voz feminina: 'Você ainda não está sem ele.' Sakura levantou o rosto assustada e aturdida... Olhou para o vulto a sua frente. Quem seria que... ?
Arregalou os olhos... Aquela voz, aquele rosto, aqueles olhos!
Sakura: 'Você!'
Mulher (abaixando-se para olhar o corpo de perto): 'Faz tempo, não é pequena?' Sakura ainda mantinha seus olhos vermelhos e molhados no rosto da mulher. Aquela mulher... A mesma mulher que... A mesma mulher que estivera presente na morte de seu pai!
Sakura: 'Foi você quem me salvou na morte de meu pai, não é?' A mulher ainda mantinha os olhos no rapaz e simplesmente fez um sinal com a cabeça de positivo. Sakura ainda estava abobada. 'E foi você que me libertou de Saigo quando ele tentou chantagear Syaoran no começo desta luta, não foi?' A mulher novamente acenou que sim.
Como não percebera a magia que salvara ela de Saigo há mais de meia hora? Aquela mulher... Estava idêntica desde a última vez que a vira. Os mesmos olhos vermelhos, os mesmos longos cabelos negros como a noite... Apenas o manto, que dessa vez parecia estar encoberto por uma longa capa negra, poderia diferenciá-la daquela que Sakura conheceu na noite da morte do pai.
Mulher: 'O jovem ainda está vivo... Mas não por muito tempo.' Sakura voltou de seus pensamentos com as palavras da mulher. Syaoran ainda estava vivo!!! Não pôde deixar de sorrir, era bom demais para ser verdade. Mas....
Sakura: 'O que eu faço para ele não morrer?!' A mulher voltou seus compenetrados olhos vermelhos para jovem.
Mulher: 'Ele precisa de energia, pelo menos, sendo um mago isso irá sustentá-lo até um médico ajudá-lo.' Sakura se desesperou de novo, não tinha mais magia, não o suficiente para ajudar Syaoran! A mulher pareceu perceber a preocupação da jovem e a consolou com atos.
Aquela mulher que salvara Sakura duas vezes parecia ser um anjo que viera apenas para ajudá-la nas horas difíceis... Ela simplesmente tocou suas alvas mãos no peito de Syaoran e uma aura escura começou a envolvê-lo... Magia...
Sakura não se manifestou, não tiraria a concentração dela. Simplesmente ficou em silêncio, lutando para se manter acordada, antes de ter certeza que ele estaria bem.
Poucos minutos se passaram, quando a mulher terminou. Sakura pôde sentir a fraca respiração de Syaoran, antes quase imperceptível, a ponto de achar que ele estar morto, se tornar levemente mais forte. Sakura olhou para a mulher, mas antes de ao menos agradecê-la, uma raiva lhe surgiu de súbito.
Sakura (olhando séria para mulher): 'Por que não interveio durante a luta?! Eu quase o perdi...' Mágoa vinha da voz da moça. A mulher levantou-se e voltou seu olhar sério para a jovem ao chão.
Mulher: 'Ainda chegará a hora de te explicar tudo, pequena. Mas não agora.'
Antes que Sakura pudesse dizer algo, começou a se sentir ainda mais sonolenta, ao mesmo tempo que ouviu vozes vindo de fora da casa. Voltou sua atenção para a porta, onde podia imaginar Touya e Yukito entrando aflitos ali, já que Yue provavelmente deveria ter sentido magia vindo da casa. Quando voltou sua atenção para a mulher novamente, desta vez para, ao menos, agradecê-la pela ajuda, ela já não estava mais lá.
"Haveremos de nos encontrar novamente..." Ouviu a voz ecoando em sua mente, antes de não agüentar mais e desfalecer em cima do corpo de Syaoran.
Era noite, a sala estava praticamente escura se não fosse pela lareira, que tanto iluminava quanto aquecia a grande sala.
Uma mulher entrou em silêncio na sala, suas formas esbeltas destacando-se com a luz do fogo, seus longos cabelos lisos alinhados ao longo de sua cintura. A moça mantinha o olhar calmo para um ponto em especial.
Mulher: 'Quando partiremos, mestre?'
Em uma alta e elegante poltrona sentava-se um jovem, este se mantinha olhando o fogo, enquanto alisava os pelos escuros de um pequeno animal de formas felinas em seu colo.
Homem: 'Parece que chegou a hora, minha cara.... Parece que chegou a hora...'
(Continua)
21/04/04
Mary Marcato
Em outro capítulo eu coloquei que o báculo de Sakura tinha forma de uma ave, como no começo da série, e agora escrevi que tinha forma de estrela. Bom, fiz isso porque seria estranho que "Yukito" usasse um báculo rosa com forma de estrela, não é? Já que no capítulo em que Sakura utilizou o báculo em forma de ave ela estava "disfarçada" de Yukito. Logo, era como se a carta Ilusão também estivesse alterando a forma do báculo.
Não sei se precisa de explicação, pois eu tentei explicar durante o parágrafo em que coloquei este duplo asterisco. Eu escrevi que era estranho a espada de Syaoran não ter voltado a ser esfera, pois, como já dito acima, isso acontecia quando não havia vestígios de magia. Ou seja, como a espada continuaria em sua forma se o rapaz estava morto, não é mesmo? E naquela hora Sakura achou que Syaoran já tinha falecido.
Espero que tenham entendido a explicação. -
Comentários: Capítulo suficiente para vários assuntos, não? :) Quem achou que o Syaoran tinha morrido mesmo, hein? Hehehe, acho que ainda não :) Bom, eu coloquei muito assunto neste capítulo, caso vocês não tenham entendido, por favor, não deixem de me perguntar. Eu tentei fazer uma luta legal, mas não sei se ficou boa o suficiente... Bom, mas espero que tenham gostado, tentei ser bem "realista", pelo menos o tanto que CCS permite que eu seja. - Como tinha muito assunto, talvez eu não tenha sido muito específica em todos eles, se eu deixei passar algo, me desculpem. Ah, hehehe, como pude esquecer, espero que possam (se quiserem, certo?) deixar seus comentários, ok? - E quem quiser conversar comigo e ainda não sabe meu mail, ele é marymarcatohotmail.com -
Agradecimentos: Bom, hoje eu peguei meu mail só para responder meus reviews, acho que até respondi mais de uma vez as pessoas " Hehehe. Então, quero agradecer especialmente à Lara Gallas, acho que é assim que escreve, ela já me mandou muitos comentários e eu não agradeci aqui ainda Também, como sempre, agradeço à Violet-Tomoyo, esta aqui sempre lê minhas fics e eu adoro os comentários dela Obrigada por tudo gente, a todos vcs. Ja ne!
