Ol�:) Fico feliz em saber que estão a gostar da minha fic e peço minhas humildes desculpas por não estar agradando muito no sentido S&S. Realmente, eu esperava ter podido escrever mais sobre os dois nesses últimos capítulos, mas a verdade é que esta história é mais complexa do que eu mesma esperava. E explicar cada detalhe para vocês (e ainda assim deixando escapar várias coisas /) demora muito e isso vai aumentando cada vez os capítulos e eu vou tendo que prorrogar as cenas tão esperadas muitas vezes. Contudo, haverá essas cenas que vocês tanto aguardam, só peço que tenham um pouco de paciência. Enquanto isso, espero que se divirtam com o que tenho a oferecer agora :)

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Capítulo19: Uma alma sem descanso

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As última palavras de Yume foram pronunciadas ao mesmo tempo por Eriol, em tom calmo e compenetrado.

Eriol (de cabeça baixa e olhos fechados): 'É o legítimo descendente direto do deus Trovão.'

Todos olharam para Eriol e novamente para Yume. Uma luz finalmente clareando a mente de todos os presentes.

Pois a história que agora lhes era contada, não era nenhuma outra, se não a mesma, a única e mesma história dos Deuses do Poder e da origem do Clã Li.

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Tornara-se comum para ela estes momentos de silêncio nos últimos meses. Na verdade, comuns demais para o gosto dela. Toda vez que parecia começar a entender as coisas, mais e mais fatos vinham a tona para deixá-la mais uma vez confusa. E no final das contas, a mesma pergunta soava na mente dela: "Por que eu estou metida nisso?"

Meylin (quebrando o silêncio): 'Vocês... Vocês... Estão nos dizendo q... que...' Sakura foi tirada bruscamente de seus pensamentos quando a chinesa começou a falar e, visto que ela própria não sabia o que dizer, continuou quieta, esperando que Meylin pudesse dizer algo que deixasse sua mente menos confusa. Já a garota de olhos rubis, respirou fundo, encostando-se no banco onde estava sentada, buscando melhor equilíbrio diante do que acabara de ouvir, antes de continuar a falar. 'Vocês estão me dizendo que essa aí...' E apontou para Yume 'É a mãe da Escolhida, a qual é mãe do primeiro legítimo líder do Clã Li!' Terminou quase que cuspindo as palavras, a verdade delas não parecendo querer entrar em sua mente.

Os olhos de Sakura se arregalaram diante do dito. Não porque não pensara segundos antes na mesma possibilidade, mas justamente por haver alguém ali que pensasse o mesmo, fazendo com que seus medos de que estivesse certa fossem comprovadas. Sim, estava com medo de estar certa, pois se o que Yume dizia era verdade, se as hipóteses de Meylin estavam tão certas como as suas, isso fazia tudo muito mais complicado e ao mesmo tempo tudo mais claro para ela. Talvez claro até demais...

É, justamente devido ao fato de muitas coisas clarearem em sua mente, muitas outras se tornavam ainda mais turvas. Fazendo sua mente encher-se de perguntas e dúvidas. O que tudo aquilo significava? Por que Yume tinha que voltar? E por que ela estava cuidando dela por tanto tempo? Por mais que tentasse achar soluções, mais sua mente se confundia. Pois hipóteses se formavam cada vez em maiores quantidades e ela estava certa de que não queria que nem metade delas estivessem, até mesmo, próximas da verdade.

Sakura estava de cabeça baixa, com as mãos apertadas firmemente em seu colo, quase tremendo. Aquilo tudo estava indo mais longe do que ela pudera imaginar. Primeiro, achou que fora uma mera coincidência Syaoran ir para lá. Depois, descobriu os reais motivos dele e com isso veio a necessidade de contar sua verdade para ele. Ela matou um homem, perdeu a amizade de alguém mais precioso do que ela imaginara, teria que combater um homem que ela nem ao menos conhecia com chances mínimas de vencer... E agora descobria que uma mulher, com centenas de anos, voltava ao mundo dos vivos para se vingar desse mesmo homem ao qual Syaoran odiava tanto e, para completar tudo, descobria que, invés dele, fora ela a observada por mais de dez anos! E por quê?

As mãos da japonesa tremeram mais forte em seu colo, enquanto angústia e raiva por não saber no que estavam colocando ela tomavam conta de sua mente. Não sabia mais a quem recorrer. Eriol, que sempre estivera ao seu lado, agora, mais do que nunca escondia fatos dos quais ela tinha que saber, simplesmente tinha.

Tomoyo, pobre Tomoyo, não tinha idéia do que estava acontecendo e nem ao menos tinha um treinamento próprio caso tivesse que se defender. Touya... Suspirou ao lembrar dele... Touya partira sem dizer adeus. E por mais que ela tentasse ficar com raiva da súbita partida do irmão, sabia que ele estava fazendo o certo. Assim como ela, ele também tinha sua vida a ser resolvida.

E Syaoran... Sakura voltou seus olhos para o rapaz, lembrando-se de tudo o que passara com ele... Desde seu treino, dos desentendimentos, da amizade, da ajuda em sua recuperação, do ódio ao descobrir a verdade, da necessidade que a presença dele se fazia cada vez maior para ela. Syaoran também tinha seus problemas a resolver e fora atrás dela, ou pelo menos do Mestre das Cartas, para ajudá-lo. Será que ela poderia ser algum dia algo mais do que uma simples ajuda numa luta ou batalha? Será que ele se preocupava com ela? Mesmo que fosse só como amigos?

Enquanto pensava nisso, sentiu os penetrantes olhos âmbares do rapaz nos seus e o tempo pareceu parar naquele segundo. Os dois feiticeiros encararam-se por longos segundos, sem palavras a serem ditas, sem ações a serem feitas, apenas olhando-se como se o simples gesto pudesse dizer tudo o que não podia ser dito ou não se queria ser dito. Olhos nos olhos, as verdades vêem a tona, e não havia barragens suficientemente fortes entre aqueles pares de olhos para um não conseguir entrar na alma do outro através destes.

Eriol (falando subitamente): 'Sim, Meylin. Yume é a mãe da escolhida, Yukio. Conseqüentemente a avó do grande primeiro legítimo líder, Susano.' Assim que as palavras do inglês começaram a ser ditas, o "feitiço" que parecia prender os olhos de Sakura e Syaoran um no outro foi quebrado e cada um desviou a face para um lado.

Contudo, um leve sorriso surgiu na face de uma jovem feiticeira, de belas orbes verdes e poderes mais elevados do que alguém poderia imaginar vindo de tão delicada figura. Um sorriso simples, mas que detinha nele uma reação ao alívio de um coração machucado. Que parecia finalmente ter encontrado alguém que a ajudasse a repará-lo, por mais que a ajuda parecesse não querer agir e por mais que o coração não parecesse curar, ainda assim um estava ali, ao lado do outro, e algo quase esquecido ressurgiu no alma da jovem e delicada flor de cerejeira...

...Esperança.

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Yume observou os olhares de Syaoran e Sakura e um leve sorriso voltou as suas faces antes que voltasse a prestar atenção no que Eriol dizia. Contara parte de sua história para aqueles estranhos e ao mesmo tempo tão conhecidos para ela. Não havia terminado ainda e ela sabia que quando isso ocorresse, muito iria se passar na mente de cada um e finalmente ela poderia saber se teria aliados contra aquele que destruiu sua família.

Não sabia se era justo colocar estas pessoas, em especial Sakura e Syaoran, em sua vingança pessoal. Mas ela precisava da ajuda deles... E por mais que lhe doesse na alma pensar que mais uma vez veria gente ser ferida, quanto a isso, nada ela podia fazer...

Olhou para a matriarca do Clã Li e sua face se contraiu em seriedade. Tai Ming tentara alcançar uma vez o poder através dos meios mais imorais e perversos que alguém poderia tentar. E agora, que finalmente ela conseguira voltar, podia perceber facilmente que voltara exatamente na época em que ele tentava mais uma vez usurpar a liderança de seu Clã.

Contudo, dessa vez ela não permitiria que assim fosse, não importa o que tivesse que fazer. Ela partiria para o mundo dos mortos, mas Tai Ming, Senhor da Astúcia, partiria junto dela.

Meylin (sem idéia do que se passava na mente das pessoas ao seu redor): 'OK, entendi. Yume é mãe da escolhida, avó do grande líder. Ótimo, ela é ancestral de duas das maiores figuras que nosso Clã já teve, no entanto, perdoe-me dizê-lo...' Falou olhando com certo receio à mulher de cabelos e olhos tão iguais aos seus. 'Bom... Apesar de tudo isso, Yume-sama suicidou-se, por motivos que ninguém até agora sabe, e, agora, retornou ao mundo dos vivos, por motivos que ninguém sabe também!'

A menina deu uma pausa, respirando profundamente, como se dizer tudo aquilo lhe tivesse requerido não só fôlego, mas força de espírito para trazer a debate situações tão delicadas como os da ancestral do Clã Li.

Meylin (fechando os olhos antes de continuar): 'Eu não tenho poderes mágicos e nunca vou ter, mas eu cresci junto de pessoas de grande magia e algumas coisas eu aprendi também. Uma dessas coisas é o fato de que nenhuma pessoa tem o poder de voltar ao mundo dos vivos se não tem algo a resolver, alguma situação que não pode dar paz a sua eternidade no outro mundo.' Parou, olhando por um segundo de relance para Yume. 'O que eu não entendo, é: que assuntos inacabados uma mulher de família tão prestigiada durante sua vida pode ainda ter a resolver!'

Diante das palavras, todos ficaram tensos, sabendo que fora de bastante ousadia da chinesa falar da vida de uma mulher que ela mal conhecia de maneira tão despreocupada. Eriol e Yelan lançaram um olhar para Yume, talvez tentando prever o que ela iria fazer e evitar qualquer situação desagradável que viesse a ocorrer.

Por sua vez, Tomoyo encolheu-se ainda mais ao lado de Sakura, que, apesar de estar tensa, não retirava o olhar de Yume, assim como Syaoran. Os dois guerreiros observavam com toda atenção qual seria a reação da mulher diante das palavras desenfreadas da chinesa mais jovem ali.

Entretanto, não houve real fundamento para a tensão e preocupação de Eriol e Yelan ou qualquer presente ali. Pelo menos não aparente. Yume, que mantinha a cabeça baixa, resolveu se pronunciar novamente.

Yume (em tom baixo e levemente alterado): 'Não deveria falar de coisas que não sabe tão despreocupadamente, jovem Li.' Começou a mulher, levantando a cabeça séria e lentamente em direção à Meylin, que ficou estática, sem saber o que fazer diante do olhar tão profundo que recebera. 'Sua audácia e coragem são admiráveis, mas são mais úteis quando usadas com cautela. Você me admira, mas ao mesmo tempo, renova em meu coração à ira que eu tento resguardar, pois ela só é destinada a uma pessoa.'

Meylin engoliu em seco diante das palavras duras e relativamente perigosas daquela mulher que, realmente, mal conhecia. Abaixou a cabeça, talvez por medo, talvez por vergonha, antes de, surpreendendo a todos, voltar a falar.

Meylin (em tom baixo): 'Peço perdão se falo do que não sei, Yume-sama. Entretanto, não vejo outra alternativa se é a única maneira de saber a verdade e assim poder ajudar meu primo em seu propósito.' Parou por um segundo e o silêncio era sepulcral. Antes de continuar, levantou a cabeça, encarando Yume com determinação nos olhos. 'Posso não estar certa em minhas palavras, mas se é este o caso, peço, se não imploro, que diga-nos por que está aqui e o que quer de nós.'

Eriol, que a tudo ouvia silenciosamente, sorriu discretamente diante das palavras firmes da chinesa. Meylin podia ser despreocupada e até mesmo inconseqüente. Mas ela sabia lutar pelo o que queria, fosse física, fosse oralmente.

E logo que ouviu as palavras de Meylin, Yume pareceu aliviar suas feições, antes que um sorriso triste aparecesse em seu rosto, um sorriso que dizia que agora eles entenderiam finalmente o que ela estava fazendo ali.

Yume: 'Agora que vocês já sabem de minhas origens, creio também que já sabem de grande parte da minha história, mesmo que indiretamente. Acho que só cabe agora a mim clarear alguns pontos do passado e revelar outros que justifiquem minha volta e, por fim, por quê estive observando Sakura por tanto tempo.' Todos ficaram silenciosos, a espera das palavras por tanto tempo esperadas. Yume abaixou a cabeça, antes de finalmente acabar, ou pelo menos tentar acabar, com as dúvidas de todos.

"Vós já sabeis que de meu ventre nasceu a Escolhida e do ventre desta o Legítimo Líder do Clã Li. Contudo, o que não lhes foi revelado, foram as circunstâncias em que estes fatos ocorreram."

Yume começou lentamente, com a face baixa, mas assim que atingiu suas últimas palavras, seu rosto levantou-se e um olhar cheio de sentimentos, desde dor, até o mais profundo ódio, penetrou na alma de todos ali presentes, como se eles também pudessem sentir o que ela sentia.

"Yukio negou-se em se casar com Tai Ming, o filho do Senhor da Astúcia, pois ela já tinha escolhido seu marido, como vocês já sabem.

Além desse fato creio eu que também é de vosso conhecimento que, pouco depois do casamento, meu genro morreu, sem motivos aparentes e todos acreditavam que teriam de casar a Escolhida mais uma vez se não quisessem nova discórdia entre eles.

Mas ela se negou novamente. E durante algum tempo, ela sofreu um mal do qual ninguém pôde descobrir a origem. Mal que perdurou até descobrirem que ela estava grávida.

Ela estava grávida e todos souberam assim que a criança nasceu que ele era um legítimo líder, que era filho do descendente direto do deus Trovão e que, finalmente, a discórdia em nossa família iria acabar com este nascimento.

Creio que todos vocês sabem disso e que, minha filha morreu no parto, devido ao seu estado tão debilitado.

Fui eu que criei meu neto, da melhor maneira que pude, apesar de toda a dor da perda da minha querida Yukio.

Criei Susano até ele ter idade suficiente para tomar seu lugar dentro de nossa família e, com todo o seu dom, unir-nos até formarmos o famoso e mais antigo Clã da China e provavelmente do mundo.

Assim que eu percebi que meus objetivos estavam concluídos, descobri algo e diante disso, nada mais me restou a não ser retirar minha vida... Pois não suportaria nem mais um dia neste mundo."

Sakura (calma e tristemente): 'Sim, Yume-sama, sabemos de toda a sua história. Sabemos, ou pelo menos imaginamos o quanto deve ter sofrido...' Parou um momento, levando sua mão até a mão pálida daquela mulher sem paz, apertando-a levemente e surpreendendo esta pelo gesto não esperado.

Yume observou Sakura por vários segundos, antes de sorrir um sorriso triste, tristeza que alcançou seus olhos e que disseram imediatamente para Sakura que havia mais do que ela imaginava naquela história. E suas suposições foram confirmadas, pois Yume continuou.

"Sim, vocês sabem de minha história. Da história do Clã Li. Mas vocês sabem da história que foi passada de geração em geração, história a qual está contada pela metade, visto que muitos, muitos poucos sabem dela como um todo."

O silêncio mais uma vez se fez presente, e ninguém ousou se pronunciar diante do estado e das palavras que aquela mulher proferia. Yume mais uma vez levantou o rosto, e dessa vez para poder contar aos presentes a parte de sua vida mais dolorosa, mais sofrida, fonte de todo seu desespero e de sua súbita partida para o outro mundo...

"Vocês sabem que meu genro morreu sem causas aparentes... Vocês sabem que minha filha ficou doente, mas não sabem por quê... E finalmente... Vocês sabem que ela morreu no parto, mas não o motivo disso...

-...-

Meu genro, Adad, aquele que descendia do deus Trovão... Não morreu sem causas aparentes e muito menos minha filha...

Adad foi morto... E Yukio foi levada à morte."

Os olhos de todos se arregalaram e, apesar de o mesmo não ocorrer em Eriol e Yelan, as palavras também eram novidade para eles. Novidade um tanto quanto esperada, mas não comprovada para os dois magos... Adad e Yukio foram mortos... E nenhuma palavra precisou ser dita para eles saberem quem fora o culpado...

Syaoran (rangendo os dentes, cabeça baixa): 'Tai Ming...'

Yume voltou seu olhar para o rapaz, olhar com o mesmo brilho da dor e rancor que ainda a faziam viver. O olhar dos dois se encontraram e eles sentiram mais uma vez, por um instante, o mesmo que o outro, o mesmo sentimento, a mesma raiva, o mesmo ódio e sede de vingança. Yume acenou afirmativamente para o rapaz, tanto para comprovar as suspeitas de todos, como para garantir a este sua compreensão para com seus sentimentos.

A mulher abaixou seu rosto mais uma vez, e novamente o levantou, e seus olhos, espelho de sua alma, mais uma vez revelou o que nela continha, não mais raiva, não mais rancor, não mais dor ou sofrimento, apenas ódio, simples e puro ódio.

"Tai Ming matou Adad durante uma expedição que nossa família fazia e para todos disse que o encontrara gravemente ferido por flechas de selvagens.

Ninguém duvidou das palavras do futuro Senhor da Astúcia, visto que o pai dele ainda vivia, pois assim como seu deus regente, sua fala mansa e manipuladora não deixou dúvidas na mente de nenhum presente.

Contudo... Com o tempo minha mente foi abrindo portas para novas possibilidades. Portas que só se abriram quando estava eu a ajudar minha filha a dar a luz a Susano e ouvir as últimas palavras dela, palavras em forma de prece. Que fizeram todo meu ser contrair-se em dor com o que aquilo significava..."

Yume parou por um segundo, apertando suas mãos em seu colo, antes de conseguir forças para continuar, mais uma vez olhando para aqueles a sua volta.

"Yukio estava fraca, mas não o suficiente para morrer... Assim ocorreu pois, logo Susano nasceu, ela recitou uma poderosa magia que... Para poder ser feita, exigia um sacrifício...

Exigia a vida dela..."

Yume mais uma vez abaixou a cabeça, desgastada com as palavras que proferiam, e Sakura não pôde deixar de notar uma única lágrima que desceu pelo rosto da poderosa feiticeira. Aquele seria o ápice de tudo... O que ela estava prestes a dizer causava-lhe a mais profunda dor e ao mesmo tempo era o que mais precisava ser dito.

Yume respirou profundamente, recompondo-se ao máximo que pôde antes de continuar com toda sua determinação.

"Tai Ming matou Adad porque queria desposar Yukio e assim ser o novo líder do Clã.

Mas diante das negações dela... Ele... Aquele maldito homem...

-...-

Aquele maldito homem violou minha filha..."

Sakura sentiu uma lágrima cair subitamente de seus olhos surpresos. Enquanto todos ali ficaram mudos de completo choque diante das palavras. Mas nenhuma palavra pôde vir de nenhum deles pois a mulher continuou com toda a força que ainda encontrava em sua alma.

"Aquele homem... Aquele ser inescrupuloso e repugnante violou minha Yukio várias e várias vezes durante os meses seguintes. Mas ela nunca se pronunciou sabendo que, numa família em que a palavra de uma mulher comparada a de um homem era como a de um verme para com um deus, seria morta diante de tamanha audácia.

E ela agüentou quietamente, durante todos os meses, pois ela sabia, sempre soube, que em seu ventre crescia o último presente que seu marido lhe dera e não iria desistir disso.

Quando Tai Ming percebeu que ela estava grávida, parou com os abusos, crendo piamente que o filho era seu.

Mas... Quando a criança nasceu... Logo se soube de quem era realmente a criança e... Yukio...

Oh, minha Yukio...

Sabendo o que Tai Ming iria fazer com seu filho assim que tivesse a chance... Lançou um feitiço para proteger seu bebê.

Neste feitiço as seguintes palavras foram proferidas:

'Jamais alguém irá fazer mal aos descendentes de meu sangue até que nasça a criança que trará em si o poder dado por um deus, assim como esta criança que agora nasce recebeu. E como sacrifício para o cumprimento de minhas palavras, entrego todo meu sangue e toda minha alma aos deuses.'

E após tais palavras serem proferidas, Yukio faleceu imediatamente."

Todos ficaram quietos, compreensão atingindo a mente de cada um. Mas Yume não havia terminado, e, visto que se recuperara do que tivera de dizer, concluiu finalmente.

"Eu não pude compreender as preces de minha filha, que nunca antes havia me dito uma só palavra sobre tal assunto.

Mas de pouco em pouco, enquanto meu neto crescia, fui encaixando uma peça a outra. Até finalmente o quebra-cabeça se tornar claro, exatamente no dia em que meu neto assumiu seu posto em nossa família.

Neste dia, vi com meus próprios olhos que Tai Ming iria matá-lo assim que as bênçãos de cada ancião fosse dada a Susano.. Nesta época, Tai Ming já era um ancião.

Eu vi o reluzir da lâmina escondida no manto dele, mas já era tarde para eu agir. Tai Ming estava prestes a dar suas bênçãos a Susano e foi nesse momento que ocorreu o que minha filha previra.

Tai Ming tentou apunhalá-lo, mas, para a surpresa de todos, ele foi jogado longe, com tamanha força e violência que quase perdeu a consciência. Ninguém pôde compreender o que acabara de acontecer, e nem deram muita atenção após o incidente pois finalmente o verdadeiro líder era nomeado propriamente. Para alívio e paz de todos...

Contudo, eu vira. E eu sabia o que tinha acontecido. Finalmente eu pude compreender as palavras de Yukio e finalmente eu comecei a supor os reais motivos para ela ter sofrido tanto durante os primeiros meses de sua gravidez.

Encontrei, por fim, a prova final de minhas suposições. O diário de minha filha, que até aquele momento nunca antes eu havia achado, talvez devido à própria Yukio que poderia ter feito alguma magia para que assim fosse até o momento propício da verdade ser dita.

E após cada linha, cada página dos últimos dias de Yukio serem lidas e finalmente compreendidas por mim, eu sabia que teria de agir de alguma maneira.

Mas eu já era velha e não tinha nem metade do poder que Tai Ming possuía. E é nesta parte de minha história, que o Mago Clow e suas Cartas entram em cena."

Yume parou mais uma vez, observando à reação de todos. Eriol e Yelan já sabiam dessa parte da história, era óbvio devido à face calma dos dois. Meylin e Tomoyo nada diziam, esperando que Yume continuasse. Já Syaoran e Sakura... Bom, eles pareciam finalmente compreender o que estava prestes a ser dito.

"Busquei por Clow, para que ele pudesse me ajudar. Mas apenas gastei esforços à toa, pois há muito ele tinha partido de nosso Clã e não demorou muito para eu descobrir que havia partido do mundo dos vivos também.

Foi então, no ápice de meu desespero, que eu percebi exatamente o que fazer.

E foi exatamente este feitiço que vocês imaginam que eu utilizei. Resolvi que não era hora de agir, sabia que haveria um momento certo, tinha absoluta certeza disso. E quando um dos nossos videntes me disse que dois grandes poderes nasceriam em uma mesma época, eu tive certeza do que ele quis dizer e não tive mais dúvidas sobre o que fazer.

Eu resolvi selar-me no livro de Clow que, apesar de não estar em algum lugar onde minha mente pudesse encontrá-lo, ainda sabia existir. E para poder selar-me, assim como Yukio, paguei o mesmo tributo, tirei minha vida, vida que não mais tinha utilidade naquele momento.

Quando o livro voltasse a ter dono, eu iria renascer e, com poderes renovados pelo poder que este selamento me daria, finalmente poderia fazer justiça."

Sakura (olhando para baixo, seguindo uma linha de raciocínio): 'Foi por isso que, quando eu achei e abri o livro das cartas, você teve a possibilidade de renascer novamente. E, esperou até eu ter domínio total sobre as cartas para que também atingisse o máximo poder que o selamento poderia te dar...' Sakura voltou seu olhar para Yume, como seu buscasse afirmação para sua suposição, Yume apenas sorriu para esta.

Syaoran (desencostando-se da árvore e apoiando-se em um dos bancos, sério): 'Ei, espere um pouco. Você selou-se no livro das cartas para poder voltar um dia, quando um novo mestre das Cartas surgisse. Mas por que justamente no livro de Clow? Havia outras maneiras de você renascer.'

Yume (sorrindo um pouco): 'Eu tinha esperanças que o novo dono do livro fosse a reencarnação de Clow e assim eu teria a ajuda dele em minha vingança.' Parou, olhando para Eriol. 'Mas parece que Clow tinha outros planos e foi em uma delicada jovem que ele resolveu depositar seu maior legado. Assim sendo, achei que era de minha responsabilidade zelar por ela. Primeiro, pois se o Mestre das Cartas viesse a falecer, eu também iria partir. Mas depois...' Continuou, dessa vez voltando seu olhar para Sakura. 'Mas depois eu me afeiçoei a esta jovenzinha, tão delicada e tão forte, como se fosse a neta que eu nunca tive...' Sakura sorriu com doçura para a mulher e esta devolveu o sorriso, serenamente.

Syaoran (meio irritado): 'Muito bem, eu já entendi essa parte. Mas, me diga, por que você não partiu para a China assim que Sakura dominou totalmente as cartas?' A pergunta brusca foi seguida de um silêncio instantâneo. E Syaoran piscou duas ou três vezes, tentando entender por quê daquela reação de todos. Olhou para Sakura, e finalmente pôde entender, diante do olhar triste e doloroso, que ela lançava ao chão, sem querer que ninguém a notasse.

Yume (novamente séria): 'Quando Sakura finalmente dominou suas cartas, era justamente este o meu objetivo. Partir para a China e realizar meus propósitos... Contudo... Creio que todos sabem o que aconteceu para me impedir de tal ato...'

Eriol (suspirando e voltando a falar finalmente): 'Quando ocorreu aquela fatídica noite em que Fujitaka-san faleceu... Sakura perdeu os movimentos das pernas e a confiança em si mesma... Ouso dizer que, mesmo que Yume-sama tivesse todo o poder que o selamente lhe dera para vencer Tai Ming, esta preferiu continuar ao lado de Sakura, até que finalmente esta tivesse se recuperado do acontecido.'

Sakura olhou surpresa para Yume, que a olhava com carinho, confirmando as suposições de Eriol. Yume não via nela apenas um instrumento para vencer o Senhor da Astúcia... Ela realmente se importava com Sakura... E o coração da japonesa encheu-se de alegria diante do fato, lágrimas chegaram aos seus olhos, mas a menina não deixou que elas descessem novamente por sua face... Não em um momento como este...

Yume (olhando Sakura): 'Quando eu vi quem era o escolhido de Clow para Mestre das Cartas, realmente achei que ele havia cometido uma loucura... Tão frágil e desprotegida a menina parecia ser...' Parou por um instante, sorrindo para Sakura. 'Mas com o tempo pude perceber que a força que esta menininha possuía era maior do que eu poderia ter previsto... Não só como maga, mas também como pessoa... E durante esses exatos doze anos, desde que ela abriu o livro, eu tive um pouco de paz ao poder zelar por uma pessoa que tanto merecia afeto... Uma pessoa que se arriscou mais de uma vez pelos amigos, antes de pensar em si mesma...'

Houve um breve silêncio, em que Sakura observava Yume, e esta respondia com o mesmo gesto. Logo, a maga voltoua falar.

Yume (com carinho): 'Sakura, você me lembra muito de minha filha, por sua bondade e por se preocupar tanto com aqueles que ama, mas também me lembra muito meu neto, que sempre lutou por seus ideais até firmar definitivamente nosso Clã. Sei que não vou ficar aqui para sempre, mas enquanto estive aqui, tive um pouco de paz, pois sabia que fazia o certo ao cuidar de alguém como você.'

Diante das palavras, os olhos de Sakura encheram-se mais uma vez de lágrimas e dessa vez ela não conseguiu resistir. Duas ou três gotas desceram por seu rosto e ela sorriu delicadamente para a mulher, como um gesto de seu agradecimento por tamanha preocupação e consideração.

Todos ficaram em silêncio por mais alguns segundos, enquanto Tomoyo tentava acalmar sua emocionada prima. Foi Syoaran quem primeiro falou.

Syaoran (olhando Yume com os mesmos olhos desconfiados de sempre): 'Você disse que buscou por Clow quando quis ajuda para se vingar de Tai Ming, correto?' A mulher meneou levemente sua cabeça e o rapaz continuou. 'Nunca nos foi claro o papel que ele teve em nossa história, você pode clarear isso para nós?' O tom era levemente brusco, talvez por ansiedade e impaciência por revelações que há tanto o rapaz esperara ouvir. Mas a mulher já estava acostumada com aquilo, não era a toa que dizia ser este rapaz tão parecido com seu neto, de temperamento forte e palavras firmes.

Yume: 'Clow era filho de minha irmã com um homem que não era de nossa família, antes dela se casar com o Senhor da Astúcia, após a morte de seu primeiro marido. Apesar de sua origem não totalmente pura, ele seria nomeado ancião da Lua, como sua mãe, mas ele se negou, os motivos nunca nos foi deixado claro.'

Syaoran (pensando um minuto antes de falar): 'Se ele era seu sobrinho, filho da Senhora da Lua com um estranho...' Os olhos de Syaoran se arregalaram antes dele continuar... 'Filho da mesma Senhora que se casou com o Senhor da Astúcia, então...'

As palavras ficaram no ar, e Yume apenas acenou afirmativamente. Syaoran teve que se segurar para não cair.

Syaoran (totalmente descrente): 'Então o Mago Clow era meio irmão de Tai Ming!' Sakura olhou para o rapaz com o mesmo olhar de descrença acompanhado de sua própria surpresa. Palavras lhe fugiam da boca mais uma vez.

Yume (ignorando a reação dos presentes): 'Exatamente. Clow era meio irmão de Tai Ming e foi por causa dele que Yukio conseguiu se casar com Adad. Pois se não fosse pela intervenção dele e de sua revelação quanto às origens de meu genro, jamais o casamento iria ocorrer.' Ela parou um segundo, antes de levantar o olhar para os presentes e concluir. 'Clow desapareceu pouco depois de Yukio dar à luz a meu neto, sem deixar vestígios de seu paradeiro...' Parou novamente, lembrando-se de seu sobrinho antes de continuar. 'Clow sempre foi o mais poderoso de nossos magos e por pouco não se tornou nosso líder. Ao que, tenho certeza, negaria tal posição... A verdade é que... O que mais impressionava nele era às origens de seu poder... Diferenciando-o de qualquer outro...'

Sakura (fechando a expressão um pouco, confusa): 'O que quer dizer, Yume-sama?'

Yume (olhando a moça um segundo antes de continuar): 'Clow não era regido por um deus como todos nós, pessoas mágicas ou não...' Parou antes de concluir 'Ele era regido por dois deuses, o deus Sol e a deusa Lua.'

Todos olharam para Eriol no mesmo instante, como se buscando confirmação para as palavras de Yume. O rapaz mantinha a cabeça baixa, mas afirmou lentamente, antes de ele mesmo falar.

Eriol (calmamente): 'Foi este um dos principais motivos que tornou tão fácil para Clow reencarnar não em uma, mas em duas pessoas.' Sakura ficou confusa, sem entender o que o rapaz estava dizendo (1) 'Apesar disso, nem tudo saiu como ele queria e, enquanto um de nós nasceu com todos os poderes que o mago Clow possuíra, o outro nasceu sem nenhum poder, um humano comum.'

Sakura (estranhando a nova revelação): 'E... E quem é essa outra pessoa que foi o Mago Clow, Eriol-kun?' O rapaz voltou o olhar para a garota, sorrindo levemente.

Eriol: 'Isso não é de total importância agora, Sakura... No tempo certo, eu hei de te contar toda a verdade que minha mente se recorda do Mago Clow que um dia fui.' Sakura ficou em silêncio por um segundo, mas logo afirmou levemente com a cabeça, deixando o assunto de lado, pelo menos por enquanto.

Yume (sem perder mais tempo): 'Agora que toda a história já foi dita, espero poder contar com vocês contra este monstro em corpo de homem... Este homem que destruiu a vida de tantas pessoas...' Falou ela de olhos fechados e tom levemente rancoroso. Abriu os olhos lentamente para logo continuar. 'Tai Ming deve pagar por seus crimes e...'

Mas a maga foi interrompida pela súbita chegada de duas figuras inesperadas...

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Yelan acompanhou toda a conversa quase muda, apenas escutando o que Yume e os outros tinham a dizer. Era verdade, ela sabia muito sobre a história de Yume, no entanto, percebeu com o decorrer da narrativa que não sabia nem metade do que imaginava. Ao ouvir toda a narrativa, a cada frase e a cada descoberta, seu coração ia se apertando cada vez mais.

Como Tai Ming podia possuir tamanha ambição, tamanha ganância a ponto de fazer tudo o que fizera? A pergunta sempre voltava à mente de todos, mas nunca era achada uma resposta justificável... E mais uma vez ela se viu a beira de lágrimas, como muitas vezes antes acontecera e ela evitara para não preocupar seus filhos. Tai Ming causara tanto mal no passado... E causara no presente também... Desde a época em que Shang ainda estivera entre os seus.

A matriarca do Clã Li apertou seus punhos em seu colo, sem querer que os outros percebessem seu estado. Fora por culpa de Tai Ming que Shang passara o que passou e, no final, seu próprio filho passou a odiá-lo por culpa do primeiro... Como queria que isso chegasse a um fim... Como queria contar toda a verdade para Xiao Lang. Mas ela se mantinha em silêncio, mantinha-se em silêncio pois sabia que, a partir do momento que seu filho soubesse da verdade... Uma catástrofe poderia ocorrer... Conhecia o gênio do filho, e sabia o que ele seria capaz de fazer ao descobrir a verdade.

No entanto, ela também sabia que não poderia manter-se calada por toda vida. Shang não merecia o ódio que seu filho devotava por ele e, por mais que não houvera sequer uma vez que ela o tenha visto novamente, sabia que onde quer que marido estivesse, neste ou no outro mundo, ainda assim se preocupava com ela e com seus filhos...

No momento certo ela contaria a verdade. No momento certo ela diria tudo o que estava entalado por tanto tempo não só na garganta, mas comprimindo toda sua alma e coração. Chegaria a hora certa de Xiao Lang saber que a causa da partida de seu pai fora devido...

A linha de raciocínio da mulher foi quebrada por duas figuras que chegavam subitamente no local. Deixando a todos surpreendidos e tensos, devido à aparição ser inesperada e devido ao motivo que os fizera partir e agora voltar.

Eriol (sério): 'Parece que muitas coisas aconteceram enquanto estiveram fora, não é mesmo, SpinelSun e Kerberus?'

Os dois seres alados que acabaram de pousar no jardim da casa observaram a todos com certo espanto, não esperando encontrá-los todos reunidos. Contudo, não era esse o momento para perguntas, principalmente a respeito dessa mulher que aparecia ali e eles não sabiam de quem se tratava.

Teriam evitado aparecer enquanto ela estivesse presente, caso tivessem percebido que ela estava ali. Mas a verdade era que eles atravessaram todo um oceano com tanta velocidade e sem descanso que estavam no limite de suas forças. Entretanto, o importante era que tinham chegado a tempo... Tempo que eles não podiam desperdiçar.

SpinelSun (sem fôlego, tentando suportar o cansaço): 'Eriol-sama, preparem-se e apressem-se, pois Tai Ming partiu da China faz pouco menos de uma semana e creio que não demorará mais sete dias para ele chegar aqui.'

Todos ficaram silenciosos. Eriol e os outros pressentiam que o momento inevitável estava próximo, mas não esperavam que fosse tão próximo assim.

Eriol (sério): 'Muito bem, quero um relatório completo do que aconteceu. Contudo, acredito que vocês dois precisam de um pouco de descanso.' Mal o rapaz concluíra sua sentença e os dois Guardiões alados voltaram a suas formas falsas e despencaram no chão, inconscientes.

Sakura caminhou até os dois, pegando-os no colo, com compaixão escrita em seus olhos.

Sakura (olhando com carinho os dois felinos, quase em um murmúrio): 'Fizeram um bom trabalho, meu amigos... Descansem enquanto podem...' Antes de partir, voltou o olhar para os outros, em específico Eriol. 'Eriol-kun, por que Nakuru não está aqui?'

Eriol: 'Bom... Ela foi até a cidade depois que eu fui conversar com Yelan agora a pouco... Acredito que a partida de Touya a afetou mais do que eu imaginara...' Concluiu quase em um sussurro.

Tomoyo (escondendo seus olhos ao abaixar a cabeça lentamente): 'Ele me pediu para fazer as despedidas para ele, Sakura-chan... Disse que não teria forças para isso...' Eriol e Sakura voltaram seus olhares para a moça. Tomoyo ainda mantinha a cabeça baixa e falava quase em um sussurro. 'Desculpe-me, Sakura-chan...'

Sakura arregalou levemente os olhos, confusa por não saber exatamente por quê a prima lhe pedia desculpas. Neste instante, a moça de cabelos escuros levantou o olhar para a outra, deixando visível para todos que seus olhos estavam cheios de água. Sakura ficou atônita.

Sakura: 'O que...' Mas não concluiu a pergunta. Tomoyo balançou a cabeça negativamente, fechando os olhos por um momento e abrindo-os novamente para continuar a falar.

Tomoyo: 'Desculpe-me, Sakura-chan... Eu sei que Touya tomou a decisão certa, mas... Eu não queria que você sofresse e mesmo assim não fiz nada para impedi-lo.' Abaixou a cabeça, envergonhada. Sakura olhou-a longamente, antes de sorrir um pouco.

Sakura (sorrindo): 'Ele iria de qualquer jeito, Tomoyo-chan...' Tomoyo ainda mantinha a cabeça baixa, parecendo tentar segurar as lágrimas. Sakura, vendo o estado da prima, aproximou-se mais ainda e a abraçou, surpreendendo a morena. 'Tomoyo-chan... Não havia nada que você pudesse fazer... A decisão era dele... E se você mesma disse que não fez nada para impedi-lo, é porque também sabia que não havia outra maneira. Eu sei que você se preocupa comigo, mas eu lhe garanto que eu entendo os motivos do meu irmão e respeito a decisão dele.' Tomoyo balançou a cabeça vigorosamente, de um lado para o outro, entre os braços de Sakura, um soluço escapou dos lábios da moça.

Tomoyo (sem levantar a cabeça): 'Não, Sakura-chan... Eu não o impedi porque sabia que nõa havia outra maneira... Eu não tentei impedi-lo e...' Parou por um segundo, tentando adiqüirir forças para concluir. Sakura ficou quieta, esperando que ela dissesse, mas a moça não parecia conseguir concluir. Neste instante, uma mão carinhosa tocou o ombro de Tomoyo, mas foram a voz e as palavras que a surpreenderam.

Eriol (sorrindo calmamente para a moça): 'Não há nada de errado em pensar em si mesmo de vez em quando, Tomoyo...' A garota ficou quieta, nem ao menos se mexia, tamanha parecia ser sua vergonha de si mesma. Sakura olhou para Eriol um segundo e realização pareceu fazer-se presente para ela, sorriu e mais uma vez voltou-se para Tomoyo.

Sakura (sussurrando apenas para a amiga): 'Escute, Tomoyo-chan... Estou muito feliz que você tenha encontrado alguém...' Dessa vez a morena levantou a cabeça, totalmente surpresa, olhos arregalados. Sakura sorriu um pouco, um sorriso que muito lembrava um dos "misteriosos" sorrisos de Eriol. 'Agora sorria, sim? Você fica mais bonita quando alegre...'

Mas a garota ainda estava pasma e bastante confusa com as palavras da prima. "Encontrado alguém"... Encontrado alguém? As palavras ressoaram na mente da moça, mas ela nada disse, nada fez... Apenas continuou olhando a prima, sem saber o que dizer ou pensar.

Contudo, parecia que Sakura adquirira alguns dos costumes de Eriol e apenas sorriu para a prima. Antes de levantar-se e encarar o amigo inglês.

Sakura: 'Quando Nakuru voltar, conte para ela o que se passa, Eriol-kun, por favor... Assim será mais fácil quando Kerberus e SpinelSun estiverem recuperados para nos contar o que aconteceu em sua viagem...'

Eriol (sorrindo calmamente): 'Era exatamente isso que eu pretendia, não se preocupe, querida Sakura.'

Sakura (sorrindo um pouco para Eriol antes de falar): 'Irei levar estes dois para um descanso merecido... Com licença.' E saiu do jardim, deixando aos outros para trás, quietos, com certa sensação tensa no ar. Sensação de pura expectativa quanto aos fatos que Kerberus e SpinelSun tinham a dizer.

Já Tomoyo... Bom... Esta estava perdida em seus próprios pensamentos... Mas, com toda certeza, não era em Kerberus e SpinelSun que pensava...

"Encontrado alguém..."

Tomoyo (sussurrando para si mesma): 'Mas o que ela quis dizer...?' (2)

# # # -

Já era noite e o rapaz estava em seu quarto, deitado, pensando em tudo o que estava acontecendo e o que ele estava prestes a enfrentar.

Sim... Há muito que ele queria confrontar Tai Ming, mas... Tudo o que ele acabara de saber, no final da tarde desse mesmo dia, deixara-o um tanto quanto apreensivo em relação a seu inimigo... Tai Ming era muito mais do que ele esperara, e ele não estava mais tão certo de que poderia vencê-lo.

Suspirou cansado, toda aquela conversa realmente o tinha desgastado, por mais que não deixasse seu cansaço refletir-se em seu corpo. Olhou através da janela do quarto e observou o céu sem Lua, mas cheio de estrelas.

Sakura...

Imediatamente o rapaz desviou o olhar, sabendo que não podia pensar nisso agora... Muito estava para acontecer e ele precisava de toda concentração que lhe fosse possível. Fechou os olhos, tentando descansar um pouco não só o corpo, mas sua alma ainda mais cansada também...

Entretanto, seu descanso foi curto, pois momentos seguintes ouviu alguém bater levemente em sua porta. Sentou-se em sua cama, encostando-se no encosto desta antes de permitir que a pessoa entrasse.

Syaoran: 'Está aberta.' A imagem calma e austera da mulher atravessou a porta e Syaoran arregalou um pouco os olhos de surpresa com a inesperada visita de sua mãe. Yelan observou o filho por instantes, antes de encostar a porta e se dirigir a uma das poltronas que havia no quarto, quietamente. Os olhos do rapaz apenas seguindo os movimentos da mãe...

Yelan (voltando lentamente os olhos para o filho): 'Creio que esteja bastante cansado depois de tudo o que ficou sabendo hoje, estou certa, meu filho?' O rapaz observou a mãe por um segundo, sem esperar por tal pergunta, antes de se ajeitar melhor na cama para respondê-la.

Syaoran (suspirando): 'Sim... Estou um pouco cansado... Toda esta história de Deuses do Poder, Origem do Clã Li... Morte e Vingança...' Parou um segundo, ao pronunciar a última palavra. Balançou a cabeça, dissipando o pensamento e voltando o olhar para a mãe. 'Sim, minha mãe, estou cansado de tudo isso... E não vejo a hora de poder acabar com isso também.'

A matriarca Li observou o filho tenso por um segundo, sabendo exatamente o que ele queria dizer com "acabar com isso". Respirou profundamente, antes de tomar coragem para falar.

Yelan: 'Por mais que esteja cansado, meu filho... Nosso tempo é curto e há certas coisas que você precisa saber.' Diante do olhar questionador do filho, Yelan encostou-se na poltrona, tentando relaxar um pouco, ao saber exatamente qual seria a reação do filho com suas próximas palavras. 'É a respeito de seu pai.'

Silêncio...

Silêncio que durou vários segundos...

O que isso...? Syaoran sentiu sua face contrair-se em raiva, antes de desviar o olhar para voltar a falar.

Syaoran (olhando para o lado, com raiva): 'O que aquele homem tem a ver com minha situação? Ou melhor, a ver com minha vida?' Assim que pronunciou a palavra, voltou seu olhar para mãe, olhar sério e cheio de rancor, que ela conhecia muito bem. Contudo, dessa vez ela não podia se dar ao luxo de interromper aquela conversa apenas para ver seu filho melhor... Logo, continuou o que começara.

Yelan (voltando o olhar para o filho, com certa seriedade): 'Ele tem tudo a ver com a sua vida, Xiao Lang. Ele é seu pai.' E antes que o rapaz pudesse fazer algum protesto, Yelan levantou a mão, em claro sinal para ele se manter calado. 'Sei que tem raiva de seu pai e... Não o culpo...' O olhar do rapaz foi de pura surpresa... Era a primeira vez que Yelan parecia não defender seu pai em uma de suas discussões com ela a respeito dele... 'Não o culpo, já que qualquer um teria a mesma reação se soubesse que o que acontecera foi do jeito que te contaram.'

O chinês ficou mudo diante das palavras. Mudo, por falta do que dizer ou por pura confusão. Como assim do jeito que haviam lhe contado? Haviam contado a falta de coragem de seu pai, como acontecera!

Parecendo ler o que se passava na mente do filho, Yelan suspirou cansada, antes de finalmente voltar a falar.

Yelan (séria): 'Xiao Lang, escute bem o que tenho para te contar... Pois não pretendo voltar a falar disso novamente...' O rapaz sentiu seu corpo tenso, diante do tom da mãe, sem dizer nada. 'Shang realmente lutou contra Tai Ming... Realmente houve uma batalha e realmente seu pai perdeu...'

Syaoran sentiu suas faces se contraírem em raiva, afinal de contas, qual era a diferença do que ela contava para ele agora e o que contaram para ele durante toda sua infância? E na qual grande parte das vezes com riso e deboche na voz de seus parentes...

Yelan (sem desviar o olhar do filho): 'Mas Shang não perdeu da maneira que você imagina, Xiao Lang...' E novamente o rapaz voltou o olhar surpreso para a mãe, a pergunta latejando em sua boca, mas não ousou interromper a senhora. 'Shang lutou contra Tai Ming para defender a honra de nossa família... E perdeu... Para proteger a mesma...'

Palavras... Palavras era o que ele procurava e não encontrava... Palavras para descrever a onda de pensamentos e sentimentos que passaram por sua mente assim que ouviu o que acabara de ser dito. O que sua mãe estava lhe dizendo? O que aquilo significava? No entanto, as palavras nunca saíram de sua boca, pois não havia forças diante de toda surpresa escrita por todo seu rosto. Yelan mais uma vez sentiu seu corpo cansado, antes que continuasse a falar.

Yelan: 'Assim como Yukio pagou para proteger seu filho... Assim como Yume-sama pagou para poder se selar em um livro... Seu pai também pagou para proteger sua família... Proteger-nos, Xiao Lang, proteger-nos contra Tai Ming.'

Syaoran sentiu sua face surpresa contrair-se mais uma vez, cheia de raiva do homem a quem mais uma vez se referiam como causador de seus problemas, dos problemas de toda sua família...

Syaoran (com raiva): 'O que ele fez, minha mãe? O que aquele maldito fez dessa vez que obrigou meu pai a fazer o que fez? A fazer algo do qual usaram como deboche contra mim durante toda minha vida?' Sua voz era cheia de raiva e rancor, se era de Tai Ming ou de Shang, Yelan não saberia dizer.

Yelan (abaixando o rosto, sem conseguir olhar o filho): 'Xiao Lang... O feitiço que Yukio lançou perdurou durante vários séculos... E todos seus descendentes foram protegidos contra Tai Ming até... Até o dia do seu nascimento.' O rapaz mais uma vez se viu sem fala, sem compreender o que a matriarca Li estava a lhe dizer.

Syaoran: 'O que... O que a senhora quer dizer com isso?' Foi tudo o que sua mente conturbada conseguiu formular.

Yelan (olhando-o mais uma vez): 'Meu filho... Meu querido filho... Assim como Susano recebeu seus poderes do próprio deus Trovão... Você também os recebeu... Como você já sabe...' A mulher parou por um segundo, observando a expressão do filho, expressão cheia de confusão, mas de uma certa compreensão sobre o que estava prestes a ser dito. 'E como o próprio feitiço dizia... Ele iria durar até que a criança detentora dos poderes vindo de um próprio deus nascesse... E assim foi...'

Novamente houve silêncio, enquanto Syaoran digeria as palavras de sua mãe... Após longos minutos de silêncio, em que ele parecia recuperar-se dos sustos que sua mãe estava lhe dando, o chinês voltou a falar...

Syaoran: 'A senhora... Está me dizendo que... Está me dizendo que...' As palavras não pareciam querer sair da boca do rapaz, mas dessa vez ele encontrou as forças que buscava, olhando mais uma vez sua mãe. 'Que meu pai sacrificou-se para que Tai Ming não pudesse me causar mal? É isso?' Um certo tom de culpa saía da boca do rapaz e Yelan ficou em silêncio, antes de responder lentamente e com toda calma que conseguia ter naquele momento.

Yelan: 'Seu pai, durante a luta contra Tai Ming, fez um pacto de sangue com seu inimigo. Um pacto que ninguém soube existir... Os dois sangravam durante a batalha... E Shang aproveitou a chance para encostar as duas feridas e declarar seu feitiço concluído com o pacto...' Yelan se calou mais uma vez antes de continuar. 'Tai Ming não seria capaz de tocar em nenhum de nossos filhos, isso inclui você e suas irmãs, até que você tivesse idade suficiente para confrontá-lo... E... Para que o pacto tivesse efeito... Para que Tai Ming concordasse com o pacto... Ele exigiu que Shang partisse e nunca mais voltasse...'

Syaoran não sabia como reagir. Não sabia o que dizer ou fazer. Ficou quieto, em sua mente um turbilhão de pensamentos controversos. Toda uma vida, toda a história que lhe fora contada por seus parentes durante toda sua vida... Mentira... Mentira!

Syaoran (rangendo os dentes, controlando ao máximo sua raiva): 'Maldito... Maldito Tai Ming! Eu juro que irei acabar com ele! Irei fazê-lo se arrepender de todo o sofrimento que causou! Eu juro que vou...!'

Parou subitamente, respirando profundamente, buscando o controle que começava a perder, e a aura verde que o circulava com certa violência era a pura prova disso. Fechou os olhos, e permaneceu quieto, mudo... Por vários segundos... Antes de encontrar as palavras certas para o que acabara de lhe surgir na mente.

Syaoran (com a cabeça baixa e respirando com certa força): 'O que a senhora quis dizer quando falou que meu pai lutou para defender a honra de nossa família?' Levantou lentamente a cabeça para observar a reação da mãe. 'Isso não tem nada a ver com "proteção"...' Yelan prendeu a respiração, arregalando levemente os olhos diante das palavras do filho, e Syaoran percebeu que realmente havia algo ali. 'Diga-me, minha mãe, o que meu pai defendia durante a luta, antes de perder para nos proteger?'

Yelan abaixou a cabeça subitamente, sem coragem de encarar o filho, sem saber exatamente como contar o que tinha que contar para ele... Não havia mais como esconder aquela verdade da perspicácia do filho...

Abriu a boca para finalmente falar...

Quando foi interrompida por uma batida na porta...

...-

Syaoran continuou observando a mãe, enquanto essa levantou-se para abrir a porta, fazendo o possível para não encontrar o olhar penetrante do filho. Ao abrir a porta, encontrou Tomoyo ali.

Tomoyo: 'Perdoe-me se os interrompo, senhora... Mas Eriol-kun mandou avisar que SpinelSun e Kerberus estão prontos para falar...'

Yelan (quase em um sussurro): 'Obrigada, jovem Tomoyo... Desceremos em um instante.' A moça afirmou com a cabeça e se retirou.

Yelan permaneceu segurando a maçaneta da porta por mais alguns segundos, buscando por equilíbrio, tanto do corpo quanto da mente, antes de voltar a olhar o filho, com olhos cheios de tristeza.

Yelan (murmurando): 'Vamos, Xiao Lang... Ainda temos alguns assuntos para resolver.' E antes que a mulher pudesse atravessar a porta, Syaoran voltou a falar.

Syaoran (seriamente, num tom alto para chamar a atenção da mãe): 'Ainda temos assuntos para resolver aqui também... Minha mãe...' Yelan permaneceu parada, olhando para baixo, sabendo claramente que seu filho a olhava com olhos cheios de seriedade. Voltou o olhar para ele, com a mesma seriedade e autoridade que a matriarca do Clã Li sempre demonstrou.

Yelan (séria): 'Você saberá de tudo no momento certo, Xiao Lang. Agora temos assuntos mais importantes para resolver. Vamos...' E antes que ele pudesse protestar, Yelan finalizou em tom autoritário. 'Agora.'

Syaoran observou a mãe por um segundo, antes de confirmar quietamente com a cabeça. Levantando-se de sua cama, com o mesmo rosto sério que estivera minutos antes. Caminhou lentamente até a porta, com aquela pergunta latejando em sua mente, sua mãe já há vários metros de distância, começando a descer as escadas da mansão. Observou-a por um momento.

Syaoran (em um murmúrio): 'Que verdade é essa que te persegue por tantos anos, minha mãe? Que verdade é essa que me esconde?' E fechou a porta de seu quarto lentamente, caminhando com passos decididos para o salão em que os outros se encontravam.

Ainda lhe escondiam coisas. E ele ainda iria descobrir o que era...

Contudo, um pressentimento vindo lá do fundo da alma lhe dizia que seria a verdade mais dolorosa que teria de escutar... A maior de todas...

# # # -

A conversa com Kerberus e SpinelSun fora longa o suficiente para durar até a meia-noite, logo, resolveram que começariam a agir apenas no dia seguinte. Ou seja, a partir dessa manhã que já carregava o Sol alto no céu.

Eriol e Yelan mantinham-se quietos na montaria de SpinelSun e Kerberus que, após uma noite de descanso já estavam prontos para o que tinham de fazer mais uma vez. Eles estavam mais uma vez voando pelo céu, desta vez do Japão, esperando alcançar em pouco tempo seu destino, Hong Kong.

Após os fatos que Kerberus e SpinelSun revelaram, não houve outra alternativa para os dois magos. Se os anciãos realmente pretendiam agir caso Tai Ming não alcançasse sucesso em seu dever, eles iriam declarar guerra contra a Mestra das Cartas e, conseqüentemente, contra Xiao Lang também.

Apenas uma atitude diplomática poderia evitar isso. E por mais que Eriol quisesse ficar para ajudar Sakura, ele sabia que não podia, assim como Yelan. Ele precisava conversar com os anciãos e abrir os olhos destes e Yelan precisaria estar junta, para mostrar de uma vez por todas para os magos do Clã Li quem era o real culpado da súbita doença da matriarca do clã e porque ela desaparecera daquela maneira.

Eriol teria partido através de magia, para chegar mais rápido à China, mas a barreira que ele colocara em toda a região do Japão em que se encontrava a Mansão Kinomoto o impedia de tal ato e, caso ele usasse seus poderes fora da barreira, logo Tai Ming perceberia sua presença e feitiço, e faria o que pudesse para evitar que ele alcançasse seus propósitos.

Era uma situação crítica, mas inevitável. Ele e Yelan partiam na manhã seguinte à conversa que tiveram com Kerberus e SpinelSun, deixando a cargo de Yume e RubyMoon qualquer ajuda que Syaoran e Sakura precisassem... Precisavam ter fé em seus amigos e companheiros...

Eriol (quebrando o silêncio): 'Contou para Syaoran a verdade, Yelan-sama?' A mulher que, até agora mantinha-se calada, continuou olhando os céus antes de responder.

Yelan (sem encará-lo): 'Contei o que achei que ele precisava saber... Pelo menos por enquanto...'

Eriol (após um segundo de silêncio): 'Tai Ming pode muito bem usar isso contra ele, não acha?' A mulher sentiu-se tensa por um segundo... E voltou seu olhar para o mago ao seu lado, que voava nas costas de SpinelSun.

Yelan (séria e triste ao mesmo tempo): 'Eu espero sinceramente que isso não ocorra... Mas... Caso isso venha a acontecer... Terei que confiar no julgamento de Syaoran... Não posso mais protegê-lo dos seus deveres e do seu próprio destino...'

Eriol não respondeu, sabendo que ao mesmo tempo que doía à mulher falar aquilo, era a verdade, nua e crua... Precisavam confiar nos jovens guerreiros... Tanto na força quanto na mente dos dois guerreiros... Foi a vez de Yelan interromper o silêncio apenas cortado pelo barulho do vento.

Yelan (observando às nuvens a sua frente): 'Só há uma coisa que me preocupa, Eriol...' E voltou o olhar para o mago, que a observava também. 'Tai Ming é um ancião... E não tem filhos... Ele ainda é imortal... São poucos os jeitos de derrotá-lo e não sei se meu filho ou a pequena Sakura conhecem algum desses jeitos.' A isso, o rapaz sorriu discretamente, deixando a mulher sem entender sua reação. Eriol voltou a observar o céu a sua frente antes de responder.

Eriol: 'Quanto a isso, talvez esteja se preocupando a toa, Yelan...' Ficou calado por um segundo e diante do silêncio que seguia, voltou-se para Yelan. 'Yue partiu sem avisar a nenhum de nós... Mas... Eu tenho uma ligeira idéia de onde ele foi.'

Yelan (sem entender): 'E no que Yue pode ajudar tendo feito isso?'

Eriol (voltando a sorrir e encarar o céu): 'Não é Yue quem vai ajudar... E sim a pessoa que ele foi buscar...'

Yelan (ainda confusa): 'E eu posso saber de quem se trata essa pessoa?' Eriol ainda observava o céu com o mesmo sorriso no rosto antes de responder.

Eriol (voltando olhar para a mulher): 'Não me diga que se esqueceu de seu único parente ainda vivo... Aquele que negou sua posição no Clã Li assim que Shang partiu?'

Os olhos de Yelan arregalaram-se levemente por um instante, antes de um sorriso aparecer em seu rosto...

Talvez Syaoran e Sakura não estivessem tão sozinhos nesta batalha... E talvez essa ajuda fosse mais prazerosa para os dois do que se podia imaginar...

Uma leve risada saiu pelos lábios da mulher, risada que há muito tempo não se fazia ouvir, surpreendendo deveras o jovem Eriol, que a olhou pela primeira vez com confusão nos olhos. Yelan sorriu um pouco mais e depois voltou a encarar o outro mago.

Yelan (levemente divertida com a situação): 'Tai Ming não vai gostar nem um pouco dessa ajuda, Eriol. Nem um pouco...' Lembranças do passado voltando a sua mente, dessa vez lembranças que ainda lhe faziam sorrir.

Eriol sorriu também, entendo perfeitamente bem o que a matriarca do Clã Li queria dizer ao mencionar a rivalidade entre Tai Ming e aquele que Shang e o próprio Syaoran costumavam chamar de "velho rabugento"...

E sem mais nenhuma palavra, os dois seguiram entre os céus do oriente, com o coração e a alma um pouco mais aliviados ao lembrarem-se desta inesperada, porém não indesejada, ajuda para Syaoran e Sakura.

# # # -

(Continua)

Mary Marcato

10/02/2005

# # # -

(1) Este fato se refere a uma parte do mangá que não está incluída no anime. Talvez a maioria saiba, mas por via das dúvidas farei uma pequena alusão a isso. O mago Clow, quando resolveu que chegara sua hora de partir, decidiu que sua reencarnação seria em duas pessoas, pois seu poder era muito grande para uma pessoa só. No entanto, algo deve ter dado errado pois, das duas pessoas que reencarnaram do Mago Clow, apenas Eriol recebeu seus poderes, sendo que a outra pessoa nasceu sem poder algum, uma pessoa comum. As duas reencarnações do Mago Clow é Eriol e Fujitaka e, parece-me que no manga Eriol divide seus poderes com Fujitaka no final, quanto a isso não estou certa. Contudo, no meu fanfic, Eriol continua a ser o único com todos os poderes do Mago Clow. Caso haja algum dado errado nessa explicação que eu lhes dei ou se há alguma complementação, por favor não deixem de me avisar, ok?

(2) Esta "conversa" entre Tomoyo, Eriol e Sakura será melhor explicada nos capítulos futuros. Sei que ficou bastante confuso, os motivos de Tomoyo principalmente. Mas prometo fazer o melhor para que possam entender.

Observações: Primeiro, acredito que não mencionei anteriormente, por isso o faço agora. Adad é o nome do deus Trovão de uma religião americana, só não me recordo qual. Segundo, só para deixar bem claro, o marido de Yukio foi o primeiro Grande Líder, mas o filho dele foi o primeiro Legítimo Grande Líder. Isso se deve ao fato de Yukio não poder governar por ser mulher e por Adad não ter sangue dos Li. Sendo o filho dele um Li (mesmo que não fosse puro sangue ele é filho de um descendente de um deus), isso o faz um legítimo Líder. E por último (finalmente, hehehe), acho que talvez se tornará um pouco confuso esta questão de "imortalidade", mas eu vou tentar explicar de pouco em pouco para não se tornar confuso para ninguém. Obrigada a quem teve paciência de ler até aqui :P (sem contar as notas finais, affs, como eu falo u.ú).

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Comentários da autora: Bom, acho que a maioria dos mistérios já foram revelados. Caso ainda haja algumas dúvidas que eu deixei passar, por favor não deixem de me avisar, ok? Ainda há mais alguns capítulos e eu espero sinceramente que vocês tenham paciência, afinal de contas, estou fazendo o possível para que os capítulos saiam em um tempo relativamente de bom tamanho e estou escrevendo da melhor maneira que estou encontrando para que se torne claro essa parte de "A Verdadeira Face". Qualquer coisa não deixem de me escrever, por review ou e-mail, assim que puder responderei a todos.

Agradecimentos: Bom, como estou com um tempo relativamente considerável agora, irei fazer os agradecimentos propriamente. Perdoem-me por não responder por e-mail, mas está se tornando um tanto quanto complicado responder os reviews por e-mail, espero que compreendam. E como eu fiz da última vez, irei colocar o nome da pessoa e o capítulo ao qual ela se refere, pois como eu não agradeço propriamente desde o cap 16 (ai, que vergonha), algumas pessoas comentaram mais de uma vez e eu acho justo responder a todos os comentários :)

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Miaka (capítulo16): com certeza demorou e eu acho que já pedi um par de vezes desculpas por isso. Mas desculpas nunca são demais. Desculpa:P Fico feliz que achou que o capítulo valeu a pena a espera. Eu concordo com você, Touya foi cruel demais, mas todos nós sabemos como ele é sério e, depois que a Tomoyo tocou na ferida, bom... Não sei qual outro tipo de reação ele teria, não é? Quanto ao Eriol, ah, ele é um cavalheiro sobre todos os pontos de vista, lindo e cavalheiro... A Tomoyo é doida se deixar escapar, né:P

Yoru (capítulo16): ah! É claro que seu review me inspirou, não é todo dia que eu recebo um review tão empolgante quanto aquele :) Hehehe, mas é bom você se acostumar com esse meu jeito de acabar o capítulo de repente :P O pessoal costuma a "querer me matar" por causa disso, mas eu não consigo evitar:P Obrigada pelos desejos pro ano novo e eu os desejo pra você também. Muita paz, alegria e inspiração, mocinha:)

Serim (capítulo16): hahahhaa :P Desculpa, não consegui resistir quando li seu review. Realmente foi tensa a conversa da Tomo-chan e do Touya-kun, mas o Eriol chegou para salvar a situação! Hahahah E, com certeza! O Syaoran só tem papo, é claro que ele quer lutar com a Sakura com segundas intenções (heheheh), brincadeira :P Nós todos sabemos o quanto ele é lindo, maravilhoso e não faria isso, não é? (sei sei u.u) Espero não ter demorado muito com os capítulos seguintes e obrigada mais uma vez pelo review:)

Violet-Tomoyo (capítulo16): ...meu Deus, nem sei o que eu escrevo quando recebo um review desses. Amiga, simplesmente fiquei sem palavras das duas vezes que li ele. Obrigada, muito obrigada por toda a consideração que tem comigo e minhas fics, não sabe como você me anima, sempre :) Realmente, o cap16 foi bem mais psicológico que os anteriores e fiquei mais do que feliz ao saber que você achou que eu consegui fazer as cenas parecerem reais, principalmente em relação aos sentimentos e à personalidade de cada personagem. Eu achei que poucos iriam gostar da cena E&T, mas é bom saber que a gente se engana também. Desejo a você tudo de bom neste novo ano, muita alegria, muita paz e que você consiga alcançar seus objetivos sempre, pq vc merece! Mais uma vez agradeço pelas palavras, sei que você realmente fala o que pensa e isso me deixa ainda mais feliz. Desculpa mais uma vez por ter demorado com este capítulo e me alivia saber que gostou tanto dele. Obrigada:)

Andréia (capítulo16): hahaha :P Está certo, eu demorei mas voltei! Desculpa a demora, não foi proposital / Mas eu concordo com você, E&T TUDO a ver :) Quanto a luta do Syaoran e da Sakura, hahahaha, em parte você acertou, não é? Mas se eles vão ficar juntos ou não, bom... Isso eu prefiro guardar para os próximos capítulos, cujos quais eu estou fazendo o possível pra corresponder às expectativas de vcs, hein! Então não parem de ler, pliiiis :P

Analu (capítulo16): ah! Com certeza muitas coisas vão acontecer para a temperatura "elevar" ainda mais:) Espero que continue acompanhando pra ver (hehehe) :P

Yuri Sawamura (capítulo16): Ehhhhhhh:) Adorei adorei adorei:) Hah! Se eu te falar que as vezes acontece o mesmo comigo vc acredita? As vezes pego uma fic pra ler e só paro quando termino. É muito bom, não... é muuuuuuuuuito bom saber que minha fic causou este impacto em você tb! Hohoho, todo mundo fala do capítulo "daquela" luta de S&S e, pra falar a verdade, a temperatura não subiu só com você não, hahahha. Bom... Quanto a eles ficarem juntos ou não, ainda há muita água a correr, tenha paciência:P Quanto ao Tai Ming, hunf, este aí que me aguarde, eu já dou umas pancadas nele por trás das "câmeras", hahahah. Eu estou fazendo o possível pra não demorar com os capítulos e saber que meu estilo de escrita está agradando tanto está me animando cada vez mais. Se você gostou do meu ponto de partida quanto a "lenda dos deuses", hehehe... Pode esperar que ainda há muito que vcs não esperam que vai acontecer (hehehehe, risada malvada :P)

Wanessa Vasconcelos: ah! Não se preocupe, Wanessa, estou meio atrasada no guaruhara, mas estou fazendo o possível pra me atualizar lá também :) Obrigada mesmo pelo e-mail, não é todo mundo que perde seu tempo escrevendo e-mails para os escritores, fiquei muito contente :) Obrigada mesmo!

Yoru (capítulo17): hahahaha, você estava certa, no final das contas, não é? Hehehe, eu escondo ao máximo, mas é sempre bom saber que tem gente que consegue descobrir antes o que vai acontecer:P Realmente, com a Meylin ali seria difícil acabar a luta daquele mesmo jeito, não é? Ah! O Eriol É oficialmente apaixonado pela Tomoyo (só a CLAMP não viu isso, hunf u.u). Quanto ao Touya, realmente, finalmente ele "desempacou", tava demorando! Hahaha. Agora as duas "portas" :P Essas aí estão difíceis, mas eu estou trabalhando ao máximo para que elas "desenferrujem" de uma vez, hahahaha. Muito obrigada por revisar de novo e sempre que precisar de ajuda é só pedir, estamos aí:)

Miaka (capítulo17): ah! É a primeira que mencionam a conversa do Eriol e da Yelan, fico feliz (e aliviada) em saber que gostou da cena, mesmo! Quanto ao Xiao e a Saki... Ah! Até eu quero bater neles, hahaha. Valeu pelo coment e não desiste de mim! Eu prometo que tento não demorar nos próximos capítulos :P

Lan Ayath (capítulo17): hehehe, ok ok. Se vc diz q não foi chato, qm sou eu para discordar, não é? Hahahha :) Ah, que bom que gostou, mesmo. Espero que continue a ler e obrigada pelo review:)

Yuri Sawamura (capítulo17): Que isso, se a fic merece review, o review merece resposta, não é:) Obrigada por continuar a revisar e... Hahahah, imagina que eu quero deixar vocês curiosos, impressão sua:P Mas eu acho que agora já deu pra entender muita coisa, hein! Não podem mais brigar comigo por causa disso:P Quanto a S&S eu concordo com todos vcs, são DOIS cabeças DURAS! Mas eu ainda dou um jeito neles, não se preocupem :)

Analu (capítulo17): hahaha, ele sempre vai ser MEU herói chinês favorito :P hehehe, bom saber que vc também concorda! Ah, quanto ao encontro da "regida pela estrela", espero ter atingido às expectativas de todos :) de verdade! Ah, eu sei que a saída do Touya chateou alguns, MAS! Ah... Não, não... Não vou contar... Hehehe, vcs vão ter que continuar a ler para saber, hehehehe. E ler muito pq ainda há muito de "A verdadeira face" pra rolar, hehehehe :P

Misato Katsuragi (capítulo17): Ah! Obrigada pelo review, mesmo:) Eu fico duplamente feliz qnd vejo que alguém pegou a história só a partir de agora e teve coragem de ler tudo, hehehe. Que bom que está gostando, mesmo mesmo:) Quanto aos meus erros de português, hehehe :P Bom, eu tenho os meus "errinhos" e faço de tudo pra evitá-los, mas diferente da maioria dos escritores eu não tenho revisora, não pq não quero, mas é pq eu escrevo tudo tão de repente que acho que seria maldade minha pedir pra alguém revisar de última hora então, tenho que arcar com os riscos e conseqüências, isso conta meus erros. Obrigada pela dica e não se preocupe :) É sempre bom a gente ser avisada onde estamos errando pra tentar melhorar (pelo menos essa é a MINHA opinião, seria bom se outras pessoas tb pensassem desse jeito, não é?) Obrigada mais uma vez:)

Violet-Tomoyo (capítulo17): Ah! Por um momento eu achei que vc tinha esquecido de mim! Heheheh :P Mas não precisa se desculpar, mesmo se não tivesse mandado review :) Espero que tenha dado tudo certo nos seus estudos, vc merece :) Qnt a fic, novamente me sinto lisonjeada com os seus reviews. Quando vc falou que parecia ver as cenas como em um filme, fiquei, desculpa a falta de modéstia mas, fiquei me achando! Hahahah. E depois, adorei saber que vc consegue ver nas minhas fics não só um romance... É exatamente este o meu propósito nas minhas fics (principalmente naquelas de mais de um cap), quero mostrar para o pessoal que nem tudo é só romance, nem só drama, ação, ou comédia. Gosto de escrever pensando um pouco como se estivesse acontecendo de verdade, como se fosse um certo tipo de realidade e é muito bom saber que meu estilo está a agradar. Novamente agradeço e espero continuar agradando tanto a vc quanto aos outros :)

MeRRy-aNNe (capítulo16): ah! Não se preocupe, férias é assim mesmo e vc tem que aproveitar :) E site tb é assim, as vezes é "o melhor" e as vezes simplesmente deixa a gente na mão, hunf u.u sei como é :P Mas fico feliz que ainda está lendo :) Hehehe, sua reação qnt a cena de E&T só me faz crer que o pessoal gosta mais deles do que eu imaginava :) Obrigada novamente, tanto pelo review qnt por continuar a ler :)

MeRRy-aNNe (capítulo18): hahahah :P Que bom que gostou tanto assim:) Ah, eu acho que não demorei tanto assim, não é? Pelo menos tô tentando :P E qnt ao filme 1, fico feliz que tenha achado bem bolada a relação entre ele e minha fic, eu realmente queria que ficasse parecido, pra ninguém achar que eu estou "viajando" demais em CCS :P Obrigada!

Analu (capítulo18): Ah:) Adorei o review, Analu, muito obrigada mesmo :) Eu tento misturar um pouco de cada, que bom que a "mistureba" tá dando pra "engolir", hahaha. Com certeza, acho que é um traço marcante da Sakura ter medo de fantasmas, tinha que pôr isso aqui tb, né! Hehehe, que bom que gosta dos "condinomes" que eu dou para meus lindinhos e lindinhas :) O Kero e o Spi juntos são uma figura e eu não podia deixar de enfatizar a implicância da minha "bolinha de pelo favorita" com o Yue, né? Pois é... A história da Yume é mesmo triste... Até eu fico triste ao ler ou escrever a história dela... Mas não tem jeito de evitar... Bom, espero que isso não impeça vc de continuar a ler. Muito bom saber que está gostando e ainda receber reviews por isso :P

Tamires Stuart (capítulo18): Nhaaa:) Fiquei até sem graça:P Obrigada Tamires, realmente a gente fica inspirada qnd recebe esses reviews de vcs, hein! Ah, que bom que as revelações tiveram impacto, era isso mesmo que eu queria (tb, depois de tanto mistério, né!). Fiquei feliz e aliviada qnd vc falou que gosta do meu estilo de escrita e dos detalhes, as vezes eu acho que só estou chateando vcs com tanto detalhe que eu ponho :P Espero que os outros estejam gostando como vc. Ah! Quanto ao filme, fico mesmo feliz em saber que a comparação entre o filme e a fic agradou, rendeu boas horas de "fumacinha de tanto pensar" pra mim não deixar escapar nenhuma situação para que a relação do filme com minha fic fosse convincente (ou assim eu espero, não é :P) Obrigada mais uma vez, realmente adorei o review e espero continuar agradando a vcs :)

Violet Tomoyo (capítulo18): Ah! Feriado sempre é uma boa desculpa pra ler mais fics (pelo menos pra mim :P já que posso ficar mais tempo na net). Como sempre seus comentários nunca deixam de me surpreender. Vc entende tão bem o que eu quero passar que eu fico sem saber o que dizer. Realmente, estes dois últimos capítulos foram escritos para que vcs entendam um pouco mais (ou muito mais) do meu universo em CCS, ou pelo menos em "A verdadeira face" (já que não sei ainda se escreverei outros fics de CCS /). Bom, de qualquer maneira, fiquei empolgada com o seu review, principalmente ao saber que vc se surpreendeu com a real identidade da Yume, era exatamente isso que eu queria que acontecesse com quem lesse, Surpresas:) Ah, que bom que alguém lembrou da parte que escrevi dos sentimentos do Xiao em relação a Saki... É assim que eu enxergo a situação deles e EU fico emocionada ao saber que vc tb se emocionou. Mas... Como eu não sou da CLAMP, acho que não vou fazer ninguém chorar muito não :P Bom, quanto a sua dúvida, eu não entendi direito. Vc não sabe quem era a mulher ou não sabe que papel ela tem a desempenhar? A primeira pergunta eu posso te responder, pq eu achei que tinha deixado claro, ela é a Lin Bai, a Senhora da Luz que está ajudando o Tai Ming... É.. é aquela p(proibido dizer essa palavra :P). Qnt ao papel dela na fic... bom, essa resposta vc vai ter que encontrar lendo a fic, ok:) Mais uma vez obrigada pelos maravilhosos reviews que vc me deixa:)

Maísa (capítulo18): Bom, a continuação está aqui, Maísa :) Espero que eu esteja agradando e espero que continue lendo tb, ok:) Valeu pelo review!

M. Sheldom (capítulo18): Ehhhhhhhh, sumida:P Espero que tenha aproveitado muito as férias! Hehehehe. Ahhhhh, sugoi:) Adorei adorei adorei meeeesmo o seu comentário. Nossa... Qnd eu li que vc acha q eu tenho talento pra seguir cadeira dei até um "pulinho na cadeira" de tão contente :) Trabalhar com mangá e anime seeeempre foi meu sonho, snif, pena q é tão difícil... Mas! Receber comentários iguais ao seu sobre meus fics já é mais do que maravilhoso para mim. Espero muito mesmo que vc aprecie a continuação e espero poder continuar agradando qnt aos meus "mistérios". Muito obrigada meeesmo pelo comentário:)

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Comentário final: Aaaaaaaaaaaai, minha mão tá doendo! T-T Vai Mariana... Isso que dá não responder aos comentários no dia certinho, bobona:P Hehehe, desculpa gente por esse big agradecimento, mas eu acho que todos que deixam reviews ou e-mails merecem ao menos serem mencionados nas minhas fics. Eu realmente aprecio cada review e cada e-mail que recebo, espero poder continuar contando com eles. Mesmo! Ah, eu ia postar amanhã, mas meu pai vai levar o pc pra consertar e eu não quero correr o risco de perder o capítulo, né! Agradeçam o "adiantamento" ao meu pai :P hahahaha :) Arigatou minna-san! Ja ne!