O Conde Weasley

Capitulo 1:

- Draco... Draco... – Ron balançou o amigo. Ambos estavam escondidos nas pedras e observavam o forte onde Tom Riddle se mantinha retido.
Naquele ano, estava Tom Riddle detido, mas em breve, sabiam os dois, ele voltaria ao poder, deixando Cornelius Fudge preso.
Há anos havia guerra entre esses dois "partidos". De um lado, estavam os inteligentes, como Draco e Ron, que ficavam na posição de "meio": não gostavam nem de um nem de outro. Mas haviam os radicais que preferiam ou um ou outro. No momento, Cornelius estava no comando e sendo assim, pessoas que tivessem um pingo de simpatia ou alguma conexão a Tom Riddle no passado eram rapidamente mandadas à prisão. Ou mortas.
Cornelius tinha medo, muito medo de que Tom Riddle voltasse, pois ele sabia que em qualquer falha de sua parte, o rival aproveitaria e voltaria com força total.
Ron e Draco estavam naquela ilha isolada, por má sorte do destino que fizera seu comandante, em sua embarcação mais longe da ilha, adoecer. Viram como uma alternativa de tentar salvá-lo, embarcarem na ilha para os dois tentarem pedir socorro no forte.
Com a chamada do amigo, Draco pôde finalmente despertar de seus pensamentos. Pensava em o que poderia acontecer a eles, se Cornelius soubesse que estiveram na ilha ou se Tom Riddle resolvesse matá-los. Em todo o caso, usaria logo o nome do falecido pai, Lucius, e colocaria a culpa em Ron. Afinal, Ron não era seu amigo. Não na sua opinião, pelo menos, não mais. Mas ele tinha certeza que na opinião de Ron, sim.
- O que é, Ron?
- Vamos agora, antes que os guardas voltem!
- Eu sei, não precisa dizer. – Draco olhou para os lados – Corre!
Os dois correram rapidamente para o rombo no meio do murro, que parecia que haviam tentando tampá-lo com uma tela de arame. Porém, infelizmente a habilidade que os dois tinham, enquanto menores, de passarem por arames e pularem muros parecia não estar boa como antes. Logo, ouviram passos.
- Muito bom, vamos morrer. Que ótimo! – Draco não podia deixar de ser irônico.
- E pensar que eu nem morrerei casado com Hermione...
Draco revirou os olhos, ali estava um dos motivos para não mais gostar de Ron: Hermione. Mas o loiro não pôde refletir sobre isso, pois vários guardas chegaram.
- Foi bom ter conhecido você, Ron – Draco disse entre os dentes, com uma raiva enlouquecida do "amigo", pois fora ele quem insistira em embarcar na ilha para procurar um médico.
- O que os dois senhores fazem aqui? – disse, o que parecia ser o chefe, dando tapinhas no cavalo para este andar até os dois.
Draco ia abrir a boca e falar com as palavras mais finas que pudesse encontrar em seu rico vocabulário, mas o estúpido pobretão Prewett o interrompeu.
- Estamos aqui a procura de um médico, senhor. – Ron disse, sincero.
- Porque não entraram pela porta? – o chefe perguntou.
- Se me permite, meu senh... – Draco começou, tentando reparar um possível erro da parte de Ron.
- Fique quieto loirinho, estou falando com o seu amigo.
Draco fechou a cara, surpreso.
- Então, meu caro jovem, me explique... Por que o senhor estaria tentando entrar por essa fenda?
- Bem, digamos que, porque, como todos sabem, não é bom ir ao portão de um forte pois facilmente te matariam. Pensamos que talvez se fossemos por essa fenda, não seríamos percebidos nem punidos.
- Certo, um tanto lógico... mas, por que procura um médico?
- O comandante de nossa embarcação está muito doente. Na verdade, o escondemos num pequeno barco atrás das pedras, caso conseguíssemos ajuda.
Draco arregalou os olhos e quase pulou em cima de Ron. Ele nunca gostara do comandante, Sirius Black, mas como Ron poderia ser tão burro ao ponto de se entregar assim?
- Bem, acho que a decisão de ajudar ou não você, será do nosso médico. – o chefe fez um sinal para dois dos guardas com cavalos – Levem-nos ao encontro do mestre Tom.
Os guardas assim fizeram, ajudando Draco e Ron a subirem na garupa dos cavalos e partirem em direção ao forte.
Draco ainda estava abobado com o que acontecia, porém, talvez nem tanto quanto Ron. Ou eles seriam seriamente punidos pelo perverso Tom Riddle, ou a sinceridade de Ron conseguiria arranjar um médico para eles.
Ron estava surpreso com sua sorte, sempre se achara muito azarado, mas parecia não ser agora. A não ser que o próprio Tom Riddle resolvesse matá-lo. Mas, seria possível? Seria possível que o importante Tom Riddle gastaria sua força para matar a ele, alguém tão insignificante?
Olhou para Draco, que retornou-lhe um olhar confuso e surpreso ao mesmo tempo. Virando-se para frente, viu o forte um pouco acabado onde estava retido o grande Tom Riddle.


- Dois jovens a procura de um médico? – uma voz sombria e grossa ecoou pelo grande salão – Interessante...
- Meu senhor, eles estão a caminho de Londres – um dos guardas disse, ao ouvido do mestre.
- Londres? – A voz pareceu feliz. – Hmm... mandem-nos entrar. E vão logo mandar o médico a esse barco, ou tragam o enfermo para o forte! Andem!
Ron, que estava atrás da grande porta junto a Draco, estremeceu. Esse era o tal Tom Riddle? Ele parecia bastante desgastado e velho.
- Entrem! – Ron deu um pulo e, junto de um Draco que parecia bem seguro, entrou.
Ficou impressionado. O forte poderia parecer estar aos pedaços, mas aquele salão era lindo! Haviam panos presos nas paredes, caindo em seqüência: azul, branco, vermelho e assim ia. Havia um enorme tapete vermelho-sangue que ia da porta até o "trono" onde estava Tom Ridde.
- Então, meus jovens, – Tom Riddle começou quando Draco e Ron se ajoelharam a sua frente – creio que gostariam de desfrutar a noite em camas agradáveis de meu forte. – os olhos de Ron brilharam e ele deu uma risadinha – Mas antes, gostariam de um bom jantar, certo?
Draco e Ron se levantaram com a ordem de Riddle, que também se levantou e mandou eles o seguirem até uma salinha, onde o médico esperava o comandante enfermo.
Depois, foram até um enorme salão, com um banquete a espera deles. Ron arregalou os olhos, da última vez que comera num banquete daqueles fora no aniversário de 15 anos de Draco, em que o pai deste convidara sua família por piedade, segundo ele.
- Vamos, sentem-se e desfrutem do quanto quiserem. – Riddle disse, se sentando numa cadeira no fim da mesa.
Ron já ia puxando uma cadeira, mas Draco o impediu, segurando seu braço.
- Idiota, pode estar envenenado ou coisa do tipo – Draco sussurrou para ele.
- O que disse, jovem loiro? – Riddle se mexeu em sua cadeira, indo para a frente – A comida, lhe garanto, está em ótimo estado. – e pegou um cacho de uvas, comendo a fruta.
Draco bufou e, largando Ron, se sentou assim como o amigo. Ele podia não ir com a cara de Riddle, pois graças a ligação que seu falecido pai tivera com ele, sua família quase perdera sua fortuna. Mas era demais para ele resistir a um banquete daquele, depois de meses, semanas e dias ficando naquele barco imundo e comendo as piores comidas possíveis.
- Então, qual é o seu nome, jovem? – Riddle perguntou, se dirigindo a Ron.
- O meu, senhor? – Ron perguntou, engolindo sua carne. Riddle confirmou com a cabeça – Ron Prewett. Ao seu dispor.
- Prazer, Ron. – Riddle deu um meio sorriso se virou para Draco – E o seu, meu jovem?
- Draco Malfoy. – Draco disse, entre os dentes.
- Oh, já não nos conhecemos antes? Esse nome me é familiar.
- Sinto dizer, não me lembro de sua pessoa, deve estar me confundindo com outro.
- Talvez... – Riddle disse, pensativo. Mas voltou-se para Ron, o interessante ali era ele. – Então, meu caro Ron, o que fazes da vida?
- O que eu faço? – Ron disse, e depois de morder e mastigar rapidamente a comida, continuou – Sou ajudante do nosso comandante na embarcação.
- Interessante... – Riddle pegou outra uva e cuspiu o caroço – Vocês dois vêm de onde?
- Londres, senhor, sempre morei lá.
- Londres... minha querida Londres. – Riddle parecia pensativo, e de fato estava – Eu cresci lá. Minha querida Londres. – ele disse novamente, olhando por uma das inúmeras janelas no salão.
O banquete seguiu tranqüilo, embora Ron continuasse preocupado com seu comandante Sirius Black. Finalmente, quando Riddle decidiu que estava farto de comer, os três se levantaram e foram à salinha do médico. Ele tentava, pela última vez, salvar Sirius.
Ron observava a tudo preocupado e apreensivo. O comandante Sirius sempre o ajudara e se ele estava em uma boa posição na embarcação era graças a ele. Sirius era, de fato, um ótimo amigo.
Já Draco ria-se por dentro por ver Sirius morrer. Nunca gostara do homem e, de uns anos pra cá, esse vinha o alertando para parar de desejar tão mal ao pobre Ron. E vinha logo dizendo que Draco não o enganava, pois a inveja que tinha por Ron era absurda, dentre outras acusações, que Draco não gostava de se lembrar. Afinal, Sirius estava certo.
Por fim, Ron pôde ver o seu mestre e amigo morrer a sua frente. Não chorou, porque como próprio mestre o dizia "Homens não choram, Ron". Riddle fez algum comentário de consolação, mas Ron não ouviu, concentrava-se em relembrar momentos com o mestre, pensando em como ele fora um bom companheiro de viagem, um amigo...


Riddle pedira aos guardas para levarem Ron e Draco ao quarto que dividiriam naquela noite. Ron desabara em sua cama, ainda desanimado. Não tinha vontade de contar piadas ou conversar com o amigo. Queria apenas ficar ali, relembrando de seus momentos com Sirius ou refletindo.
- Então, Ron... agora que Sirius morreu, você acha que continuará sendo o ajudante? – Draco perguntou, enquanto observava o amigo olhar para o teto, com tédio. – Quero dizer, você acha que conseguirá manter seu posto caso Severus Snape seja o comandante a partir de agora?
- Eu não sei... não tenho ânimo para falar nisso agora, Draco – Ron se virou.
- Seu desejo é uma ordem – Draco respondeu sarcasticamente.
Antes que Ron respondesse o amigo, pedindo desculpas, guardas entraram no quarto chamando Ron:
- Mestre Riddle desejava falar com você. – um dos guardas apontou para Ron.
- Comigo?
- Com você mesmo, ruivinho.
Ron olhou um pouco preocupado para Draco, o que Riddle desejaria? Draco pensava que ele mataria Ron ou exigiria dinheiro, quem sabe? Um pensamento pervertido passou pela mente de Draco. Rindo, assim que os guardas levaram Ron, pensou: "E se Riddle for homossexual e se interessara por Ron?"
Haveria uma vantagem para ele, caso fosse isso mesmo. Era só contar a Hermione, que poderia desistir de Ron e finalmente ficar com ele, certo? Draco olhou pela janela e viu Riddle. Não, Riddle na certa pediria um favor a Ron.


- Então, o que desejas, sr. Riddle? – Ron disse, chegando-se até Riddle, que observava as ondas baterem nas rochas da praia.
- Um pequeno favor. – Riddle se virou a ele – Assim como fiz a ti, cuidando de seu capitão, gostaria que fizesse um favor a mim. Mas antes, gostaria de saber uma coisa. Se julga uma pessoa confiável?
- Mas é claro, senhor.
- Guardaria um segredo?
- Mas é claro!
- Levaria uma carta sem violá-la?
- Mas é claro que sim, meu senhor. Nunca, jamais, iria violar uma carta que não fosse para mim, isso é uma falta de respeito, de moral, de...
- Certo. Vejo que é um moço direito, como imaginei. – Riddle colocou a mão no bolso – Dou-lhe a tarefa de entregar isso a um velho amigo meu, em Londres.
- Qual o nome dele, meu senhor?
- Não precisas saber, ele irá até ti. É só esperar. – Riddle se virou para o mar, mas se voltou rapidamente para Ron, sério – Não diga nada a seu companheiro, Draco.
- Se assim desejas, assim o farei.
- Tu és um bom rapaz. – Riddle sorriu – Podes voltar, creio que estás com muito sono, não é?
- Receio que sim. Até amanhã, meu senhor.
- Até, meu jovem.
Ron voltou para o quarto com a carta no bolso, teria de inventar alguma desculpa para Draco. Mas isso não importava agora, pelo menos ele achava que não.


Draco observava a ilha, onde o forte de Riddle se situava, sumir de vista. Pensava na carta no bolso de Ron. Porque Ron não o havia dito, nem ao menos o respondera o que Riddle queria? Vendo o amigo passar por ele, voltou a questioná-lo.
- Ron, meu caro amigo, o que Riddle queria contigo?
- Nada, já disse, só queria saber como anda Londres e como era o comandante Sirius.
- Sei – Draco respondeu, vendo Ron se deslocar para o outro lado do navio.
Não havia jeito, Ron nunca iria contá-lo o que acontecera naquela noite.

(continua...)

N/A: Tu du! Fic inspirada em O Conde de Monte Cristo, mas nem tanto no livro, mais no filme, ouviram? Então tem lá suas diferenças porque além de ser "inspirado" é inspirado no filme que é diferente, um pouco, do livro. Bem, divirtam-se lendo o resto!

Dedicação: Esse cap vai ser dedicado a Gollum. Hahhaha, miguinha linda que me acompanhou quando eu tive a idéia da fic e quando eu deletei-a e re-comecei-a meses depois(ou melhor um ano após XPPP)