Capitulo 2:

Draco deu graças a Deus quando finalmente chegaram em Londres. Estava cansado daquela viagem, simplesmente cansado, na verdade, daquilo tudo. Tinha de confessar que viajou pensando e desejando a morte de Ron, pois, quem sabe assim Hermione não iria para ele?
- Então, meu jovem mestre Draco? – Severus Snape apareceu ao seu lado – Preparado para ver o pobretão ruivo receber todas as possíveis broncas do mestre Remus Lupin, por ter deixando Sirius morrer e ter desembarcado na ilha do forte de Riddle?
Draco não respondeu e saiu de perto, carrancudo. Algo o dizia que, como sempre, Ron iria levar a melhor... e esse ainda reclamava de má sorte.
- Babaca... – xingou Draco ao "amigo".
Olhou Ron sair, por fim, da embarcação e caminhar até a sede da companhia "Lupin Navegações". E então, se virou certo em chegar ao lugar onde ele, Hermione e Ron iam desde crianças se encontrarem. Os três usavam seus tempos livres ali, independente de ter companhia. Draco foi na esperança de achar Hermione antes de Ron.


Ron bateu na porta majestosa do prédio da sede da companhia de navegações que trabalhava. Ouviu a voz de seu chefe o chamar:
- Pode entrar.
- Boa tarde, sr. Lupin. – disse timidamente, entrando. Sentia-se um pouco culpado pois sabia que seu chefe, Remus Lupin, e seu mestre Sirius Black eram amigos desde que se entendiam por gente.
- Oh! Jovem Ronald... – Ron fez uma careta quando Lupin disse seu nome verdadeiro, nem seu pai o dizia - ... tudo ocorreu bem na viagem? Aonde está Sirius? – Remus se levantou.
- É sobre isso que quero falar. Acho melhor o senhor se sentar de novo.
Remus arregalou os olhos, preocupado. Seu amigo teria passado mal ou alguma coisa assim?
- Bem, acontece que... – Ron parecia nervoso ao apertar a própria camisa – lembra que ele saiu daqui tossindo? Pois bem, a coisa piorou e quando nos demos conta, ele estava enfermo. Tentamos salvá-lo, mas... não conseguimos.
Remus não falou nada por alguns minutos, mas finalmente tomou a palavra, um pouco abalado:
- Entendo, ele já vinha me preparando, dizendo o que eu deveria fazer com a nau "Estrela Black". Pois então, Ron...
- Desculpe-me interrompê-lo, senhor. – Severus Snape entrou na sala – Mas acho que devo dar queixa do comportamento intolerável do jovem aqui. Desobedeceu as minhas ordens ao desembarcar junto ao comandante Sirius, quase a beira da morte, naquela ilha onde Riddle está. Você pode acreditar nisso, sr. Lupin?
- Isso é verdade, Ronald? – os olhos de Lupin interrogaram Ron.
- Receio que sim, senhor.
- Vejo que Sirius estava certo. – Lupin riu – Certamente te agradeceria se pudesse, por ter tentado ajudá-lo. Então, o que me diz, meu jovem Ronald Prewett, de ser o novo capitão da nau "Estrela Black"?
- Isso... isso... seria maravilhoso! – os olhos de Ron brilharam.
- Então, a partir de agora, Ronald Prewett é o novo capitão da nau "Estrela Black".
- Mas, senhor... – Severus Snape interferiu – Eu sou o vice-comandante e...
- E continuará, meu caro Severus. Façam um bom trabalho juntos.
Ron ficara ali, parado. Era difícil acreditar naquilo, muito difícil, quase impossível acreditar em sua sorte. Claro, era chato pensar na morte de Sirius, porém veja só o que lhe acontecera! Precisava contar a Hermione, pois agora poderiam se casar.
- Bem, meu jovem, acho que você tem certas pessoas queridas para rever. – Remus Lupin o olhou por baixo dos óculos – Estou certo?
- Sim, está. Muito obrigado mais uma vez, meu senhor. Não irei decepcioná-lo.
- Eu sei que não. – ele sorriu e voltou a seus papéis.
Ron saiu radiante do local, deixando Severus ligeiramente enojado. Era impossível, certo? Era impossível que o pirralho que ele vira crescer iria ter um posto mais alto do que ele, era ultrajante! Na verdade, mais que ultrajante... era humilhante.
- Eu não posso acreditar que você esteja fazendo essa... essa... – Severus começou, sendo seguido pelos olhos calmos e sérios de Lupin – essa besteira!
- Sinceramente não vejo como besteira, Snape. O menino se mostrou responsável ao longo dos anos, me passa confiança e o vi crescer, assim como você. Além disso, era do gosto de Sirius que ele tomasse seu lugar, caso morresse.
- Mas isso é absurdo! Eu me sinto...
- ... traído? – Lupin o interrompeu, completando sua frase. – Olhe, Severus, você não está me entendendo. O menino tem respeito por você, confio em sua experiência para vigiá-lo e ajudá-lo a crescer. Posso contar com você?
- Claro, senhor. – Severus disse, entre os dentes, se levantando – Se me dá licença, tenho assuntos a resolver. Passe bem.
- Igualmente, Severus. – Lupin respondeu calmamente, voltando sua atenção novamente a seus papéis.


Draco observava Hermione ler um livro, mas tomou um susto quando essa se virou para ele com um sorriso um pouco indiferente, para o desespero dele.
- Vai ficar aí até quando, meu caro Draco?
- Até quando for preciso, minha amada Hermione – disse, caminhando até ela – Até não poder mais admirar tanta beleza em um ser só.
Hermione riu.
- Você não se cansa de sempre repetir as mesmas frases, praticamente?
- E você não se cansa de, como uma rosa que tem tanta beleza quanto você, mostrar seus espinhos tão cruéis e tirar-me de minha doce ilusão sobre sua beleza?
- Tirou a frase de qual livro agora, Draco? – Hermione não deu o braço a torcer.
- Não é justo! – disse, parecendo desistir e se sentando ao lado dela.
- O que não é justo? – ela disse meio impaciente enquanto voltava à leitura.
- Isso tudo. Digo-lhe palavras tão doces e tudo que recebo são curtas patadas, enquanto nosso desengonçado ruivinho favorito, Ron Prewett, a tem sem nem ao menos dizer um terço das palavras tão lindas que lhe digo.
- Não me venha com essa Malfoy. – Hermione revirou os olhos – Eu conheço essa ladainha. Lembra-se de quando tínhamos uns 10 anos e você ganhou um lindo pônei, e Ron um estúpido arco e flecha? Ron estava muito feliz com seu arco e flecha, por mais estúpido que fosse, e você extremamente irritado com seu pônei, sendo aquele um presente incomparavelmente melhor. – ela fechou seu livro com violência e o mirou, severa – Eu não quero ser seu próximo pônei, Malfoy.
Draco não pôde responder com palavras sarcásticas sobre a tal lembrança e sobre ela tê-lo chamado de Malfoy, pois Ron chegara... fazendo-a levantar animadamente.
- Olhe, Ron vem vindo! – ela começou a andar em direção ao amado, deixando Draco para trás, profundamente irritado.
- Hermione! Hermione! Draco! – ele veio, desengonçado como sempre, pulando sobre as pedras até chegar aos dois.
Deu um abraço bem apertado e longo em sua amada, beijando-lhe os cabelos por um tempo e ouvindo-a comentar a saudade que tivera. Pareciam não notar que Draco estava assistindo. Ron, quando parecia ter finalmente notado Draco, se soltou de Hermione.
Então, antes que os amigos dissessem algo, o loiro foi embora de braços cruzados e sua costumeira cara de superioridade.
- Aonde vai, meu amigo? – Ron perguntou, ainda próximo a Hermione.
- Você sabe, por aí. Não estou com vontade de rever minha antiga e senhorial casa – disse, acenando.
Ron observou o amigo andar com os braços cruzados e a cabeça um pouco inclinada para cima, numa posição que costumava fazer para demonstrar ser superior a todos.
- Draco ficou tão estranho nos últimos anos...
- Não vamos falar de Draco ou qualquer outra coisa além de nós – Hermione respondeu-lhe, virando o rosto dele para encarar o dela.
- Falando em nós, eu tenho uma EXCELENTE notícia!
- E o que seria?
- Nem vai acreditar. Infelizmente, Sirius morreu. – Hermione pareceu chocada – Sim, sim, triste demais. No entanto, com isso, o senhor Lupin resolveu me promover como o comandante da nau "Estrela Black"! – Hermione arregalara os olhos, feliz – Você sabe o que isso significa? Poderemos nos casar!
- Ron... isso é, simplesmente, maravilhoso!
- Eu sei, parece que... todos os meus sonhos... – Ron a beijou – estão se realizando.
Os dois correram por meio das rochas, até a praia. Faziam isso desde pequenos. Claro, antes não iam abraçados ou trocando juras de amor, mas ainda assim o ritual de irem àquela praia era ainda o mesmo.
Finalmente pararam no local onde Hermione costumava ficar, uma parte que as rochas se acoplavam e faziam quase uma pequena caverna. Ela entrou debaixo do pequeno buraco, onde cabia os dois, e sorriu:
- Seu pai ficará contente em saber.
- Sim.. estou com tanta saudade de meu pai, mas... – Ron a olhou – Antes quero matar a saudade de você.
- Ah, é? – Hermione fez uma cara sabida. – Então, senhor Prewett, novo capitão da nau "Estrela Black" sentiu minha falta?
- A cada hora. – Ron a abraçou – Tivemos um imprevisto e por isso demoramos tanto, fiquei louco de saudades.
- Eu também – Hermione sorriu.
- Nesses dias, e nesses últimos minutos eu estive pensando... vamos nos casar, certo?
- Sim.
- Eu não tenho dinheiro, ainda, para te comprar uma aliança. Então, teremos de fazer um tipo de juramento de noivos. – Ron pegou um fio que saía de sua própria blusa e o puxou, desfiando-a um pouco. – Esse "anel" será nosso juramento.
- Ron... – Hermione olhou Ron enrolar o fio no dedo dela e finalmente dar um nó – Você é louco mesmo...
- Só se for por você – ele a agarrou.
- Isso é golpe baixo! – Hermione riu – Não faça isso.
- Mas você quer...
- Talvez... – disse Hermione, com um sorriso indecifrável.


Draco afogava suas mágoas no copo de vinho a sua frente, devia ser o quarto ou quinto... quem saberia? A única coisa que ele sabia era que seu amigo Prewett sempre fora o homem mais sortudo da face da terra.
Era impressionante! Ron tinha Hermione a seus pés, mesmo que os dois brigassem a cada cinco segundos, quando menores. Enquanto com ele, Hermione sempre virava a cara ou, quando falava, não era do mesmo jeito atencioso como com Ron. No fim, dera naquilo... os dois noivos e Malfoy sobrando.
Não que ele não tivesse uma mulher para ele, pois tinha admiradoras. Contudo, ele queria Hermione, oras! Foi rudemente interrompido de suas lamentações por Snape:
- Meu caro Malfoy, tão jovem e já fazendo isto? Onde quer chegar?
- O que quer, Snape?
- Nada, mas vejo que você deseja a noiva de Prewett.
- Isso não é da sua conta. – Malfoy se afastou dele, puxando a cadeira descuidadamente – O que quer comigo?
- Uma parceria... – Snape chegou perto dele – para derrubar Prewett.
- Pra quê? – Riu - Você sabe que ele tem sorte demais, é todo certinho. Aonde acharíamos uma falha para podermos acabar com ele?
- Bem, quando vocês dois desceram no forte Riddle, teve alguma vez que eles ficaram a sós?
Draco arregalou os olhos, não deveria contar a ninguém, até porque nem o próprio Ron sabia que ele tinha visto a cena. Olhou para Snape, depois para sua bebida. Oras, Ron que explodisse! O objetivo era colocar Ron fora de seu caminho para ele ter Hermione.
- Sim, teve um momento...

(continua...)

N/A: Malfoy babaca né? XD Bem, comentem, okay? Atualização daqui há duas semanas, acho eu.