Capítulo 6:

Já estavam chegando quase ao sexto ano e não achavam mais meios de se recrear. Ron aprendera o suficiente e só faltava aperfeiçoar sua raiva descontrolada, que às vezes o fazia cavar com muita força, fingindo que a terra era um de seus maiores inimigos.
Estavam discutindo sobre Filosofia quando Dumbledore soltou uma exclamação ao mesmo tempo chocada e animada.
- Oh, Deus! Passe-me a vela, Ron. – Dumbledore disse eufórico.
- O que está havendo, Dumbledore? – Ron passou a vela – Não me diga que nos encontramos com uma pedra. Suponho que esse não seja um motivo de alegria.
- Não, veja. – Dumbledore rolou, dando um pouco de espaço para Ron ver uma pequena raiz.
Os olhos de Ron brilharam. A esperança e felicidade que ele há muito tempo não sentia invadiram seu ser, mas não estava nem um terço mais feliz e confiante do que Dumbledore.
Para Dumbledore, aquele era o começo da recompensa de mais de 15 anos escavando, sem perder as esperanças de que um dia voltaria a ver o pôr-do-sol, o mar, pessoas, cidades, montanhas...
Talvez a empolgação crescente em Dumbledore que tenha estragado tudo. Animado e sem paciência, foi dando punhaladas com sua "pá" rápido demais, e de repente a terra começou a cair em cima dele.
- Dumbledo... – Ron já estava chamando-o quando mais terra começou a cair em cima dele também.
Ainda meio assustado, Ron puxou seu mestre para trás. Com dificuldade, tirou-o do túnel. Sem saber o que fazer, deu tapinhas no mestre que, cuspindo terra, começou a falar:
- Ron, meu jovem, você tem de continuar a cavar, você tem de conseguir a liberdade por nós dois.
- Não fale, mestre, você precisa ficar quieto..
- Ron, aqui vai sua última lição, não cometa o mesmo crime que fizeram com você.
- Desculpe-me, mestre. Mas eu... – Ron começo, mas Dumbledore mais uma vez o cortou.
- Eu menti quando disse não saber aonde estava o tesouro de Spada.
- Você mentiu? – Ron arregalou os olhos.
- Eu sou um padre, não um santo!
Ron deu um risinho, mas Dumbledore pareceu não gostar pois sua cara se contorceu em uma careta.
- Prometa que caso consiga fugir não irá usar o tesouro de Spada para sua vingança - Dumbledore pegou a mão de Ron e então tirou de sua roupa um mapa. – Prometa-me, Ron.
- Desculpe-me, eu não posso..
- Deus disse: "A Vingança Será Minha".
- Eu não acredito em Deus.
- Não importa. Ele acredita em você. – Dumbledore fez uma daquelas caras de deboche que Ron adorava.
Mas Ron não pôde rir, porque a mão de Dumbledore soltou a sua. E ele começou a se desesperar com a idéia de que o mestre morrera.
- Dumbledore... Dumbl...
- Ron – Dumbledore o cortou –, me prometa que irá fazer tudo o que te pedi.
- Dumbledore, por mais que o mestre tenha me ajudado, isso é algo que eu não posso fazer, mesmo que você esteja me pedindo isso na hora de sua morte.
- A morte é apenas mais uma aventura a uma mente estruturada.
- Sempre dando uma palavra sábia no final, não é? – Ron começou a se amolecer.
Dumbledore não respondeu, sorriu e fechou os olhos. Ron deu um riso frustado. E balançou o amigo, mas viu que o amigo não iria respondê-lo. Não mais. Nunca mais.
Era incrível como os livros estavam certos, quando alguém morre, ligeiramente vai ficando frio. Soltou a mão de seu mestre e amigo. Mais uma vez, ali estava ele assistindo a morte de mais um mestre. Primeiro fora Sirius, agora Dumbledore.
Sentia uma dor enorme no coração ao vê-lo. Mas não teve tempo para ficar pensando sobre isso. Ouviu de longe o barulho de Flint na certa vindo trazer comida a Dumbledore.
Rapidamente, fechou o buraco do túnel que desmoronara e entrou em outro, fechando a pedra e continuando ali, queria ver o que aconteceria. Era horrível e desconfortável respirar poeira com uma pedra prensada contra sua cabeça.
- Hora da comida... – A voz monstruosa de Flint soou, sendo acompanhada pelo guincho da portinhola aonde ele passava a concha com comida. – Dumbledore?
Flint estranhou não ouvir o senhor responder-lhe e, antes que pudesse perceber, a concha em que ele despejava a sopa para os presidiários encostou com o chão de pedra.
Abaixou-se e olhou pela portinhola. Assustou-se ao ver Dumbledore no chão com uma cara suja de terra. Mas esse fato não o importou muito, ele sentiu felicidade ao ver que mais um desgraçado daquela prisão morrera.
Ron ouviu os passos de Flint se afastarem e este chamando seus superiores. A cabeça de Ron tumultuou-se, pensava em tantas coisas, lembranças de momentos com seu mestre o assaltavam.
Não era justo que Deus fizesse isso com ele. O que aquele ser lá de cima queria fazer ele entender? Até onde ele teria de pagar pelo crime que ele nunca tinha feito? O seu único crime agora eram seus desejos de vinganças e, aliás, Deus não poderia culpá-lo por isso.
Pensou no túnel. Será que ainda tinha chance? Esperança? Ele não acreditava muito, Dumbledore de certa forma era aquele túnel. Seria difícil para ele, por mais insensível e durão que fosse, voltar a entrar naquele túnel.
No entanto, ele prometera a Dumbledore que iria continuar a cavar. Isso o fez lembrar do mapa, ele não poderia deixá-lo a mostra para os canalhas da prisão. Mas assim que ele moveu a pedra acima de si ouviu passos e teve de colocar a pedra no lugar. Era Filch e Flint.
- Então, finalmente o padre morreu. – Filch riu – Já era tempo. Então, ajude-me a colocá-lo nesse pano. Temos de chamar os irmãos para trazer os grilhões.
Ron apenas ouvia o barulho que não conseguia identificar. Até que, por fim, Filch deu um suspiro aliviado.
- Então, lá vamos nós. É impressionante como mesmo depois de mortos esses idiotas me dão trabalho. Seria muito mais fácil açoitá-los até a morte.
Ouviu-se o guincho da porta da cela fechando. Então, Ron arriscou a levantar a pedra e viu a cela vazia, exceto por uma grande lona aonde Dumbledore estava enrolado. Nem ao menos dava para ver a cara dele.
Com um pulo, saiu do buraco e foi até Dumbledore, afastando as cordas prendendo a lona. Viu o rosto do mestre e então mexeu na mão dura dele, achando o mapa.
De alguma forma, ao lembrar-se dos pedidos do mestre, uma idéia brotou de sua mente. Dumbledore fora claro ao dizer que queria que ele fugisse pelos dois. E ali estava um plano, quase tão astuto e preciso quanto os de Dumbledore. E o melhor de tudo, de certa forma os dois agiriam "juntos", tendo importantes cargos na missão.
Agoniado, puxou as cordas com dificuldade e as mãos tremendo de nervoso, tirando Dumbledore de dentro da lona e o arrastando até o buraco.
Sabia que aquela missão precisava de toda calma possível, mas Ron estava nervoso e puxava o pesado cadáver de Dumbledore sem jeito algum. Empurrou a pedra de sua cela e rapidamente largou-o encostado a uma parede.
Pulou para o túnel rapidamente e ainda nervoso, ansioso e com uma esperança crescendo a cada minuto dentro dele, arrastou-se o mais rápido possível para a cela de Dumbledore. Enfiou o mapa no bolso e empurrou a pedra do túnel e assim que saiu a colocou de volta, mas desajeitadamente.
Com um sorriso de alegria estampando-se em sua face, entrou dentro da lona e a fechou ao máximo. As coisas estavam dando certo, ele iria fugir. Assim que ele soltou o ar rapidamente com uma expressão aliviada, ouviu o guincho da porta, então fez uma cara séria.
Ouviu passos e então sentiu a lona ser apertada, fazendo seus pés ficarem presos um ao outro.
- Por que será que Filch sempre nos faz amarrar o cadáver, colocar os grilhões e carrega-lo até o mar?
O rosto de Ron se contorceu, grilhões eram pesados, ele não conseguiria nadar bem quando fosse atirado ao mar. Já sabia que certamente seria jogado no mar. Dumbledore dissera que faziam isso. Ser jogado no mar, não era problema, ele era um marinheiro, nadava bem. Mas ninguém consegue nadar com grilhões.
Levantaram-no e Ron respirou fundo. Seria agora, veria se ele ia sobreviver ou não, qual seria a vontade de Deus? Com um sorriso sarcástico, viu que certamente morreria.
- Vocês dois, andem logo, fui interrompido no meio de uma carta. – Ron fez uma careta ao reconhecer a voz de Filch.
- O padre é mais pesado do que pensávamos, Filch – um dos brutamontes, certamente Crabbe, explicou.
- Nós estávamos comendo quando Flint nos chamou. – Goyle comentou, parecendo infeliz.
- Vocês só pensam em comida, por Deus! – Filch bufou e voltou sua atenção a grande porta de entrada de Azkaban.
Ron começara a ficar angustiado. Não sabia de nada sobre os acontecimentos e isso definitivamente o deixava elétrico. Logo, ouviu Filch balbuciar algo semelhante a uma oração, e percebeu que deveria estar chegando ao mar. Arriscou abrir um pequeno espaço na lona para ver. Viu o céu escuro e cheio de estrelas e não pode deixar de sorrir.
Talvez Deus fosse seu camarada e o deixasse sobreviver, de alguma forma.


Flint continuava a dar comida aos presidiários porém por mais que odiasse a todos, a morte do padre o deixara desanimado, pois era o único que lhe agradecia, e isso era alguma coisa.
Bateu na portinhola de uma das celas e a abriu, mas sua concha tocou o chão e novamente. Abaixou-se para ver se alguém tinha morrido, mas não viu ninguém, nem a tigela.
Abriu a porta e viu sujeito deitado, virado para a parede. Bufou, mais uma morte no dia? Aquele sujeito não faria tanta diferença, ele não dava um pio sequer. Nem mesmo quando Filch batia nele com o chicote.
Teve uma surpresa quando puxou o homem vendo a cara desse. Caiu no chão ao constatar que o padre estava ali. Mas era impossível, deveria ser uma assombração. Ao se levantar, viu uma pedra em cima da outra e, logo após, um buraco.
Idéias começaram a brotar de sua mente. De algum modo, aqueles dois haviam se comunicado, e pelo que parecia, por um túnel. Mas ele não poderia pensar nisso. Porque tinha algo mais importante a fazer. Ele precisava parar Filch.
O homem que ia ser jogado ao mar era outro.


- Que Deus receba a alma desse sujeito... – Filch fez uma careta – seja lá qual for o nome dele.
Ron sentiu mais ódio ainda de Filch, por tratar com indiferença um homem como Dumbledore. Mas não teve tempo de pensar, pois Crabbe logo começou a falar:
- Então... chegamos ao penhasco... vamos rolar a lona ou jogá-lo?
- Jogaremos. Vocês o jogam no três, okay? – Filch disse.
- Um... – Começou Goyle.
Ron abriu mais espaço na lona, teria de dar um jeito agora de escapar, se caísse com os grilhões morreria em segundos. Ao olhar para Filch, viu as chaves presas na calça dele.
Longe dali, Flint alcançara as escadas de Azkaban e berrava para Filch, que não conseguia entendê-lo.
- Dois... o que esse idiota quer? – Filch fez uma careta – NÃO ESTOU OUVINDO, SR. FLINT. Tr..
Crabbe e Goyle largaram a lona e Ron rapidamente colocou a mão para fora e puxou as chaves na calça de Filch, mas ao invés de simplesmente elas saírem e Ron cair no mar sozinho, elas prenderam-se e Filch começou a cair no desfiladeiro junto a ele.
Ron soltara-se da lona assim que anfundara e, já começando a ficar cansado pela falta de oxigênio, puxou os pés de Filch, obrigando esse a descer. Ron agilmente retirou as chaves do bolso desse, tão assustado que nem percebeu o quão ruim era isso. Filch só se importava em se segurar numa pedra, pois não sabia nadar.
Quase perdendo as forças, Ron se soltou e rapidamente subiu para a margem. Filch se afogava e pedia ajuda, enquanto lá de cima, Crabbe, Goyle e Flint assistiam. Mas Ron apenas deu um sorriso sarcástico e começou a nadar em direção ao norte, antes que Flint começasse a atirar nele.


- Aonde estou? – Ron disse debilmente enquanto se levantava da areia de uma praia.
Bateu no rosto a fim de tirar a areia colada em sua pele e balançou os cabelos. Cambaleou pela praia, perdido e abobado.
Então ele estava vivo? Sim, estava bem vivo. Morrendo de cansaço, dores no corpo e fome. Mas vivo e livre. Sem se conter, teve um acesso de felicidade e começou a correr pela areia.
Mas a felicidade acabou quando ele viu vários homens. Alguns sentados em canoas velhas, outros sentados na areia e alguns andando em direção a um barco. Vestiam-se mal, pois as roupas pareciam velhas e tão mal cuidadas quanto a dele próprio. Com buracos e machadas. Mas não podia ser, certo?
Viu dois homens sentados num tronco com roupas mais aceitáveis e rostos de deboche, ambos de cabelos ruivos como ele e um deles tinha uma pequena faca na boca. Eles, assim como os outros, olhavam para Ron. Mas não podia ser.
Olhou para os homens que iam ao barco. Olhou que logo após o navio havia um barco mal cuidado, mas parecia ainda prestar. Receoso, olhou a bandeira. E teve de se convencer, não tinha mais como dizer a si mesmo que não era aquilo.
Afinal, era óbvio. Eles eram piratas.


Bill Weasley olhou para seu irmão ao lado e depois para o palhaço que ele e seus homens viram pular idiotamente pela areia depois de acordar. Que tipo de idiota era aquele?
Todos estavam quietos e o homem os olhava com uma expressão de surpresa. Olhou para ele e seu irmão, depois seus homens e por fim o navio mais longe deles. Bill deu um risinho e então resolveu se apresentar ao homem:
- O que essa pobre alma faz aqui? Quem é você, rapaz?
- Ahn? – Ron tirou seus olhos do navio – Ah, eu vim de Azkaban, fugi de lá. – Ron sorriu debochado – Sou Ron Prewett.
- Prazer, eu sou Bill Weasley e esse ao meu lado é Charlie Weasley, meu irmão mais novo. E aqueles são meus homens.
Bill foi cortado por Charlie, que o cutucou e cuspiu a faca em sua boca e começou a cochichar algo no ouvido do irmão, que sorriu maldosamente. Ron acompanhou a faca cair na areia.
- Então, meu caro Prewett. Meu irmão aqui, como sempre um gênio, me deu idéias. Acontece que veio a calhar a sua chegada. Deixe-nos explicar o que está acontecendo. – Bill parou de falar e sua mão segurou sua face sustentada pelo sorriso maldoso.
- Aquele ali amarrado é Harry Potter. Um orfãozinho que cresceu perto de nós, mas sempre foi traiçoeiro. – Harry resmungou algo – Okay, ele não era traiçoeiro mas mostrou-se ser ao tentar passar a perna em mim, meu irmão e nosso companheiros aqui ao tentar roubar o tesouro só para ele. – Charlie subiu no tronco e começou a andar, tentando se equilibrar – Acontece que alguns dos nossos companheiros o perdoaram por serem amigos e tudo mais. Claro, outros querem que ele receba o que todo pirata merece receber ao trair sua trupe.
Charlie pulou do tronco e então deu um riso alto como Ron nunca tinha ouvido antes. Aquilo, de certa forma, o assustou.
- Então, nós poderemos utilizá-lo. Obviamente você percebeu que aqui é nossa ilha, guardamos o tesouro aqui, o certo seria matá-lo, mas olhe só que coincidência! Harry também está em apuros! Então, apenas colocaremos vocês dois lutando, o que vencer embarcará conosco. Está vendo como é eficiente? Harry terá uma chance como alguns querem e ainda teremos um espetáculo.
- E se eu não quiser embarcar com vocês?
- Teremos de matá-lo mesmo. – Charlie riu mais uma vez e sentou-se novamente ao lado de seu irmão.
- Eu acho que ser pirata tudo tem a ver comigo. – Ron sorriu.
- Então, comecemos, soltem Harry. E ah.. – Bill deu uma risadinha – Meu irmão esqueceu de avisar que Harry é o melhor lutador com facas do nosso barco.
Ron sorriu confiante, fazendo Bill e Charlie se interessarem mais ainda pela luta. Charlie tirou uma faca de seu bolso e tacou para Ron, que pegou-a no ar agilmente. Bill arregalou os olhos, mas não tirou seu sorrisinho debochado do rosto.
Harry foi solto e recebeu uma faca também, correndo rapidamente em direção a Ron com a faca em punho. Ron se esquivou do Harry raivoso e então o atacou lerdamente. Harry, obviamente, se defendeu, mas não previa que Ron fosse atacá-lo mais uma vez e foi obrigado a se jogar no chão puxando Ron junto, mas bobeou ao não jogar Ron para longe rapidamente, pois quando ia fazer isso Ron se ajoelhou e apontou a faca para seu pescoço.
Todos estavam chocados, a nova faca na boca de Charlie estava na areia e Bill mantinha a sobrancelha esquerda levantada. Os demais homens olhavam a cena espantados, nunca tinham visto Harry perder e viram a cara desesperada que esse fez. Ron era o único que sorria debochado.
- Bill... – Ron chamou-o e viu esse abaixar a sobrancelha – o que você acha de aceitar que a vida de Harry pertença a mim? Ele é um homem honrado.
- É. Posso te assegurar isso – Um homem disse, à esquerda dele.
- Então ótimo, a partir de hoje a vida desse homem pertence a mim e eu sugiro que embarquemos juntos no seu navio, Bill. O que você acha?
- Eu gosto dele. – Bill olhou para Charlie – Combinado, Prewett.
- Oh, por favor, não me chame de Prewett.
- Você não gosta de seu nome? – Charlie perguntou – Acho que deveríamos dar um nome a ele, Bill.
- De acordo... – Bill deu uma risadinha – Certo, que tal... Zatarra?
- Parece assustador.
- Você está brincando não é? – Charlie riu mais uma vez alto – Significava madeira flutuante. Você entende né? Se você realmente é de Azkaban você teve de vir boiando, é longe demais.
Ron não respondeu, apenas sorriu. Bill e Charlie levantaram-se dizendo que tinham de ir resolver coisas antes de embarcarem no navio. Os homens o olhavam alguns admirados outros desconfiados.
Soltou o ar um pouco decepcionado. Ser pirata era a última coisa em sua cabeça, mas se ele queria se vingar, teria de sobreviver até lá. E sendo pirata, ele talvez conseguisse.
Pendeu a cabeça para o lado e ainda com uma cara desolada pensou no que seu pai ou Hermione achariam, ou até mesmo Dumbledore. Pensando naquilo, desejou do fundo do coração que Dumbledore estivesse com seu querido Deus.
- Minha vida pertence inteiramente a você, assim como minha dedicação, respeito e amizade se precisar. – Ron se virou e viu Harry se curvar para ele.
- Ei, cara, levante-se. – Ron riu – Nós podemos ser amigos. Você irá me ajudar habituar-me à vida de pirata e claro, me ajudará.
- Com certeza, Ron.
- Não me chame de Ron, me lembra o passado, me chame de Zatarra, como Charlie sugeriu.
- Seja como você desejar, Zatarra. – Harry sorriu e ajeitou os óculos tortos em seu rosto.
- Você me parece legal, Harry. Vamos? – Ron começou a andar em direção ao navio ao lado de Harry, que falava animadamente com ele.
Virou o rosto na direção de Azkaban e, como em filmes, teve a sensação de ver o rosto de Dumbledore se formar no céu, sorrindo para ele. Ron suspirou e esticou os braços, com Harry rindo da ação dele.
A aventura estava apenas começando.

(Continua...)

N/A: O capítulo foi feito com total desgosto da minha parte, primeiro porque foi extremamente chata de se fazer a primeira parte dele que o Ron escapa e segundo porque eu a fiz em meio a um enjôo com uma ânsia de vomito terrível. Claro, vocês se perguntam o que isso tem a ver com vocês, certo? É apenas a explicação do capítulo não tão bom. Embora eu tenha me divertido imaginando o Bill e o Charlie como piratas XD. Vejo vocês no próximo capítulo. See ya!