Capítulo 7:

Ron olhou para o porto a sua frente. Continuava igual, exceto por algumas novas casas. Olhava agora para o costumeiro porto em Londres onde ele embarcava na nau junto a Sirius e seus antigos companheiros.
Harry parou um pouco longe, observando seu amigo e "dono" admirar tristemente o porto a sua frente e por mais que Harry tentasse, não conseguia entender o ódio e sede de vingança de Ron, mesmo sabendo metade da história que Bill conseguira tirar da boca de Ron.
Bill o contara a parte da história que sabia, na noite anterior, quando Charlie o chamara. Era notável que Ron conquistara o respeito e um lugarzinho no coração de todos os tripulantes do navio. Era um homem bom, desabituado com a função de ser pirata e parecia desconfiado, mas não deixava de ser gentil.
Bill e Charlie o acolheram no navio como um filho ou irmão. Os três se pareciam pelos olhos claros e os cabelos ruivos além de serem brincalhões, embora Ron fosse mais fechado.
Harry se lembrava da conversa:

- Pelo que sabemos da história, ele foi traído pelo homem que ele pensava ser seu melhor amigo, e o juiz da cidade o enganou. Foi parar Azkaban e lá parece que conheceu um velho que o deu todo esse conhecimento que ele tenta nos ensinar às vezes. Ah, claro, e a lutar de espada e ser rápido. – Bill tomou um gole de vinho – Você está entendendo, Harry?
- Zatarra... – Charlie começou, puxando a "cortina" feita de panos maltratados e furados que tinha no escritório dos capitães, no caso, ele e Bill. – É um homem que sofreu e, pelo que vemos, isso nem é a metade da história inteira, me parece que ele teve uma vida difícil. E o Jay-Caolho nos contou que, bêbado, Zatarra confessou que tivera irmãos gêmeos que morreram no mar e uma irmã, que morreu de parto.
- Confiamos que você cuide dele, Harry. Sabemos que vocês ficaram amicíssimos e tudo mais. Sei que você é um homem de palavra e ajudará ele. – Bill suspirou – Ele é um garoto de ouro, porém duro, nós sabemos. Mas há um bom homem por trás dessa casca que ele criou em volta de si.
- Eu devo minha vida a ele. – Harry finalmente disse algo – Podem confiar em mim, eu irei ajudá-lo.
- Nós sabemos. Você sempre teve esse seu espírito heróico. Se seus pais não fossem mortos daquela maneira, talvez você estivesse na realeza. – Bill parecia pensativo. – Sentimos muito em não poder dar a você uma vida de príncipe que você teria.
- Está tudo bem. – Harry forçou um sorriso – Vocês aos menos me salvaram. Eu devo a vocês também.
- Deve nada, você foi uma ótima companhia, dê um jeito de você e Zatarra nos verem algumas vezes. Você sabe nossas paradas. Qualquer coisa é só ir a ilha. – Charlie deu tapinhas nas costas de Harry.
- Eu vou tentar...

Harry continuava a olhar Ron. Eles chegavam cada vez mais perto do porto. Harry suspirou e virou-se, talvez ele tivesse que mudar um pouco para conseguir se entender com Ron nessa viagem que esse tanto sonhava.


Bill aproximou-se de Ron. Charlie estava cuidando de vigiar dois piratas que estavam brigados um com o outro e toda a hora se desentendiam, irritando os outros. Pigarreou, chamando a atenção de Ron. Com seu olhar extremamente depressivo, o olhou.
- Então, aqui estamos... – Bill se apoiou no barco como Ron – Acho que agora é a hora de nos despedirmos. Você vai atrás de sua vingança. – Bill respirou fundo e Ron revirou os olhos. Sabia que Bill ia começar a dar sua opinião sobre aquilo. – Acho que você sabe minha opinião, deveria aproveitar sua vida, mas... Bem, deixa para lá. – Bill mexeu nos cabelos dele – Lembre-se, para qualquer coisa, conte conosco. Se precisar de homens, você tem a nós.
Ron arregalou os olhos, ele jurava que Bill viria com sermões. Aliás, Bill e Charlie, embora muito ligados e irmãos, eram diferentes. Charlie era e gostava de ser um verdadeiro pirata, já Bill vivia preso na época que ele era o vigia de Harry quando bebê.
Charlie apoiara Ron quando esse dissera que iria embora do navio para efetuar sua vingança naqueles que acabaram com sua vida. Bill o olhara de um jeito censurador e logo desviou a atenção para o lado.
Não que Charlie fosse um incompetente e Bill um cara direito. Ron pensava que eles eram diferentes, mas não deixavam de ser gente boa. Eles eram piratas até suaves, pois roubavam de outros piratas que reconheciam como "canalhas".
Charlie e Bill nasceram pobres, e logo ficaram órfãos, no entanto Lily Evans, uma moça mais velha do que eles que andava noiva, os "recolheu" da rua e dera a ele a chance de terem uma boa vida. Ela estava noiva de um dos poderosos da cidade, James Potter, descendente da fortuna dos Potter.
Logo, ela se casou e, mais rápido ainda, engravidou. James, que também era um bom homem, acolheu Charlie e Bill. Mas os anos que Charlie havia crescido na rua não conseguiam sair tão rápido dele quanto saíram de Bill, empenhado nos estudos que James estava investindo nos dois.
Quando Harry nasceu, Lily e James encobriram os dois de cuidarem de Harry e ajudarem Lily em compras, entre outras coisas. Mas a felicidade daquela família e dos dois irmãos foi afastada quando Riddle os matara para ficar com a fortuna, com a desculpa de que Potter era amigo dos revolucionários.
O ataque fora de surpresa e Lily que era a única que poderia ficar viva na família Potter por não apresentar ameaça a Voldemort. No entanto, morreu salvando o filho, o passando para Bill por um quadro que se abria. Ele e Charlie fugiram com Harry, que tinha apenas dois anos. E assim, com o passar dos anos, os três se tornaram piratas até chegarem ao estado que estavam.
Ron sorriu timidamente e olhou para Bill, pois conseguira recuperar o ânimo com a ajuda de seus novos amigos:
- Obrigado, Bill.
Bill apenas acenou e voltou a dar ordens a alguns homens de bobeira. Ron acompanhou-o com o olhar e depois voltou ao porto. Segurou o queixo com a mão e sorriu sarcasticamente, pensando em como iam os moradores de lá.


Harry acabou de arrumar suas coisas e colocar a sacola nas costas. Despediu-se de seus companheiros antigos, mesmo não sendo exatamente amigos. Deu uma última olhada no cômodo do navio, onde dormia junto a mais uns dez homens, e com um sorriso, saiu dali.
Avistou Charlie dar tapinhas em Ron, em tom de despedida. Bill, mais adiante, dando ordens em alguns homens e por fim parou para observar Ron, que estava sério, mas Harry achara que ele estava nervoso ao ver o punho fechado do amigo.
- Então, vamos? – Harry disse, receoso que estivesse interrompendo alguma conversa.
- Sim. – Ron se virou para ele e sorriu – Adeus, Charlie.
- Adeus, a gente se vê. – Charlie riu e se virou para Harry – Quanto a você, trata de fazer o combinado. À propósito, Bill mandou isso para você.
Ron olhou curioso para uma sacolinha e um pergaminho que Charlie tirou da roupa, dando a Harry. Mas ficou quieto, sabia que Harry o explicaria. Olhou na direção de Bill e viu esse acenar com um sorriso para os dois.
Harry e Ron desceram do navio sem olhar para trás. Ron olhava para os lados observando as mudanças do local que passara uma boa época da sua vida. Então, seus olhos encontraram algo que ele desejaria talvez não ver.
Harry olhou o amigo parar de andar e fazer uma expressão chocada. Os dois estavam em frente a uma empresa de barcos, que tinha um grande letreiro escrito: "Snape Navegações".
- Algum problema, Zatarra?
- Ahn? – Ron se virou para o amigo – Ah, nada, apenas...
Harry levantou uma sobrancelha e Ron soube que esse na certa ia dizer que Ron tentava enganá-lo. Irritando-se, ralhou:
- Vá achar um barco para nós, não temos muito dinheiro, enquanto isso eu vou fazer umas visitas.
- Se assim você quer... – Harry revirou os olhos, revoltado. Mesmo depois de anos ele ainda não conseguia se habituar com essa mania de Ron não o responder ou partilhar os sentimentos.
Harry sumiu ainda visivelmente irritado. Ron conhecia o amigo o suficiente para saber que ele havia se irritado. Mas talvez Harry fosse compreender mais tarde que, a partir de agora, Ron seria mais afastado, fazendo várias coisas sozinho.
Respirou fundo e então foi a procura de informações sobre onde poderia achar seus velhos amigos. Muita coisa precisava ser esclarecida, ele precisava trocar palavras com Lupin, ver seu pai, achar Hermione. E, principalmente, achar os traidores Malfoy, Crouch e Snape.
Foi até sua antiga casa, mas viu outra família morando e não teve coragem de entrar na casa a procura de informações. Também foi até a antiga casa de Hermione e achou um homem morando lá, mas não havia nenhum sinal dela.
Depois de um bom tempo, resolveu pedir informações e finalmente após de perguntar a umas cinco pessoas, um senhor o ajudou dizendo onde o Sr. Lupin morava atualmente.
Ron reconhecia o lugar e se surpreendeu vendo Lupin morando lá. Era uma região bem pobre do bairro. Bateu numa porta enorme de madeira com uma aparência não muito boa. E tentava raciocinar o que poderia ter acontecido com seu ex-patrão.
Na verdade, apenas uma coisa passava em sua cabeça. Snape. Ele de certa forma se vingara de Lupin e Sirius ao mesmo tempo, tomando o "Lupin Navegações". Só não sabia como, pois Lupin não era bobo para cair na dele e acabar fazendo uma viagem que abalasse seu negócio.
Saindo de seus pensamentos, ouviu o rangido da grande porta e viu uma moça aparecer. Ela tinha um sorriso meio perdido, mas meigo, cabelos pretos ondulados e uma estatura mediana.
- Com licença, aqui mora Remus Lupin? – Ron disse incerto, olhando desconfiado para a moça a sua frente.
- Oh, sim, você é algum amigo antigo dele? Por favor, entre. – A moça abriu mais a porta.
- Obrigado. – Ron tentou sorrir para ela depois de entrar.
Ouviu um guincho irritante e então a moça fechou a porta. A casa não era das melhores, parecia que por falta de manutenção fora se definhando e agora estava prestes a cair.
A moça o levou até a sala, onde ele viu um Lupin envelhecido e com uma cara mais triste do que o costume. Lupin sempre tivera uma aparência triste por questões familiares. Mas agora piorara absurdamente.
- Remus, querido, tem alguém querendo te ver.
- É um antigo cliente? – Ron ouviu a voz de Lupin e sentiu um arrepio, parecia fraca, como se ele estivesse doente – Explique a ele que agora tem de se entender com Snape.
- Receio que não seja sobre navegações que venho lhe falar. – Ron disse educadamente, precisava treinar seu falar mais culto. – Venho a procura de um velho amigo, Ron Prewett. Conheci ele há muito tempo atrás, mas me parece que ele não se encontra mais aqui.
- Ah, sente-se. – Lupin se virou para ele e apontou uma poltrona um pouco maltratada em frente a dele. – Receio que tenha de dar-lhe péssimas informações sobre Ron. – Se virou para a moça – Nym, querida, prepare-nos um chá..
- Não, obrigado, acabo de voltar de um restaurante. – Ron o cortou – Desculpe a interrupção.
- Oh, não. Tudo bem. – Lupin fez um aceno e Nym saiu do local. – Ron Prewett infelizmente não está mais conosco, subiu aos céus, onde deve ter encontrado paz. Uma história tão triste, dói-me o coração falar nela. Ron era como um filho para mim...
Ron teve o impulso de falar "Ele te considerava como algo aproximado a um pai também". Ignorou por nervosismo a parte do "subiu aos céus". Mas ficou quieto, observando Lupin beber um pouco de chá numa mesa ao lado de sua poltrona.
- Mas voltemos ao assunto principal. Ron estava noivo, como você deveria saber, e eu tinha dado a ele um cargo mais alto em nossas embarcações. Assim, ele e sua noiva marcaram a data do casamento, mas então guardas invadiram sua casa com uma acusação falsa sobre ele ser ligado a Riddle, e ele foi mandado a Azkaban.
Lupin parou para beber mas chá. E Ron, sem muito o que fazer e se sentindo um pouco desconfortável com aquilo, se conformou em ouvir sua história de novo para saber o que lhe interessava.
- Eu lhe confirmo que Ron foi acusado injustamente. Ron não era do tipo que se metia com política. Seu pai e sua noiva, junto com o melhor amigo dele, Malfoy, foram tentar mudar a opinião do juiz, mas nada conseguiram. Dias após recebemos a notícia de sua morte.
Ron arregalara os olhos. Então ele estava morto para aquelas pessoas? Encostou-se na poltrona e, ainda chocado, tentava aceitar essa informação. Lupin prosseguiu, sem perceber o choque do homem a sua frente.
- Creio que queira saber dos parentes dele, certo? – Ron fez que sim com a cabeça – O pai dele não agüentou muito tempo. Morreu, do que ninguém tem certeza. Mas deve ter sido depressão, acredite, nós tentamos ajudá-lo. Mas foi em vão, dávamos comida a ele, mas ele não se alimentava. Eu entendo o pobre Arthur, ele enterrou toda sua família. Por mais que fosse um homem seja forte... ele já era velho.
Lupin deu um longo suspiro e continuou.
- A noiva dele. Bem, foi algo surpreendente, ela acabou se casando com o amigo dele, Draco Malfoy. Confesso que não fui a favor do casamento e não fiquei nem dois minutos na cerimônia de casamento. Se não tivesse respeito para com a família dela, nem teria comparecido. Por mais que o noivo dela tivesse morrido e aquele fosse o melhor amigo dele, ela foi rápida demais na minha opinião. Mas, de qualquer forma, o que minha opinião valeria?
Ron tentava se recuperar. Ele ouvira bem? Draco e Hermione, juntos? Casados? E o pior de tudo, se casaram rápido demais. Ron sentiu uma raiva se apossar dele e, com esforço, tentou escondê-la.
- Eles se mudaram para Manchester, não muito tempo depois. Hermione deixou um dinheiro, saldando a dívida de Arthur, o pai de Ron, com Pettigrew. Mas esse morreu há uns três anos. Deus que me perdoe, mas que bom que aquele crápula morreu.
Ron não pode deixar de rir quando soube que aquele canalha havia morrido. Não gostava nem um pouco daquele traste. Mas então, percebendo que Lupin olhava para ele resolveu continuar a conversa:
- Mas e você? Você não tinha uma...
- Sim, as Lupin Navegações afundou. – Lupin o cortou – Fomos sendo saqueados toda hora e não houve mais cliente querendo transportar nada conosco. Então, Snape, com a ajuda de Malfoy, eu creio, me comprou o negócio por um preço de lixo e agora está aí, se dando bem. Parece até que ele era amigo dos saqueadores, pois nunca foi saqueado!
Ron ficou chocado novamente. Então fora assim que Lupin perdera seu negócio? Mais uma vez franziu o cenho: estava morrendo de ódio. Não só pelo o que acontecera enquanto ele estava fora, mas porque aquilo mudava todo seu plano.
Em questão de minutos, um novo plano se formou na cabeça dele. Viu que o sol ia se pôr e percebeu que já era hora de encontrar Harry e ir em direção a seu caminho. Levantou-se e foi se despedindo:
- Foi uma honra falar com o senhor, fico realmente agradecido. Agradeça a sua mulher também. – Ron disse, para saber o que a moça era de Lupin.
- Ela não é minha mulher. – Lupin disse baixinho – A mãe dela era prima de Sirius, o mestre de Ron, e como ela morreu, Nym ficou sobre meus cuidados. Mesmo sendo maior de idade...
- Desculpe-me, mas vocês me parecem um casal. – Ron insistiu, ele reconhecia aquele olhar em Lupin.
- Gostaria que fôssemos. – Lupin, por fim, declarou. – Mas não foi o que aconteceu.
- Hmm, Ron certa vez me disse que você tinha uma filha...
- Luna morreu junto ao marido, Neville. A filhinha deles foi adotada por Hermione. Draco agora é mais rico do que antes e não se importa com nada da casa, está sempre fora em bailes e tudo mais, ele nem olha para ela.
- Entendo... – Ron olhou para baixo, Lindsay era muito fofinha e meiga quando ele a conhecera, mesmo essa sendo apenas um bebê. – Bem, agora realmente preciso ir. Tenho compromissos, mais uma vez agradeço por sua ajuda e, ahn, acho que Ron concordaria com minha ação de entregar-lhe isso.
Ron jogou para Lupin um saco e foi saindo da casa acompanhado por Nym que o acompanhou até a porta.
- Obrigado pela visita, Remus estava precisando.
- Ah, não há do que. Você se chama Nym, mesmo?
- Nymphadora Tonks. Sou prima do falecido Sirius Black, por incrível que pareça eu sou descendente da magistral família Black, minha mãe era uma, mas resolveu largar a fortuna, assim como Sirius, para ficar com meu pai. – Nym sorriu e abriu a porta – Até mais ver, senhor.
- Até! E se Lupin perguntar quem era, diga que era um amigo que volta mais tarde. Acho que vocês dois não acreditariam se eu dissesse quem sou.
E, sorrindo, Ron saiu da casa, andando pelas ruas sujas de Londres. Nym o olhava, curiosa, se distanciar e o perdeu de vista quando ele dobrou numa rua. Dentro da casa se ouviu uma exclamação e ela correu para ver se Lupin estava bem.


Harry esperava Ron no lugar que os dois haviam combinado há tempos, já que rapidamente conseguira um barco. Sabia que agora teria de se acostumar com Ron, que começaria a desejar fazer tudo sozinho.
Deu um bocejo ao ver que estava escurecendo. Ron estava demorando demais, já pensou em ir a um bar comer algo quando avistou-o.
- Cara, você demorou demais. – Harry fechou a cara ao ver que Ron parecia não dar importância para ele – Consegui um barco razoável para nós e ainda sobrou dinheiro para comer mais tarde. Diz, você está orgulhoso de mim, não está? – Harry deu um tapinha nas costas de Ron.
Ron apenas revirou os olhos, é claro que não estava, Harry deveria ter gasto todo o dinheiro no barco, comida ele compraria com o dinheiro que sobrara do dele, agora teriam de enfrentar uma viagem infernal com o barco.
- Não, não estou. Você não tem idéia do tamanho da nossa viagem! Vamos, temos de comprar bastante mantimentos, eu espero que o barco ao menos tenha vela!
- Afinal, o que você deseja, Zatarra? Você não me explica nada e fica dando esses ataques! – Harry se enfureceu. – Mantimentos? Você quer viajar para onde afinal...?
- Algum lugar perto da Itália.
- O quê? Por que você não me avisou? Você está louco, Zatarra? Eu sei que minha vida pertence a você, mas você extrapolou agora!
- Harry... – Ron o interrompeu – Se você não quiser me seguir, apenas fique aqui, você não me deve nada.
E então Ron caminhou em direção a um armazém, deixando um Harry chocado.
- Cara, você é louco, nós vamos morrer com essas suas loucuras. – Harry berrou para ele. – Mas eu disse que ia te proteger, então eu vou junto a ti, morrerei com sua loucura – E dizendo isso Harry correu até Ron.
Ron sorriu, eles agüentariam. Harry e ele cozinhavam aceitavelmente bem, e eram homens fortes. Para quem passara anos em Azkaban, aquilo era fichinha. E Harry tinha uma incrível capacidade de passar dias sem comer.

(Continua...)