Capítulo 10:

Uma carruagem vinha correndo pela estrada. Dentro dela, estava um rapaz de seus 15 anos, cabelos castanhos arruivados e olhos claros. Parecia excitado com alguma coisa.
- Mãe, pai! - berrava subindo as escadas. – Mãe!
- Albert, meu filho! Há quanto tempo, como foi a visita a seus amigos?
- Ótima, mãe! Mas agora preciso muito falar com papai.
- Bem, ele está no escritório dele, fazendo algumas contas.
A mulher de cabelos cacheados, presos em algo que lembrava um coque, seguiu com o olhar o filho. Tinha um olhar maternal e sentia um pingo de alegria ao ver o filho, ele lembrava bastante o pai.
Por fim resolveu seguir o filho, sabia Deus o que ele iria querer com o pai. E Draco não estava com as melhores das caras, ao ser obrigado a perder o baile que o novo morador da cidade dera por culpa de seus negócios, que o obrigaram a se dirigir para Londres.
Entrou no escritório e se postou ao lado do marido, ouvindo já pela metade a conversa. Mas não gostou do que ouviu. Seu filho, mais uma vez, queria viajar com os amigos.
- Por favor, pai, todos vão a Roma. Eu realmente gostaria de ir. Prometo não incomodar mais. Será meu presente de aniversário.
- Você não planeja levar Lindsay junto, certo?
- Não pai, vamos só eu e meus amigos.
- O que? Você não irá permitir isso, Draco! Ele já vai viajar de novo? E para Roma? Apenas com outros adolescentes? E Lindsay ficará aqui sozinha novamente?
- Primeiro que um dos amigos deles já tem uns dezoito anos, segundo que ele pediu, é aniversario dele, terceiro que será melhor para nós, você cuidará das coisas do aniversário dele e eu dos meus negócios em paz e quarto, Lindsay não é minha filha e o aniversario de 15 anos dela já passou – Draco separou uma pilha de papel da outra. – Está bem, Albert, você irá para Roma.
Albert deu um pulo de felicidade, enquanto Hermione cruzou os braços e abriu a boca para reclamar, mas Draco ergueu uma mão, a interrompendo:
- Não discuta comigo, Hermione. Ele irá a Roma.
Hermione se virou bem irritada, e dando passos fortes saiu do cômodo seguida do filho que sorria alegremente. Apontou o dedo indicador ao filho com uma mão na cintura.
- Não sorria na minha frente! – Hermione desfez a cara emburrada. – Céus, meu filhinho, você sozinho em Roma? Tão longe?
- Não se preocupe, mamãe. Eu me comportarei, prometo que não serei promíscuo, que não arranjarei brigas e tudo mais. Sério, não se preocupe, eu já sou um homem agora.
- Falta tempo ainda, meu filho – Hermione sorriu. – Se ao menos você levasse Lindsay. Me sentiria mais segura, ela, sim, é ajuizada.
- Você sempre diz que ela é ajuizada, disciplinada, com modos, inteligente isso e aquilo – Albert fechou a cara.
- Não fique com ciúmes, querido – Hermione abraçou o filho. – Você não deve. Tente se colocar no lugar dela nessas suas crises de ciúmes.
- Eu sei mamãe – Albert se separou da mãe e sorriu. – Mas eu às vezes não me contenho, como você disse, eu sou meio imaturo.
- Seu pai também era. Todos os homens são – Hermione riu. – Vá. Creio que você queira arrumar logo suas malas.
- Sempre adivinhando meus pensamentos, mamãe – O rapaz sorriu. – Bem, eu vou. Robert alertou-me que passariam a qualquer hora para me buscarem. Prometo que irei comportar-me. Trarei um presente para ti – Ele voltou a abraçar a mãe. – Até mais, caso não nos vermos mais – Ele riu. – Você tem mania de sumir pelos jardins, mãe.
- Uma mulher como eu tem a tradição de passeios pelo jardim para endireitar as idéias.
- É, eu sei. Você tem sorte de que papai não reclame sobre seu avanço intelectual em questão às outras mulheres.
- Ele sabe que não pode reclamar – Hermione riu. – Já que eu o ajudo com as contas de gastos da casa. E o ajudo em discursos também.
- Você é única, mãe – Albert sorriu e então se distanciou, subindo as escadas.
Hermione seguiu seu filho subir as escadas, ele lembrava tanto uma certa pessoa. Genioso, um pouco rebelde, pessimista e... Balançou a cabeça. Tinha de parar de pensar nisso. Sorriu e desceu as escadas, tinha de dar ordens às moças da cozinha.


- Então, vai viajar novamente, Albert? – Uma jovem de cabelos loiros e olhos claros comentou por baixo de seu leque.
- Vou, Lindsay. Mais uma vez, vamos a Roma! – Albert riu, fechando sua mala. – Imagine só. Que sonho deve ser.
- Sim, você deve passar em Veneza também.
- Talvez, nós não sabemos. A princípio, ficaremos apenas em Roma.
- Você vai se divertir bastante lá, não? – Lindsay disse desgostosa, abaixando o leque e acariciando sua próprias mãos.
- Pode ter certeza, me divirto por você até! – Ele riu mais uma vez e então se virou para ela, que parecia emburrada.
- Também vai se divertir bastante com mulheres, não? – Ela forçou um sorriso.
- Oh, não diga isso, você sabe que eu não sou assim!
- Não sei, no último baile vi você uma hora num canto com a Dashwood e outra com a Benton. Sem contar que minhas amigas comentaram que você e a Wyner têm algo.
- Mentiras – Ele riu. – Realmente eu estive um tempo com a Dashwood e a Benton, mas não são elas o tipo de mulher com quem pretendo me casar.
- Fica difícil descobrir com quem você quer se casar do jeito que você age.
- Bem, um dia você irá saber, Lind – Ele sorriu. – E eu te prometo que você será a primeira da família a saber.
- É realmente uma pena que eu não tenha mudado minha opinião sobre isso. Deveria ficar contente?
- Você é realmente complicada, Lindsay.
- Vocês homens dizem isso, aquele irritante do Kningtley sempre disse isso para mim. Céus, eu tenho de fugir dele sempre.
Albert riu. Fechou sua mala e parou em frente à prima.
- Não podemos culpá-lo, Lindsay. Você é muito dura com ele, aliás, dura com todos os homens, até comigo você é, e eu fui criado ao seu lado!
- Não me venha com essas idéias, Albert. Você sabe muito bem que eu não sou tão dura como você diz e, além disso, melhor ser assim do que ser tonta como a Benton.
- Ela é romântica, Lindsay. É diferente.
- O que seja, ela age como uma idiota.
- Você está tão mal-humorada. Antes de eu partir da última vez, você estava melhor.
- Isso é apenas impressão sua – Ela olhou para o lado.
- Sim, deve ser – Ele parou na porta. – Eu acho que você está apaixonada.
- O quê? – Ela se levantou vermelha.
- Pelo senhor Kningtley – Ele completou fechando a porta e correndo, sabendo que a irmã de criação correria atrás dele.
- Volte aqui, Albert! Volte já! Retire o que disse, imediatamente! – Ela abriu a porta e levantou o vestido. – Sua peste! – E saiu correndo atrás dele.
- Senhores, por favor, não façam isso! – uma criada surgiu. – Temos visita. Srta. Longbottom, pare de correr!
- Volte aqui, seu moleque. – Lindsay berrou, já um pouco vermelha.
- Senhorita, temos visita para você! – A criada disse batendo o pé.
- Oh, desculpe-me, Caroline, não a ouvi – Olhou para o primo do outro lado do aposento rindo dela. – Cresça, Albert.
Lindsay arrumou o vestidos, checou se seu cabelo estava certo num espelho e então desceu. Albert a seguiu com os olhos e, não se contendo, resolveu a provocar:
- Deve ser o seu amor!
- Idiota – Ela sibilou, erguendo a cabeça.


Albert sorriu na carruagem que levava ele e os amigos para o hotel, em uma rua movimentada de Roma. Ele tinha de admitir: amava bailes, viagens, noites com mulheres... Tinha de admitir quando seu pai dizia, ele era um vadio mesmo. Pois, até aquele momento, não dera sinais de interesse nos negócios da família e vivia faltando às aulas particulares dele.
Mas ele não sentia como se o mundo do negócio fosse para ele. Sentia-se vadio e, tinha de admitir, amava o mar. Quando criança, longe dos pais, fingia ser um capitão de um grande navio que fazia conquista pelo mundo afora.
Atualmente, ele largara o vício por mares desconhecidos, mas continuava a amar o mar. Não da forma que amava antes, mas ainda amava. Ele se sentia solitário, mas completo em meio ao mar. Seus amigos diziam que, no fundo, ele era apenas um perdido no mundo, que nunca encontrariam alguém como ele.
Albert era realmente um ser estranho. Ele era inteligente, puxara isso da mãe, mas era extremamente preguiçoso e custava a estudar. Gostava de ler, e lia muito, mas só bobeiras e até romances, que os amigos diziam ser de "mulherzinha". Não que ele não lesse um livro cabeça uma vez ou outra, mas preferia os romances.
Tinha idéias revolucionárias como todo bom jovem de sua época, poderia manter uma conversa bem madura para alguém da sua idade, mas era rebelde. Sendo assim, quando o pai ou a mãe iam exibi-lo nos bailes, ele se mantinha calado e falava palavras bem primitivas, apenas por rebeldia.
E sobre amores? Bem, Albert amava alguém, pelo menos ele achava que sim, mas seria difícil ficar com o alguém, que era óbvio que ele gostava. Enquanto isso, apenas de farra e por seu instinto natural basicamente se aproveitava de algumas moças oferecidas por aí, costumava odiá-las, pois eram desmioladas, mas apenas alguns beijinhos bastariam para as dispensar. Por isso, agüentava por algum tempo as idiotices que diziam.
Albert não pôde mais ter o privilégio de apreciar seus pensamentos em paz, pois seu amigo, Robert, o chamou.


- Ah, Harry, que bom que te encontrei, não encontro o Sr. Weasley em parte alguma – Nancy disse rapidamente, sem fôlego.
- Ele viajou, Nancy – Harry sorriu.
- Novamente? Mas para onde?
- Roma – Harry sorriu marotamente.


- Então, o que o faz estar aqui? – Um sorridente Bill disse ao seu amigo Ron.
- Não seja idiota, Bill. Não combina com você.
- Está certo, é ausência de Charlie, me faz querer ficar... – Bill parou – engraçadinho.
- Ausência, diga-me, você está longe deles há quantos minutos.
- Está bem, já chega de ofensa civilizadas, isso é irritante. Venha conosco, Ron. Charlie o espera, você precisa nos explicar melhor esse seu pedido.
- As coisas são mais simples do que parecem. Vocês conseguiram alugar a casa?
- Olha, eu tenho de admitir que Charlie teve de forçar o homem a nos deixar alugar a casa, ele não gostou da nossa aparência, pelo jeito.
- Isso é uma indireta de que devo tranqüilizar o homem?
- Indireta alguma, pode acreditar, Zata... okay, Ron. Fizemos tudo certo!
- Está bem, terei a comprovação de suas palavras quando chegarmos.


- Albert, ande logo! Você está nos atrasando! – Robert berrava já um pouco alterado pelo vinho.
- Acalme-te, meu caro – Albert remexia uma gaveta. – Não acho minha máscara!
- Essa? – Robert apontou para uma máscara semi escondida por um lençol. – Você é tão descuidado.
- Me deixe em paz. Vamos, não era você que estava ansioso para ir ao carnaval? – Albert disse sarcástico, pegando uma máscara dourada com um enorme sorriso.
- Você não presta – O outro fez uma careta.
Os dois seguiram até a escadaria do hotel que estavam, onde outros amigos os esperavam. Deles, Albert era o mais novo, mas não o menor ou menos forte. Ele enganaria a qualquer um em relação a sua idade devido a sua altura, porte e rosto ligeiramente mais velho.
Andara sempre com pessoas mais velhas, porque por mais cabeça-dura que fosse, tinha um intelecto elevado para os garotos de sua idade. Claro, às vezes se irritava com seus amigos pelas idéias deles. Mas se fosse comparar ao de sua idade, ele realmente preferia continuar com seu grupinho.
A música e a dança já rolavam soltas pelas ruas, todos estavam fantasiados e se divertindo. Logo, seus amigos estavam espalhados dançando ao lado de moças desconhecidas,porém Albert não conseguia fazer isso, apenas dançava. Mas não conseguira até aquele instante pegar uma dama para dançar.
Talvez fosse Lindsay, o que ela dizia o preocupava. Fora na onda dos amigos e tão cedo já se aproveitava das mulheres.
Estava rindo de um amigo fazendo palhaçadas ao lado de uma moça, quando, de repente, uma jovem virou seu rosto e antes que ele falasse algo, ela o beijou.
- Ei, moça, o que foi isso? – Disse, chocado quando ela parou de beijá-lo.
Ela sorriu e começou a correr para um lado. Albert, ainda confuso e sem saber o que fazer, a seguiu. Ao longe, ouvia seus amigos o chamando. Mas não conseguia parar, queria ao menos saber quem era a moça e porque ela fizera aquilo.
Corria sem se dar conta que cada vez mais chegava à área perigosa da cidade, de ruas vazias e pouco iluminadas. A garota entrou dentro de um beco e ele entrou no beco também sem pensar.
Antes que se desse conta que a garota sumira, viu-se preso por cordas nos braços, uma mão tampando a boca dele e um lenço vendando seus olhos.
- Então, meu jovem, vejo que você realmente é ingênuo – Ele ouviu uma voz.
- Quem está falando? – perguntou balançando a cabeça, não enxergava nada.
- Alguém muito mau – Ele ouviu uma voz sarcástica e logo risos. – vamos, tirem a venda do olho dele. Não é necessária.
A primeira coisa que Albert pode ver foi um homem esguio, ruivo, com um lenço em sua cabeça como os piratas usavam e, por fim, uma faca em sua boca com outras espalhadas na roupa suja e gasta que ele usava. Olhou à sua volta e viu mais alguns homens. Todos vestiam roupas parecidas. Não havia dúvida, eram piratas. Ou coisa do tipo.
- O que querem? – Cuspiu as palavras junto a um pouco de saliva que parou perto do homem com a faca na boca.
- Você é um pouco demente para um filho de um rico. Ou melhor, ingênuo – A mesma voz que respondera da primeira vez, quebrou o silêncio do local e Albert percebeu que era a voz do homem com a faca na boca.
- Pois então me mate, se for o caso. Não tenho medo, não irei berrar, não irei chorar, não ir...
- Cale-te moleque! – O homem da faca se irritou. – Falas demais para um seqüestrado! O máximo que poderemos fazer é enviar um dedo como prova de que o seqüestramos para seu pai nos mandar a quantia desejada. Pode ser aquele ali com o anel de diamante. O que vocês acham? – virou-se para os outros homens. E deu um riso alto e agudo.
- Faça o que quiser, mas não...
Albert se virou ao ouvir um berro de um dos homens, que era atacado por um outro homem que chegava. O estranho trajava veste finas e uma espada que brilhava em meio à escuridão daquele local.
Antes que pudesse pedir ajuda ao homem, esse já o livrava das cordas e começava a derrubar os homens que o seqüestraram.
- Saia logo, idiota. Fuja... – Seu salvador sibilou.
- Mas não é honrado. – Albert insistiu.
- Você está sem arma, já disse para você sair! – O homem berrou e fez uma careta tão assustadora que Albert cedeu.
Quando Albert já estava longe, o homem com trajes finos por fim parou e sorriu, dando uma mão ao que tinha uma faca na boca, riu:
- Ótima interpretação, rapazes – Riu. – Adorei suas falas, Charlie.
- Você quem sabe, Zatarra.
- Pode me chamar de Ron agora.
- Eu vou tentar. Agora corra, o garoto vai suspeitar de algo.
- Está bem, mais uma vez obrigado, a propósito, tomem isso – Tacou um saco de moedas. – Não te machuquei certo, Charlie?
- Não, agora vá!


Albert parou por fim ao se ver nas ruas, já um pouco vazias. Quem era aquele homem, e como ele pudera saber que ele estava sendo seqüestrado? Muitas perguntas como aquelas brotaram em sua mente, mas ele não conseguia achar uma resposta.
Já estava voltando pelo caminho a qual saíra com medo que seu salvador estivesse em apuros, quando este apareceu.
- O senhor está bem? Muito obrigado! Você salvou minha vida! Foi impressionante, nunca vi uma pessoa lutar tão bem assim!
- Sem exageros, meu jovem. Vamos apenas voltar para nossas casas, relaxar e ter uma boa noite de sono.
- Qual o seu nome senhor?
- Me chame de Conde Weasley. Preciso ir, meu jovem.
- Só mais uma pergunta senhor...
- Sem mais pergunta, meu jovem. Tenho coisas a resolver, se a pergunta tanto o incomoda compareça depois em minha casa e me pergunte.
Ron fechou a porta, deixando um Albert confuso e com a boca aberta. Deu um suspiro e se virou para Bill que ria ao seu lado:
- Tão rude com o garoto?
- Era necessário.
- Você empurrou o garoto a ir em sua casa?
- Eu sei o que eu faço, Bill. Pode deixar.
- Bem, você quem sabe.


Albert parou em frente a enorme porta de um casarão a sua frente. Depois de pedir várias informações fora cair ali, onde o asseguraram ser aonde o fino Conde Weasley estava morando, por hora.
Antes mesmo que pudesse berrar ou procurar por um sino, um mordomo apareceu.
- O senhor Weasley me notificou que você iria comparecer – Disse o mordomo, abrindo a porta.
- Ah... Como o senhor sabe que eu...
- Siga-me, por favor.
O mordomo deixou a porta aberta e um porteiro escondido entre algumas árvores apareceu e a fechou, enquanto o mordomo guiava um Albert bem surpreso para dentro do casarão.
- O senhor o aguarda ali – O mordomo apontou para uma porta.
Antes que Albert o agradecesse, outro homem surgiu e o guiou até a porta, a abrindo. Dessa vez, Albert não se preocupou de agradecer ou coisa do tipo, se preocupou apenas a observar o cômodo em que entrara. Deveria ser o cômodo do café da manhã, já que tinha uma grande mesa redonda no centro, com algumas poucas cadeiras e grandes janelas que davam para o jardim.
Na mesa, estava o seu salvador, Ron, embora ele não soubesse que era esse o nome dele. Apenas o conhecia por Weasley, Conde Weasley. E isso o incomodava, não por suspeita. Mas porque se simpatizara com o homem. Afinal, ele o salvara!
- Bom dia, jovem Malfoy – Ron sorriu tirando a atenção de uma carta. – Estava a sua espera.
- Ah, é mesmo? – Albert ficou sem graça, aquele homem era tão estranho. – Eu gostaria ainda de voltar àquelas perguntas. Afinal, como você soube que estavam me seqüestrando?
- Oh, bem – Ron riu. – Sente-se, e explicarei – Ron apontou para uma cadeira a seu lado. – Eu acho que, no fundo, não posso explicar direito como soube. Estou há pouco tempo aqui, mas gosto de saber o que acontece na cidade que resido, ou que provavelmente acontecerá. Mantenho-me informado. E tenho algumas ligações não tão honrosas com isso, por isso não posso explicá-lo. Quando me vieram dizendo que um grupo seqüestraria um filho de Malfoy, eu achei que era de vital importância salvar um nobre como eu.
- Parece fantá...
- Com licença, senhores. – Um homem tão ruivo quanto Ron, mas parecendo mais velho, entrou.
- Oh, Bill. Entre! Esse é Albert Malfoy, futuro herdeiro.
- Ah, o jovem que você salvou ontem. Muito prazer.
- O prazer é meu – Albert disse confuso. Que local estranho, era bem diferente de sua casa.
- Bem, Ron, recebemos a mensagem que nosso carregamento já pode ser enviado para nossa querida Londres e...
- Bill, temos convidados, conversaremos sobre isso depois. Então, Albert, meu jovem. Era só aquela pergunta que tinha a me fazer?
- Oh não, eu gostaria de perguntar se não podia vir conhecer meus pais. Eles serão gratos eternamente a você e adorariam recebê-lo.
- Bem, eu sou um homem muito ocupado – Ron deu um sorriso amarelo.
No fundo, estava apenas fazendo charminho, ele não queria deixar suspeitas quanto a expectativa de ver os Malfoys.
- Eu tenho de insistir! Se me permite dizer, ouvi seu amigo aqui falar sobre Londres, eu moro em Manchester. E embora seja longe, em comparação de Roma a Inglaterra não é nada. E também, logo será meu aniversário e meus pais darão uma grande festa, eu apreciaria muito sua ida.
Ron olhou para Bill que permanecia em pé ao seu lado. Entendendo o que Ron queria, para completar sua encenação "lembrou-o" na frente do jovem:
- Não tens compromissos nesses meses, nada que eu não possa cuidar para ti. E poderás descansar em paz em sua casa em Manchester, que feliz coincidência, não é?
- Sim, uma grande coincidência. Então está bem, rapaz. Irei a sua festa, me mande o convite e irei. Não será difícil achar meu endereço em Manchester.
- Sim, pedirei assim que chegar que meus pais mandem um convite a você também. Eles irão adorar te conhecer.
- Bem, quem sabe? – Ron sorriu.
Bill olhou para o amigo a seu lado. Ele exagerara demais, se continuasse assim, ele não iria ferir apenas aqueles que queria, mas outros que não tinham nada a ver com sua vingança. Albert, certamente, era uma daquelas pessoas.

(continua...)