Capítulo 13:
Ron chegou satisfeito, no entanto acabado. Não reclamava, aquela semana fora cansativa, sem dúvida, porém recompensadora. Aquele dia fora o exemplo deste estado, mal chegara de viagem ao vingar-se de um, teve a oportunidade de vingar-se do outro. Sentia-se um pouco mais leve.
Passou pelo quarto que Bill estava hospedado e viu que este estava vazio, Bill realmente se fora e agora a casa ficaria menos animada.
Pensando nisso, Ron lembrou-se de como em sua infância tivera uma casa animada. Seus pais gostavam de ver inúmeras pessoas entrarem e saírem da casa, chegando com novidades e, às vezes, até um bolinho. E as crianças correndo para os quartos de seus filhos. Talvez, quando tudo terminasse, Ron iria adotar algumas crianças, encher aquela casa de vida.
Balançou a cabeça tentando mandar para longe aqueles pensamentos, o antigo Ron estaria voltando? Não, pensou, o Ron que estava aparecendo, sempre existirá, mas mesmo antigamente, o sensível Ron era ofuscado pelo inseguro Ron.
Pensou em pedir uma xícara de chá para as meninas da cozinha, mas todas já deveriam estar dormindo. Resolveu então, fazer o mesmo.
- Carneirinho, carneirão, neirão, neirão, neirão. Olhai para o céu, olhai para o chão, pr'o chão, pr'o chão, pr'o chão. Mandou o rei, nosso senhor, senhor, senhor, que é para todos... CORREREM E SE ESCONDEREM.
Uma multidão de crianças começaram a correr em volta do pátio após a ordem da criança/rei da brincadeira, um menino loiros de olhos cinzentos e modos aristocráticos. No meio da multidão, seguia um menino franzino e ruivo com olhos claros que arrastava pela mão uma menina com cabelos cheios e castanhos e olhos escuros. Ambos pareciam se divertir enquanto cortavam adultos pelas ruas e procuravam um esconderijo. Só pararam ao entrarem em um beco sujo, mas suficientemente escondido.
- Espero que eles não nos encontrem.
- Eles não vão – Ron, o menino, botou metade da cabeça para fora, olhando se alguma criança se aproximava do beco. – Eles nunca me encontram.
- De fato – Hermione, a menina aproximou-se do amigo. – Mas eu não gosto disso, quando você se chateia eu nunca consigo encontrá-lo para poder te consolar ou ficar ao seu lado. Eu não gosto disso Ron, eu quero fica do seu lado, por que você não deixa?
- Por que você iria querer desperdiçar o seu tempo comigo, quando você tem o Draco e as irmãs Herant para brincar com você?
- Porque eu gosto de você, você é melhor do que qualquer um deles.
O menino corou, sem jeito, resolveu arriscar qualquer coisa.
- Obrigado, Hermy. Eu gosto de você também, i bastante /i – Ele frisou.
- Aposto que nem tanto quanto eu – Ela se aproximou mais dele. – Posso... Oh, não esquece.
- O que?
- Nada não, birutice a minha.
- Me conte, o que é?
Hermione que mantinha os olhos abaixado abraçou o amigo:
- Era isso – Ela se distanciou dele. – Promete que vai me levar para os seus esconderijos e me deixar brincar com você?
Ron, ainda chocado com a ação da amiga, apenas concordou com a cabeça. Olhou para o lado, corado:
- Eu te prometo. Espero que você não enjoe de mim.
- Não irei, te prometo. Te seguirei sempre que possível.
- Bem... – Ron disfarçou o corado que estava. – Quando você quiser você pode contar comigo, pode me abraçar, ou qualquer coisa desse tipo. Mas.. agora vamos, estamos muito tempo escondidos e ninguém nos achou ainda.
- Sim, você tem razão – Hermione sorriu dando as mãos ao amigo, satisfeita. Mas talvez, nem tanto quanto ele.
Assim como Ron, Harry resolveu se dirigir à cozinha, no entanto, diferente do amigo ele realmente foi a essa, a fim de tomar um gole d'água e dormir. Esperando por ele estava Nancy, mas essa havia dormido na mesa. Surpreso, Harry foi acordá-la, mas achou que talvez fosse melhor não fazer isto e deixá-la dormir em paz, deveria estar cansada.
Fazendo o mínimo possível de barulho, ele pegou um copo e tomou a água. Porém, quando foi deixar o copo na pia, fez-se um barulho desnecessário e Nancy acordou sobressaltada.
- Oh, sim, sim, Sra. Windsor já irei aprontar seu chá. Eu apenas...
- Acalme-se, Nancy. Está segura aqui – Harry riu. – Vejo que você tirou um cochilo.
- Oh, sim, mas foi sem querer, Harry – Nancy corou. – Resolvi esperar a ti e ao patrão, para saber se tudo correu bem e acabei dormindo.
- Agradeço sua preocupação, ocorreu tudo bem. Tudo irá terminar em breve, muito em breve – Harry desfez o sorriso no rosto. - Amanhã será a hora, e tudo será terminado, vingaremos...
- Não fale assim, Harry. Faz você parecer uma pessoa rancorosa, vingativa, você não é assim, não pense assim. Eu, eu, eu não quero que você deixe-se levar para qualquer caminho ruim por causa de uma vingança ou coisa do tipo. O passado é o passado, Harry.
- Infelizmente, não posso pensar como você, Nancy. E nem você como eu, talvez porque não tenha vivido o que vivi. Não sou um mero mordomo, Nancy, nunca fui. Nasci em um berço de ouro, mas toda a minha fortuna e o que mais me importava, meus pais, foi tirado de mim por um tirano. Bill, sim, aquele moço formidável e fanfarrão amigo de Ron, e também meu, junto a seu irmão, Charlie, cuidaram de mim em um navio pirata. Não faça essa cara de terror, Nancy, fui, de fato, um pirata. Até conhecer Ron, ele salvou minha vida e eu jurei que iria segui-lo e servi-lo. Porém, agora a missão de Ron está terminando, tal como a minha para com ele, então, agora tenho a liberdade de poder seguir a minha missão, a minha vingança – Parou. – Você está certa, Nancy. Vingança não é algo bom, quisera eu ser tão puro como você diz que sou, talvez anteriormente eu tivesse alguma chance, mas não há mais espaço para mim neste mundo puro que você vive. Já fui corrompido demais pelo ódio, e ele não se desmanchará até eu acabar com quem o iniciou.
- Eu não sei o que dizer. Eu...
- Espero que mesmo que eu realize minha vingança e consiga, de alguma forma, sobreviver, possamos continuar a ser amigos – Harry deu um pequeno sorriso.
- Oh, com certeza – Nancy arregalou os olhos apertando a mão de Harry. – Sempre estarei aqui te esperando, você poderá contar comigo para qualquer coisa, qualquer coisa mesmo. Menos ajudá-lo nisso, é contra meus princípios, se você me entende. Mas, eu realmente... eu... gostaria, realmente, de deixar claro que você pode contar comigo. Eu não sei se eu posso contar com você, quero dizer, se você se importaria com algo que ocorresse comigo, mas... – Ela hesitou. – Eu realmente me importo contigo, Harry. Eu não suportaria se você... – Ela parou branca. – Morresse. Seria demais para mim. Pode parecer estúpido, não nos conhecemos muito tempo, mas eu gosto de ficar ao seu lado, você me tranqüiliza de forma que ninguém antes o fez. Eu, oh, céus, falei demais, peço perdão senhor, não me atrevo a continuar. Afinal, se pensarmos bem, caso você se vingue conseguirá sua fortuna de volta, não é? E porque então...
- Esqueça fortuna ou qualquer coisa com o futuro, apenas termine de dizer o que você me contava, eu.. estava gostando. Você me daria o prazer de continuar? – Harry gaguejava, perante o momento que enfrentava, nunca antes o sentimento que agora sentia o tinha invadido.
- Eu... eu... Eu gosto de você, Harry. Não, eu te amo. Te amo tanto que sinto que meu coração irá se quebrar a qualquer momento. – Nancy caiu em prantos. – Me perdoe, senhor! Me perdoe, pode mandar o patrão me despedir, mas eu não consigo impedir com que meu coração cada vez mais se apaixone por ti, eu...
- Fique quieta, Nancy. Eu gosto de você também, ou melhor como você disse, eu te amo. Porque eu haveria de dispensar a única pessoa que me diverte nesta casa, que me ouve e me dá momentos tão prazerosos que nem meus considerados irmãos, Bill e Charlie, nunca me deram? Caso eu consiga sobreviver e recuperar minha fortuna, prometo que voltarei aqui para te buscar, para podermos morar em minha antiga casa. Não, espere um pouco, minha casa sofreu um incêndio. Mas, juntos, eu e você, vamos montar um projeto sobre o qual possam refazer a casa para esta continuar sendo a morada dos Potters. Criaremos nossos filhos lá e eles irão criar os dele... Será maravilhoso.
- Eu não quero essa riqueza toda, largue essa sua tão amada missão, poderemos viver em paz e bem se continuarmos aqui. Eu não quero correr o risco de te perder, não agora que eu sei que podemos ficar juntos e...
- Eu voltarei, eu prometo – Harry se levantou. – Nancy... – Aproximou-se dela afagando os cachos loiros que caíam de sua touca. – é melhor que você vá dormir, amanhã será um dia cheio. Eu preciso dormir – Deu um beijo na testa da amada. – Boa noite.
- Boa noite – Retribuiu Nancy, tentando sorrir, mesmo que estivesse apavorada com o resultado desta busca de vingança de Harry.
- O que aconteceu? – Um garoto de seus 13 ou 14 anos perguntou adentrando um cômodo um tanto rústico. Era Ron, agora já não tão franzino e ganhando alguns músculos, os cabelos continuavam bastante ruivos e os olhos azuis, bem azuis.
- Shiii! – Draco, com a mesma idade de Ron, mas menos alto o repreendeu. – Respeite o sofrimento deles.
Ron corou, envergonhado, mas não consegui se manter quieto por muito tempo, pois ao dar uma volta com o olhar pelo cômodo, notou a ausência de Hermione:
- Cadê Hermione?
- Ela saiu correndo, tentei achá-la mas não consegui. Coitada, afinal...
Draco parou ao ver que já não tinha platéia para ouvir suas palavras belas sobre o sofrimento que a amiga deveria estar sentindo, pois Ron saíra correndo, na certa, à procura dela.
Ron pôs-se a procurar em todos os esconderijos utilizados por ambos, mas só no último, em um lugar a qual eles iam raramente, é que ele a achou. Viu que ela chorava, mas não foi até ela, talvez ela quisesse ficar sozinha.
- Não precisa ficar parado, sei que está aí, Ron. – Ela disse levantando a cabeça, mas sem olhar para ele, mesmo que já não chorasse.
- Desculpe-me, pensei que talvez quisesse ficar sozinha, às vezes, preferimos ficar sozinhos, não é mesmo?
- Concordo, e realmente eu faria isto, me isolaria. Porém, se eu vim aqui, onde apenas nós dois conhecemos, é porque eu queria que ninguém mais do que você ficasse aqui.
- Fico feliz em saber que você sabe que pode contar comigo – Ron se sentou ao lado dela. – Você pode chorar se quiser, não precisa prender a vontade, você também tem direito de chorar.
Mal ele falou isso, Hermione caiu em prantos.
- Eu sei que é egoísta, papai estava sofrendo da doença e deve ter sido um alívio para sua alma, mas eu... eu... eu... não posso concordar. Eu não queria que ele tivesse morrido, como ficaremos eu e mamãe agora? Duas mulheres sozinhas? Que vai cuidar de mim quando eu precisar? Oh, Ron, é terrível.
Ela se agarrou a Ron, que a olhava com compaixão, afagando seus cabelos.
- Não se preocupe com isso, está bem? Eu prometo. Prometo que irei cuidar de ti, para sempre. Nada te acontecerá enquanto eu estiver por perto, está bem?
Ron voltou sua atenção a paisagem que se erguia a sua frente. As casinhas e os navios ancorados ao rio Tamisa. De alguma forma, aquela paisagem que era-lhe tão comum, ficara tão triste quanto Hermione estava.
Riu-se de si mesmo. Ron entrou em seu quarto repreendendo a si mesmo por estar se lembrando de tantos momentos. Por que, depois de anos sem pensar nessas lembranças, elas vieram-lhe à tona?
Talvez por causa do acontecimento da noite passada, após o baile. Ron parou diante da majestosa janela. Abaixou a cabeça fazendo com que ela ficasse segura pelas mão e fechou os olhos. Ele não poderia se distrair, sabia que caso se rendesse aos encantos de Hermione, acabaria esquecendo todo o rancor por ela ter se casado com Malfoy e até esqueceria de terminar essa vingança, onde estava tendo tanto êxito.
Então, de repente, tocou-se que havia outra pessoa dentro daquele quarto, se amaldiçoava por não ter notado antes, e se fosse um assassino? Se virou bruscamente com a mão erguida numa posição, que caso se encostasse ao pescoço de alguém, esse se partiria. Acabou dando de cara com ninguém mais que Hermione e se viu forçado a retirar a mão do pescoço dessa:
- O que faz aqui, Sra. Malfoy?
- Não me chame de Sra. Malfoy, quando sabes meu novo verdadeiro.
- Manda a educação, Hermione, chamar as esposas pelo nome do marido.
- Entregou-se mais uma vez, como sabia que meu nome era Hermione?
- Oras, seu filho me contou – Ron revirou os olhos, do que ela estava falando?
- Albert? Ô, duvido, seja como for, i Ronald /i - Ela frisou. – Você cometeu um deslize na carruagem, eu não falei que o sobrenome de meu amado era Prewett, você mesmo o falou. Porque está se escondendo, Ronald? É realmente você, pensei que você tivesse morrido, foi o que me disseram.
- Por que você faz tantas perguntas ao mesmo tempo? Por que essa mania de saber tudo? Os anos não fizeram nada a você?
- Fizeram e muito, mas certas coisas não mudam, tal como sua teimosia e seus vícios, porque você tem que revirar os olhos desta maneira? Ninguém mais faz do mesmo jeito – Hermione parou de elevar a voz. – Agora, sério, Ron, se é realmente você, o que houve? Por que você está assim, por que não me conta o que aconteceu?
- Por que eu deveria falar quaisquer coisas para uma traidora?
- Traidora? – Hermione arregalou os olhos.
- SIM! Não se passou nem alguns meses depois de eu ser preso e você logo virou sua asinha para o Malfoy, eu pensei que você fosse respeitável!
- Como você pode dizer uma coisa como essa? Sempre fui fiel a você, sempre! Eu posso ter me casado com Malfoy, mas como vê, – Ela levantou a mão – não uso a aliança dada por ele, mas esta. – Ela apontou com a outra mão para um fio de pano, já sujo e desgastado, em seu dedo. – Eu não tive outra alternativa, Ron. Mamãe estava doente, e eu não tinha como me sustentar. E eu pensei que se eu tinha que me casar com alguém que fosse seu melhor amigo. Além do mais... – Ela engoliu em seco. – Um mês após sua prisão, recebi uma carta comunicando-me que estava morto.
- Malfoy? Meu melhor amigo? Você só pode estar brincando! – Ron andava de um lado para o outro no quarto, nervoso, tinha tanto o que falar, jogar na cara dela. – Se eu fui parar na prisão, injustamente, foi graças a Malfoy e seus amiguinhos, Crouch e Snape. Esses dois já estão liquidados, Snape está morto e Crouch morrerá menos de um mês em Bosweton, ele não tem fibra – Ron parou com um sorriso maníaco, que fez com que Hermione desse um passo para trás. – Ah! – Levantou o dedo. – Quer dizer que mandaram-te uma carta avisando que eu morri? Sim, de fato, Ron Prewett morreu. Agora apenas existe Ronald Weasley, o Conde Weasley – Ron parou de andar e seu rosto voltou a fica normal, sereno e neutro. – Acho que você tem todas suas explicações, seria melhor que você voltasse para sua casa, para seu marido e para seu filho.
- Não faça isso comigo, não, não o faça! Não se atreva a me dispensar, não mesmo. Eu estive esperando-lhe durante anos, nunca sequer me recuperei da primeira perda, não quero, de jeito algum, perdê-lo mais uma vez. Se você ao menos me desse uma chance para que eu pudesse resgatar o antigo Ron. O Ron que me protegia, que ficava sem graça com suas demonstrações de carinho para mim, que me fazia rir, o desengonçado, que sonhava em ser um grande capitão dos mares, que me prometia o mundo... o Ron que me amava. – Hermione parou tentando conter as lágrimas. – Por favor, Ron, deixe que este Ron volte. Pois tenho certeza de que ele quer voltar.
Instalou-se um silêncio dentro da sala, que foi interrompido pelos pequenos soluços que Hermione começou a dar. Voltando a falar:
- Você não faz idéia de como sofri. Draco me humilhou tanto, durante os primeiros anos. Eu nem sabia o que fazer, as mulheres riam de mim, pois sabiam que Draco me traía. E porque eu era desajeitada na realeza e era feia nos padrões de beleza deles. Eu odiava ter de dividir a cama com Draco ter de fingir amá-lo, cada dia que passava queria mais que você estivesse junto a mim. – Ela tentou secar as lágrimas que caíam de seus olhos. – Isso me fez ficar assim tão fria, fez com que a Hermione morresse tal como você diz que o Ron morreu. Mas eu não quero continuar assim, não agora que podemos ficar juntos, porque eu...
Ron não agüentou mais abraçou Hermione, a calando. Afagou seus cabelos e pôs-se a beijar aquela face que era-lhe a mais bela de todo o mundo:
- O quanto fizeram você sofrer, Hermy? Eles irão me pagar, eu não deixarei com que eles façam qualquer coisa com você novamente, vão todos pagar. Ninguém toca em você ou a machuca, não com minha presença.
- Não se preocupe com eles – Hermione olhou para ele, admirando aqueles olhos azuis que pareciam-lhe oceanos profundos que ela podia se jogar e afundar cada vez mais e ficar, para sempre, segura. – Vamos nos preocupar apenas conosco. Essa noite é só nossa.
Ron sorriu. Um sorriso que há tempos ele não dava e fez com que Hermione sorrisse também um raro sorriso que ela só o usava para Ron. Ron apertou ainda mais o abraço que dava em Hermione deitando-a na cama e deixando-se por completo, ser dominado pelo antigo Ron, que insistia em sair.
Lindsay vestiu seus sapatos e pôs uma manta cobrindo-a. Ouvira um barulho que jurara vir do quarto ao seu lado, cujo dono era Albert. Talvez, Albert tivera mais um daqueles ataques de insônia.
Sua porta rangeu quando ela a empurrou lentamente. Percebeu que os passos de Albert pararam. Ele certamente já havia notado que alguém estava saindo de seu quarto.
- Albert? – Lindsay murmurou chegando a escada. Pode ver o rapaz uns três degraus abaixo, e mesmo assim ele continuava mais alto do que ela.
- Volte a dormir, Lindsay. Eu vou apenas tomar um copo de leite.
- O que houve? Pesadelo ou apenas insônia?
- Insônia – O garoto respondeu com um careta. E começou a descer a escada. – Volte a dormir.
- Não, vou com você, também quero um copo de leite.
Albert não contestou, ambos se dirigiram a cozinha vazia, exceto pelo gato preto da cozinheira embaixo da mesa. Lindsay pousou na mesa sua lamparina e sentou-se na mesa pegando um pedaço de pão já velho numa cesta com biscoitos e pães.
- Quando você tem insônia, no que fica pensando?
- Várias coisas – Albert respondeu procurando pelo balde com leite. Se tivesse sorte, o leite da noite ainda não havia estragado.
- Hoje estava pensando no que?
- Mamãe – Albert achou o balde, mas viu que o leite estava azedo. Contentou-se em procurar a jarra d'agua.
- Engraçado, também estava pensando na madrinha, ela se comportou estranhamente o dia todo e saiu a noite, de repente. E sinceramente? Acho que ainda não voltou. Estou preocupada.
- Sim, estava pensando no mesmo. Eu fiquei pensando... que papai a trai não há menor dúvida, mas mamãe parece ser fiel, mesmo que... bem, pode parecer triste, mas mamãe não ama papai, às vezes até parece que o repudia, não sei como dizer. Fiquei pensando se finalmente ela resolveu pular a cerca. Que homem será esse que a fez pular a cerca?
Lindsay parou, indecisa, se deveria falar as coisas particulares que a madrinha lhe contava.
- Eu não sei se ela contou, mas antes de seu pai ela tinha um noivo que ela amava mais que tudo. Eu cheguei a conhecê-lo, tenho algumas raras lembranças, flashes, afinal, eu tinha uns três anos, milagre eu me lembrar de algo, seja como for. Na sua festa, eu cheguei perto daquele Conde ruivo, que te salvou, e eu não sei porque milhares desses flashes de lembranças vieram-me à tona. E eu bem que reparei que sua mãe ficou mexida com ele, talvez ele fosse semelhante ao antigo noivo dela, ou ela apenas se encantou por ele.
- Você acha? – Albert coçou a cabeça. – Parece-me tão difícil ver mamãe apaixonada ou se apaixonando. Ela sempre foi aquele exemplo de pessoa equilibrada que não demonstra os seus sentimentos quando não acha que seja necessário.
- Você não pode falar nada, i Bertie /i - Ironizou Lindsay. – Pois você é a mesma coisa. Não importa quanto eu tente, nunca sei o que pensa e eu não me lembro de tê-lo visto apaixonado alguma vez.
- Talvez porque eu seja apaixonado desde sempre, pela mesma pessoa – Albert arriscou.
- Creio que seja o caso de sua mãe – Lindsay ergueu as sobrancelhas pensando na frase dita por Albert. – Deixando sua mãe de lado, quem é esta pessoa?
- Você sabe quem é – Albert começou a girar o copo na mão. – Eu fiz uma promessa a essa pessoa quando criança, que iria me casar com ela, mas talvez a pessoa não se lembre mais disto, estou disposto a renovar a promessa.
- Promessa? – Lindsay apertou os olhos tentando se lembrar de algo.
- Não se faça de desentendida, sabe que é você. Sei que você está muito ocupada com seus senhores que darão-lhe pilhas de ouro por apenas um beijo teu. Mas acho que talvez você deveria saber da nossa promessa, quando crianças, você se lembra?
- Sim. De fato... – Lindsay sentia o coração batendo forte.
- Então, perguntar não faz mal algum, e talvez fosse bom saber se podemos renovar essa promessa – Albert parou. – Lindsay Lupin Longbottom, assim que eu, esse rapaz franzino arranjar alguma ocupação na vida, você se casaria comigo?
- Seria uma honra – Lindsay sorriu, tentando não deixar com que seus sentimentos transbordassem, ela guardaria isso para outra hora. – ser sua esposa, Albert Granger Malfoy.
(Continua...)
N/A: O capítulo romântico da fic, ficou piegas, né? Bem, eu não sou boas em romances, okay? Gostei de fazer esse capítulo, mesmo que quase tenha perdido três páginas inteiras dele e que enquanto eu o fazia eu tenha chiado tanto com a internet que insistia em não funcionar. Mais dois capítulos para a fic terminar, hein?
Dedicação: Capítulo inteiramente dedicado à Scila, quem tem acompanhado a fic e tem me pressionando para mais capítulos fazendo assim com que eu escrevesse mais. Como boa fã e leitora, ela apóia RHr tanto quanto eu, e embora esse capítulo esteja relativamente piegas e ela não gosto disso, creio eu, é o capítulo R/Hr que é dedicado à ela! Enjoy, Scila!
