Capítulo 4:As aparências enganam-parte IV.
Que sono, será que estou atrasada? Pera aí, que barulho é esse? Onde que eu estou, essa não é minha cama.
--Oi.
--Carter? O que eu estou fazendo aqui?
--Você não lembra?De ontem à noite?—com essa pergunta comecei a me desesperar, será que eu fiz alguma besteira?
--Não.
--Deve ter sido o remédio.
--Que remédio?
--Você tava morrendo de cor de cabeça ontem quando a gente tava no Magoo, não sabia onde era sua casa, você não podia ir sozinha e você não queria me dizer onde era, então eu passei na farmácia e comprei o remédio. Mas você sabe que esse tipo dá um pouco de sono.
Daí eu te trouxe para cá. Você não lembra nem do resto da nossa noite?
--Nossa noite? Que noite?—Era o que eu temia. O que eu fiz?
--Foi maravilhosa Abby, queria tanto que você se lembrasse, eu disse que sua vida poderia mudar da noite para o dia.
--Do que você ta falando Carter? Eu não lembro de nada disso.—acho que minha cara era mais de desespero do que de outra coisa porque ele começou a rir de mim.
--Tô de sacanagem Abby. Não aconteceu nada, não.
--Então...Como eu vim parar no seu apartamento?
--O começo da história é verdade eu te trouxe para cá, e sim você tomou o remédio, mas logo depois desmaiou de sono. Relaxa, não aconteceu nada entre a gente, eu dormi no sofá.
--Hã.—Ainda tava meio assustada, juro que queria matar ele.—Que brincadeira, hein?
--Foi mal. Não podia deixar essa escapar, precisava ver sua cara.—só eu mesmo para cair numa dessa.
--Pára de rir Carter, por favor.—Eu implorei por isso, morrendo de vergonha.
--Tudo bem, mas você acha que eu realmente seria capaz de me aproveitar de uma mulher com dor de cabeça?—ele falou brincando comigo, na verdade enchendo o saco.
--Acho —também revidei.
--Abby, sou mais cavalheiro do que você pensa. Eu até deixei você dormir na minha cama.
--Agora é sério Carter, obrigada.
--Ei, nós estamos atrasados, não?
--Pior que sim.
Passei em casa, troquei de roupa e seguimos para o hospital.
Quando chegamos lá quem é a primeira pessoa que eu dou de cara? Luka Kovac. Ninguém merece.
--A noite foi boa, hein Carter?—O Frank tinha que piorar tudo com piadas sem graça, passei de morta de vergonha para cabeça dentro do buraco.—Pensei que ela fosse do Kovac é rodízio, agora?
--Frank pare de se meter na vida dos outros e vá trabalhar!—Nunca pensei que ia falar isso, mas dessa vez a Kerry me salvou.—Abby você está atrasada mais uma vez.
--Eu sei, desculpe.
--Não peça desculpas, só seja pontual.—isso já é um hino do County, ela fala isso para todo mundo que chega.
Carter parou logo para ver uma paciente que acho que ele conhecia. Eu segui para o Lounge, onde encontrei Susan.
--Abby me conta tudo!—O que eu menos queria era tentar explicar algo que não aconteceu.
--Não tem nada para contar, eu passei mal e dormi na casa dele e para deixar bem claro, ele dormiu no SOFÁ.
--Ah...—ela fez uma cara meio de decepção, ela dizia que não, mas sempre tentou juntar eu e o Carter, mas nunca deu certo.
--O que você queria? Eu ainda nem resolvi as coisas com o Luka.
--É, eu sei, ele me contou o que aconteceu, você nem me chamou para conversar, preferiu e com o Carter, né?
--Susy, é sério, pára. Não foi preciso.
--Tá bom, parei. Mas você devia ir fala com o Luka.
--Eu vou. No fim do meu plantão.
Meu plantão foi super agitado, foi tiro, facada, criança vítima de espancamento, e por aí vai. Quando eu vi era 18:00 e eu tava livre, finalmente, o que eu mais precisava era um banho quente e cama. É meu melhor remédio, mas ainda tinha que resolver uma coisa antes de ser feliz, falar com Luka, o que me parecia ser o mais fácil.
--Luka!Luka!—depois de chamar 5 vezes ele vira de costas.
--O que foi?—começou com grosseria, então vai levar.
--Tô querendo conversar com você, pode ser ou ta difícil?
--Para Abigail Lockhart, deixa eu ver, ta difícil.
--Luka! Não começa, meu dia não foi um dos melhores e eu to sem saco para ouvir pirraça.
---E como você acha que meu dia foi? Fácil? Ver que minha namorada não esperou nem 24 horas para ir correndo atrás de outro.
--Não aconteceu nada entre mim e o Carter. Sim, eu dormi na casa dele, mas foi porque eu estava passando mal e ele passou a noite no sofá.
--Claro. É o seguinte você não me deve satisfações de nada, eu não quero ouvir os detalhes da sua vida amorosa com o Carter, ta legal, Abby?
--Mas eu quero conversar, porque não quero que a gente termine assim, com um clima chato.
--Como você queria que fosse? Eu fui traído, se toca.—Já estávamos chamando atenção de alguns pacientes, mesmo estando falando baixo.
--Sabe de uma coisa? Acredita no que você quiser, mas ninguém pode dizer que eu não tentei. Ah, engole isso aqui.—joguei a blusa na mão dele, virei de costas e fui andando, mas ainda ouvi ele sussurrar.—Você deveria ter me dito que seria assim, para mim não perder tempo.—Tive vontade de voltar lá e jogar tudo de novo na cara dele. Jogar que eu não fiz nada demais, que o único motivo do nosso rompimento foi o ciúme idiota. Tudo bem, eu não lutei para que a gente continuasse juntos, mas ele também não, e se a gente não tinha vontade de lutar é porque só estávamos juntos por acomodação. Mas eu realmente me segurei e não falei nada, fui para casa, e fui feliz.
