Capítulo 8:Meia noite no jardim do bem e do mal.

Abby está indecisa, não sabe se conta para Luka que ele vai ser pai, e corre o risco de perder o bebê quando ele nascer, ou se não conta nada e deixa-o seguir para a África.

Seu tempo está ficando cada vez menor e ela não sabe o que fazer, com 5 meses de gravidez ela tenta cada vez mais esconder seu pequeno segredo, mas ela tem medo que muitos já estejam desconfiando.

--O que é um raio X?—ela me olhou com aqueles olhinhos assustados que me cortou o coração, acho que cada vez estou mais sensível.

--É como se fosse tirar uma foto da sua perna, para ver se tem algum osso quebrado, você gosta de tirar fotos?—Tentei descontrair o clima, era só uma garotinha de 5 anos com medo de tirara um raio X.

--Gosto, mas, vai doer?

--Não, é igualzinho a tirar uma foto.

--Gosto de você, quando eu voltar você vai estar aqui?

--Claro.

--Abby.—Senti uma mão segurando meu braço. Quando virei era ele, o único homem que proporcionou a maior felicidade da minha vida, mas o maior risco também.

--Que?

--Eu só queria me despedir, eu embarco hoje à meia noite pro Congo.—Ele me abraçou tão forte, não, esse homem não podia estar com tanta raiva de mim como a Susie disse.

--Então, você vai mesmo? Eu queria conversar com você antes de você ir, seria possível?

--Eu posso antes das 6, que horas termina seu plantão?

--Quatro e meia.

--O meu também.—Logo vi que um paciente fora de controle tentava morder a bengala da Kerry.—Eu tenho que ir. Até mais tarde.

Ás 17h. No Lounge Doctors.

--Abby, o que está acontecendo? Você está cada dia mais estranha, mais distraída.—Eu não podia esconder isso de mais ninguém, além disso, nem tenho motivos para esconder.

--Carter, eu estou grávida!.

--O quê?—Em um momento eu achei que a pergunta tinha vindo do Carter, depois eu tive certeza que não, sim, era o Luka, ele tinha acabado de entrar, parece coisa de novela, mas eu teria que contar para ele. Agora ou nunca.

--É isso mesmo. Eu estou grávida.—A cara dele era uma mistura de dúvida, medo, e surpresa.

--Como assim? Abby, mas...me desculpe pela pergunta, quem é o pai?—Eu não consegui, eu não pude, só em pensar que o meu bebê...não. Eu tive que meter mais um inocente nessa história, apertei a mão de Carter com toda minha força, em busca de ajuda, sei que ele poderia me ajudar.

--Que pergunta Luka...eu sou o pai. Resolvemos não contar nada para ninguém, por enquanto, mas já que você já sabe, acho que não temos por que continuar a esconder.—Santa criatividade desse homem. Meu coração até acelerou quando ele disse que ele era o pai, não sei se isso é certo, mas quem me dera se ele fosse.

--Abby, poderíamos conversar lá fora?

--Claro.—Olhei para o Carter, meio que dizendo, eu já volto. Já que agora ele era o pai do meu filho, eu precisava lhe dar uma "explicação"!

--Entra no carro!—Minhas pernas ainda tremiam, o que ele queria comigo? Estava apavorada demais para me negar a qualquer coisa. Ele entrou também e bateu a porta com tanta força que acho que todos que estavam no estacionamento se viraram para olhar o que acontecia.

--O que é, Luka? O que você quer comigo?

--O que eu quero? Você é idiota ou coisa parecida?—Que isso? Eu não estava tão apavorada para deixar ele falar assim comigo, quem ele pensa que é? Ele não era o mesmo que me abraçou hoje mais cedo, comecei a achar que Susie poderia estar certa.

--Ei Luka, eu não te fiz nada. O idiota aqui é você, que está me tratando assim sem mais nem menos.

--Não grita, que eu não estou gritando.

--Se eu quiser eu grito. Você não é meu dono, não pode me dizer o que fazer.

--Então se é pra gritar, eu grito também. Que merda, Abby. Por que você teve que fazer isso comigo?

--Você ta louco? Do que você ta falando? Ei presta atenção na velocidade, se for pra tentar morrer, morri sozinho, ninguém vai sentir sua falta mesmo!

--E a sua Abby? Quem vai sentir? O Carter, a Maggie, o Erik ou o Richard? Ah não...A Susan? Eles não gostam de você Abby. O único que já gostou, que já amou você, foi eu. E você fez isso comigo.

--Que saco!O que eu te fiz? Caramba, já disse pra diminuir a velocidade!

--Será que você não entende? O Carter era meu amigo...

--Ah, então é isso. Achei que não fosse nenhuma novidade, você mesmo disse.

--Aquilo era uma desculpa. Eu não acredito que você é tão insensível assim! Eu vou te explicar: Tudo aquilo que eu te falei, não passava de uma mentira, de uma desculpa que eu contava para mim mesmo para não aceitar que você não gostava de mim. Eu nunca acreditei que você tinha algo com o Carter, mas agora...Você vai chorar? Não acredito, Abigail está chorando!

--Droga, Luka! O filho é seu!—Senti mais lágrimas inundando meu rosto, não acreditava no que estava acontecendo.—LUKA!