Capítulo 9: Lágrimas de sangue de um mar sem fim.

--Abby, está tudo bem, estou aqui com você.—Senti uma mão apertando a minha, sim, eu acho que era a voz do Carter, mas...Eu estava com o Luka. Abri meus olhos devagar, realmente era o Carter, mas o que eu estava fazendo lá com ele se há alguns minutos atrás eu estava com o Luka.

--Carter? Cadê o Luka? O que houve?

--Carter, vem aqui fora um segundo?—O que a Susan quer com o Carter? Não pode falar na minha frente? Não adiantava ela chamar ele lá fora que eu ouvia toda a conversa.

--Carter, acho melhor você falar com o Kovac, ele ta querendo falar com ela, não acho uma boa idéia.

--Eu também, não. Eu falo com ele. Acho que a Abby ainda não voltou a si totalmente, mas entra lá e fica com ela, ta?

--Claro. Não vou deixá-la sozinha nenhum momento.

Atenção: Daqui até o final deste capitulo, ele será narrado pelo Carter.

--JOHN! SUSAN!—Ah o Luka que espere, ela voltou a si.

--Susie, John. Por favor me digam, digam que meu bebê está bem. Eu estou implorando.—Aquela cena, ela chorava desesperadamente, o rosto todo suado e vermelho, ela estava totalmente apavorada, todos os outros pacientes que estavam à volta olhavam para ela. Eu juro que não sabia o que fazer, se encontrasse o Luka naquele momento, juro que o matava, a culpa era dele, ele não podia ter feito isso com a MULHER QUE EU AMO. Não podia vê-la daquele jeito.

--Abby...Estou aqui.—Tinha que abraçá-la, sei que isso não ia confortá-la, mas eu tentei. Susan estava petrificada, não sabia o que fazer.

--Não Carter, não. Você me promete, promete que o meu bebê está bem?—Ela tentava se enganar, no fundo ela já sabia o que tinha acontecido, mas tinha medo de ouvir isso de alguém. Por que? Eu não deveria ter deixado ela ir com ele, eu a larguei, a abandonei de novo. É sempre assim. Ele vem, a leva, e eu sempre deixo. Dessa vez eu vou ficar aqui, com ela.

--Abby, eu não queria te dizer isso, mas o que aconteceu, foi o seguinte, você e o Luka, sofreram um acidente de carro, você bateu a cabeça, e houve um corte no seu abdome e também houve uma grande perda de sangue, o que afetou o bebê, tentamos primeiro cuidar de você o que ocasionou falta de oxigênio ao bebê.

--Não, não Carter. Você está mentindo. Luka? Ele está mentindo, não?—Dessa vez, ela correu para os braços dele assim que ele entrou na sala.—Luka, me diz, o nosso bebê está com você, né? O Carter está mentindo por que ele está com inveja, não é isso? Diz que é!Luka diz...

--Me perdoa. Me perdoa pelo o que eu fiz.—Ele é um idiota, como ela ia perdoá-lo?Eu tinha que fazer alguma coisa, ela tinha que sentir que eu estava ali com ela.

--Abby, eu não posso te dizer que seu bebê está bem, mas posso te dizer que vai ficar tudo bem, porque, não importa o que acontecer, eu sempre vou estar ao seu lado.—Acho até que me saí bem, essas palavras foram o bastante para ela encarar o fato que ela tinha perdido o bebê. Eu abracei-a novamente para levá-la para a cama, para longe do Luka que só fazia ela sofrer, agora toda hora que ela olhasse para ele, ela se lembraria do que aconteceu.

--Carter, por que o Luka fez isso comigo, por que? Ele me deu a minha maior alegria e depois tirou isso de mim, ele não podia.

--Abby, não foi minha culpa, você sabe disso, claro que eu não queria mal nenhum para você nem pro bebê, era meu filho.—Claro, o lindão do ER nunca tem culpa de nada.

--Não, não era seu filho, era meu. Luka, você o matou, pai nenhum faz isso.—Ele queria se desculpar de qualquer jeito, todos sabíamos que ele não fez de propósito, mas que foi culpa dele, foi. Ele a puxou pelo braço, para que ela voltasse a olhá-lo.

--Abby...

--Luka vai embora, se você quer conversar com ela, vem outra hora e só se ela quiser falar com você, por enquanto, vai embora.

--Olha, o papo é reto melhor você não se meter.

--Eu me meto, sim. Eu me preocupo com ela, e qualquer um com meio cérebro percebe que você só faz mal a ela. Se ele não se afastar agora, e continuar a importuná-la eu parto pra cima.

--Luka, ele ta certo, é melhor você deixá-la sozinha.—Finalmente a Susan "voltou". E ele se tocou e tomou o rumo, muito P da vida.

--Abby, a gente vai te deixar um pouco sozinha para você...

--Não! Eu não quero ficar sozinha! Fica comigo, John.—Fica comigo? John? Claro que eu queria morrer nessa hora, não precisa nem pedir!

--Claro, Abby. Como você quiser.—Susie sorriu para mim tipo assim: Aproveita enquanto pode. Eu não podia fazer isso, ela estava frágil, a não ser que ela pedisse. Mas, pedir o quê? Só o tempo responderá...