Capítulo 10: A serviço de Abby.
--Hoje é o dia, Abby.—Ele falava como se fosse grande coisa, depois de três semanas, eu só vou retomar minha rotina tediosa.
--Obrigada por vim me buscar.—Falei antes de entrar no carro. Ele demorou um tempo para responder.—Não sei o que seria, se não tivesse amigos como você e a Susie.
--Droga, Abby.—O que fiz dessa vez, quer dizer, ele põe o cinto de segurança, e olha para mim e diz: Droga, Abby? Qual a dele?
--Que foi?
--Será que você não percebeu? Estou te dando tantas pistas desde do seu aniversário, e você não se toca, talvez essa não seja hora mais apropriada, mas é que eu não agüento mais.
--Hã? Não agüenta o quê?—Do que ele está falando?
--Eu não quero ser seu amigo. Quero ser mais que isso.
-- Mas, Carter...—Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ele se inclinou o máximo que pôde, apesar do cinto, e me deu um beijo. Até que não foi estranho. Foi o nosso primeiro beijo em que os dois estavam sóbrios. Sempre achei que se você beijasse um amigo seria super estranho, mas não foi. Foi bom.
--Não. Nada de Carter. Me chame de John.—Por que não? Quer dizer ninguém sabe como seria. De repente seria bom, eu sofri um grande trauma, eu tenho que me recuperar, esquecer o que aconteceu e seguir em frente, agora que o Kovac está longe, pode der certo.
--Como você quiser, Dr. Carter.—Dessa vez eu retribui o beijo, e ele ficou super surpreso, dava para ver nos seus olhos.—Talvez, eu também queira ser mais que uma amiga para você.—Dessa vez, os olhos brilharam. Que bonitinho, parecia um adolescente apaixonado.
--Bom, mas quem avisa amigo é, se a gente não se apressar vamos ouvir um sermão, não muito amigável da Kerry.
--Abby, seja bem vinda!—Susan estava atendendo um adolescente, e veio correndo me abraçar, na verdade, parecia que tinham muitos adolescentes no hospital hoje, deve ter acontecido algum acidente em alguma escola.
--Obrigada.
--Abby! Kovac soube que você voltaria hoje, queria falar com você, saber se você estava bem, como você não tinha chego eu mandei ele ligar depois.
--Ele queria falar comigo, Frank? Bom, eu não quero falar com ele, da próxima vez que ele ligar diga que sim, que estou muito bem, não podia me imaginar melhor.—Nessa hora, Carter, Oops! John apertou minha mão, e eu senti uma sensação de segurança que eu nunca tinha sentido igual.—Nós temos um problema.
--Qual?—Ele se assustou quando falei, mas não queria demonstrar.
--Não consigo te chamar de John. Não na frente dos outros. Carter tem mais a ver com você.
--Tudo bem, Abigail.
--Sem essa, Abigail é nome de vaca, JOHN.
--E Abby não é o diminutivo de Abigail? Então Abby seria um carneiro?
--Dahhh, carneiro é o filho da ovelha e não da vaca.
--Então, a partir de hoje você vai ser minha bezerrinha. Béhhh.
--Carter é nome de peixe, parece cardume. Agora você é meu pequeno nemo.
--Nemo, não. Eu to mais para Bruce.
--Nemo, Neminho.—Não acredito que estava tendo uma conversa como essa.
--Abby, garota de 13 anos machucada no peito durante um briga de escola.—Acho que a Susan era a única adulta por perto.
--Até mais tarde, Nemo.
--Sim, mais tarde eu te apresento o Bruce.—Ele tinha que falar tão alto? Senti os olhares se voltarem para mim, apesar de ninguém saber sobre QUE Bruce ele estaria falando.
--Tente não se envolver mais em brigas escolares, ok?
--Claro, só se eu estiver afim.
--Eu falo sério, você deveria estar estudando e indo pro cinema, ao invés de estar se metendo em brigas.
--Pra você é fácil dizer. No bairro que eu moro se você não tomar conta do que é seu você se ferra. A vida é fácil pra você. –Se ela soubesse.
--Que seja, mantenha-se longe de confusões, você é só uma garota...
--...que já passou por muita mais coisa que você.—Que garota teimosa!
--Deixa eu te falar uma coisa: Quando eu tinha metade da sua idade, eu tinha que cuidar do meu irmãozinho porque a minha mãe vivia bêbada, dopada ou andando por aí sem nos dar a mínima, daí eu cresci e virei alcoólatra e fumante, o que acabava com meu fígado e pulmão, e para completar há cinco meses descobri que estava grávida e que seria mãe solteira, e há três semanas perdi minha única razão de viver, mas eu estou aqui fazendo minha obrigação e tentando fazer esses problemas parecerem pequenos, quem ta pior, eu ou você?
--Nossa...—E ainda debocha de mim!
--Abby, deixa que eu cuido disso.
--Não, tudo bem John. Já terminei com ela.
--Você conseguiu. Me chamou de John.
--Isso porque você me chamou de Abby primeiro.
Galera, qm tiver gostando da fic me add no msn:
