Capítulo 11: Bad Day.

Já fazem seis meses após o início de namoro de Carter e Abby, ela ainda não se recuperou totalmente da sua perca, e não tem nem sinal de volta do Dr. Kovac.

--Alô, aconteceu alguma coisa?

--John, que horas são? Três e meia, desliga esse telefone, eu tenho que trabalhar em 3 horas.

--Shiii. Kem? Eu não estou te ouvindo direito, você ta bem?—Não acredito, eu devia ter dormido no meu apartamento essa noite, é muita coragem dele falar Shiii, para mim só para falar com essa "zinha".

--Carter, droga, desliga esse telefone, pergunta se ela sabe o que é fuso horário.

--Você ta em Chicago, no aeroporto?—Ah não, essa é demais. Vou pro sofá.

Depois de 15 minutos.

--Ei, linda. Volta para cama, ta?

--Não volto, não. Sabe por quê?...Ei porque você se vestiu? Vai para algum lugar?

--Vou buscar a Kem no aeroporto.—Com certeza ele percebeu minha cara.—Abby, tenta entender, ela recebeu uma proposta de trabalho, não conhece ninguém aqui, o vôo dela atrasou, era para ter chegado às 9.—Claro, ficar com a Abby, para quê?—Não fica com essa cara, não. A Kem é minha amiga, está precisando de ajuda, não posso negar.

--É, Carter. Nós também éramos amigos, e aqui estamos nós. E ela não é só sua amiga, é sua ex-futura esposa. Mas tudo bem, eu não fiz minha boa ação de hoje, então vai lá, ninguém gosta de ficar esperando depois de uma viagem que atravessa o mundo.

--Sabia que você entenderia. Te amo.—Foi duro ver ele se despedir com um beijo e ir lá com ela, buscá-la. Mas quem está namorando ele sou eu, não é? Mas quem quase teve um filho com ele, não fui eu. Abby!Abby! Pára com isso. Nunca fui insegura assim, mas às vezes eu penso que agora podia estar acordando com um chorinho que sairia da babá eletrônica, e eu teria no meu colo uma pessoinha que me traria a maior felicidade do mundo.—Meu Deus. Quem será agora? As pessoas não sabem que é falta de educação ligar para casa dos outros no meio da madrugada?

--Alô?

--Abby? Foi mal, era para eu ligar para o Carter.—Só me faltava essa.

--Não, Frank. Você ligou pro Carter, ele acabou de sair. Algum problema?

--Mas, se eu liguei pro Carter, por que você atendeu?—Se ele tivesse na minha frente agora eu já tinha avançado nele, o que ele quer que eu fale?—Dá licença, Frank.—Ouvi alguém falr do outro lado.-- Abby é a Dra. Weaver, cadê o Carter?

--Saiu.

--Uma paciente dele entrou num estado crítico, e a gente ta com falta de pessoal. Você pode vim para cá e ajudar, enquanto eu tento bipar o Carter?

--São 3h da manhã, e o Carter não levou o pager.

--Abby, por favor. Houve um acidente.

--Ok. Eu vou para aí, mas vou tentar falar com ele primeiro.—Que saco, não devia ter atendido ao telefone.

--Obrigada.

Atende Carter, atende.

--Alô?

--Carter? Sua paciente ta em estado crítico, é para você ir voando pro hospital, eu to indo para lá também, porque houve um acidente e tão precisando de mais médicos.

--Hã, é...O Carter foi ao banheiro.

--Kem?—Que grande merda. O que eu menos queria é falar com ela agora, tudo bem, ela nunca me fez nada, mas eu também nunca fui fã de nenhuma das ex-namoradas.

--Quem ta falando? É do hospital?

--Eu que pergunto, será que você pode dizer ao Carter para ele me ligar quando ele voltar, é a Abby.

--Ah, Abby, é você. Me desculpa, é a Kem, lembra de mim, a namorada do Carter?—Com certeza, de todas as perguntas que ela podia fazer era essa a que eu menos queria ouvir, como assim namorada, ele não contou nada para ela? Ou ele simplesmente continua alimentando o namoro?Vou descobrir.

--Ah, claro. Mas, então...Vocês continuam juntos?—Eu amo jogar verde, tenho que descobrir o quanto ela sabe.

--Firme e forte, quer dizer, antes a distância atrapalhava, mas agora de tanto que o John insistiu, aqui estou eu em Chicago.

--Ótimo saber. Kem diz ao Carter que é para ele vim ao hospital o mais rápido possível que tem uma paciente dele que entrou em estado crítico, ta? Foi maravilhoso falar com você, tenho que ir, tchau.—Filho da mãe, desgraçado, idiota. Quem ele pensa que é? Não podia fazer isso comigo. Não posso jogar a culpa na Kem, ela sabia o tanto quanto eu.

Enquanto isso no aeroporto:

--Vamos?

--Agora, Carter? Vamos ficar mais um pouquinho? Eu amo ver os aviões decolarem.

--Não posso, Kem. A Abby ficou sozinha, eu vou trabalhar daqui a pouco.

--Quer dizer que você e a Abby, estão juntos?

--Mais do que nunca, eu to radiante, ela é demais. Não tem problema para você, ne? Você entende que somos amigos, não?

--Claro Carter. Eu te amo, mas não estou apaixonada por você, quer dizer nós tivemos uma história juntos, mas o nosso tempo já passou, é como se fôssemos amigos de infância, mas é que...Não, deixa para lá.

--Que foi, Kem?

--Não sei, é que eu acho a Abby tão, sei lá, problemática e esquisita. Mas tudo bem, quem tem que gostar dela é você e não eu, e se você ta feliz eu também to.

--Se ela é problemática, eu sou mais ainda que estou apaixonado por ela. Alguém ligou pro meu celular? Porque quando eu lavava minhas mãos no banheiro eu tive a impressão de ter ouvido ele tocar.

--Hã? Não, não. Ninguém ligou, não. Foi só impressão sua.

--Podemos ir agora?

--Ok.

Minutos depois no carro, Kem pede à Carter para jogar no seu celular, mas o que ele não sabia é que ela, na verdade, estava apagando o registro da última chamada recebida.

Atenção: A partir daqui o capítulo não vai ser narrado pela Abby, e sim, como se fosse um observador.

Apartamento do Carter, ao telefone:

--Carter, qual seu problema?

--Kerry, do que você ta falando?

--Você some no meio da madrugada, sua namorada não sabe onde você poderia estar, não atende ao celular e não leva o seu pager para nenhum lugar, enquanto sua paciente de 14 anos grávida tem uma parada cardíaca após o bebê nascer com o cérebro atrofiado.

--Hã? Do que você ta falando, Kerry? Qual o estado da Hanna? A Abby ta aí? Porque eu acabei de chegar em casa e não encontrei ela.

--Não acho que a Abby quer falar com você agora. Mas acho melhor você desligar esse telefone e vim correndo para cá, porque sua paciente acordou e tá procurando pelo médio dela.

No hospital:

--Ela já entendeu o que houve com o bebê? Cuidei dela quando ela teve a parada.

--Não sei, Susan. Ela é tão novinha e ta tão desesperada, apesar de tudo ela realmente queria aquele bebê. Mudando de assunto, cadê a Abby?

--Olha, Carter, vocês dois são meus amigos, você sabe que desde o começo eu acho que vocês têm tudo a haver, eu sei que não tenho que me meter, mas como você pôde fazer isso com ela? Que dizer, quer ser cafajeste? Que seja com outra que não tenha passado por tudo que a Abby passou, ela não merecia e eu realmente me arrependo de ter meio que dado força para ela te dar uma chance. Não é justo com ela, eu pensei que você estava realmente afim dela, perdeu todo o crédito comigo.

--Eu to realmente afim dela. Susan, eu estou apaixonado pela Abby.—Ele falou segurando os ombros dela, olhando fixamente.

--Me solta, eu tô...tô com nojo de você, e ainda vem falar isso na minha cara?

--Do que você ta falando, Susie? Me diz onde a Abby está, por favor. Eu não fiz nada de errado.

--Carter, eu não sou idiota. A Abby já descobriu da Kem, e se ela não tivesse percebido eu já teria à alertado. Que tipo de cara deixa a namorada no meio da madrugada para ir atrás de outra mulher?

--O tipo de cara, que se fosse com a Abby, ele não gostaria que a deixassem no aeroporto sozinha em uma cidade estranha que ela não conhece ninguém no meio da madrugada.

--Você não deve explicações para mim, e sim para alguém que já chorou um rio por causa de você.

--Eu não to entendendo nada. Ok se você não quer me dizer onde ela está, tudo bem. Muito obrigado, Susie.

--Frank, cadê a Abby?

--Se você não sabe, eu é que não sei.

--Eu vi ela saindo faz uns 20 minutos.

--Valeu, Deb.

Carter saiu correndo, entrou no carro e foi "voando" ao apartamento de Abby.

Atenção: Fim de narração como narrador, volta ser a Abby

--Abby, abre a porta, por favor.

--Carter vai embora, não quero falar com você.

--Abby, não sei o que aconteceu, só sei que é um grande mal entendido, deixa eu entrar e me explicar.

--Você não tem que me explicar nada. Já entendi tudo.

--Você ta parecendo uma adolescente com crise de ciúmes.—Agora ele me ofendeu, a maior criança do mundo vem me da lição de maturidade? Comigo não.

--Carter, estamos no meio da madrugada, você ta quase derrubando a porta do meu apartamento, e eu tenho certeza que meus vizinhos já estão ligando para a polícia, então se eu fosse você, eu saía daqui agora antes que meu vizinho que luta jiu-jitsu, que tem uma quedaça por mim apareça. A não ser que você queira além de ser descoberto pela sua namorada idiota, também apanhar e ir para cadeia, tudo na mesma noite.

--Eu não vou embora até você me deixar entrar, pode vim até o papa aqui, não vou desistir de falar com você.

--Tudo bem, durma aí na porta. Eu não ligo.—Agora eu vou ligar o som, dançar Stronger e mostrar a ele que eu não to nem aí.

--Você vai por o som agora? Vai me rejeitar a noite toda? Ok. Eu estou aqui, uma hora você vai ter que sair.

--There's nothing you can do or say…

--A tortura começou agora que vou ter que dormir ouvindo você cantar.

De manhã, ao abrir a porta:

--É o seguinte, eu me precipitei em assumir um relacionamento repentino depois que tudo que eu passei. Você me traiu, usou e abusou. Tudo bem. Já fui traída antes e superei, só não esperava que fosse agora e por alguém que acima de tudo era meu amigo. Bola para frente. Vai ser difícil, ainda mais vendo você todo dia, é por isso que eu vou pedir uma transferência para o Mercy, eu conheço um pessoal por lá. Agora eu queria que você saísse da minha porta antes que comecem a falar coisas de mim, vou usar uma educação que nem eu sabia que tinha. Por favor vai embora e esquece que um dia você conheceu Abby Marjorie Wyzcenki Lockhart, ok?—Foi horrível falar isso para o Carter, mas tem que ser assim. Ele merece.

--Nossa...eu não sei do que você está falando...essa doeu, Abby.

--Vai embora, por favor.—Não posso mais agüentar isso, é muito ruim para estar acontecendo.

--Você ta chorando? Olha nos meus olhos e diz: John, quero que você vá embora da minha vida.

--Claro que não to chorando. John Truman Carter some da minha vida para sempre.—Durante esses meses até fui desesperadamente apaixonada por ele, mas agora acabou. Já perdoei traições, mas o que mais dói é que ele viu o estado que eu estava, e era meu melhor amigo. Isso machuca muito, se eu tivesse alguém agora comigo, alguém para me preocupar, alimentar e dar carinho...