Depois de muito tempo, tudo volta como estava.

Me desculpem se eu me esquecer de alguma coisa e podem me corrigir se isso acontecer. Ah, e leiam Ironia do Destino antes de começar a ler essa fic, para não se perderem mais tarde.

Disclaimer: Tudo pertence à Rowling. Ainda bem, porque se não fosse ela eu seria uma pessoa a mais sem fazer nada por aí.

Esta fic é dedicada a todos os meus fãns, mas principalmente Aline Potter, que se tornou uma grande amiga.

Casais: Harry/Draco – Hermione/Rony e assim por diante.

Capítulo I: Rua dos Alfeneiros

"Um céu muito claro e azul. O céu deveria saber o que estava para acontecer, por isso ele estava tão feliz. Deixava o gramado verde de Hogwarts ainda mais verde e as flores brotavam em volta das árvores. O início de uma briga, uma poção e uma viagem inesperada. A percepção só chegou ao avistar um enorme portão, e as iniciais contidas nele. Duas crianças e uma vida mais experiente. Daí então, eram só duvidas e confusões."

Harry já não sabia quantos pergaminhos embolados haviam no chão, só viu que agora ia mais um. Não conseguiria escrever agora. A janela estava aberta, revelando a ele o céu estrelado e a lua enorme que ele tinha. A escrivaninha estava atrás da janela, deixando Harry com uma vista panorâmica. É lógico e evidente que Harry estava pensando em Draco. Ele sabia que em algum lugar em Londres Draco via a mesma lua. Aquela lua estava tão bonita. Pena que Draco não estava ali, junto de Harry. É, ela realmente estava linda. Pena que Harry não poderia ficar ali para ver. Se levantasse um segundo mais tarde Petúnia era capaz de fazê-lo ficar sem comida para o resto de seus dias ali. Resolveu se deitar, mesmo que não conseguisse dormir, conseguiria descansar um pouco.

Um grito estridente avisou que sua tia voz de taquara rachada estava tentando acordá-lo. Mas Harry acordou com uma tão grande vontade de ficar na cama mais um pouco, que ele só desceu meia hora depois. Já que iria ser xingado mesmo, resolveu escovar os dentes antes de descer. E trocou de roupa também. Agora faria o serviço de servir de saco de pancada bem feito. A cara de porco de Valter estava muito vermelha de raiva. Petúnia colocava o babador no filho, que ao ver Harry ficou da mesma cor do que o pai, mas de vergonha.

$ Moleque irresponsável! Porque demorou tanto?

$ Desculpe tio Valter. Eu me atrasei.

$ Disso eu já sei! Anda! Arrume logo o meu café antes que eu chegue no trabalho na hora de sair!

Harry se dirigiu à geladeira, para pegar bacon, ovos e o suco de Duda.

$ Está confortável assim, Dudinha? O que quer pro café? – a voz irritante de Petúnia saía ainda mais melosa.

$ Quero panquecas! E vou sair! Manda ele arrumar o meu quarto!

$ Oh, Dudoquinha, ele vai arrumar. Não vai, pirralho?

Harry acenou afirmativamente com a cabeça enquanto colocava o bacon na frigideira e mexia a massa das panquecas. Petúnia correu em direção à janela ao ouvir a voz de uma de suas vizinhas que conversava com o marido.

$ Já contei? Os Lojy irão se separar!

$ Já estava na hora daquele paçoca do Lojy começar a trabalhar. – Valter falava por detrás do jornal. – aquele filho dele não estuda nem na Haminguai!

$ Hum, aquele é outro! Eu soube que ele explodiu a casa dos Dales enquanto soltava fogos. O garoto só traz problema, é sério. – Petúnia voltava a mesa enquanto Harry servia a todos e voltava ao fogão. Sempre sobravam alguns pedaços de bacon que ele embrulhava em uma toalha de papel e enfiava no bolso, junto com algumas torradas e um pacote de biscoitos.

$ Não quero suco! Quero leite! – Duda pegou o copo de suco e jogou na janela, só para ouvir o barulho do vidro ao se quebrar.

$ Oh, pobrezinho... Potter! Quem mandou colocar leite para o Duda? – Valter falava e devorava os pedaços de bacon ao mesmo tempo.

$ Ele sempre toma suco, tio Valter!

$ Ele não quer suco! Ele não toma suco! E por aquele copo quebrado você fica sem café hoje!

$ Eu nunca tomo café, mesmo! – Harry disse entredentes.

$ O que disse, garoto?

$ Eu disse que é melhor assim. Tenho muito trabalho a fazer.

Harry bateu o copo na frente de Duda, derramando um pouco no prato de panquecas de Duda. O garoto o olhou de cara feia e Harry levantou as sobrancelhas dando um sorrisinho sarcástico para ele. Harry já ia saindo da cozinha ao ser advertido por Petúnia.

$ Agora você vai arrumar o quarto de Duda, ouviu bem, moleque? E depois vai limpar o quintal, e depois o telhado.

$ Sim, tia Petúnia.

$ E nem pense em usar qualquer tipo de... magia – ela disse essa palavra num sussurro tão baixo que Harry apenas leu seus lábios.

Harry acenou com a cabeça e saiu. Subiu preguiçosamente as escadas em direção ao quarto de Duda. O quarto que já fora azul agora era quase verde. A cama estava uma verdadeira bagunça. Tinha todo tipo de coisa: roupa, biscoito, mancha de sangue e até pedras.Pedaços de máquinas por todo chão, luvas de box e cacos de vidro também. O quarto fedia a suor e dava para ver a camada de poeira da televisão e do video-game a metros. Harry começou a limpar primeiro a cama, encontrando uma surpresa a cada movimento. O sangue deveria ser dele e de seus amigos, com suas brincadeirinhas infantis de morder. Harry duvidava que Duda pudesse dormir no meio de todo aquele farelo. As roupas estavam molhadas, sujas e rasgadas. Sinal que Petúnia logo sairia às compras. Harry escondeu nos bolsos todo o dinheiro que achou. Não sabia o que iria fazer com aquilo, mas Duda não iria comprar cigarros, cerveja ou revistas indecentes. Harry teria que levar as roupas de cama para Petúnia. Ela trocava tudo de dois em dois dias. Com aquelas manchas enormes iria jogar tudo fora, com certeza. O chão foi mais difícil de limpar. Harry ficou ali durante um grande tempo, limpando, esfregando e polindo. Terminado, o próximo passo seria limpar o quintal. Tarefa fácil, que Harry logo terminou, indo direto a um dos lados da casa, onde havia uma escada que levava ao telhado. Harry gostava de limpar o telhado. Podia ver tudo de lá, inclusive Duda, que já estava com seus amigos encostado na cerca de uma casa, duas ruas acima. Harry via de longe, eles faziam palhaçadas e brincadeiras de mal gosto. O vento que batia lá do telhado e fazia os cabelos de Harry esvoaçarem por todos os lados era fresco e gostoso, o que fez Harry ficar no telhado, sentado, pensando até o anoitecer. Pensava, como sempre, em Draco. O que ele estaria fazendo agora? Sentiria a falta de Harry? Quando ele iria para A Toca? Em sua última carta dizia que pensava em Harry a todo segundo e que não queria ficar longe dele nem mais um segundo. Se Harry pudesse, viajaria de flu até a mansão dos Malfoy, matar a saudade de Draco, dizer a ele que não suportaria viver sem ele jamais e que Draco era um vício bom e gostoso em sua vida. Aliás, tudo em Draco era gostoso, pensou Harry com malícia. Se pelo menos tivesse acesso à varinha e aos galeões em sua mala, iria na mesma hora para a casa dele, através do Noitiônibus Andante. Ouviu o bater de asas e Edwiges pousou a seu lado. Harry viu que ela tinha uma carta presa ao bico. Pegou a carta e acariciou a cabeça da coruja. Pelo perfume da carta, era de Draco. Essa era outra coisa gostosa nele, ele era muito cheiroso. Abriu a carta que tinha as ltras perfeitas e redondas de Draco.

Anjinho.

Estou com saudade de você. Prometo que vou te ver logo, nem que eu tenha que ir de tascsi. Espero que os trouxas não estejam maltratando você, porque senão eu mato eles. Só mais uma semana e poderemos nos encontrar na casa dos Weasley. Estou com saudade deles também, e de Hermione, mas não tanto quanto de você, Flor do Campo. Eu sonho com você toda noite, mas estaria bem mais feliz se eu pudesse te ver pessoalmente. Prometo que quando te ver vou te encher de beijos e não deixar que você se solte de mim. Diga aos trouxas que eu os odeio, e saiba que eu te amo. Beijos, Docinho. Do todo seu, Draco.

É claro que a carta era igual a todas as outras que Draco mandara, mas Harry não se importava. Ele sempre sabia fazê-lo sorrir. Ele estava prometendo para si mesmo que quando visse Draco iria agarrá-lo e fazer com ele tudo que não pôde fazer durante estes três dias que se passaram. O céu já estava escuro. Duda estava andando com seu bando a caminho de casa. Harry não queria descer agora. Ali era muito mais quente e humano do que dentro da casa dos Dursley, se bem que a qualquer minuto...

$ Garoto! Oh, garoto! Desça agora, mas que demora é essa! Anda que eu estou com fome!

...Teria de servir o jantar do porco do Dursley. Se levantou lentamente, sem vontade de se mexer. Enfiou a carta de Draco no bolso e começou a descer a escada. Chegando ao quinta, encontrou Duda entrando pela cerca dos Dursley.

$ Ainda está cedo, Dudoquinha. Porque não espera até ficar bêbado para entrar?

$ Fique quieto, e não diga nada aos meus pais! Senão...

$ Senão o que? Você vai chorar, ou vai me bater, Dudoquinha?

Duda se aproximou correndo e deu um soco em sua barriga de Harry, deixando o garoto sem fôlego.

$ Vou te dar mais ou menos o triplo do triplo disso.

Ele já ia se afastando, quando Harry se jogou em cima dele, começando a socar seu rosto e sendo fortemente chotado. Duda se virou para cima de Harry, socando direto em sua mandíbula. Harry tentou se virar para cima novaente, dando um forte soco na barriga enorme de Duda. Uma enorme sombra apareceu na janela.

$ Garoto, eu não vou avisar duas vezes, ouviu?

Já estava escuro, e Valter não viu Harry, que deu mais um soco no rosto de Duda e se levantou andando em direção à casa.

$ Quando quiser ser quebrado é só me avisar, Dudão. Ah, e se não quiser um rabo para combinar com todo o seu corpo, não conte a ninguém.

Harry limpou o sangue que caía do canto de sua boca ao entrar na cozinha. A comida já estava quente e Valter estava muito vermelho na mesa.

$ Então aquele idiota disse que não era pago para isso!

$ Não fique assim, Valter, querido. Tem gente que realmente não foi feita para trabalhar com gente tão maior quanto você.

$ E bota maior nisso... – Harry pensou alto enquanto servia Valter.

$ O que disse, garoto?

$ Nada, tio Valter. Só... pensei.

$ Ah... pensou? Pois é melhor pensar em me servir! Antes que fique sem jantar e trancado o dia inteiro no armário.

Harry estava com fome demais para contestar, por isso ficou quieto, mas por ficar no armário não se importava. Pelo menos iria estar com coisas relacionadas a Hogwarts. Duda entrou nervoso pela porta e se largou na mesa. Petúnia começou a arrumar sua roupa, o avental e o babador, o que deixou o garoto mais nervoso. Harry olhou sorrindo para ele.

$ Ah, Valter! Ele terá que ficar solto!
$ Solto? Ele? Mas porque?

$ Lembra daquela confusão em que aquelas pestes do colégio meteram o nosso querido Dudinha?

$ O que tem ele?

$ Por causa daquela arte teremos de aguentar um aluno de intercâmbio que chega amanhã. E eles sabem sobre ele. – Petúnia apontou para Harry com a cabeça.

$ E daí?

$ E daí que teremos que finjir que ele é como nós. – Acenando denovo para Harry.

$ O que? Ele? Um de nós! Nunca!
$ E teremos que tratar bem ao aluno de intercambio.

$ Tá, e o que faremos com ele? – desta vez foi Valter quem apontou para Harry.

$ Ignore ele, mas teremos de comprar algumas roupas para ele.

$ Eu não vou investir num pequeno troglodita!

$ Mas as roupas tem que servir nele!
$ Hei, moleque! Sabe usar aquela sua coisa? – Valter se dirigiu a Harry.

$ Que coisa? A varinha?

$ É... é, é! Sabe ou não?

$ Mas é claro que sei!

$ Então faça suas próprias roupas.

$ Minha varinha está trancada e eu não sei fazer essas coisas!

$ Ah, não sabe? Então faça aparecer dinheiro que eu lhe compro roupas!

$ Também não posso fazer isso. Mas tudo bem, eu tenho dinheiro! Tenho duzentos e cinqüenta e sete euros!

Harry pegou dos bolsos o dinheiro que tinha pegado do quarto de Duda. Valter e Duda olharam desconfiados para aquele dinheiro.

$ Você está roubando, moleque?

$ Não! E eu já ouvi falar que ladrão que rouba ladrão...

$ Está dizendo que abordou um ladrão?

$ Não. Mas isso não vem ao caso. Eu mesmo compro minhas roupas! Eu tenho gosto.

$ Ótimo! É bom que eu não perco o meu tempo inutilmente, mas veja se compra roupas descentes!

Harry guardou o dinheiro novamente e começou a se servir do resto de sopa que sobrara da noite anterior. Assentou-se no canto da mesa e começou a tomar a sopa calado.

$ Esteja aqui as nove da manhã e muito bem vestido, escutou, moleque? Não quero que ele pense que tratamos mal as pessoas.

$ Então quer mentir? – Harry falou entredentes.

$ O quê disse?

$ Nada, tia Petúnia!

$ Nove da manhã, entendeu, moleque? – Valter saía da cozinha com Petúnia e Duda, deixando Harry sozinho na cozinha. – E sabemos o tanto de comida que temos aqui, entendeu?

Harry acenou afirmativamente com a cabeça, voltando a tomar sua sopa.

Quero reviews! Muitos reviews! Beijos a todos.