Capítulo II – O Aluno de Intercâmbio

O dia começou sem ânimo nenhum para Harry. A alegria de não servir o café da manhã a seu explorador tio Valter era a única coisa boa do dia. Vinha aí ais um para ele servir e obedecer. Andava pela rua semivazia com as mãos no bolso e a cabeça cheia de pensamentos. O céu estava com poucas nuvens e um imenso sol naquela manhã, mas o que isso importava a Harry? Ele não iria poder curtir nada daquilo. No máximo ele varreria o quintal denovo. Tudo o que ele tinha era pressão sobre si. Além de ter tido uma noite péssima. A cicatriz doera novamente. Voldemort estava nervoso. Algo tinha acontecido de ruim. Ele estava com Pettigrew, que estava servindo de saco de pancadas para suas Cruciatus. Alguém tinha escapado de suas mãos. Alguém tinha se negado a ele e este era o motivo da raiva. Harry tinha mandado Edwiges a Dumbledore esta manhã. Ele precisava saber disso imediatamente e avisar a ordem. Levar Edwiges a Dumbledore seria não escrever a Draco, o que o deixaria triste e nervoso naquele dia, mas ele entenderia, Harry sabia disso. O que não entenderia era a saudade que falava mais alto em Harry. Mesmo que sempre dissessem o mesmo, Harry se felicitava ao receber suas cartas. E era tudo culpa de Voldemort. Se ele não tivesse declarado seu showzinho a Harry Edwiges estaria a caminho de draco agora, e ao anoitecer alguma alegria poderia despertar no coração de Harry. Isso fazia com que odiasse a Voldemort mais e mais. Chegou ao shopping que ficava no centro do bairro e começou a olhar as vitrines sem ânimo. Sua atenção não se voltava para as roupas, mas ser o mais lento o possível em sua escolha. Little Ware era um elegante e limpo shopping que se distanciava um pouco da casa dos Dursley. Embora tivesse apenas um andar, ele era bem extenso. Suas lojas não eram muito grandes e por onde Harry passava lançavam olhares para suas velhas, desbotadas, rasgadas e grandes roupas. Na primeira loja que Harry entrou, tinha uma garota mais ou menos de sua idade com uma cara muito antipática atrás de um balcão. Harry nem precisou ir muito além da porta para ser atendido pela garota.

Não temos nada para você aqui!

O quê? Mas eu tenho dinheiro! – Harry começou a tatear os bolsos, mas foi logo interrompido.

Não aceitamos o seu dinheiro aqui! E se insistir eu grito, hein!

Ótimo!

Ele se virou e entrou na próxima loja, mas um homem de terno segurou o seu braço.

Por favor, pode se retirar?

Qual é o problema com vocês, hein?

Desculpe, jovem, mas o problema é com você. – ele empurrou Harry para fora da loja e o garoto saiu tropeçando.

Eu não preciso da porcaria das suas roupas! – gritou entrando na outra loja, mas lhe deram um empurrão tão forte que ele caiu sentado, tendo tempo apenas para ver a porta se fechar. – Droga... – Harry se levantou e começou a andar devagar pelo shopping. Estava começando a se irritar com os olhares e sentiu vontade de espancar uma garota que gritou que iria chamar a segurança do shopping. Assentou-se em um banco no corredor e colocou o rosto entre as mãos. Era tudo culpa de Voldemort. Se ele não tivesse matado seus pais nada disse teria acontecido. Inspirou fundo e quase caiu do banco de susto quando uma mão tocou seu ombro.

Calma, Harry! Sou eu...

Sra. Figg? O que está fazendo aqui? Achei que não viesse ao shopping. – Harry disse virando-se para trás. A Sr. Figg e seu impregnado cheiro de gato deram a volta e se assentaram ao lado de Harry. O cheiro não o incomodava mais. Já estava até acostumado.

Bem, está no meu horário de cuidar de você. Mas ainda não entendo porque você está aqui!

Vai chegar um aluno de intercâmbio na casa dos Dursley e eu tenho que comprar roupas.

Então porque não está comprando?

Não querem me vender nada! Acham que eu sou um ladrão.

O que? Mas vamos resolver este problema agora.

Figg se levantou puxando Harry pela mão. Andaram um pouco pelo corredor até entrarem em uma loja assim como as outras. Um senhor já de cabelos grisalhos penteados para trás estava atrás do balcão. Ele atendia a uma garota que soltou um pequeno grito ao ver Harry.

Figg! Minha prima! Há quanto tempo...

Não seja idiota, Joseph! Eu te vi ainda esta manhã. Preciso da sua ajuda aqui. Este garoto é Harry Potter e ele precisa de roupas, então, seja gentil com ele e faça um preço bem camarada!

O senhor deixou a freguesa de lado e sorriu abobado.

Harry Potter? Sério? Espere aí, menina! Ele é o Harry Potter! – disse empurrando a garota que sacudia seu braço. Ela fechou a cara e saiu a passos duros. – Mas como eu sou burro! Venha, Harry. Onde conseguiu estas roupas? Num esgoto? – Ele foi até Harry e começou a puxá-lo para mais perto do balcão.

Exatamente.

Joseph, eu preciso ir até a loja de ração para gatos aqui em frente. Harry, quando acabar, me chame. – Harry afirmou com a cabeça enquanto Joseph media seu braço apressadamente, depois passando para a cintura.

Bem, Harry... seu manequim é de doze. Mas quantos anos você tem?

Vou fazer dezessete daqui a algum tempo.

Puxa, você é magro. James era mais gordo. Mas isso não interessa. Diga-me, de que tipo de roupas você gosta? Camisas de gola? – ele tirava alguns sacos de uma prateleira muito rapidamente. – Camisetas? Camisas de manga longa? E calça? Prefere jeans? Moletom? Cargo? Ou que tal uma bermuda? Responda, garoto!

O homem falava tão rápido que Harry mal tinha tempo de falar ou ver as roupas. O balcão já estava cheio quando ele parou de descer quase todos os seus sacos.

Eu quero uma coisa mais largada. Uma coisa rebelde. Assim como as roupas de rappers! Eu não quero nada que seja um pouco certinho.

Rappers? Ah, está falando com o estilista de Gattyn X.

Quem?

Gattyn X! Por Deus, não conhece Gattin X? Mas tudo bem. Você deve passar tempo demais em Hogwarts para conhecer Gattyn X.

Você sabe sobre Hogwarts?

Claro que sei! Fui expulso no meu segundo ano. Conheci Potter, seu avô. Ele era muito bagunceiro, porém inteligente. Tome, vista estes aqui porque é uma agressão aos meus olhos ver você com estes trapos fedorentos!

Harry recebeu algumas sacolas enquanto Joseph o guiava segurando fortemente pelo pulso até um vestiário.

Vista-se logo, vou preparar outras roupas. Onde foi que você conseguiu esses panos de chão? Estou precisando muito disso lá em casa, HAHAHAHA.

Os Dursley me obrigam a usar as roupas velhas de Duda.

Segunda mão dos Dursley? Garoto, você está sendo humilhado! Aquele imenso hipopótamo já esteve aqui. Não tinha nada daquele tamanhão todo. Mas também, para fazer roupas para aquele porco inchado deve-se usar mais ou menos o uma tonelada só para as meias, HAHAHAHA!

Harry saiu do vestiário com uma camisa azul sem manga com capuz e uma bermuda que ia até um pouco abaixo de seu joelho.

Joseph, é este seu nome, não é?

É, é sim. Mas pode me chamar de Jos. Eu não gosto de Joseph. Soa muito velho e eu não preciso de nada mais que me envelheça. E por falar em envelhecer, esta roupa larga e largada te deu uma idade de gente. Agora eu diria que você tem quinze. Mas, pegue... eu selecionei algumas peças para você. Todo rapper que se preza precisa de um casaco maior que o próprio corpo. Olha este, preto, a cor da rebeldia. Ele é bem grosso, tem vários forros e deve te cobrir até o joelho. Vai ser bom para o inverno também. Olha, esta camisa de manga longa. Rappers gostam disso. Calças jeans também são uma boa opção. Olha essa, larguíssima! Deve caber uns oito de você aqui dentro. Mas para o seu primo, bem, não entrará nem no dedo dele, HAHAHAHA!

Gostei dessa... – Harry levantou uma camisa branca de mangas longas. Ela não tinha nada de especial, apenas umas listas azuis na ponta da manga e da gola, mas também tinha, na parte da frente as iniciais DM.

Ah, esta? Bem, ela é legal... vai ficar bem pra você. Olhe só esta bermuda aqui. Se você quer esta camisa elas vão ficar bem juntas. Veja, eu tenho bonés, você vai querer? Olha, tem preto, azul, verde, mas eu não gosto de verde. Tem vermelho, amarelo, caramba! Eu vendo bonés amarelos?

Quero um sim, mas preciso de sapatos.

Sapatos? Meu amigo Larry vende sapatos, mas ele não cobra barato. Bem, até agora você vai querer esta camisa, a bermuda, a camisa preta, a branca, a branca de listas, a calça larga, escolha a cor de boné que você quer, essa calça grandona, essa aqui e mais essa daqui.

Não, eu não posso levar tantas coisas. Tenho apenas duzentos e cinqüenta dólares. E ainda preciso de sapatos.

Ah, não se preocupe. Um presente meu a Harry Potter. Assim poderá ganhar mais de um sapato...

Puxa... obrigado Jos.

Certo, escolha tudo o que quiser e vamos até a loja do Larry. Você vai gastar muito com ele. – Enquanto Joseph falava Harry e ele colocavam algumas roupas a um canto. – eu não gosto de cobrar caro. Já tenho dinheiro o bastante para alimentar meu neto a vida inteira. Só tenho a loja por diversão. Por isso pode levar o quanto quiser. Você pode até acabar com o estoque... E se quiser levar um presente para o seu primo e tenho aqui uma cartilha escrito A – B – C para ele aprender a ler alguma coisa, HAHAHAHAHA!

Joseph começou a embalar rapidamente as coisas que Harry escolhia.

Alimentar seu neto?

Sim, meu filho é um canalha. E eu não seria capaz de deixá-lo com ele. Onde está Figg? Ela impregnou seu cheiro aqui e é por isso que não entra nenhum cliente! Já terminou de escolher, garoto? Então termine de embrulhar tudo isso. Vou buscar sapatos para você...

Harry começou a embrulhar as roupas. Já tinham muitas sacolas no chão. Harry se perguntava como iria levar tudo isso para a casa. Pelo menos algo de bom acontecera naquele dia. Olhou no relógio. O aluno chegaria em meia hora. Harry tinha que ser rápido, ou os Dursley o matariam. Ensacolou as roupas com pressa. Precisaria de ajuda, com certeza. Ouviu uma voz reclamante atrás de si, e virando-se, viu que Figg vinha puxada por Joseph com um carrinho nas mãos.

Me solta, seu velho tagarela! Eu sei o caminho! Mas que mania de agarrar os outros!

Deus me livre de te agarrar, Figg... Harry, pode pôr aqui suas sacolas. Eu peguei seis tênis bem rebeldes e algumas meias para você.

Puxa, obrigado... – Harry pegou a sacola que Joseph lhe entregava e calçou um tênis preto com algumas listas azuis enquanto ele e a Sra. Figg carregavam o carrinho com as sacolas. Quando terminaram e Harry ajustou o tênis, Joseph olhou para Harry apertando sua mão.

Foi um prazer, Harry... Já que tem que aturar os Dursnossauros todas as férias, pode me ajudar aqui na loja quando estiver em Little Whinging. Pode começar amanhã se quiser.

Tudo bem. Eu virei sim. Obrigado, e tome o dinheiro dos tênis.

Não, é mais um presente...

Por favor, eu já estou sem graça de levar tudo isso...

Mas eu quero lhe dar isso, Harry...

Então leve este dinheiro para o seu neto comprar balas.

Bem, se é pro Jim eu aceito. Ele adora balas. E pra falar a verdade eu também. Te vejo amanhã então?

Tudo bem.

Joseph pegou um boné azul escuro e colocou na cabeça de Harry, virado para trás.

Seus tios vão aloprar...

Tudo bem, Joseph... você já falou demais... Harry tem que estar em casa logo. Muito obrigada, e bom dia!

É, obrigado, Jos, e bom dia.

Tchau, Harry... te vejo às nove amanhã.

Já fora da loja, Harry empurrava o carrinho. Ele e a Sra. Figg andavam para o lado contrário à saída do shopping.

Senhora Figg... o que estamos fazendo? A saída não é para lá?

Sim, mas tem uma saída para cá também. O estacionamento.

Estacionamento?

Sim. – eles desceram um pequeno morro que levava ao andar de baixo e chegaram ao estacionamento – Para alguma coisa ele tem que servir.

Ele? – Mal Harry acabou de falar, a mulher já gritava fazendo seu grito ecoar em todo o estacionamento.

MUNDUNGO!

Um carro velho vinha em sua direção assim que ela acabou de gritar. A porta se abriu sozinha e Figg se jogou para dentro. O porta-malas também abriu sozinho e as sacolas voaram para dentro dele. Harry também entrou no carro, vendo o senhor no banco do motorista.

Eu disse que era só dizer o meu nome! Não precisava me deixar surdo! Olá, Harry...

Olá.

Está bem, Mundungo... Mas anda logo porque já passou da hora dos meus gatos comerem a ração...

E eu preciso estar em cinco minutos em casa.

Tudo bem, podem deixar...

Rapidamente Harry estava no quintal dos Dursley, depois de uma viagem inteira ouvindo falar em um estoque de caldeirões.

Bem, Harry... Onde é o seu quarto?

Naquela janela aberta, a última!

As sacolas voaram do porta-malas até a janela e a Sra. Figg começou a dar bolsadas em Mundungo.

Dumbledore já falou pra você não usar magia tão descaradamente! O que você tem? Pára de fazer coisa errada!

Obrigado, bem, tenho que ir... tchau.

Os Dursley estavam todos formalmente vestidos na sala de entrada. Duda se boquiabriu para as roupas de Harry e Valter andou rapidamente até ele, esbravejando.

Que tipo de coisa é essa? Eu mandei você comprar roupas e não se vestir como um delinqüente!

Você não especificou as roupas!

Moleque abusado, eu deveria... – Valter balançou a mão para Harry, mas a campainha tocou neste momento. – Tudo bem, faremos como o combinado! Garoto, abra a porta, e depois nós continuamos nossa conversa.

Os Dursley se ajeitaram a um canto da sala, enquanto Harry abria a porta. Um garoto com roupas e uma boina francesa estava a porta. Ele era muito branco e tinha os olhos azuis. Algo nele chamou a atenção de Harry. E parece que vice-versa, pois o garoto laçou um lindo sorriso a Harry.

N/A: suspense... Ah, eu adoro isso. O que este garoto quer de Harry? Alguém se arrisca? Por que o sorriso? Ele seria apenas simpático, ou Harry irá sofrer em suas mãos? Isso só veremos no próximo capítulo. Bjim...

aniannka: Adiantar? Oh, my God... Bem... Harry e o aluno de intercâmbio se beijarão :O e Voldemort irá aprontar, mas isso é mais pra frente. É só o que posso dizer, ok? Beijos. :)

Aline Potter: Eu prometi, não foi? E Acampamento tem treze capítulos. Olha lá que eu me matei pra terminar aquele capítulo hoje. E é bom deixar review, senão eu vou ficar louca (ops... eu também já sou louca...) ;). Os apelidos... Bem, vamos ver até onde minha fraca imaginação aguenta, né? Beijos e entra no MSN final de semana, viu?

Os Malfeitores: Ah... brigada mesmo... espero que continue gostando, viu?

Lua Malfoy: Ahhhhhhhhhhhhhhhhh! Derreti agora. Melhor fic HP/Dm? Mas que honra... valeu mesmo, hein. Agora eu quero muitos reviews seus, ou eu não publico mais! Mais uma vez, obrigada e beijos...