Harry andava distraidamente sob a capa da invisibilidade em frente aos vestuários do campo de quadribol. Um vento frio elevava seus cabelos e cortava seu rosto. Harry grudava a capa ao corpo, tremendo. Ao se aproximar do campo, retirou a capa, enrolando-a nos braços. Logo ao pisar no campo foi agarrado, assustando-se. Antes que pudesse emitir algum som, foi silenciado por um beijo, reconhecendo logo o cheiro de Draco. Draco segurou Harry em seus braços, apertando aconchegadamente. Devagar, foi se deslizando com Harry pela parede à beira do campo, deixando Harry sentado em seu colo.
"Você demorou!"
"Draco, eu estou três minutos atrasado!"
"Então? Mas deixe isso pra lá. Por Merlin, você está tremendo!"
"Eu não sabia que aqui fora estava tão frio. E a ansiedade só me deixou trocar de capa no dormitório."
"Venha cá. Isso vai te manter aquecido." – Draco abriu o grosso casaco que usava e fez Harry se deitar em seu peito. – "Se sente melhor?"
"Imensamente melhor."
"Se deu bem em Poções. Se livrou do Snape e ainda tirou nota máxima!"
"É, Snape me fez um favor me colocando com Ichiro. Ele é muito inteligente."
"Mas é tão desastrado como o Rony!"
"Porque você diz isso?"
"Bem, ele fez no mínimo três almôndegas voarem pelo salão..."
"Ele disse que estavam duras."
"Espirrou ponche no próprio rosto..."
"Talvez tenha sido um acidente."
"E conseguiu sangrar o nariz ao se engasgar com purê de batatas!"
"É... talvez ele seja igual ao Rony."
"Não! Ele é pior. Se ele não fosse inteligente eu te aconselharia ficar longe dele."
"Ele é legal, vai por mim."
"Esquece ele. Não é por isso que estamos aqui." – Draco se levantou, junto com Harry. Tirou o casaco e e – "Eu não tive a chance de te dar seu presente de aniversário ainda."
"Presente? Mas você me deu aquele..."
"Um livro não é o suficiente. Nada é suficiente quando se deve demonstrar o amor. Eu não tenho a mínima idéia do que lhe dar, mas eu vi isso há alguns anos em Hogsmeade e nunca usei. Achei que combinaria com você."
Draco pegou um embrulho que estava próximo ao lugar em que eles estavam assentados e o entregou a Harry.
"Espero que goste. Eu... nunca entendi as coisas que você gostava."
Harry parecia confuso, enquanto Draco estava trêmulo. Harry desviou o olhar para o embrulho, começando a rasgar o papel. Ao abrir a caixa, deparou-se com um belo bracelete dourado muito detalhado.
"Draco... mas que lindo! Parece antigo."
"Ah... deixe que eu coloco ele em você..." – Draco pegou o bracelete das mãos de Harry, que estendeu o pulso. – "Você não acredita em lendas, acredita?"
"Nos tempos atuais eu não duvido de mais nada. Porque?"
"Nada. O vendedor da loja me disse que isso pertenceu ao faraó Não-Sei-Quem e que dá ao seu portador o poder de alguma coisa."
"Vamos descobrir então." – Harry empurrou o braço, fazendo o bracelete se fixar em seu pulso. Os dois esperaram alguns segundos, até Draco pigarrear.
"Parece que não aconteceu nada."
"Então essa lenda não existe. Isso é só mais um bonito acessório."
"Não... bonito sou eu. Isso é só... interessante."
"Você também é interessante."
"Ah... mas me diz uma coisa que eu não sou."
"Que tal modesto?"
"Ou então... prudente."
Draco agarrou Harry pela cintura e colou seus lábios rapidamente. Harry enlaçou os braços no pescoço do garoto, coçando-lhe a nuca. Alum tempo depois seus lábios se separaram, mas eles continuavam abraçados. Harry olhou para o bracelete de ouro em seu punho. Em toda a sua extensão haviam desenhados desenhos egípcios que por um segundo deixaram Harry com uma pequena curiosidade.
"Talvez seja melhor você ir dormir para acordar cedo amanhã. Além do mais estou com receio de ficar perto de você se isso causar um efeito mais tarde."
"Oh... o grande Draco Malfoy com medo?"
"Não estou com medo. Estou..."
"Meu medrosinho lindo... acho melhor eu ir embora para não te fazer tremer."
Harry começou a andar pelos corredores do campo de Quadribol.
"Dá pra parar com isso? Eu não estou com medo. Se acontecer alguma coisa é melhor que você esteja no castelo."
"No castelo não, longe de você, não é?"
"Eu não tenho medo de uma coisa antiga como essa!"
"Não, é? Então prove."
Harry andava agora pelos gramados de Hogwarts em direção ao castelo. Draco apressou um pouco o passo e virou Harry bruscamente, colando seus lábios com um beijo arrebatador. Seus corpos estavam gelados e pouco a pouco se esquentavam um por causa do outro. Draco deslizava seus lábios até o pescoço de Harry, que abriu os olhos e olhou por cima dos ombros de Draco, assustando-se.
"Quem é aquele ali?"
Draco se virou para trás e se deparou com um vulto distante. Estava parado e de costas. Draco segurou depressa a mão de Harry e começou a correr com ele pelo gramado até um pequeno gramado, onde se esconderam.
"Draco, o que está fazendo? Me solte!"
Pela vista de lá dava para ver que eram duas pessoas, uma delas com o cabelo longo. Harry estendeu rapidamente a capa da invisibilidade e jogou sobre ele e Draco. Abraçados, começaram a se aproximar lentamente dos vultos. De repente um deles se virou e andou apressado em direção ao castelo. O outro virou para trás e mergulhou nas sombras da floresta. Draco começou a ficar ofegante.
"Fomos descobertos, Harry!" – o pânico tomava conta de sua voz.
"Não, não fomos. Ninguém nos viu aqui. Fica calmo."
"Harry, só pode ser o Lorde das Trevas. Anda, vamos correr!"
"Draco, calma!"
O vulto se aproximava e, pouco a pouco, a luz do luar iluminava seu rosto. Draco se encolheu para o lado de Harry e tapou os olhos. Harry forçou um pouco os olhos e se assustou. Draco sentiu apenas um vento mais forte soprar quando o vulto passou por eles. Harry observava a luz em volta do corpo do garoto se apagar à medida que ele se aproximava do castelo, virando novamente um vulto. Draco continuava tremendo, encolhido ao lado de Harry.
"Fomos pegos Harry! Ele já puxou nossa capa?"
O vulto entrou pelo portão do castelo. Harry jogou a capa para longe e empurrou Draco.
"Pare com isso! Ele já foi!"
"Foi? O Lorde já passou por nós?"
"Que lorde? Era o Yurick! Não tinha lorde algum!"
"Quem?"
"Yurick, o garoto que entrou na Corvinal. Eu conversei com ele hoje!"
"Harry... você conversou com um Comensal?"
"Quem disse que ele é um Comensal?"
"Eu deduzi!"
"Todos deduziriam que você é um Comensal e eu namoro você! Isso não tem nada a ver!"
"A partir do momento que esse garoto tem encontros noturnos com alguém tudo começa a ter a ver, sim!"
"Draco, o que você acha que a gente veio fazer aqui? Isso não prova nada!"
"Não parecia ser um encontro amoroso! Era uma garota, não era?"
"Quem sabe ele não queria... sei lá, um namoro secreto?"
"Harry, você já viu namorar a dez metros de distancia? Eram dois Comensais, ou um que queria levar o outro para o seu lado!"
"Ah, Draco. Eu já ouvi baboseiras demais! Vamos para o castelo, medrosinho!"
"Eu não tenho medo de nada!"
Harry se encolheu e tampou o rosto com a capa de Draco.
"Ah, Merlin! É o Lorde! Ele vai nos matar!"
"Pare! Foi só... um impulso."
"Precisa aprender a se controlar, meu medrosinho."
Os dois caminhavam para o castelo, Draco estava pensativo e Harry ria, pensando na última cena.
"Se não era um Comensal ou coisa assim, me diga. Porque a garota entrou para a Floresta?"
"Isso é a única coisa intrigante e que faz sentido com o que você diz, mas então porque os dois não sairam juntos?"
"Eu não sei, mas se isso aconteceu é porque a garota não estuda em Hogwarts!"
"Isso não faz sentido. Um encontro de Comensais tão rápido? O que eles falariam?"
"Eu sei lá! Não penso como eles!"
"Eu sei..." – As portas do castelo se abriram ao que os garotos pararam antes de entrar. Draco impediu que Harry entrasse segurando levemente seu braço.
"Harry, me prometa que vai prestar bastante atenção nesse cara, não vai se aproximar muito e nem confiar nenhuma informação a ele, tudo bem?"
"Tá, mas..."
"Ok. Agora você vai direto para a Grifinória, sem parar, sem conversar e andando nos lugares mais claros possíveis, ok?"
"Draco..."
"Boa noite pra você também, e cuidado com suas companhias."
Harry estava prestes a falar algo, mas Draco colou seus lábios antes que ele pudesse ao menos se mexer. O vento fazia Draco tremer de frio, embora ele não percebesse estando nos braços de Harry, que o abraçou enquanto beijava seus lábios. Harry separou seus lábios, acariciando o rosto de Draco.
"Promete que não vai conversar com ele?"
"Draco..."
Draco colou seus lábios novamente, numa tentativa sôfrega de calar a Harry.
"Promete ou não?"
"Tá... eu prometo." - Harry sorriu.
Draco sorriu animado e deixou que Harry entrasse pelo saguão de entrada. O garoto parou ao pé da escada e olhou para trás.
"Quer ir comigo?"
"Hum..." – Draco sorriu maliciosamente. – "Hoje não. Tenho que me preparar para a noite de amanhã."
"O que tem amanhã?" – Harry tinha um semblante curioso.
"Nada..." – Draco entrou nas masmorras, rindo.
Harry sorriu e subiu as escadas pulando de dois em dois degraus. Seguiu pelo corredor num passo calmo e suave, sem fazer barulho. "Corajoso... sei. Muito corajoso." Harry pensava enquanto esperava a escada voltar a seu lugar de origem. Harry saiu da escada seguindo seu caminho normal, até perceber que estava sendo seguido. Continuou no mesmo ritmo e alguns segundos depois virou-se de repente, mas não tinha ninguém lá. Harry voltou a andar, a sensação de ter um vulto atrás de si aumentava a cada instante. Harry apressou o passo. Se tinha alguém atrás dele com certeza era sob a capa da invisibilidade. Se prestasse atenção poderia, com facilidade ouvir os passos de seu seguidor, indo no mesmo ritmo que o dele. Ao virar em uma curva em um corredor ele jogou a capa da invisibilidade sobre seus ombros e se jogou contra a parede. Como imaginava, surgiu alguém pelo corredor. Draco olhou para a frente, mas não viu ninguém. Harry respirou aliviado. Draco coçou a cabeça. A entrada para a Grifinória ficava ao fim daquele corredor. E de repente uma luz veio a sua cabeça.
"A capa! Muito bem, garoto."
"Tô aprendendo com o melhor!" – Harry falou sem se descobrir.
Draco sorriu, olhando para o lado de onde veio a voz de Harry. Sentiu seus lábios serem brevemente tocados pelos lábios quentes de Harry.
"Boa noite, Draco."
"Espero que meu sol particular brilhe para mim amanhã."
Harry voltou a seguir seu caminho, sorrindo.
P...
Harry acordou feliz na terça-feira. Entrou pelo salão principal e olhou direto para a mesa da Sonserina. Draco levantou a cabeça e sorriu para o garoto, que acenou com a mão. Hermione conversava com Ichiro, que estava a seu lado, sendo quase fuzilado pelo olhar de Rony, a sua frente. Harry se assentou ao lado do ruivo.
"Uau! Harry, que demais!" – Ichiro puxou um pouco o braço de Harry, olhando o bracelete. – "Onde comprou?"
"O Draco me deu. Ele disse que é algo antigo."
"Muito antigo. Não decoram mais o ouro deste jeito." – Hermione comentou, olhando o bracelete que Ichiro segurava.
"Ele tem algum poder de congelar ou queimar quem te provocar?" – Rony sorriu maliciosamente para Ichiro.
"Acho que não. Ele não fez nada até agora."
"Mesmo se tiver, ele não fará nada espontaneamente. Você deve controlar isso de alguma forma, Harry." – Hermione havia puxado uma lupa para reparar nos detalhes.
"Tente." – Ichiro soltou o braço de Harry e o encarou animado.
Harry receou um pouco. Olhou para um pote de geléia e apontou o braço para ele.
"Congele!" – Harry pegou o pote, mas nada acontecera.
"Talvez só funcione com pessoas. Porque você não se oferece, Ichiro?" – Rony parecia nervoso."
"O que? Eu não! Se ofereça você!" – o garoto contestou.
"Você é o maior interessado aqui. Além do mais, qualquer coisa a 'Mioninha' está aí do seu lado."
Hermione, que estivera acompanhando a discussão desde o início, sorriu discretamente, percebendo os ciúmes. Ichiro, por sua vez, olhou para Hermione.
"Você me ajuda se acontecer alguma coisa?"
"Claro, mas eu ainda acho que você não deveria seguir as idéias estúpidas do Rony!"
Ichiro sorriu e encarou Rony desafiadoramente.
"Ok, Harry." – Ichiro olhou para os olhos verdes de Harry. – "Vai."
Harry apontou o pulso para ele, que fechou os olhos, tremendo um pouco.
"Congele!"
Ichiro começou a tremer exageradamente.
"AH! MIONE! ME AJUDE!"
Hermione perdeu a fala, tremendo também, mas esta era de nervoso. Maioria dos alunos olhavam para o garoto. Hermione pegou a varinha, tremendo e soando frio.
"Empuxc-cro" – ela gaguejou.
Ichiro impulsionou o corpo com força para trás, caindo de costas.
"NÃO!" – Hermione se jogou em cima do garoto, tentando segurá-lo. Ichiro tremia e suava. Hermione tentou abraçá-lo, mas quando ela se aproximou um pouco mais seus lábios se encontraram com os do garoto, que parou imediatamente. Todo o salão comunal se encheu de espanto e murmúrios. Rony, que estava sobre a mesa ao lado de Harry, teve que ser segurado pelo amigo para não pular em cima dos dois. Hermione e Ichiro se afastaram vagarosamente. Ichiro sorriu assustado e receoso.
"Uau. Acho que vou virar ator. O salário é bom."
"Você fez isso de propósito?" – Hermione e empurrou o garoto e levantou-se em um pulo. – "Ichiro, eu vou te matar!"
O garoto parecia um pouco envergonhado, mas ainda sorria quando se levantou. Hermione jogou a mochila nas costas e saiu apressada. Harry olhou para Ichiro, sorrindo um pouco.
"Inteligente." – Ele olhou para Rony, que estava até rosnando. – "Mas agora vamos, ou o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas vai nos matar."
N/A: Gente, que vergonhoso! Tanto tempo pra porem reviews e eu recebo um. UM MÌSERO REVIEW! O que vocês acham que estão fazendo? Não, não, não... não quero que isso se repita ou eu abandonarei a fic. E isso é sério hein? E ninguém merece beijo hoje, a não ser...
Anita Joyce Belice: Ah... é bom saber que você não se esquece de mim, snifff... Por favor, não faça como estes ingratos... snifff... não deixe de deixar reviews... (fungada altamente exagerada) eu não mereço ficar sozinha, ou mereço? Beijos SÓ PARA VOCÊ! Snifff.
