Harry andava lentamente pelos corredores. Os alunos assavam por ele animados, mas Harry parecia nem mesmo saber onde estava. Andava para onde seus pés o levavam sem saber nem ao menos onde estava. Didy caminhava calado a seu lado, olhando atentamente para o moreno, que parecia andar dormindo. E realmente. Se Harry parasse de andar um segundo, seria para desmaiar ali mesmo, no corredor. Mas, um puxão pelo seu braço o assustou, espantando todo seu sono. Alguém o pressionava contra a parede.
"AH! Eu sabia! Você me pegou agora, Voldemort. Ande! Me mate!" – Disse o garoto de olhos fechados.
"Voldemort?" – Harry abriu os olhos, deparando com o amistoso sorriso de Draco. Estavam em um pequeno vão atrás de uma estátua. – "Eu pensei em fazer umas loucuras com você, mas nem tantas!"
"AH! Me larga!" – Harry se debateu, tentando se livrar dos braços de Draco, que insistiam em segurar fortemente os seus, mas o sono em que Harry se encontrava fez com que draco nem sentisse seus movimentos. – "O que é que você quer?"
"Conversar com você. Não se lembra?"
"Não me lembro e nem quero me lembrar. E é melhor me soltar porque eu não quero conversar com você!"
"Não? Então porque veio ao encontro?"
"Eu não vim a encontro nenhum! Eu estou indo para a Torre da Grifinória!"
"Não está! Eu sei que você tem inúmeros atalhos e que este é o caminho mais longo! Adimita, você está morrendo de saudades de mim e adoraria ouvir o que eu tenho a falar."
"Eu não lhe devo explicações! Me larga!"
Didy acompanhava o desespero de Harry e deu leve puxões na calça de Draco.
"Draco, solta Harry..."
"Nós temos que conversar, Didy. Vá embora!"
Didy se virou e começou a andar em direção à torre, mas parou ao ouvir a voz de Harry.
"Não vai, Didy! Não vai!"
"Vai sim! Por favor, Didy..."
"Eu estou falando para ele ficar e ele vai ficar, não é, Didy?"
"Não! Didy tem que dormir! Vá embora, Didy!"
"Didy, se você for eu não te dou biscoitos por uma semana!"
Didy não sabia mais o que fazer. Estava até tonto e não sabia a que comando obedecer.
"Ah, é assim?" – Draco largou Harry e enfiou a mão no bolso, tirando um pacote grande de biscoitos. – "Corra, Didy! Corra!"
Didy pegou alegre o pacote de biscoitos e saiu correndo, não dando tempo de Harry se defender.
"Isso foi golpe baixo! Você chantageou ele!"
Draco voltou a segurar os braços de Harry e colou seus corpos, fazendo Harry estremecer.
"Seus olhos estão horríveis. Você fumou delricho? Mas isso não importa. Agora que Didy foi embora eu posso falar."
"Eu não vou ouvir!" – Harry levou as mãos aos ouvidos, mas Draco as abaixou bruscamente, nervoso.
"Harry, pare de fazer tanta pirraça e tente entender o meu lado!"
"Seu lado? Que lado? O que eu conheci durante a viagem ou o que está na minha frente agora?"
"O lado que te ama, seu idiota! Você acha que eu seria capaz de fazer aquilo com você? E ainda mais com a Granger! Ela pode ter ficado minha amiga, mas ainda é uma... uma filha de trouxas!"
"Não me importa o que ela é! E idiota é você! Você é tão idiota quanto ela!"
"Cale a boca, eu não terminei de falar!"
"Falar? Eu achei que estivesse rosnando!"
"Eu estou tentando falar seriamente com você, mas já vi que não vai ter jeito! Será que eu vou ter que apelar com você?"
"Como você pôde, hein? Eu confiei em você! Defendi você e você me dá uma facada daquelas? Eu preferia que você tivesse me atirado da Torre Norte!"
"Mas foi ela quem me atacou, Harry! Será que até agora você não entendeu? Todos entendem, mas você insiste em não enxergar a verdade que está a um palmo do seu nariz!"
"A única coisa que está a um palmo do meu nariz é a mesma que eu quero ver sangrar daqui a dois segundos"
"Você não vai parar, não é? Eu vou ter que fazer alguma coisa para te lembrar de como eu te amava e sempre vou amar."
Draco apertou Harry contra a parede e o beijou. Harry relutou por algum tempo, mas Draco segurava muito forte, deixando o moreno se sentir protegido, aquecido e sem a menor vontade de reagir ou impedir aquele beijo de que ele tanto sentia falta. Toda a tensão nos músculos de Harry se afrouxaram e ele retribuiu o beijo, sentindo que desmaiaria de sono ali mesmo. Draco soltou seus braços e segurou em sua cintura, pressionando Harry na parede. Harry tentou não se mexer, mas suas mãos foram fortemente atraídas pela nuca de Draco. Enquanto acariciava os cabelos de Draco, ele pressionava cada vez mais seus lábios. Draco tirou as mãos da cintura de Harry e começou a desabotoar os botões de sua camisa. Mas neste mesmo momento, quando Harry se sentia mais feliz, a imagem que atormentou sua consciência o dia inteiro voltou a persegui-lo. Draco e Hermione se beijavam loucamente e todos do colégio olhavam, murmurando e abafando risadas ao verem o rosto de Harry. Ele empurrou Draco o mais forte que pôde, pegando fôlego.
"Eu... tenho que ir."
Harry saiu do vão de trás da estátua e andou rapidamente pela mesma direção para qual Didy correra. Ele parou antes de virar um corredor e se virou para trás. Draco o observava, parado. Sua camisa estava aberta e Harry não pôde deixar de reparar que seu peito estava muito vermelho e assustou-se ao ver que era justamente onde o pingente do cordão que Harry lhe dera estava. Ele desviou, com muita dificuldade, sua atenção para o rosto de Draco.
"Nunca mais me beije assim."
Draco começou a ficar vermelho de raiva, verde de arrependimento e azul de tristeza.
"MAS QUE DROGA" EU DEVERIA SABER QUE O VELHO HARRY POTTER NUNCA DEIXARIA DE SER TÃO TEIMOSO E IDIOTA!"
"Idiota? EU TE PEGO BEIJANDO MINHA MELHOR AMIGA E EU SOU O IDIOTA? Tem alguém muito enganado aqui, amigo, e eu sei que não sou eu!"
"EU NUNCA DEVERIA TER TE DADO UMA CHANCE! VOCÊ É SÓ MAIS UM GRIFINÓRIO IDOTA ASSIM COMO OS SEUS AMIGOS!"
"E VOCÊ É UM SONSERINO IMUNDO ASSIM COMO SALAZAR E TODOS OS SEUS ALUNOS IMBECIS!"
"IMUNDO? IMBECIL? SE EU SOU ASSIM PORQUE VOCÊ SE JOGOU PRA CIMA DE MIM NAQUELE MALDITO CARRO IDIOTA?"
"VOCÊ COMEÇOU, SEU BESTA! E SE EU ME JOGUEI É PORQUE EU QUERIA TE SOCAR AS FUÇAS SEM SER NOTADO!"
"QUEM TEM FUÇAS AQUI É VOCÊ!"
"NÃO SÃO MAIORES DO QUE AS SUAS, PORQUINHO!"
"Certo! Eu não vou ficar aqui me gastando a noite toda para te convencer que você foi apenas mais uma nojenta aventura a mais na minha vida enquanto você não tira estes malditos olhos de cima do meu musculoso, lindo e gostoso tórax. Por isso, eu vou te deixar como todo mundo deixa: falando sozinho!"
Harry empunhou a varinha rapidamente e a apontou para as costas de Harry. Ele não soube se não conseguiu azarar Draco por causa do tremor de suas mãos, porque não conseguia se lembrar de nenhuma maldição, ou se era por causa da dor e pesar que sentia em seu coração naquele momento. Abaixou a varinha e voltou a tomar seu caminho.
O.o.O.o.O
Draco sentia os olhos de Harry em cima dele. Sentiu isso desde que entrara na sala de Transfiguração. Esperava que sua tática estúpida de dar um gelo em Harry funcionasse. Mas suas esperanças eram mínimas. Ele realmente passara dos limites na noite anterior. Sentia seu peito negro e pesado. Tentava desviar sua atenção para McGonnagal, mas toda a vez que tentava vinha uma única imagem em sua cabeça, o beijo. Se dependesse dele, seria o último beijo de sua vida. Pensava em seguir, em partes, a sugestão de Harry. Pularia da Torre Norte assim que todos dormissem. Ele não percebeu quando um longo e sentido suspiro irrompeu de seus pulmões, assim como não percebeu quando uma lágrima rolou por sua face. Seu instinto denunciou que não era apenas Harry quem o observava. Hermione, que estava sentada a seu lado, percebeu a lágrima no rosto de Draco. O garoto pareceu perceber isso e secou-a rapidamente. Hermione olhou para Harry, que estava duas mesas atrás. O moreno olhava para Draco como se não houvesse um enorme mundo a seu redor. Harry observava o quanto Draco coçava seu peito. Olhava também o cordão, que arrastava de um lado para o outro na nuca de Draco. Não queria admitir, mas sabia que estava preocupado com a vermelhidão no peito do loiro. O que o cordão e seu pingente teriam a ver com isso? Foi então que Harry se lembrou do bracelete em seu pulso. Yurick queria lhe dizer algo sobre aquele bracelete. Será que teria a ver com o cordão de Draco? Ele colocou sua mão sobre o bracelete e fechou os olhos, relembrando dos momentos bons que sucederam antes que ele começasse a habitar seu pulso. O barulho dos alunos arrastando suas mesas fez com que ele abrisse os olhos e arrumasse sua mochila. Ao se levantar o garoto quase caiu novamente na cadeira.
"Potter! Em que mundo você está?" – Harry olhou para Draco, que tinha uma expressão nervosa no rosto.
Harry se levantou e encarou o garoto de frente.
"Será que você não consegue se desgrudar um segundo?"
"Quem está grudando aqui é você! Eu estou tentando sair dessa sala e parar de respirar o mesmo ar que você!"
"Eu deveria ficar feliz por isso?"
"Sim. Mas eu conheço você! E você vai esperar ansiosamente que este último horário passe logo para me ver no jantar."
"Só se eu fosse masoquista! E acho que até assim, seria meio difícil..."
"Você vai correr para o Salão Principal e vai me esperar ansiosamente. Até o momento em que eu entro e você se atira aos meus pés. Mas aí eu vou te chutar como você fez comigo!"
Harry cruzou os braços e começou a rir.
"Eu não imploro por coisas inúteis, Malfoy!"
"Não? Eu não dou vinte e quatro horas para que você pare de ser tão teimoso e idiota e talvez tente ter uma conversa racional comigo. Aí, meu caro, sou eu quem vai rir na sua cara!"
"Vamos esperar então!"
"Tudo bem, mas com licença. Eu prefiro estar longe quando sua metamorfose mental começar." – Draco empurrou Harry com o braço e andou apressadamente para fora da sala.
"Pois eu quero estar longe enquanto você estudar neste colégio!" – Draco ouviu o garoto dizer, entredentes.
Draco já estava muito atrasado para sua aula de Herbologia, mas ele não conseguiria estudar no estado em que se encontrava. Andava rápido para que Harry não visse seu semblante de arrependimento. Mas todos os seus pensamentos se desviaram quando ele foi puxado para uma sala.
"Mas que droga! Granger? Você denovo?" – Draco olhou para Hermione, que estava acompanhada de Ichiro.
"Desculpe incomodar, senhor, mas, se estiver interessado, nós estamos desconfiados do que aconteceu naquela noite." – Hermione falou de uma só vez.
"Desconfiados? Ora, eu explico. Você teve um ataque idiota que me fez, enfim, perceber que o imbecil do Potter sempre foi um imbecil!"
"É? Mas você está errado! Não foi isso que aconteceu!" – Ichiro tentou fazer uma pose séria assentando-se em uma mesa, mas, por algum motivo, ele caiu direto no chão, levantando-se rapidamente.
"Ah, não? Então me diga o que diabos fez com que Granger tivesse um acesso!"
"É só pensar, Malfoy! Francamente, eu sabia que você era burro, mas não sabia que era tanto." – Hermione cruzou os braços.
"Maldição!" – Draco olhou o relógio. – "Estou perdendo uma aula interessantíssima de Herbologia. E é a minha preferida!"
Draco colocou a mão na maçaneta, mas o enorme suspiro de Hermione o fez parar.
"Até que enfim caiu a ficha! Maldição!"
"O que está querendo dizer?" – Draco se virou para a garota.
"Impérious! Alguém o lançou em Hermione para que ela beijasse você e deixasse Harry deprimido."
"O que? Potter está deprimido? Como você sabe? Ele disse alguma coisa?"
"Isso não vem ao caso! Eu estou dizendo que existe um espião em Hogwarts e que ele quer derrubar Harry para deixa-lo vulnerável a Você-Sabe-Quem!" – Hermione interrompeu.
"Só o que não sabemos ainda é quem poderia fazer isso. Não temos nenhuma sugestão." – Ichiro continuou.
"Mas eu tenho! Eu sei exatamente quem faria isso."
"Quem?" – Perguntou Hermione.
"É só me deixar sozinho com ele um instante e eu vou ensiná-lo a se intrometer na vida dos outros!"
"Quem foi, Malfoy?" – insistiu Hermione.
Draco olhou para a garota com desdém.
"A partir de agora, Granger, você já pode ficar fora dessa história!"
"Você vai dizer ao Harry?" – Perguntou Hermione.
"E pra quê eu explicaria a situação ao Potter? Para Voltar atrás?"
E dizendo isso, Draco saiu da sala, deixando Ichiro e Hermione muito confusos. Agora ele estava nervoso, e logo que encontrasse com o autor de todo este transtorno em sua vida com certeza tiraria satisfações da pior maneira possível. No momento, só se perguntava se toda esta história afetaria seu futuro romântico.
N/A: Olá! Há quanto tempo... eu estava com saudades de todos vocês e de seus reviews... Desculpem a demora, mas é que eu estava com uns pequenos probleminhas e não pude escrever, mas agora está aqui um capítulo novinho. Espero que tenham gostado. E se não gostaram o problema é de vocês! Brincadeirinha... então, deixem review! Beijos.
Mione03: Ah... obrigada! É sempre bom receber elogios. Se eu ficar metida a culpa é sua, viu? Mas tudo bem, eu te perdôo...:)
Anita Joyce Belice: Entender? Até parece que você não conhece os dois...
Jokka Potter: Valeu... eu vou tentar ler sua fic, mas eu não prometo nada não, ok? Tô meio sem tempo, mas eu me esforço... Pode deixar que eu vou ler.
Srta Potter Malfoy: Ah, Pansy ou Emilia? Eu não sei... elas são meio burrinhas. Não iriam conseguir lançar uma maldição Impérius.
Kevin: Logo logo você vai saber... Eu juro que vou explicar direitinho, ok?
