Draco olhava para o livro na mão de Harry. Estavam assentados em uma cama que desejaram na Sala Precisa, as costas escoradas à cabeceira. Draco estava com a cabeça escorada no ombro de Harry, sua perna direita sob a esquerda do garoto. Harry lia e relia sobre asfódelo, que apesar de ser uma matéria extremamente pequena para poções, também era extremamente difícil. Harry batia rapidamente a ponta da pena no livro, num movimento involuntário. Já haviam se passado dois meses desde que haviam reatado o namoro e namoravam escondido. Draco achava isso uma enorme regressão, embora tivesse concordado ao perceber que não havia outra forma. O loiro estava dando aulas de Oclumência a Harry, o que tornara quase impossível que Voldemort descobrisse. Todas as noites, Harry sonhava com a morte de Draco, ou sua tortura até o fim, mas de tanto que sonhava ele conseguia até adivinhar quando sonhava.
"Draco, já chega! Eu estou cansado de estudar, não consigo entender nada e ainda estou ansioso pelo jogo de Quadribol!"
"É? Pois saiba que não vai assistir ao Quadribol enquanto não descobrir o nome trouxa do drompo!"
Harry voltou a olhar para o livro impaciente. Já relera texto várias vezes e ele nada falava sobre nomes trouxas. Então, Harry olhou para a fotografia de uma pequena semente a germinar em um canto da página. Embaixo, tinha uma pequena anotação:
"O asfódelo é uma pequena semente, porém poderosa. Seu plantio produz o drompo, principal ingrediente de pães e bolos."
"Ingredientes?" – Harry pensava alto. – "Pães? Bolos? Ah! Este negócio aqui é o trigo!"
"É, é... isso mesmo. Brigo!"
"Não, Draco. É trigo! E por falar em trigo, vamos logo almoçar porque alguém aqui tem que dar o melhor de si hoje contra a Lufa-Lufa!"
"Ei, o que é isso! Eu não vou dar o melhor de mim pra ninguém! O melhor de mim é você e eu não quero dividir."
Harry deixou o livro no criado a seu lado e deslizou seus braços para o pescoço de Draco.
"Às vezes eu me espanto com o seu romantismo, sabia."
"Isso é tudo culpa sua! Quem mandou ser tão lindo e me fascinar tanto?"
Harry sorriu e beijou os lábios de Draco, entrelaçando os dedos em seus cabelos. Draco o moreno segurou pela cintura e puxou-o para seu colo, deixando o garoto de frente para ele. Draco direcionou seus lábios para o pescoço de Harry, dando leves mordidas.
"AI!" – Harry gemeu assustando Draco.
"Que foi? Eu te machuquei?"
"Não... é que... eu senti uma fisgada."
"Fisgada? Onde?" – Draco começou a tatear pelo peito de Harry.
Harry colocou a mão sobre a cicatriz, desviando o olhar de Draco, que afastou a mão de Harry e seguiu com o dedo o traço de sua cicatriz.
"O que isso quer dizer, Harry?"
"Quer dizer que temos que ir almoçar. Eu vou sair primeiro, depois você vai."
Harry se levantou, mas assim que ergueu seu corpo Draco o puxou de volta, fazendo-o se assentar.
"Harry, eu sei que todos os garotos bonitos geralmente são mais burros, mas eu sou uma exceção. Uma grande exceção! Ele está por perto, não está?"
"Ele quem?" – Harry desviou o olhar de draco novamente, aproveitando para calçar o tênis.
"Harry, eu consigo enxergar as coisas, sabia? A sua cicatriz tem estado mais vermelha há um mês, e esta não é a primeira vez que eu vejo você ter suas fisgadas. Acha que eu não reparo durante as aulas?"
"Draco, é sério! Isso não é nada! Eu estou bem! Não precisa se preocupar. Isso são só acessos de fúria de Voldemort por não poder entrar na minha mente. E isso também é um aviso. Se ele não pode saber o que acontece através de mim, então com certeza vai deixar seus espiões mais atentos do que nunca! Não podemos ser vistos em hipótese nenhuma! Tome o maior cuidado para entrar aqui, está entendendo? E em hipótese nenhuma ande sozinho."
"Você não vai me falar o que é, não é mesmo? Tudo bem! Eu vou tentar acreditar na sua história, mas me promete que nos veremos amanhã neste mesmo horário?"
"Você sabe que sim!" - Harry sorriu e abraçou o loiro que sorria graciosamente ao seu lado, beijando seus lábios. A chuva começou a bater na janela como um aviso para que Harry saísse. Com alguma dificuldade, Harry conseguiu se livrar dos beijos de Draco.
"Draco, nós realmente precisamos ir! Temos pouco tempo antes do jogo!"
"Peraí... Não vai me dar nem um beijinho de despedida?" – Draco forçou um beicinho, fazendo Harry sorrir novamente e beijá-lo, acariciando seus cabelos que, para sua alegria, tinham voltado ao tamanho original.
"Draco..." – Harry intercalava um beijo com uma palavra. - "Agora... é sério... temos... que ir."
Quando Harry conseguiu se soltar de Draco e se levantou novamente, mais uma vez o garoto foi puxado para a cama.
"Você não me desejou um bom jogo!" – Draco fez outro beicinho.
Harry deu-lhe um beijo rápido e se levantou rapidamente, saindo do alcance da mão do garoto.
"Pare com isso!" – Ele disse sorrindo. – "É hora do show..." – Harry dispensou o sorriso e mudou totalmente seu olhar. Agora ele olhava Draco com desprezo e tristeza. – "Malfoy!"
E dizendo isso o garoto saiu da sala. Draco pegou o livro e a pena e esperou alguns minutos. Olhou em volta para ver se não se esquecera de nada. Seus olhos rapidamente focalizaram a Capa da Invisibilidade de Harry sobre uma poltrona perto da lareira. Seu primeiro impulso foi de pegá-la, mas se andasse com ela nos braços pelo castelo Rony e Hermione descobririam tudo, e se Hermione descobrisse Voldemort descobriria. Então ele a escondeu em um canto da sala. Se tivesse sorte e ninguém fosse à aquela sala ela permaneceria no mesmo lugar. Já ia saindo quando viu Yurick passar rapidamente. A porta estava semifechada e o Corvinal pareceu não perceber Draco, que correu para pegar a capa da Invisibilidade e seguir o garoto. Andaram por alguns corredores, até Yurick parar e esconder-se antes de virar o corredor. Draco aproximou-se receoso para olhar porque o garoto parara. Yurick estava sacando sua varinha. Draco viu que no corredor onde Yurick evitara virar estavam Harry e Karey. A fúria subiu por seus ossos e ele jogou a capa e o livro no chão, pegando Yurick pela gola da camisa e assustando o garoto.
"Deixa ele em paz!" – Draco falou entredentes.
"O que? Ele quem?"
"Não se faça de cínico! Você ia lançar um feitiço no Ha... Potter!"
Yurick deu um leve sorriso.
"Achei que estivessem brigados."
"Isso não interessa a você! Da minha relação amorosa cuido eu!"
"No Egito costumamos chamar isso de disfarce! E é melhor me soltar, porque não vai querer me ver nervoso!"
"Acha que eu tenho medo de você? Não, meu amigo, não tenho! Nem de você nem de seu mestre! Agora me diga, o que quer com o Ha... Potter!"
"Eu não recebo ordens, Malfoy! Me solte ou eu tomarei medidas nada boas!"
"Experimente!"
Yurick deu mais um leve sorriso e de repente ele desapareceu, mas Draco ainda podia senti-lo. Draco assustou-se e sentiu seus dois braços serem afastados violentamente pelo outro garoto, que reapareceu ao seu lado.
"Não conte isso para ninguém entendeu?"
Draco não podia acreditar. Yurick ficara invisível sem mesmo ter uma capa. O garoto andava pelo corredor de onde viera, como se nada houvesse acontecido.
'Se ele não fosse aliado a Voldemort...'
"Esqueça!" – A voz de Yurick soou de repente. – "Eu trabalho sozinho! Sinceramente, não sei como Harry pode ter aprendido Oclumência com você!" – Ele disse sem se virar.
Draco continuou ali, parado, tentando organizar seus pensamentos. Quando realmente descobriu que não poderia entender aquilo, ele pegou o livro, a pena e a capa e andou em direção ao Salão Principal.
O.o.O.o.O
Harry estava quase morrendo de frio na arquibancada de quadribol. A chuva parecia sair de um freezer. Apesar da arquibancada ser coberta os pés de Harry já estavam ensopados antes mesmo do jogo começar. Sinal que ele precisava de uma nova capa de chuva. Sonserina e Lufa-Lufa entraram em campo. Harry até respirou melhor ao ver Draco subindo pelo céu. Deu graças pela arquibancada onde se encontrava ficar na lateral do campo, já que draco deveria se posicionar em uma das pontas do campo antes que Madame Hooch apitasse. Harry pôde ver Draco fazer um sinal positivo com a mão antes de olhar rapidamente para o moreno.O som do apito fez com que Harry desviasse seu olhar de Draco. Os artilheiros começaram a disputar loucamente a goles, enquanto os batedores seguiam seus balaços e os atiravam aos jogadores adversários. Draco, assim como Harry, tornara-se o capitão do time de quadribol, e olhava para todos os jogadores para ver se cumpriam as estratégias treinadas. Harry observava atentamente a estratégia das duas casas para poder programar uma boa estratégia para Grifinória. Ele dividia seu olhar entre os artilheiros e Draco, que estava molhado e tremia muito. Draco, por sua vez, olhava para os artilheiros, para Harry e ainda procurava o pomo. Já estava noventa a vinte para a Sonserina quando Harry avistou o pomo perto do chão. Ele olhou para Draco e para Jimmy, o apanhador da Lufa-Lufa, mas nenhum dos dois parecia ter reparado. Como Draco estava próximo a Harry, o garoto resolveu dar uma pequena ajuda.
"O POMO!" – Ele gritou. Draco olhou para onde Harry apontava e disparou a seguir a pequena bolinha.
Harry ouviu os lamentos vindos da arquibancada ao lado. Ele olhou em direção aos Lufa-Lufas e teve a noção da besteira que acabara de fazer.
"Opa... er... mania de apanhador..." – Harry sorriu, mas não pôde escapar dos olhares fuzilantes. Foi quando sentiu um vento muito forte sacudir seus cabelos e ele viu que o balaço que passara por ele agora seguia Draco fazendo curvas e desvios. Harry se lembrou de seu segundo ano, e percebeu que suas suspeitas estavam certas. Voldemort estava agindo. Alguns de seus espiões tentava acertar Draco, mas ele não deixaria. Olhou para seus colegas ao lado e viu que Dino olhava para os jogadores mais distantes com um binóculo.
"Me empresta um segundo?"
Dino acenou afirmativamente com a cabeça e Harry começou a olhar as arquibancadas ao redor do campo de quadribol e se assustou ao ver Hermione com sua varinha na mão, perseguindo o balaço. Ela estava na arquibancada ao lado, junto com Ichiro. Didy, que se segurava nas costas de Harry, parecia olhar na mesma direção do que ele, assustando ao moreno quando começou a pular de cabeça em cabeça para dar um grande salto e agarrar-se à varinha de Hermione, que assustou-se e largou a varinha, fazendo Didy cair sobre Karey Perkins, nova batedora da Lufa-Lufa. Didy se agarrou ao rosto de Karey, fazendo com que ela perdesse a visão e tremendo de medo. A garota soltou um grito agudo e tentou tirar Didy de seu rosto o mais rápido possível. Didy não soltava as orelhas da garota, que agora tentava sacudir a cabeça. Podia ouvir as gargalhadas da torcida. Didy olhou para cima e se deparou com um balaço vindo em sua direção. Então ele pulou, deixando que o balaço acertasse a barriga da garota, que escorregou por trás da vassoura, desacordada. Didy caiu em cima da vassoura de Karey, não conseguindo guiá-la. Harry não sabia se se preocupava com Didy ou com Draco, que estava perdendo a corrida em busca do pomo para Stanley Borany, que, segundos depois, conseguiu alcançar a pequena bola dourada. Harry voltou a olhar para Didy, que se dirigia rapidamente para o chão. Os Lufa-Lufa estavam preocupados demais comemorando e os sonserinos... bem, eles não salvariam a vida do Rinícido de estimação de Harry Potter. Didy estava a poucos metros do chão quando Draco passou por ele e o tirou da vassoura, que se espatifou ao encontrar o chão. Draco desceu da vassoura com Didy no colo. Didy tremia de frio e de medo. Seu pêlo estava escorrido e muito molhado. Draco entrou para seu vestiário e enrolou-o em sua toalha. Os outros jogadores do time começaram a entrar pelo vestiário. Blaise foi ao encontro de Draco. O garoto estava profundamente nervoso.
"Qual é a sua, hein, Draco? Primeiro você diz: 'É melhor vocês não me decepcionarem'"- Blaise imitou uma voz arrastada. – " E depois você faz voltas e voltas quando o pomo está a uma polegada de você!"
"Escute aqui, eu gostei de perder tanto quanto você! E se não percebeu, porque estava preocupado demais olhando para aquele MALDITO POMO DE OURO, TINHA UM BALAÇO ME PERSEGUINDO POR ONDE QUER QUE EU FOSSE!"
"E DESDE QUANDO VOCÊ TEM MEDO DE BALAÇOS? NÃO ME IMPORTO QUE ELE TENHA TE PERSEGUIDO OU PARTIDO AS SUAS COSTELAS! VOCÊ NÃO DEVERIA TER PERDIDO AQUELE POMO! Por Merlin, é este o máximo que sua Nimbus 2001 pode fazer?"
"Eu não vou ficar discutindo inutilmente com você! Eu tenho coisa melhor pra fazer!"
Draco se assentou ao lado de Didy e começou a enxuga-lo, sem se preocupar com seus próprios espirros. Draco não entrou para o chuveiro até o último sonserino sair do vestiário alguns minutos depois. Ele estava sem camisa quando Harry entrou pelo vestiário.
"Draco! Você ainda está molhado? Meu Deus! Você vai se resfriar!" – Harry ligou um dos chuveiros antes de correr até Draco e cobri-lo com sua capa, a única que restara seca.
"Eu estava esperando por você. O Didy precisa de você! ATCHIM!"
"E ainda está espirrando? Vai, entra no chuveiro e se esquenta."
"Mas, Harry..."
"Dá pra entrar logo neste chuveiro? Onde estão suas roupas secas?"
"Estão no armário." – Draco terminou de tirar suas calças e entrou para o chuveiro. Harry pegou as roupas de Draco que estavam no armário, secando Didy com um feitiço que saía pela ponta da varinha. – "Você também acha que foi minha culpa?"
"O que foi sua culpa?"
"A derrota. Zabini disse que a culpa foi minha."
"Ele não viu o balaço enorme que estava atrás de você?"
"Viu, mas disse que isso não era motivo para que eu perdesse."
"O que aquele idiota sabe sobre perder? Ele não acertou uma bola no aro e joga a culpa em você? Não ligue pro que ele diz. Você fez um vôo mais que perfeito enquanto desviava daquela coisa. Eu juro que mato Hermione!"– Harry murmurou para si mesmo.
"Sabe o que isso me lembrou? O nosso jogo no segundo ano. Eu mal comecei a jogar e você já me obrigou a voar daquele jeito."
"A culpa foi do seu elfo! Dobby não sabe o significado da palavra ajudar."
"Ele nunca soube." – Draco saiu do chuveiro pegando a toalha que Harry lhe estendia e enrolando na cintura. – "Sabe, porque não aproveitamos? Estamos aqui... sozinhos... e eu acho que Didy gostaria de ganhar biscoitos."
"Pare de comprar Didy com biscoitos! Sempre que quer ficar sozinho comigo você dá biscoitos a ele!"
"Didy gosta..." – Didy falou com seu tom sonoro, sorrindo para Draco.
"Não, Didy. Hoje não. Lá dentro eu te dou biscoitos. E quanto a você..." – Harry se virou para Draco e estendeu as roupas a ele. – "Precisa de um chá! Vista isso logo e vamos entrar. A chuva ainda pode ficar pior."
O semblante de Draco tornou-se decepcionado enquanto ele vestia as roupas. Harry vestiu a capa de chuva. Didy estava segurando-se em seus ombros, sob a capa.
"Está pronto?" – Draco terminou de se vestir e jogou sua capa sobre a cabeça.
Harry acenou com a cabeça e se cobriu com a capa de invisibilidade. Draco abriu a porta para o garoto, sentindo um leve vento quando ele passou. Lá fora estava bem frio. O vento entrava pelas pequenas frestas do corredor. Draco enfiou suas mãos no bolso. Harry observava o loiro. Haviam saído do corredor e agora corriam pelo gramado de Hogwarts, totalmente molhados.
"Ótimo. Você vai ter que tomar outro banho." – A voz de Harry soou ao lado de Draco.
"Eu tentei avisar você!"
"Se está de mau humor por que não deixei dar biscoitos ao Didy, não se preocupe, eu compenso isso lá dentro."
"Jura?"
"Depois que você tomar outro banho e seu chá."
"Está bem, mas você toma banho comigo!"
"Pode ser." – Harry sorriu.
O.o.O.o.O
N/A: Oi... é, eu sei que tá meio sem noção e que eu praticamente não falei nada interessante neste capítulo, mas é que as coisas tem que fazer sentido no futuro e por isso vai ser tudo mais lentinho. E outra coisa, eu vou me mudar, então não sei quando vou ter internet denovo. Por isso, posso demorar pra atualizar Relíquia, mas não se preocupem, eu atualizarei. Beijos.
Anita Joyce Belice: Tesão? Pô... eu corei agora apenas com o som da palavra. Isso é bem difícil pra mim, você nem sabe o quanto...
Lilian-HP: A fic será bem grande, viu. E quanto a Harry e Draco não se separarem, bem... por mim e por eles isso não acontecerá.
Kevin: O QUÊ? ONZE ANOS? MEU DEUS! Você é só uma criança e ainda lê isso? Cara, espero que eu não te torne um pervertido.
Srta. Potter Malfoy: Não precisa agradecer. Estamos aqui pra isso.
Dmi.qb: Ah, se você também escreve... tudo bem! Eu acho que nunca li uma NC-17 sua. Vou procurar por aí para ver os seus detalhes.
Aline Potter: Oi, sumida! Ainda bem que você já ganhou seu computador. Agora pode deixar reviews sempre. EU DISSE SEMPRE, OK? E eu já li o 4º capítulo de Voar Sem Asas. Tá muito legal, e continua. Manda um e-mail dizendo se recebeu ou não minha carta, pra eu poder mandar o cd.
