MISSÃO: CRIANÇA – CAPÍTULO 08

FINALMENTE A AÇÃO

Um pouco antes de invadirem o local, os pilotos Gundam pararam e se concentraram. Zechs e Treize viram seus filhos ficarem moles por um momento depois se erguerem, já com os olhares frios.

-O que vocês fizeram?

-Nocauteamos mentalmente os meninos. Vamos fazer coisas das quais não queremos que eles lembrem depois... Crianças devem ser crianças enquanto puderem...

-Não queremos que eles tenham as mesmas lembranças que nós... – resmungou Duo, se ajeitando num beco, onde iria monitorar a invasão do cativeiro de Quatre.

Os adultos se entreolharam, mas acharam melhor que lembrassem. Era um aprendizado para os Kusherenadas.

-Mas nada de limitar nossas ações, ok?

Cinco sombras cercaram a casa e entraram silenciosamente, eliminando as sentinelas. A casa era do tipo oriental, maior por dentro que por fora, com um pátio interno, todas as portas dando para esse pátio.

A um sinal de Treize eles invadiram cada corredor correspondente a seu quadrante, tomando o maior cuidado com armadilhas e surpresas. Heero se viu diante do centro de comunicações do grupo e procurou copiar o máximo de arquivos possíveis para análise futura. Atrás dele entrou um terrorista, se achando desapercebido, mas não para o ex-piloto do Wing Zero. Bem na hora que o inimigo ergueu o braço para desferir o golpe, abriu totalmente a guarda, o momento que Yui mais gostava. Rapidamente ele se virou e enfiou o punho no estômago do homem, que nem teve tempo de ofegar. Quando ele se curvou, já levou uma cotovelada na nuca. E Heero se voltou para o computador, xingando a lerdeza daquele equipamento obsoleto. "Museu!"

Enquanto isso, Trowa e Wufei, cada um no seu canto, distribuíam coronhadas e golpes a todos que ousavam cruzar o seu caminho. Só precisaram calar dois terroristas que os viram de longe e iam dar alarme. Mas nada de Quatre. Os adultos também colocaram os terroristas que encontraram fora de combate sem derramamento de sangue inútil, já pensando em interroga-los e descobrir mais sobre a organização. O outro Zechs observava os movimentos felinos e precisos do seu duplo e tentava memorizar todos os golpes.

Treize chamou-os pelo comunicador. Os terroristas já tinham percebido que estavam sendo invadidos e estavam se reunindo numa única sala. Devia ser ali que mantinham o pequenino. Na porta, resolveram entrar de supetão, prontos para atirar. Mas tiveram uma surpresa ao escancararem a entrada: um loirinho segurando a terrorista que lhe bateu numa bela gravata, e todos os outros desmaiados a seus pés. A mulher estava ensandecida por ter visto um anjinho loiro ser capaz de voadoras e golpes de artes marciais precisos, virando a força dos adversários contra eles mesmos, acertando pontos sensíveis e paralisando homens várias vezes o seu peso e tamanho. Com dois dedos, ele desacordou a mulher e reclamou:

-Poxa! Vocês demoraram, hein? Estão perdendo a prática, velhos.

Trowa riu. E Wufei debochou:

-Se o Duo estivesse aqui, coçaria a nuca e lhe daria uma resposta à altura.

Estavam todos descontraídos, quando Zechs colocou a mão no ombro e caiu, sangrando. Um último inimigo, sorrateiro, havia ficado atrás e estava disposto a levar pelo menos um consigo. Mas não teve tempo de atirar de novo. Um certeiro tiro na nuca o derrubou. Treize olhou para o corredor, vendo com orgulho e horror seu filho mais velho com uma arma na mão, o braço estendido, o olho fechado, a mira perfeita. Nem um tremor, seja no braço, seja no rosto. Um assassino. Treize, o chefe, repreendeu Treize, o pai. "Não. Um soldado. Se ele não tivesse chegado agora, o próximo tiro seria em nós. Esse tiro foi mais por cuidado que pela missão em si. Acredite nisso."

Duo estava bocejando ao chama-los pelos comunicadores:

-Tudo bem aí? Já se passou meia hora. Vão exterminar todos os terroristas da face da Terra?

-Estamos saindo. Chame uma ambulância. Zechs foi ferido...

-Éééé? Vocês estão ficando velhos mesmo... Uma invasãozinha dessas e não conseguem se dar bem pra cima de uns manes...

Quatre deu uma risadinha travessa, do tipo "eu falei"... Zechs sorriu no meio da dor... E saíram, pra chamar reforços do esquadrão especial para levarem os terroristas.

-Quem vai acreditar que a gente fez tudo isso sozinhos?

-Você está ferido, pra dar uma disfarçada...

-Mesmo assim, é coisa de filme...

Duo estava emburrado por ter sido deixado de lado. Mas feliz por ter seu irmãozinho de volta. Quatre estava cansado e fez a viagem de volta dormindo. O esquadrão especial deu uma bronca nos dois agentes por terem se arriscado sozinhos (?? Ehehehe). O chefe do esquadrão ainda falou, acariciando a cabeça de Quatre.

-Imagine... Mesmo deixando as crianças longe, em local seguro, vocês se arriscaram muito. E se os terroristas tivessem descoberto os meninos e os levassem como reféns?

No caminho de volta, Wufei e Trowa imitavam a voz do chefe:

-Verdade... E se os terroristas tivessem levado os meninos como reféns?

Treize deu uma risadinha:

-Coitados deles... Preocupado, Heero? Zechs vai ficar bem.

-Eu li algumas das informações naqueles arquivos... Acho que nem tudo vai ficar bem, não... Há um traidor no seu departamento.

-Sim, previsível...

N/A: Bem, eu não sou craque em descrição de lutas. Até consigo visualizar, mas contar pra vocês... Usem a imaginação, por favor. Quem pediu o Heero entrando em ação na frente do pai, tem mais no próximo capítulo. O Duo como retaguarda, cuidando da comunicação, eu me inspirei no Omi, de Weiss Kreuz. Não se preocupem, fãs, ele entra também pra apavorar no próximo. Feliz Natal! 25/12/04