Capítulo 4 – Notícias Matinais
- Meu Deus! Eles estão ficando cada vez mais loucos! - ao dizer isso, Hermione jogou sua edição do Profeta Diário contra a mesa da cozinha, fazendo tremer as xícaras de chá que tomavam. O trio se reunia na cozinha da casa dos Black, no sub-solo da casa.
Harry, que degladiava-se com algo que parecia ser um fogão, tentando preparar pães, virou-se para a garota rapidamente e encarou a amiga escancarando os olhos.
- Eles... Eles... Merlin, leia você! - Hermione estendeu a primeira página sobre a mesa, e Harry não teve muita dificuldade de enxergá-la de onde estava.
As palavras estavam escritas em letras garrafais, e, tentando ao máximo entender-se com o fogão que funcionava sozinho.
Por determinação do Ministério da Magia, todo bruxo ou bruxa dono de estabelecimento comercial, situado próximo a uma área de convívio mútuo entre bruxos e trouxas, passa ter a concessão de funcionamento cancelada, sendo assim obrigado a suspender atividades a partir desta data.
Passa a ser restrito também o deslocamento de bruxos e bruxas pela rede internacional de Flu, assim como se torna proibido cruzar os limites Britânicos ao aparatar e desaparatar.
Por fim, entra em vigor um perímetro anti-aparatação em torno da sede do Ministério da Magia, em Londres, restringindo a entrada ao local apenas as cabines telefônicas instaladas na rua lateral.
Tais medidas entram em vigor imediatamente a fim de combater a ascensão de Você-sabe-quem e seus Comensais.
Rufus Sgrimgeour.
Ron, que até então mantinha-se quieto ( postura que o garoto tinha adotado desde que tinham voltado de Hogwarts), não fingiu nem metade do espanto que Hermione teve ao ler o artigo.
- Hm... Mione eu.. não vejo tanta burrice assim. Quer dizer, eles querem proteger pessoas. É melhor do que prender inocentes, não acha Harry?
- É, na verdade, eu concordo.
- Não sejam bobos! Como vamos saber agora quem está ou não sob Imperius? Francamente, duvido que a maioria dos Bruxos vá sair de casa para se encontrar com o vizinho e checar regularmente se há algo errado!
As palavras de Hermione pareciam fazer sentido para os dois. Na verdade, não seria surpresa alguma para Harry se Sgrimgeour tomasse uma decisão pouco acertada no comando do Ministério da Magia. E essa parecia ser uma delas.
O garoto tirou correndo o pão da direção do fogo e tentou ainda livrar as partes não queimadas. Ele podia viver há sete anos em um mundo mágico, mas nunca tivera contato tão direto com utensílios domésticos. Na verdade, ele e Hermione estavam tendo bastante problemas com a divisão de tarefas da casa. Nenhum deles tinha prática em colocar esfregões para lavar a louça durante a madrugada ou enfeitiçar vassouras para varrer a casa. Hermione até tinha conseguido algum progresso desde suas primeiras tentativas, mas Harry logo desistira e fazia o que fosse possível do jeito mais fácil (e trouxa).
O garoto deixou os pensamentos de lado, tentando esquecer a preocupação de Hermione e a cara sem expressão de Ron, e tentou deliciar seu pão. Em vão. Cuspiu o pedaço queimado e olhou para Hermione decidido.
- Precisamos de um elfo doméstico!
Hermione interrompeu a leitura na mesma hora, levantando o rosto do jornal incrédula. Pelo rosto da menina, Ron supôs que uma afirmação de Harry querendo virar comensal teria causado menos espanto.
- Você está louco, Harry?
- Hermione, olhe pra nós! Nós não sabemos cozinhar! Estamos comendo mal há semanas! Quando foi a última vez que você comeu bem?
- Na verdade, foi ontem... - interrompeu Ron. - Em Hogwarts.
- Tá vendo! Como vamos enfrentar Voldemort comendo pão queimado com chá?
- Hey! Eu tenho tentado cozinhar!
- Eu sei Mione... Mas bem... Tente entender, você é uma ótima bruxa...
- EU NÃO ADMITO QUE VOCÊS COLOQUEM UM ELFO DOMÉSTICO NESTA CASA!
- Pelo menos ela concorda que não cozinha bem.
- Quieto Ronald!
Harry e Ron fizeram uma careta. Enquanto o ruivo tentava fingir que nada daquilo tinha acontecido e voltava sua atenção para o jornal, Harry levantou-se e ensaiou caminhar na direção da garota.
- Fique onde está Harry! Francamente, eu passei anos falando pra vocês dos abusos que os elfos domésticos sofrem e vocês agora querem que tenhamos um!
- Mas não o maltrataríamos! Na verdade, ele seria livre! - disse Harry rápido.
- É! - completou Ron, percebendo que fingir ler não ia livrá-lo da discussão. - Podemos torná-lo livre e, bem, assim serão mais e mais elfos domésticos livres!
O rosto de Hermione pareceu mudar. Sua expressão incrédula começou a se suavizar e os dois garotos tiveram certeza de que a amiga estivera pensando no assunto.
- Harry, quantos pretende ter?
- Quantos? Como assim, Hermione?
- É, quantos! Quer dizer, com seu dinheiro, você pode comprar, sei lá... três, quatro elfos! E se libertá-los, serão mais e mais elfos libertos!
- Eu não pretendo comprar um elfo.
- Você nem pode comprar um... - falou Ron apontando para o jornal.
- É! Viu! Eu vou ter que pedir um para a McGonagall! Ver se ela me libera o Kreacher, afinal, ele é meu mesmo.
- O KREACHER NÃO! - gritou Ron depressa. - Aquele velho louco é um saco! Só vai nos atrapalhar!
- Não fale assim dele. Ele apenas sofreu demais.
Os dois deram de ombros e seguiram como se o argumento de Hermione não fosse importante.
- Você tem razão. Kreacher não. Mas o Dobby pode ser útil em Hogwarts. Ele já ajudou bastante.
Ao falar isso, Harry se lembrou de como Dobby já havia interferido – propositalmente ou não – em sua vida. Desde o segundo ano que o elfo marcava-se presente, e fazia questão de lembrar isso.
- Hey, e aquela elfa doméstica... a que o Dobby dizia não estar muito satisfeita em trabalhar na escola. Winzy? Twinzy?
- Winky, Ron!
- Isso! Brigado, Mione! O que acha Harry?
O garoto não pensou muito tempo. Winky era perfeita para ajudar na casa. Desde que seus donos haviam morrido, ela chorava por ser uma elfa liberta. Trabalhar em uma casa pelo menos poderia diminuir a sensação.
- É uma ótima idéia, Ron! Tenho certeza de que ela virá sem reclamar. - Ao ouvir isso, Hermione reclamou um pouco, mas logo deixou passar. Ela não tinha como discordar que a comida que eram obrigados a comer não era das melhores. Na verdade, Hermione quase chegava a admitir que era uma péssima cozinheira.
Feliz com o resultado da conversa no café da manhã, Harry deixou a cozinha e foi até a sala onde os Black guardavam a prataria. Pretendia inspecionar cada uma das gavetas e prateleiras em busca do camafeu. Passou pela sala do retrato da Sra Black tentando fazer o máximo de silêncio possível. Hermione tinha lhe dito dias atrás que achava estar próxima de descobrir uma maneira de retirar aquele quadro dali, e isso tinha dado a Harry muita alegria. Odiava todas as vezes em que tinha de passar ali.
Harry entrou na sala dos objetos. A sala ficava no segundo andar da casa, e ele se lembrou do dia em que estivera ali com os Weasleys, tentando acabar com a infestação de fadas. Lembrou-se da Sra. Weasley e se sentiu mal por Ron, mas tentou afastar o pensamento o mais rápido que pode.
A cristaleira parecia exatamente igual a maneira como eles a tinham deixado há quase dois anos atrás.
Ele logo se lembrou da caixa de música e do efeito que ela provocava. Também lembrou do estranho pote de vidro com um líquido parecido com sangue. Viu todas as garras que haviam ali e tudo mais. Porém, nada se parecia com um camafeu.
Não encontrou nenhum resultado ao procurar no buraco que Kreacher usava como quarto. Das muitas quinquilharias que haviam ali, a única coisa interessante que lhe prendeu atenção por mais tempo, foi uma antiga folha de jornal. Harry entendeu aquilo como uma espécie de classificados. Com nomes piscando em verde e vermelho. O garoto demorou para perceber que as letras significavam o que estava e o que não estava disponível.
Um dos endereços em especial lhe chamou atenção. O anúncio falava de uma pequena casa em Southport. Uma fina linha feita com tinta vermelha circundava a oferta. Harry guardou o jornal e pensou em comentar com Hermione e Ron depois. Mas no momento só queria pensar em um banho para se limpar de toda aquela poeira.
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Rufus Sgrimgeour sempre se considerou um homem prático. Guiar um país em tempos de crise como a que enfrentava era um trabalho árduo e ele sabia que sem ele a comunidade Bruxa não conseguiria livrar-se do mal que a assolava.
Mas apenas esse pensamento não era capaz de dar fim as sombras que tomavam sua mente. O homem andava como um leão por seu escritório. Era o terceiro dia consecutivo que permanecia lá. Sua barba e cabelos estavam desgrenhados, sua blusa de botões amassada e o paletó preto estendido sobre a cadeira.
Cansado, tentava bolar uma maneira de apresentar a cabeça de Você-sabe-quem à comunidade bruxa antes que eles exigissem a sua. O ato que limitava a circulação era um bom começo. Pelo menos presos em casa os bruxos e bruxas não teriam tanto conhecimento do que realmente estava acontecendo e a única fonte de informações confiáveis seria o Profeta Diário, devidamente subsidiado pelo Ministério.
Rufus ouviu batidas na porta, sabia que era sua secretária vindo avisar da chegada do chefe de redação do Profeta para que os dois tratassem dos termos do acordo. O homem vestiu o paletó, sentou-se na cadeira e esperou para começar a reunião.
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"Ministério da Magia começa uma empreitada sem precedentes na história da Grã-Bretanha para dar fim a ameaça de Você-sabe-quem!"
Foi lendo essa manchete que Hermione cruzou a sala do retrato da Sra. Black enquanto ia para mais um café da manhã. No dia anterior o trio não tinha feito nenhum progresso na busca por um possível Horcrux na casa dos Black. Depois que Harry examinou a prataria e o quarto de Kreacher. Ron e Hermione percorreram toda a casa em busca de possíveis locais secretos e esconderijos. Encontraram alguns. Nenhum contendo o tão procurado objeto.
O grupo estava cada vez mais aflito, e em cada café da manhã, esperavam que Hermione lhes trouxessem mais notícias ruins.
Harry e Ron que esperavam por ela na cozinha, viraram imediatamente o rosto na direção da porta quando ouviram passos na escada. Hermione, entendendo o sinal, começou a falar.
- Sem ataques hoje. Pelos menos não nas primeiras páginas. Mas tenho a impressão de que o jornal... está estranho.
- O Profeta sempre teve um conteúdo meio duvidoso. - falou Harry com alguma amargura na voz. O garoto ainda se lembrava da campanha contra ele que o jornal fizera há alguns anos.
- Eu sei. Mas o que vamos ler? O Pasquim? - Ron deu uma pequena risada e foi na direção da menina. Deu-lhe um beijo rápido e virou-se na direção do fogão.
- Hoje é seu dia de fazer o café da manhã, Mione. Quando vai nos deixar mandar cartas para Hogwarts pedindo que mandem a Winky?
O sorriso no rosto da garota se desfez e seu rosto assumiu feições severas.
- Quantas vezes vou ter que lembrar que quanto menos cartas mandarmos, mais difícil vai ser que nos encontrem!
Harry riu da bronca que o amigo tinha levado. Desde que Ron e Hermione tinham começado a namorar, as broncas tinham se tornado mais freqüentes. Ao que parecia, a garota tinha um certo gosto em tentar colocar alguma coisa na cabeça de Ron.
- Não precisa se preocupar, Mione. Hoje eu vou até Southport investigar uma coisa. Podemos mandar uma coruja de lá.
- Southport? - Perguntou Ron animado. - Alguma pista de um dos Horcruxes? Viu eles em algum tipo de sonho? Dividiu a mente com Você-sabe-quem de novo? Ou na...
- Não Ron! Não é um Horcrux! - Ao ser interrompido, Ron deixou os ombros caírem e fez uma nítida cara de desanimo.
- Você deveria estar procurando os Horcruxes, Harry.
- Eu sei, Mione. Eu sei! Acontece que eu não tenho idéia de onde possam estar. Essa é uma busca pessoal. Eu tenho o endereço de uma casa lá. Acho que é a casa onde Sirius foi morar depois que saiu daqui.
Ron e Hermione ficaram quietos. Trocaram alguns olhares e então Ron falou.
- Você nunca nos disse que sabia onde ficava a antiga casa de Sirius.
- Eu não sei. Talvez até esteja no testamento, é verdade. Mas não posso simplesmente ir até o Gringotes agora e pedir pra ver o testamento.
- Sgrimgeour ia ficar bastante feliz se você visitasse o Beco Diagonal.
- Com certeza iria. Principalmente se houvessem fotógrafos por lá. Eu não quero isso. - Harry respirou fundo e tirou do bolso da calça o pedaço de jornal que tinha achado no dia anterior.
- Achei isso no meio das coisas do Kreacher. Sei que ele e Sirius não se gostavam, mas penso que ele pode ter guardado isso antes da briga do Sirius com a mãe dele. É a única informação que eu tenho.
- Você sabe ao menos onde fica Southport?
Harry pareceu constrangido por não ter pesquisado no mapa aonde a cidade se encontrava. Na verdade nem tinha traçado um plano de viagem ainda. E podia dizer, já estava começando a se irritar com o tempo perdido nas viagens de trem.
- Bem..não. Mas como eu sei que vocês iam comigo de qualquer jeito, imaginei que um de vocês soubesse.
- Eu sei.
- Isso não surpreende. - falou Ron num tom zombeteiro. Talvez, pela primeira vez desde que tinham voltado. Hermione pareceu não ligar e continuou a explicação sobre as linhas de trem que passavam no local.
Pelos cálculos da garota, teriam que sair em no máximo duas horas para terem tempo de ir e voltar com o dia ainda claro.
A única parte boa dessas viagens era uma a qual Harry já começava a se acostumar, comer na rua. Era com muito gosto que o trio evitava cozinhar. Sempre que podiam comiam em algum restaurante trouxa. Até mesmo Ron já estava se acostumando.
Quando chegaram na cidade, Harry e os dois pegaram um táxi. Harry pensou em quanto estava gastando com suas viagens e refeições, e depois agradeceu pelo dinheiro bruxo ser muito mais valorizado do que o trouxa. Só não sabia quando iria poder trocar de novo.
Pediram para que o motorista parasse no início da rua Albaney. Os três foram andando pela rua e pararam entre o número 14 e 15. Ali, exprimida entre os muros das duas pequenas casas, uma casa meio torta erguia-se. Era simples, sem muito ornamento.
Ficaram observando por alguns minutos. Não era possível dizer se havia ou não moradores. Hermione tratou de olhar os trouxas enquanto Harry se aproximou da porta. Deu três leves batidas e esperou alguma resposta. Nenhum som.
Ron que não estava muito atrás, sinalizou para a varinha. Harry e Hermione trocaram olhares e a menina fez um sinal positivo com a cabeça. Harry pegou a varinha e tocou a maçaneta da porta.
Alohomora!
A porta se abriu para ele, e ele viu uma casa escura. Realmente não parecia haver ninguém na casa há anos, pois ela estava totalmente empoeirada. Havia algumas pequenas aranhas no local, mas foi por cavalheirismo que Ron se prontificou a substituir Hermione na calçada.
Harry conjurou alguma luz e percorreu os apertados corredores da casa. Havia apenas dois andares ali. Um deles tinha uma sala de estar empoeirada, uma cozinha visivelmente abandonada e um quarto de fundos. A escada que levava para o andar de cima rangia absurdamente a cada passo de Harry e ele pensou que seria impossível fazer silêncio.
O andar de cima também não era diferente. Um pequeno banheiro e um único quarto. Sem escritório ou coisa do tipo.
Porém, um grito de Hermione vindo do primeiro andar chamando seu nome fez o garoto pensar que aquela simples casa poderia oferecer algum perigo.
Ele desceu a escada aos pulos e quase topou com Ron que entrava apressado pela porta com a varinha em mãos. Harry repetiu o gesto e parou ao lado da porta. Olhou para o amigo que tinha feito o mesmo, contou mentalmente até três e se lançou para dentro do quarto escuro.
Hermione estava parada observando a postura de ataque que os dois mantinham contra ela.
- Estão loucos? - perguntou a menina com calma.
- Foi você que gritou, ora.. HARRY!
Harry ainda estava prestando atenção na escuridão do quarto e não entendia a empolgação na voz do amigo até virar seu rosto na mesma direção.
Coberta pela poeira de anos, uma imensa roda preta fazia-se visível. Um grande farol circular e guidões espaçados na cor prata. Harry circundou o veículo empasmecido. O moto tinha um enorme e confortável banco. Cano de descarga duplo. E, sob a poeira, um tom vermelho vinho.
- A..a.. a moto do Sirius! - exclamou Ron.
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O trio decidiu permanecer mais algumas horas na casa. Despacharam Edwiges para Hogwarts com algumas cartas. Para McGonagall, Ginny, Neville e Luna. E apenas quando já passava das dez da noite, Harry e Ron começaram a limpar a moto. O serviço só acabou na primeira hora do dia seguinte.
Harry deu a partida na moto e acelerou pelo pequeno quarto, chocando-se contra a parede.
Ron riu enquanto Hermione soltava um pequeno grito.
- Acho melhor tentarmos lá fora! - falou o garoto recolocando os óculos no lugar.
Os meninos empurram a moto para a rua, que estava deserta àquela hora da noite e Harry deu a partida.
No começo, a moto recusava-se a sair do chão. Fazia tanto barulho que Hermione quase não conseguiu esconder a apreensão de que um trouxa os visse.
Foram necessários quase dez minutos para que Harry aprendesse a colocar a moto no ar. Quando se deu por satisfeito, e cedendo a Ron que insistia em pilotar também, ele deixou os amigos subirem. Acelerou forte e deixou a moto tomar altura.
- Acho que só vou sentir falta do calor dos vagões! - falou Ron apertando Hermione que estava a sua frente.
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Winky chegou uma semana depois a Grimauld Place. Junto com ela, uma carta.
"Caros garotos e garota,
Aproveito essa pequena correspondência para convidá-los a ingressar aquele nosso pequeno e seleto grupo cujo o qual o fundador nós todos tanto gostamos.
Porém, para isso, será necessário que vocês me façam uma visita. Dessa forma, podemos discutir a vinda de vocês para a nossa seleta equipe.
Espero-os no local de sempre, em dois dias, para as comemorações.
Sua amiga, M"
Apesar de todo o mistério, Harry logo conheceu a grafia solene das palavras. A professora McGonagall nunca tinha sido muito boa em disfarçar sua letra.
Ron e Hermione não estavam em casa. Na verdade, eles tinham começado a sair com mais freqüência desde que tinham voltado da casa de Sirius.
Harry não se importava. Pelo menos Ron tinha deixado pra trás o rosto tristonho de vez. Mas o garoto não podia negar que sentia falta da Ginny.
O rapaz passou o resto da tarde explicando a Winky quais seriam suas funções, dando uma noção do que eles costumavam comer e a todo instante a elfa respondia com determinação.
- Sim senhor, mestre Potter! Tudo será feito como o mestre manda!
- Winky, quero que saiba que ainda é uma elfa livre! Pode nos deixar se quiser. E receberá um salário.
- NÃO! - exclamou a elfa. - Winky não precisa de salário! Winky não quer deixar mestre Potter! Mestre Harry Potter acolheu Winky e tirou da vergonha no castelo. Dobby estava certo em dizer que Mestre Harry Potter é bom.
- Harry é bom sim, Winky. Mas não precisa chamá-lo de Mestre. - disse Hermione chegando na cozinha. A menina estava sozinha e tinha um alegre sorriso no rosto.
- Porque ao invés de salário, não damos pra você alguns presentes para que você possa se divertir enquanto não estiver trabalhando, o que acha?
Winky ficou muda, parecendo pensar na idéia por um tempo. Depois abriu um largo sorriso e concordou.
- É Winky gosta de presentes! Mas de salários não!
- Então receberá presentes. E não precisa chamar a nenhum de nós de Mestre.
- Sim, Mestra! - Winky levou a mão a boca, e em seguida ajoelhou-se no chão e começou a bater com a cabeça.
- Winky! PARE!
Sob as ordens dos dois, a elfa se levantou e pediu desculpas.
- Ó... Winky é uma tonta! Perdão! Perdão!
- Winky, nós te proibimos de se punir de qualquer forma, entendeu! Não queremos punições, castigos ou qualquer outra coisa nessa casa, ouviu bem?
- Sim Senhorita Granger.
- É.. senhorita Granger não é tão ruim, Mione. - Disse Harry rindo. - Obrigado Winky, pode ir.
A pequena elfa subiu para arrumar os demais andares e deixou os dois jovens na cozinha.
Por um tempo se fez silêncio. Hermione pegou o chaleiro e encheu de água, enquanto Harry ficava olhando.
- E então, se divertiram?
A menina pareceu ficar sem graça, porque continuou enchendo a água como se o amigo não tivesse feito pergunta alguma.
- Por que não deixa que a Winky faça o chá?
- Ela já tem muito trabalho. Acho que nenhum de nós fez a cama ou arrumou o quarto hoje.
- É verdade. Mas me diga, onde foi com o Ron?
- Fomos dar uma volta.
Harry revirou os olhos e caminhava na direção da saída quando a menina o chamou.
- Harry.. acha que.. Bem, daqui a dois dias, é natal.
Harry então contou da carta de McGonagall, do convite que ela havia feito para que eles entrassem na Ordem e para que passassem o natal em Hogwarts. A menina sorriu e respondeu visivelmente aliviada.
- Que bom, estava preocupada com o Ron. É bem.. o primeiro natal dele.. sozinho. Queria saber se tinha como irmos a Hogwarts encontrar Ginny ou os Gêmeos. Bem, vou contar pra ele!
Hermione saiu da cozinha deixando a água fervendo. Enquanto isso, um pensamento tomou a cabeça de Harry. Estava indo a Hogwarts mais vezes do que tinha imaginado. Seria difícil manter Ginny longe desse jeito.
Continua
N\A
Esse cap foi mais ligth. Não dá pra ficar matando gente a cada cap!rs Mas esperem que tem muita coisa pra acontecer ainda.
Brigado pelos Reviews! Essa é minha primeira real tentativa no universo HP – descontando as que eu tive aconselhando as pessoas – e to me divertindo bastante.
Beijos e abraços pra todos!
