LEMBRETE: OS PERSONAGENS PERTENCEM A JK ROWLING... QUEM DERA EU FOSSE ELA!!! É MERA FICÇÃO PRA QUEM CURTE E SE VOCÊ QUER COISAS BUNITINHAS E AGUADAS... NÃO CONTINUE A LER. AVISO DADO. (Prometo não fazer nada de bom!... Mal feito feito!!!)

O CAMINHO DAS TREVAS...

CAP01... As crianças...

...rói... rói... rói... o ratinho...

mais perto chega do lugar cobiçado

junto ao cobertor mais quentinho

junto ao da casa mais amado...

Era mais um fim de julho, dia em que Hermione jogava os cabelos para trás deixando-os a favor da brisa e olhava a paisagem, dia de ver os pequenos brincando fingindo que o mal não existia, apenas fingindo, o mal pairava pelo mundo, apenas ali, num lugar esquecido do mundo, arrancado da realidade pela magia é que as crianças estavam a salvo... Hermione nunca imaginara como tudo ia acabar, mas ás vezes como os outros ela escutava ecos do passado.

-E as crianças órfãs... uma geração inteira de crianças que como eu não vão conhecer os pais, apenas vão saber de histórias que ele eram grandes bruxos...

Hermione chegou a ficar de pé e olhar em volta, respirou fundo e voltou a olhar as crianças, como todos que o conheceram, e refutavam a versão oficial, ela ouvia a voz do rapaz e desejava que tivesse sido real, mas era meramente um eco, um eco do passado.

Harry se fora.

Deixara no entanto muita coisa com eles.

-Manhê!- correu uma garotinha que se jogou nos braços de Hermione.

-Que foi?- perguntou ela.- Pra quê essa agitação toda?

-O Rômulo me acertou! Me acertou com aquelas bolas!

Hermione ergueu os olhos ao ver a confusão, dois garotos um pouco maiores tentavam segurar um baixinho, que derrubara um garoto de olhos amendoados.

Eles eram parecidos com os pais... todos eles, e em nenhum momento imaginavam o caos que reinava lá fora. Separou os brigões, rindo porque o rapaz de olhos amendoados tinha a expressão doce do pai, mas era um garoto muito... maroto... ele e outro de cabelos negros faziam as maiores encrencas, talvez revivessem as travessuras dos pais, pais que não conheciam, pais que morreram em nome da Ordem.

Sirius e Lupin, os filhos deles eram garotos bonitos e cheios de vida, por vezes peraltas demais, o menino de cabelos castanhos claros pediu desculpa para Angélica, Hermione olhava sua filha choramingar e aceitar as desculpas.

Uma menininha ruiva com olhos chocolate cheios de lágrimas até o menino menor se aproximar ainda carrancudo com os outros dois.

-Não liga Gé...- ele disse baixinho.- Eles são muito burros...

A menininha sorriu, Hermione deixou correr uma lágrima, lembrou dele, sempre furioso com qualquer injustiça, um coração maior que a cabeça, ele tinha aprendido muito cedo que havia coisas ruins no mundo, e vendo o sorriso do garoto ao puxar sua filha para brincar, apesar dele estar todo arranhado e pior do que ela, Hermione , lembrou da mãe dele.

Tinha sido tão estranho... tão rápido.

Uma visão e a Ordem estava na plataforma nove e meia, onde eles tinham ido se despedir de Gina, ela estava tão feliz, eles estavam bem, tinha sido um natal maravilhoso...

Hermione estava exultante, Rony também apesar de tudo ter caminhado tão rápido.

Dezoito anos eles tinham... Gina tinha dezessete...

E se despediam com alegria, tudo parecia bem, exceto ele, apesar de sorridente, ele repetiu vezes demais que a amava. Vezes demais.

E disseram que isso era uma prova, porque talvez ele tivesse sentido.

Hermione estava grávida na época, mal tinha descoberto, Rony ainda estava abobalhado...

Entraram em pânico quando o lugar se encheu de comensais. Não puderam desaparatar... ficaram presos dentro do expresso... nunca vira Harry duelar com tal fúria.

E ele já era experiente em duelos, um duelista excepcional diziam.

-Para frente! Pra frente!- ele empurrou Gina.- Pra máquina... temos que ver se tem alguém controlando o trem!

Corriam pelo corredor do trem, desesperados para alcançar a locomotiva, quando aconteceu, ele parou com a mão na cicatriz.

-Não!!!- berrou Gina.

-Vai ! Corre! –ele a empurrou.

Voldmort tinha acabado de aparatar por trás deles no corredor.

-CORRAM!!!- ele gritou.

Não havia sido um pedido. Tinha sido uma ordem.

Há ... ele vinha fazendo aquilo desde que Remo e Sirius haviam morrido para protegê-lo, ele não permitia mais que lutassem no lugar dele, quando passaram de um vagão para outro escutaram o som, Gina se voltou inconformada, ele ainda sorriu do vidro da porta.

"Te amo..."

Ele virou as costas para os amigos, parecia que ele já sabia... os amigos ficaram desesperados tentaram abrir a porta, mas o rapaz balançou a cabeça e esperou o bruxo entrar do doutro lado do vagão.

Por várias vezes Hermione, Rony e Gina tentaram relatar o que viram, mas não era possível descrever com palavras, os dois se enfrentaram, os três amigos apenas olhavam pelo vidro da porta temendo a profecia que Harry contara para eles no fim do sexto ano após uma luta difícil que quase roubara sua vida... agora os três estavam presenciando a derradeira luta e nada podiam fazer...

Só perceberam que ele não estava bem quando as magias rebatidas não os atingiam... o rapaz tinha isolado o vagão... mantinha uma magia muito cansativa, uma desvantagem...

Manter os amigos a salvo, custaria sua vida... foi o que disseram.

Hermione afastou os pensamentos tristes ao ver uma senhora meio gordinha se aproximar, sua sogra.

-Estou chamando a quinze minutos Hermione! As crianças precisam se banhar antes do jantar.

-Eu sei... é que me perdi em pensamentos.- disse olhando as crianças.

-Imagino.- disse a Sra Weasley.- Mas recolha as crianças.

Sr e Sra Weasley cuidavam do orfanato, melhor do que mandar aquelas crianças para orfanatos trouxas, elas tinham direito a se divertir e aprender como eram, pequenos e pequenas bruxas... o casal sempre gostava de casa cheia e agora a Toca era imensa, Rony e Hermione sempre iam para ali nas férias, traziam a filha, ali era um bom lugar, para esquecer as dores do mundo...

-Gina vai chegar amanhã a noite.- disse Rony olhando o pôr-do sol da porta, abraçando Hermione.

Atrás o som de vinte e sete crianças comendo e fazendo bagunça.

-Teremos que animá-la, sabe como ela fica no aniversário dele...- disse Hermione.

Rony sabia, por muito tempo a irmã se trancara no quarto chorando a morte dele, seu primeiro e único, o grande amor de uma vida, seu melhor amigo... por muitas vezes Rony se perguntara se não fosse amigo dele tudo acabaria daquele jeito... por muitas vezes perguntaram se ele se arrependia de ter sido amigo dele, a única resposta era não.

Ele tinha ensinado o valor de uma amizade... de uma vida.

Quando os mandou para frente naquele vagão, quando os protegeu com um feitiço antigo, prendendo ele e Voldmort no mesmo lugar, para impedí-lo de atingí-los...

Quando perguntaram se ele se arrependia de ser amigo dele ele sempre respondia.

-Não... nunca!

Foram as mesmas palavras para quando disseram que ele só podia estar morto.

-Não... Nunca!

Tinha sido um duelo espetacular até dois raios de luz verde se acertarem e formarem uma radiosa bola de luz que cresceu até tomar todo o vagão... explodir, fazer o trem sair dos trilhos, ele só lembrava até ali, muita luz verde e uma dor na testa.

Uma vez numa briga infantil Harry gritara que Rony talvez tivesse inveja de sua cicatriz... bom, Ronald Weasley ganhara sua cicatriz... um meia lua onde ferragens do trem perfuraram sua cabeça, se não fosse a habilidade dos curadores ele teria morrido.

Mas estava vivo, tinha uma bela mulher, uma linda filhinha e ainda estava lutando.

Seu amigo não tivera aquela sorte. Apesar de nas noites frias ele e Hermione confessassem um ao outro que não aceitavam isso.

Não queriam aceitar que ele tinha morrido...

Uma grande serpente escarlate escorregava no capim ressecado do verão, há horas esperava seu mestre, se enrolando desanimada, erguendo-se por vezes para lamber o ar. Seu mestre não o perdoaria se deixasse o posto, ele não tolerava erros nem desobediência, rígido, mas justo, recompensava seus servos fiéis, ele peregrinara por meio mundo e o tirara do ovo.

-Agitado Orus.- disse a voz grave do bruxo.- Agitação desnecessária é perda de energia.

Pior que uma facada, uma mera observação era pior que uma facada vinda de tal mestre.

O homem olhava as estrelas.

-Marte está brilhante ainda, os tempos não mudaram nessa terra fria.- ele esticou o braço.- Venha Orus, se enrole em mim, é mais quente.

A cobra se ergueu até chegar ao braço do homem encapuzado entrando por dentro da veste larga até se enrolar como um cachecol no pescoço do bruxo.

Ele não esboçou nenhuma reação, continuava fitando o céu.

-A lua está quase como desejamos Orus... é quase hora, mas hoje especialmente hoje, vamos atrás de alguns conhecidos... um velho amigo de família.

E desaparatou.

Pettigrew estava ali há horas, observando, trocando de apoio a cada quinze segundos, irritado... o mestre Voldmort queria a jóia? A menina vidente? Ele teria a menina e a jóia juntos... ah teria, Pedro Pettigrew não estava mais brincando, nem Malfoy, nem Lestrange iam tirar isso dele, velho rato uma pinóia... nem era tão velho, foi uma vida miserável vivendo como rato que o deixara com aquela cara, odiava aqueles dois bruxos, grandes nadas que eram, vivendo de ilusões, Belatriz era insana, mantida pelo mestre por ser uma exímia torturadora, ainda assim insana. Malfoy era uma piada, um engodo, O filho não o traíra? Não tentara mata-lo? Vergonha... e a mulher, deixando-o pelo traídor... mas nunca mencione isso na frente dele, o empolado porta voz de Voldmort não deixava ninguém falar de seus fracassos, mas fora ele, Pedro, que ajudara o mestre retornar a vida, porque aquele menininho idiota do Crouch estava lá apodrecendo , se tranformando no que o atacara, aos poucos virando um Dementador... pior que morto.

Pettigrew estava lá quando o mestre precisou de ajuda, ele tinha sacrificado tudo para ser o primeiro, mas ainda era o terceiro... injusto, mas agora iriam ter que aceitá-lo... ele daria os ingredientes do ritual que tornaria o mestre imortal.

Ele disse que tornaria um deles imortal também... Rabicho queria ser imortal.

Seria o fim de seus temores.

O casal de trouxas tinha ido dormir e dois de seus subalternos distraiam os aurores e membros da Maldita Ordem para longe daquele casa, um rato entrou pela fresta da porta e subiu até o segundo andar, subiu devagar sentindo os cheiros da casa, escutando o silêncio, um ronco veio de um dos quartos, ele continuou, havia um poster de um rato famoso na porta da menina, das vezes que a observara ficou feliz em saber que tal criança tinha adoração pelos roedores, a visitou várias vezes, ela se afeiçoara ao rato mágico com patinha de prata que fazia doces surgirem... ela o adorava e agora o seguiria para qualquer lugar, ele a manteria disposta a colaborar com o mestre, um plano bem elaborado, com ajuda da sorte.

O pequeno rato entrou pela porta entreaberta do quarto, esgueirando-se até a beira da cama, foi surpreendido por uma voz forte e sibilante:

-O ratinho espreitando os anjos... a fim de lhe roer os dedinhos... só de lembrar dessa historinha eu recolho meu mindinhos...

O rato se virou para o canto de onde viera a voz grave, falando dois versos daquela música infantil, uma ironia... se virou pensando irritado que algum concorrente estivesse ali para lhe roubar a glória, mas o animago retornou a forma humana.

-Meu amo?

Havia um homem todo vestido de negro sentado na poltrona , por estar totalmente coberto por uma veste com capuz e capa e tendo uma enorme cobra a seus pés, e Pedro só via duas voltas da serpente, o bruxo achou que estava em frente a Voldmort.

-Não seja mais idiota que já é Rabicho.

O bruxo pegou a varinha.

-Quem é você?-disse sério.

-Eu? Não importa, o que importa é o que você quer?

O bruxo olhou a cama e sorriu apontando a varinha para a menina.

-Finite Incatatem.- sibilou o estranho de capuz.

A forma da criança desapareceu da cama. Pettigrew o olhou atordoado.

-Onde está? Onde está a criança?

-Você não acha que eu deixaria uma criança ouvir isso, não é? esses seus guinchos esganiçados iriam assustá-la...

-Quem é você? O que quer?

-Com eu já disse.- o bruxo se ergueu.- Quem sou não importa... ainda. O que eu quero? Isso não é para seus ouvidos Pettigrew, mas acho que o que você quer... ou seria melhor dizer o que seu mestre quer, muito me interessa.

Não era um deles, porque dissera SEU mestre... então quem era? Não era Auror, um Auror tentaria prendê-lo, não era da maldita Ordem de Dumbledore, porque eles tentariam detê-lo também... a sua frente havia um estranho...

-Não sei do que está falando... agora traga a criança e não relatarei sua interferência a Lord Voldmort.

O estranho riu.

-Como está o velho cara de serpente? Bem? Eu espero sinceramente que sim... sabe...

O bruxo havia sumido numa sombra... Pedro agarrou a sua varinha ao ver a cobra imensa deslizar em sua direção.

-Tenho assuntos inacabados com o velho Ridlle.-sussurrou a voz.

Rabicho se virou num salto, apontou a varinha.

-Não... não Pettigrew... conto com você para avisar Voldmort.

Pedro juntou as sobrancelhas, deu um novo pulo quando a serpente roçou em sua perna.

-Avise-o que seus planos afundarão antes da noite negra...

-Seu maldito!- ele ergueu a varinha.

-Não faça isso Petigrew, os aurores estão vindo para cá...

Três Craks! de aparatação irromperam no quarto e Pettigrew se viu cercado.

-Parados vocês dois!

O estranho apenas mostrou duas mãos limpas estendidas apesar de estranhamente ornadas, os três aurores apontavam as varinhas ora, para um ora para outro.

-Avise-o Rabicho, fale com ele.- disse o bruxo.

-Calados!-disse a mulher.

Mas os três aurores se assustaram com o sibilar da serpente e quando o primeiro apontou a varinha para o animal ela não estava mais lá... nem o bruxo de negro, nem o comensal... os aurores revistaram a casa em silêncio, haviam vários feitiços silenciadores, e do sono que impediram os moradores trouxas de acordar... a criança estava a salvo...

Dormindo como um anjo... entre os pais.

-...rói... rói... rói... o ratinho... mais perto chega do lugar cobiçado, junto ao cobertor mais quentinho, junto ao da casa mais amado... o ratinho espreitando os anjos... a fim de lhe roer os dedinhos... só de lembrar dessa historinha eu recolho meu mindinhos...- cantava uma sombra observando a família dormir do telhado vizinho.- Mas digo comigo: eis a solução... se tem mil ratoeiras armadas... por toda a construção... cada rato solto, cada pegada apagada... o gato gordo dorme na lareira, satisfeito com sua função...

E desaparatou .

Numa certa casa em Londres entra uma bruxa com cabelos espetados rosa-chiclete, ela joga os pés em cima do sofá olhando em volta, as coisas do mundo são mesmo estranhas, um rapaz muito bonito entra na sala.

-Ah, é você Thonks...

-Posso falar com Snape?

-Ele ainda está de serviço... apesar de tudo.- retorquiu o rapaz.- Algum problema?

-De certa forma.- ela disse cansada.

-Onde estão seus modos Draco?- pergunta a mulher entrando.- Não ofereceu nada para a visita.

-Estou esperando a visita descansar antes de aborrecê-la, mãe.- disse o rapaz com bondade.

Thonks olhava o rapaz muito admirada, a alguns anos antes ela e todos os outros não davam nada por ele, um provável comensal da morte em treinamento, era tudo que pensavam sobre ele, mas não, alguém tinha ido além, olhado mais fundo, visto humanidade naqueles olhos azuis acinzentados.

-Se existem os bons que traíram, os maus que se regeneraram, porque não um tolo ganhar humanidade?

Isso era uma lembrança, lembrança de alguém muito jovem que tinha visto o mundo de modo diferente de todos, alguém que tivera em poucos anos mais experiências que muitos não tinham em uma vida... e ali estava jovem Malfoy, que olhava bondosamente a mãe equilibrar-se para sentar numa poltrona.

Narcisa tinha sido uma mulher, bela, rica, aristocrática e servil e tinha pago por isso, agora era cuidada pelo filho e o homem que talvez mais a amara na vida, e oscilando entre realidade e delírio.

Ela tinha sido presa nas masmorras da própria casa mantida viva por feitiços apenas por defender o filho... por longos anos... o rapaz se sentia culpado por não tê-la arrastado a força com ele quando fugiu após concluir Hogwarts... isso era o que restara da famíla Malfoy.

Narcisa rapidamente adormeceu na poltrona, o rapaz lhe jogou um xale de lã e disse baixo.

-Não quer ir até a cozinha comigo? Eu estava fazendo o jantar...-ele sorriu.

-Claro, mas antes, você tem alguma coruja disponível?

-A boa e velha Edwiges continua aqui, não sai da cozinha para nada além de entregar bilhetes, é para Dumbledore, não é?

-É sim.- ela sorriu.

A coruja ainda estava ali, empoleirada num dos cantos da cozinha, dizem que ela não aceita, volta sempre para o mesmo canto em que ele a deixou, fica ali esperando, sempre em cima de uma das estantes da velha cozinha do Largo Grimmauld, onde ele a mandara esperar, ela ficou, ainda esperando.

-Oi Edwiges.- disse Thonks coçando a cabeça da coruja branca.- Disposta a visitar Hogwarts?

A coruja esticou a pata prontamente, ela gostava de ir até Hogwarts, talvez por lembrar dele.

-Aqui.- Malfoy lhe esticou pena e pergaminho.- fique á vontade Thonks, você vai ficar para o jantar não?

-Acho que sim, e acho que vamos nos reunir... mas deixe terminar isso.

Em uma outra casa muito maior e mais escura um certo comensal aparatou nervoso.

-Problemas?- perguntou a mulher bebendo uma taça de vinho diante da lareira.

-Não que sejam da sua conta Belatriz.- disse o comensal.

-Ora, Ora... Pettigrew, não seja groseiro.

-Onde está o Milorde?

Nos aposentos dele, não incomode.-ela disse medindo o homenzinho a sua frente.

-Infelizmente, ele vai querer ser incomodado.- disse se virando para sair.

-Hum, sinto cheiro de encrenca...- disse o homem da porta.

-Saia do caminho Nott.- falou rabicho.- Tenho que falar com o Milorde.

-Milorde está ocupado Rabicho.- disse o outro entrando no aposento.- O que você quer, eu posso comunicar depois.

-Não Lúcio muitíssimo obrigado, mas o Milorde vai querer mesmo ser incomodado por isso.

O homem loiro deu-lhe um olhar gelado, esboçando um sorriso e pegando a varinha, era comum que comensais atacassem outros em busca de pistas de coisas que interessavam o Lorde, mas dessa vez o bruxo não teve chance, o próprio Voldmort aparatou no aposento.

-Meu amo!- reverenciou Rabicho, assim como os outros três.

-Poupem-me de mais demora, o que tem de tão importante para mim Rabicho?

-Milorde, outro, outro bruxo...

Os olhos vermelhos de Voldmort se estreitaram, nenhum outro bruxo, exceto talvez Dumbledore, devia causar tanto medo em um comensal, ele deviam temer somente a ele. Só a Lorde Voldmort... mais ninguém.

-Silencio Rabicho... espere um pouco, sentemo-nos, acho que você tem muito a me explicar.

O bruxo com ares de rato sentou-se a frente do outro levemente trêmulo, os outros três apenas ficaram em silêncio.

-Não basta me contar, Rabicho, eu preciso ver, quero ver com detalhes a besteira que fez agora...

-Mas Milorde eu...

-Legilimens!- ordenou o bruxo antes que o outro terminasse a frase.

Voldmort foi brindado com a visão de um outro bruxo, um bruxo que atrapalhara um dos raros bons planos de Rabicho, um bruxo com ares estranhos, parecia estrangeiro e carregava uma estranha cobra...

- Tenho assuntos inacabados com o velho Ridlle...

Era o que ele sibilara na orelha do outro, seria alguém de seu passado? Algum dos mestres antigos dos quais roubara ensinamentos das trevas? Algum bruxo vingativo? Voldmort riu.

-Quem é esse tolo?

-Não pude ver praticamente nada.- disse Thonks...- Nem meus colegas, mas parecia estrangeiro, apesar de não ter sotaque algum... usava brincos que dava pra ver do capuz, era branco, usava anéis estranhos nos dedos, mas não pude ver mais nada, estava acompanhado de uma cobra, e apesar de estar ali com Pettigrew não parecia estar COM ele...

-Deveras estranho.- disse Dumbledore.-Que acha Severo?

-Muito estranho, não tivemos informação de nenhum estrangeiro que tenha entrado no país... pelo menos não recentemente.

-Você disse que haviam feitiços na casa...- ponderou Percy.

-Muitos, principalmente de impertubalidade, de sono, muitos acima dos que nós mesmo colocamos.- disse ela.

-Um bruxo estranho... – repetiu Snape baixo.

-Você disse que eles desaparataram quando viram a serpente... foram rápidos...- disse um rapaz na sombra da porta.

-Bem, -Disse Gui olhando o rapaz.- O mais importante na verdade é o que ele estava fazendo ali.

-Não – disse Dumbledore .- O mais importante é o porque ele estava falando com Pettigrew.

Círculo de Tenebra, um grupo de jovens bruxos, chegados a certos ensinamentos das trevas, mas não ligados a Voldmort, a maioria descendentes de bruxos mortos por ele, se acham no direito de defender a arte negra, num nível elevado de pureza, acima dos desejos mundanos, e outras definições muito estranhas, era o que pensava Gina Weasley enquanto seguia um Blás Zabini... ambos muito quietos, era muito importante manter uma relação "amigável" com esse grupo, para que não houvesse um reforço ao poderio daquele bruxo maldito que ela odiava acima de todas as coisas do universo.

-Está preparada?- ele perguntou.

-Sempre estou.- ela disse firme.

Entraram no pátio escuro de um antigo reformatório abandonado, numa zona abandonada e pobre da cidade, ganharam os corredores internos e frios, chegaram a primeira porta.

-Quem vem?

-Somos esperados por Alberon.-disse Zabini

-Senha.

-A lua vermelha está próxima.-disse Gina.

-A lua negra está mais próxima ainda. –retorquiu a voz.

-A lua cheia não tem mais importância.- disse Zabini.

Silêncio.

-Entrem, sejam bem recebidos no círculo de Tenebra nesta noite.

Uma série de bruxos com vestes negras e capuzes, alguns sentados, outros apenas lendo, alguns ainda apreciando o céu visto por janelas, parecia muito estranho que tal grupo se mantivesse unido, mais a maioria deles era considerado insano, deslocado, paria da sociedade bruxa.

-Alberon os receberá em breve.

Gina olhou Zabini intrigada, Alberon, o líder do círculo, era um nome falso, e ela não espera ser recepcionada por ele tão cedo.

Foram conduzidos a uma sala, agradável, se não fosse o forte cheiro de incenso adocicado.

Uma sala sóbria, sem adornos desnecessários, poltronas, almofadas, tapetes, acolhedor mas pouco revelador.

-Há mais coisas em seu pensamento além de nossos assuntos...- disse uma voz conhecida a sua direita.

Gina arregalou os olhos, abriu e fechou a boca algumas vezes, mas foi Zabini que perguntou.

-Vo...Você é Alberon?

Ela sorriu.