O CAMINHO DAS TREVAS...
CAP08... O inevitável amargo das palavras verdadeiras...
Você nunca será forte o bastante
Você nunca será bom o bastante
Você nunca foi entendido no amor
Você não vai subir
(...)
Descance em mim e eu lhe confortarei
Eu vivi e morri por você
Permaneça em mim e eu te prometo
Eu nunca te esquecerei
(...)
Eles nunca verão
Eu nunca serei
Eu lutarei e continuarei lutando para alimentar essa fome
Queimando profundamente dentro de mim (Evanescence, Lies. trad.)
"Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês... e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde desconhece... e um dos dois deverá morrer na mão do outro pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar... e aquele que se erguer vitorioso será maior e mais terrível que qualquer outro que já tenha existido. "
Agora finalmente o silêncio caía terrível... Harry e Dumbledore se encararam gravemente. Os outros ainda olhavam a vidente que parecia sentar-se em algum lugar inexistente e sumir..."
-Você teve medo Dumbledore... tanto medo que eu ficasse como ele... que nunca contou a ninguém seus planos... você compreende agora?
-Isso não é a verdade Harry...- disse Dumbledore.
-Não? O que você acabou de me falar? Agora a pouco? Precisa que eu lembre?
-Tenha modos Potter!- Snape rosnou.
-Você disse:"Você sacrificou sua própria moral... Sua própria alma...para se tornar o quê? Igual a ele? Tom? Você não entendeu que isso não é uma competição de poderes?"
-E você não negou...
-A primeira vez que eu soube dos seus planos... achei que tinha enlouquecido... eu... mas na época era difícil separar minha mente, da mente de Ridlle... lembra Dumbledore? Havíamos falhado. E eu vi seus planos... você pretendia arrastar essa guerra pelo maior tempo possível.
-Você não está falando isso.- disse Rony sério.- Não pode estar...
-Devo continuar? Eu lhe dei seus preciosos anos Alvo Dumbledore e o que conseguiu? Ninguém se uniu... todos os outros países deram as costas! Eles não querem saber... negociarão com Riddle se preciso.
-É preciso que todos unam... é preciso que se entenda que o mal...
-Que o mal é um conceito abstrato para o egoísmo humano! Não há bem e mal! Não sejamos maniqueístas nem infantis! Ninguém levanta uma bandeira por bem ou mal... ninguém é totalmente... altruísta... ninguém... morre espontaneamente por ninguém!
-Isso não é verdade.- disse Hermione que se virou a Dumbledore.- O senhor... nunca nos disse...
-Você está errado Harry... eu destruí um bruxo das trevas... e o que aconteceu... logo depois... surgiu outro... só quando... todos compreenderem...
-Não.- Harry disse pesarosamente deixando a serpente voltar a seu pescoço.- Só quando o senhor compreender a maldade humana... vai compreender que esse tipo de luta... de vitória é impossível.
-Você desistiu Harry?- Dumbledore perguntou a ele brandamente.
-Não...- Harry disse.- Só não acho justo a morte de tanta gente em nome de uma utopia.
Dumbledore suspirou.
-Eu creio que você nunca entenderá totalmente o que nomeia por utopia.
-Não.- Harry disse friamente.- Eu não tenho visão alguma de utopia. Utopias não existem...
-E indo a frente tocou o braço de Gina.- Quero falar com você a sós.-E olhou Dumbledore.-Os contos de fadas acabaram...
E saiu pela porta. Os seis bruxos que haviam ficado pareciam um pouco atordoados... um silêncio pairou pela sala.
-Afinal o leão tem garras.- Draco balbuciou divertido.
O que fez Gina se erguer e sair... ignorando o fato de seu irmão estar de pé olhando duramente para Dumbledore.
-Arrastar isso? É sério? Era esse o plano desde o começo?
Fechou a porta para não ouvir as desculpas ou argumentos de Dumbledore... sabia disso, isso era o que Alberon/Luna havia dito... as coisas haviam sido dolorosamente brandas demais... ao passar pela gárgula olhou a figura que olhava pela janela... quando se aproximou ele moveu-se e entrou em uma sala... seguiu-o... foram até outra janela... e ela não ignorou o fato da porta devagar ter-se fechado.
-Você está muito irritada... decepcionada e agora... não sabe o que dizer.- ele disse ainda olhando para a janela.
Gina rilhou os dentes e socou com toda a força o braço do homem ao seu lado.
-Filho da puta! Podia ter falado conosco a hora que quisesse!
-Podia.- ele disse grave ainda olhando a janela.-Mas seria um risco ainda maior e voltaríamos a estaca zero! Seria até mais perigoso... vocês poderiam morrer...
-Eu morreria por você!- ela gritou.
-Eu não... - ele respondeu.
Ela arregalou os olhos.
-Morto eu não ajudo em nada... os mortos não ajudam os vivos... mesmo que os vivos sofram por eles.
Frustração e raiva, era o que sentia... tão furiosa que esqueceu a varinha... ainda socou e bateu o quando pôde...
-Desgraçado!
E ele não fez nada... o que a irritava mais... até que com as mãos dormentes apoiou-se no peito dele.
-Onde está o Harry que eu conheci?
-Ainda estou aqui.- ele disse encostando-se na parede e a puxando pra perto.- Só que deixamos de ter dezesseis anos...- afastou o cabelo ruivo colado ao rosto dela pelas lágrimas e o suor.-Eu não sabia... da criança Giny...
Havia amargura naquela voz... naquele olhar, ele traçou o contorno de seu rosto com a mão.
-Porquê não voltou...
-Eu duvidei.- ele sorriu amargo.- Eu duvidei que... depois de tanto tempo... houvesse pra onde voltar... e eu não queria ver.
-O que você não queria ver?
-Que você... pudesse ter me esquecido.- disse olhando-a firmemente.
-Como eu poderia... houve Tiago.
E ele sorriu, talvez o primeiro sorriso verdadeiro até aquele momento.
-Eu o vi.
-Eu sei... e tem que falar com ele.
-Não. Não ainda.
-COMO NÃO! É SEU FILHO!- disse furiosa.
-Não... Giny, se der tudo errado? Você daria e tiraria o pai de seu filho pela segunda vez? Não há garantia alguma.
-Ele merece saber.- disse baixo.
-Ele merece ser poupado de mais dor.- disse muito baixo.
-Você ficaria furioso ao descobrir que esconderam coisas de você, eu sei... eu vi agora... ele é muito parecido com você.- disse estendendo a mão para aquele rosto, o mesmo, mas diferente.
-Ele tem a sua coragem.- disse.
Sorriu... e sentiu-se ser puxada... quando sentiu os lábios dele... o mundo sumiu.
Harry estava errado... ainda existiam contos de fadas.
Curtinho mas o próximo é ROX!
