NOTAS DA AUTORA: Desculpe a demora, gente! Queria ter postado antes do Natal, antes do Ano Novo, mas foi impossível... Até porque este capítulo está um pouquinho mais longo do que o habitual... Bom...Ele não ficou bem como eu queria. De todos que eu já escrevi, mesmo de outros fics, foi o mais complicado... Acho que me deu um bloqueio, um branco, não sei... Nunca ficava como eu queria! Mas eu espero que vocês gostem...
Disclaimer: Rurouni Kenshin não me pertence. Se fosse meu, Seisou Hen seria totalmente diferente... *secando uma lágrima no canto do olho*
ROSAS VERMELHAS
Kenshin PoV
Ela estava me olhando como se eu fosse um fantasma. Tinha os lábios entreabertos e parecia segurar a respiração. "Bom, acho melhor eu falar algo. Não quero passar a noite toda só olhando para ela."
- Esta cadeira está ocupada? – perguntei, indicando uma cadeira ao seu lado
- N-não, não está...
- Importa-se que eu sente aqui? – dei um de meus melhores sorrisos.
Finalmente ela pareceu voltar a si. E apesar do lugar ser relativamente escuro, pude perceber um leve rubor em sua face, ao me responder.
- Claro... Claro que não, Himura-san. Pode sentar...
Ugh! Aquilo me doeu aos ouvidos. "Esse 'Himura-san' me faz parecer tio dela!" Vamos resolver isso logo
- Ora, não precisa ser tão formal – falei, enquanto me sentava – Eu prometo que não conto para Tae-san. Eu deixo você me chamar de Kenshin, se você me deixar chamar você de Kaoru, certo?
- Certo... – ela sorriu, e já não parecia mais tão envergonhada agora.
"Kami... Ela está ainda mais bonita do que quando eu a vi pela primeira vez, na floricultura. Parece mais feminina. E este sorriso... Decididamente, ela fica encantadora quando sorri. Acho que vou tentar uma conversa amigável..."
- Está gostando da festa? É a primeira vez que venho aqui, mas gostei muito do lugar.
- Na verdade – ela coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha – estou me sentindo um pouco deslocada... Também é minha primeira vez aqui e não conheço quase ninguém...
- Você veio sozinha?
- Ah, não! Vim com minha amiga... – ela se vira e aponta para uma das mesas...
A mesa estava vazia.
- Estranho, ela estava ali agora mesmo... Ah, não acredito...
Kaoru encontra algo com o olhar e não consegue conter uma risadinha.
- O que houve?
- Ela foi falar com ele! Veja... – ela se aproxima um pouco mais para me mostrar alguma coisa. Acho que ela não faz a mínima noção do que sua proximidade causa em mim...
Kaoru aponta para uma jovem de blusa azul, aproximando-se a passos decididos do balcão oposto ao que estávamos. E parando ao lado de Aoshi Shinomori.
- Sua amiga é aquela ali cutucando o braço do Shinomori?
- Isso mesmo – Kaoru riu da cena – Você o conhece?
- Claro, ele é um de nossos clientes. Fazemos os comerciais para TV de sua Escola de Artes Marciais. De onde você o conhece? – Senti uma pontada estranha no coração. Ciúmes? Não, não pode ser. "Ora, deixa disso Himura... Você mal trocou duas palavras com essa garota..."
- Eu não o conheço pessoalmente. Mas já ouvi falar MUITO nele! Minha amiga Misao – aponta para a moça, que agora tagarelava alegremente com Aoshi, enquanto ele meramente mexia a cabeça – é sua aluna na Escola, e, bem, é completamente apaixonada por ele. Não pára de falar sobre ele um segundo!
Não pude deixar de rir. Aquela jovenzinha tagarela, apaixonada pelo "Iceberg"? Sem dúvida, uma combinação singular...
- E ele? Já sabe sobre essa paixão platônica?
- Do jeito que Misao é discreta? Mesmo que fosse cego ele perceberia!
Dou uma gargalhada. "Essa garota está me surpreendendo. Bonita, senso de humor... O que mais ela tem para me mostrar?"
Novamente, sinto aquela estranha vontade de saber mais sobre ela, de conhecê-la melhor. "E por que não?" penso. "A ocasião é mais do que propícia. Porém, Kaoru é diferente das garotas que conheço. Acho que devo ser mais cuidadoso... Ir mais devagar..." Me escoro no balcão displicentemente, e pergunto, como quem não quer nada...
- E você, Kaoru? O que mais você faz, além de trabalhar com Tae-san?
- Bom... Eu estudo. Estou no primeiro ano de faculdade...
- E que curso você faz?
Ela hesita um pouco.
- Não é um curso muito comum... Eu estudo História.
- História? Nunca conheci ninguém que fizesse esse curso... O que vocês aprendem?
- Ah, um monte de coisas – ela parecia empolgada ao falar. Com certeza, gostava muito do que fazia – Desde a Pré-História, até as civilizações clássicas e os dias de hoje. Suas lendas, hábitos culturais, religiões. Mas a minha matéria favorita é a história do Japão. Guerras civis, Era Meiji, essas coisas. – Ela parou abruptamente de falar – Desculpe, estou sendo uma chata, falando sem parar sobre esses assuntos chatos, não é?
- Não, claro que não! – dou um sorriso sincero – Continue, estava começando a ficar interessante... Era Meiji?
Ela sorriu, e pude notar um certo alívio em seu olhar. Kaoru me contou sobre a pesquisa que estava desenvolvendo, sobre seus professores, que eram tão velhos que pareciam ter realmente vivenciado os fatos que contavam, e sobre seus colegas malucos. Ela me fez rir inúmeras vezes, relatando histórias sobre suas saídas de campo e pesquisas que duravam a noite toda. E, a pedido dela, eu contei como era a vida agitada de um publicitário. Mas eu também fiz ela rir, contando sobre campanhas que fizemos em que, quando achávamos que nada mais podia dar errado, alguma tragédia acontecia! Como da vez que tínhamos umas fotografias para fazer, o modelo não pode vir, e tivemos que usar o Sano mesmo! E era um comercial de cuecas!!!
Fazia tempo que não me divertia tanto! Conversar com Kaoru era fácil, simples, sem artifícios. Era como conversar com uma velha amiga. A impressão que tinha é que eu a conhecia a anos! Não era como as garotas que eu geralmente conversava em festas, onde eu tinha que forçar elogios a cada duas palavras, ou me obrigar a ouvir uma conversa chata. Kaoru era inteligente, divertida, uma boa ouvinte. E linda. Em alguns momentos, eu simplesmente me perdia em seus olhos azuis, e ficava difícil me concentrar no que estava falando.
Não sei por quanto tempo ficamos ali, conversando. Mas deve ter sido bastante, porque o lugar já não estava mais tão cheio, e a música que tocava agora não era mais tão agitada. Era uma balada lenta, romântica. Quando a música começou a tocar, Kaoru parou o que estava dizendo, fechou os olhos e sorriu.
- Ah... Eu amo essa música!
Eu não pude resistir. Era o momento perfeito, o instante perfeito. Me aproximei um pouco mais, e toquei de leve seu queixo, com a ponta dos dedos, erguendo seu rosto um pouco. Kaoru abriu os olhos, surpresa. Mas, no instante seguinte, fechou-os novamente. Sabia o que iria acontecer. E parecia que estava esperando por isso tanto quanto eu... Nossos lábios se tocaram...
Kaoru PoV
"Ele está me beijando!"
Eu não conseguia pensar com clareza... Aquela música, os lábios dele... Parecia que ele tinha me hipnotizado, e agora eu fazia tudo que ele queria, tudo que ele mandava. Eu nunca fui dessas garotas que beijam rapazes que mal conhecem, ou que acabaram de conhecer. "Mas Kenshin... É diferente... Eu não sei explicar como, mas eu confio nele!"
Eu o sentia acariciando meu rosto, aprofundando o beijo. E eu me entregava a ele sem receios. Passei os braços em volta de seu pescoço, e me deixei levar... Seu beijo era suave, carinhoso, romântico! Com uma das mãos ele tocava meu rosto, meu pescoço. Com a outra Kenshin me abraçava pela cintura. "Nota mental: agradecer a Misao por ter me trazido nesta festa!"
No início, quando ele começou com aquela história de "Está gostando da festa?" "O que você faz?" eu achei que ele fosse um daqueles chatos de bar. Mas Kenshin me surpreendeu! Sua conversa era muito divertida, e ele pareceu realmente interessado no que eu dizia! Conversar com ele foi muito bom... Mas sou obrigada a admitir... Beijá-lo é melhor ainda!
Não sei por quanto tempo ele me beijou... Segundos... Horas... Já tinha perdido complemente a noção do tempo... Mas quando nos separamos, ele me olhou nos olhos e sorriu. Minhas pernas viraram gelatina... "Ai... Não faz assim..." Então, num gesto impulsivo, passei a mão pela sua nuca e puxei ele para outro beijo! Kenshin pareceu surpreso por um segundo, mas depois não se fez de rogado! "Ai, não deu para resistir... Hehehe... Ele vai pensar que eu sou uma tarada!"
Dessa vez o beijo já não foi tão suave. Foi bem mais apaixonado, mais ousado. Sua língua explorando minha boca, suas mãos se enroscando no meu cabelo... Não havia mais festa, não existia mais ninguém no mundo. Só nós dois. Só aquele beijo...
O barulho de um copo quebrando nos tirou desse torpor. Eu olhei para ele e tive a certeza de que estava um pimentão... Sentia minhas orelhas queimarem! Ele sorriu – aquele sorriso tão lindo! – e passou a mão no meu rosto.
- Está com vergonha de mim? – ele perguntou
- Não... Não é isso... É que... – "Pára de gaguejar, sua idiota!!!" – É que você... Só você consegue me deixar assim, vermelha... Eu não sou de ficar envergonhada... Mas, com você... Não entendo porque...
- Bom, então acho que devemos descobrir... – E ele começou a se aproximar, para mais um beijo...
Que não aconteceu.
Escutamos uma voz masculina, bem próxima, exclamando:
- Kenshin, cara, é você?
Abri os olhos e pude ver que Kenshin não estava muito feliz com a interrupção. Mas, quando se virou para ver quem o tinha chamado, seus olhos se arregalaram por um momento, e logo depois ele deu uma gargalhada.
- Katsu? Cara... O que você tá fazendo aqui?
Kenshin levantou para cumprimentar o homem que acabara de chegar. Era um tipo estranho. Tinha cabelos escuros, um pouco comprido, com uma bandana colorida amarrada na testa.
- Quando foi que você voltou, Katsu? Por que não nos avisou? O Sano vai querer seu pescoço!
- Eu deveria voltar só na semana que vem, mas acabei conseguindo o último lugar num vôo de Chicago para cá, cheguei hoje pela manhã. Queria ter ligado, mas não tive tempo! Tenho um monte de novidades para contar, mas antes... quem é a gata? – falou o tal Katsu, apontando para mim.
Acho que Kenshin não gostou muito do que seu amigo disse, porque ficou sério de repente. Passou os braços em torno de meus ombros, e então respondeu.
- Essa é Kaoru Kamiya. Kaoru, este é Katsuhiro Tsukioka. Ele trabalhava comigo e com Sanozuke na agência, fazia ilustrações. Acabou de chegar de uma longa viagem pelos Estados Unidos.
Estendi a mão para cumprimentá-lo. Katsu fez menção de beijá-la, mas depois de um rápido olhar em Kenshin, pareceu pensar melhor, e apenas apertou minha mão.
"Será que Kenshin sente ciúmes de mim? Que gracinha... Ai, eu preciso ir ao banheiro, esse sapato está me matando!"
- Bom, vou deixar vocês conversando, já volto.
- Onde você vai? – me pergunta Kenshin
- Ao banheiro – cochicho em seu ouvido – Meu sapato está machucando...
Ele ri, e de dá um beijo no rosto.
- Tudo bem, não demore.
Caminho devagar até o banheiro. O lugar já estava quase vazio. Ainda vejo Misao conversando com Aoshi. Agora estão sentados numa mesa. Mas, pelo jeito, vão ficar só conversando, mesmo.
Entro no banheiro e sento numa cadeira que havia ali. Tiro o sapato e mexo os dedos do pé, devagar. "Ai... Eu falei para a Misao que o sapato novo dela ia ficar apertado em mim..." O barulho da porta se abrindo com violência me tira dos meus pensamentos. Agora, parada de pé bem na minha frente, com uma cara de poucos amigos, estava a tal Megumi Takani.
- Acho que precisamos ter uma conversinha, garota!
Assustador? Hehehe... Não se preocupem, a cena não terá muito sangue... Vai ser terror psicológico!
Só mais um detalhe. Sobre a música que estava tocando quando Kenshin e Kaoru se beijaram: quando eu escrevi a situação, estava escutando "Water runs dry" do Boyz II Men. Mas, imaginem a música que vocês mais gostam para a cena. :)
Bom, queria agradecer aos reviews que vocês me mandaram! Chibi-lua, espero que vc não fique brava porque copiei sua idéia de comentar cada review no fim do capítulo!!!
Misao Makimachi: Você não é a primeira que me pede vingança pela Megumi! Aguarde o próximo capítulo. Será uma vingança de "raposa"!!! Vc também joga RPG? Minha personagem é uma princesa élfica, mas faz quase 2 meses que não jogo... Tô com tanta saudade!
Sayo Amakuza: Kaoru vai ter acessos de raiva, sim, prometo um para muito breve! Obrigado pelo Review!
Artemisia: Também não consigo vê-lo sofrer por muito tempo... Mas ele vai aprender na marra a respeitar as mulheres! Ah, vai! Já Misao e Aoshi... Bem, surpresas virão!!!
Chibi-lua: Hehehe, o Kenshin tá se achando! Mas acho que logo ele entra em seu Inferno Astral! Beijos.
Vinmy: Pode deixar! E dessa vez o sofrimento não será em batalhas sangrentas! Valeu!!!
Hana-Himura: Como é bom estar de férias, né? Vc vai mesmo fazer um lemon em português??? Diz que sim, vaaaai!!!
Aya-chan: Sim... Loira de boate. De chapinha! Mas não pinte seu cabelo não... Seja natural! Beijos e valeu pelo review.
Hilde e Setsuna: Meninas, vocês são demais! Sempre leio seus reviews no fic da Chibi-lua! Vocês deviam escrever mais! Pode deixar, Sano e Megumi terão bons momentos juntos!
Prudence-chan: Foi como falei para a Misao. Acho que uma vingança sutil seria mais a cara da Megumi do que um barraco na festa! Já falei que amo os fics que vc faz? Obrigado pelos elogios...
Olha pessoal, prometo que o próximo capítulo não vai demorar tanto. Um beijo e feliz Ano Novo (atrasado) para todos!