Nota da Autora. Eu devo um grande pedido de desculpas a todo mundo que lê/leu este fic... Sou uma autora desnaturada, eu sei... Eu tive meu pc formatado, e perdi tudo o que tinha nele, inclusive o capítulo final do fic, que estava quase pronto. Sorte que tinha um rascunho impresso com algumas partes, não precisei começar do zero...

Bom, como eu tive que reescrever tudo, algumas coisinhas foram modificadas... Este era para ser o capítulo final, mas como estava ficando muito grande, resolvi dividi-lo em 2! Então, este é o... Penúltimo capítulo!

Mas não se preocupem, não vou demorar a escrever o final, eu juro!

Ah, mas antes de começar, queria agradecer a Naru e a Spooky, pela "forcinha" e incentivo Pri fugindo da Foice ! E a minha amiga Thaiza (Li, para os íntimos) por betar esse capítulo!

Disclaimer: Rurouni Kenshin não me pertence. Quem me dera...

ROSAS VERMELHAS

"Kenshin PoV"

"Parece que cheguei na hora exata" – pensei. Uma pequena multidão de jovens cruzava os portões da faculdade, o sinal de encerramento das aulas tinha acabado de soar. Estacionei meu carro do outro lado da rua, quase em frente ao portão. Tinha uma boa visão de todos que saíam. Agora, era só aguardar. Kaoru deveria passar por mim a qualquer momento.

Já haviam se passado duas semanas desde nosso primeiro e último encontro, e eu sentia que não podia mais adiar esta conversa. Ainda não tinha muita certeza sobre o que conversaria com ela, nem como pediria desculpas. Nem se pediria desculpas mesmo... Esperava saber o que dizer quando chegasse a hora. A frase "Desculpa por querer levar você para a cama" não me parecia muito adequada... Mas eu precisava fazer alguma coisa. E conversar com Kaoru me pareceu a melhor alternativa. Não queria que ela pensasse mal de mim... Mas, principalmente, eu precisava vê-la de novo, falar com ela. Por quê? Ora, eu não sabia! Esperava descobrir quando estivéssemos frente a frente!

Esperei alguns minutos, e logo a vi. Existem garotas que não precisam de artifícios para ser bonitas e Kaoru, com certeza, é uma delas. Ela estava linda, apenas com uma calça jeans e uma blusa preta, o rabo de cavalo ondulando enquanto ela se afastava, a passos rápidos. Estranhamente, não consegui me mover. Sabia que precisava ir até lá, atravessar a rua e chamá-la, mas por alguns segundos, minhas pernas simplesmente não se moveram.

"Que é isso Himura, medo? Medo de conversar com uma garota? Deixe de ser frouxo e MEXA-SE!

O que estava acontecendo comigo? Minhas pernas pareciam ter virado chumbo, mas lá fui eu, caminhando devagar, tentando atravessar a rua. Porém, o mundo parecia contra mim, e todos os carros de Tóquio resolveram passar naquela rua, naquele instante. Enquanto eu esperava uma brecha, continuava observando Kaoru, que caminhava depressa, e parecia imersa em pensamentos.

"Droga, se eu não for rápido, posso perdê-la de vista. Kaoru, por que você tem que caminhar tão rápido?"

Finalmente, depois de segundos que pareceram horas, os carros deram uma trégua, e eu pude atravessar a rua. Kaoru já estava quase na esquina. Eu estava tentando alcançá-la através da multidão de estudantes saindo da aula quando, pela segunda vez naquele dia, minhas pernas travaram.

Eu já estava a uns 10 metros de Kaoru, e pude ver a cena com perfeição. Um rapaz sorridente, mais ou menos da mesma idade dela, caminhava em sua direção, e parou bem na sua frente, interrompendo-lhe o caminho. Kaoru, aparentemente distraída, não percebeu sua presença, e quase esbarrou nele. Ela pareceu ter ficado zangada, e pronta para brigar com o garoto. Mas esta atitude durou apenas um segundo. No segundo seguinte, pude ouvir sua risada cristalina, e observar – perplexo – ela se jogar nos braços do rapaz.

Meu primeiro impulso quando vi aquele menino estranho e sorridente parar na frente de Kaoru, foi correr até lá e dar-lhe um belo soco no rosto. Ele podia ser um assaltante, oras! Um seqüestrador! Um assassino! Cheguei até a dar dois passos rápidos na direção deles, mas parei novamente quando vi Kaoru abraçando-o. Ela parecia feliz em abraçá-lo... Decididamente não estava sendo vítima de nenhum assalto.

Resolvi continuar observando-os, de longe, tentando aplacar as ondas de ódio que estavam quase me dominando. Kaoru e o garoto estranho se abraçaram por alguns instantes, e depois iniciaram uma animada conversa. Ficaram ali parados, conversando por alguns minutos – enquanto eu ainda lutava contra a vontade de ir até lá, pegar a Kaoru pelo braço, e levá-la para longe dali – quando o garoto virou-se e apontou alguma coisa na direção da esquina atrás de si. Kaoru fez um sinal afirmativo com a cabeça, segurou-lhe a mão, e seguiram caminhando na direção oposta que eu estava. De mãos dadas!

Não conseguia acreditar no que meus olhos estavam vendo. Ela havia me dito que não tinha namorado. Será que estava mentindo? Será que ela arranjou esse namoradinho durante essas duas semanas? Mas, mais do que isso, eu não conseguia acreditar na furiosa avalanche de ciúmes que eu estava sentindo.

Foi então que aconteceu. Corroído pela dúvida e pelo ciúme, sentindo meu peito em pedaços, eu desisti. Desisti de lutar contra tudo o que estava acontecendo dentro de mim. Pela primeira vez em muitos anos, tomei uma decisão importante, que poderia mudar minha vida: me deixei levar. Não lutei contra todas aquelas sensações conflitantes que me sufocavam.

"Kenshin Himura não será passado para trás por um fedelho sorridente. Ah, não será mesmo!" Voltei caminhando a passos firmes para o carro. O tempo era curto, e eu tinha coisas muito importantes para fazer.

Kaoru PoV

"Droga, droga, droga! Kaoru no baka! Eu não acredito que errei uma questão tão simples! E agora, o que eu faço? Com uma nota tão baixa como essa, não sei se consigo passar nessa disciplina. Ainda bem que na primeira prova minha nota foi melhor. Acho que vou conversar amanhã com Takeda-san, e ver se posso fazer um trabalho extra para tentar reparar esse estrago..."

Eu estava distraída caminhando pela calçada, pensando em como fazer para aumentar minha nota naquela disciplina pavorosa, amaldiçoando os deuses e a mim mesma por ter ido tão mal na prova, que não percebi um rapaz plantado bem no meio do caminho. Por muito pouco não esbarrei em cheio nele.

Quando ergui os olhos, pronta para xingá-lo de nomes nada agradáveis (sim, eu estava de péssimo humor), tive uma grata surpresa. A raiva se esvaiu em segundos, e eu não consegui segurar um gritinho.

"Soujiro-kun!"

Abracei-o com força. Soujiro era meu primo preferido. Fomos criados praticamente juntos, temos quase a mesma idade. Além disso, ele era um dos meus melhores amigos.

"Tome cuidado por onde anda, Kaoru-chan. Pode acabar atropelando alguém!"

"Não seja bobo, Soujiro-kun! Foi você quem ficou parado na minha frente, esperando que eu esbarrasse em você!"

"Claro, claro... Eu adoro quando belas garotas esbarram em mim na rua..."

Rimos. Soujiro sempre tinha a incrível capacidade de me fazer sorrir.

"Você parece preocupada, Kaoru... O que houve?"

E também a incrível capacidade de perceber quando eu não estava bem, mesmo quando eu tentava disfarçar.

"Ah, não é nada grave... É que eu fui mal naquela prova sobre Grécia Antiga. Estava pensando em como fazer para aumentar minha nota..."

"Priminha, priminha... Você precisa estudar mais!" – falou Soujiro, cruzando os braços, e fazendo uma expressão zangada. Ele se preocupava muito com meus estudos. Sabia todos os sacrifícios que eu e minha família fazíamos para pagar essa faculdade, e o quanto eu tinha que trabalhar para ajudar com as despesas de casa.

"Eu estou estudando, Soujiro! Sério! Eu fiz essa prova durante aquela semana... Que eu não estava muito legal..." Respondi, um pouco envergonhada.

Senti o olhar do meu primo suavizar um pouco. Eu havia contado para ele toda a minha história com Kenshin. Como amigo, ele havia ficado do meu lado, claro, e me dado todo o apoio possível. E como primo, quase um irmão mais velho, ele prometeu acabar com Kenshin, se o visse na rua! Soujiro e Misao me ajudaram muito, agüentando alguns dias de choradeira e depressão, me levando para sair, me animando, e principalmente, me mostrando que não valia a pena ficar triste. Se hoje eu estava melhor, devia tudo a eles.

"Como você está, Kaoru-chan?"

"Eu estou bem, Sou-kun, estou ótima! Não fique preocupado! Esta prova foi durante aquela semana, mas se fosse hoje, com certeza eu teria ido bem melhor."

"Acho bom mesmo, senhorita Kaoru, acho bom! Não quero ver suas notas despencando! Principalmente por causa de um baixinho ruivo que você mal conhece!".

"Ora, me desculpe, senhor Soujiro "Eu-Sou-Realmente-Muito-Alto" Seta! E não se preocupe! O 'baixinho ruivo' é coisa do passado! O único baixinho que me interessa agora é o meu professor, Takeda-san, que eu preciso convencer a me deixar fazer um trabalho para aumentar essa nota!" Respondi, rindo muito.

"Está certo, está certo". Respondeu ele, rindo também "Mas eu não vim aqui esperar você na saída da sua aula para discutirmos sobre a minha altura, ou a do seu professor... Eu estou com a moto ali na esquina" falou, virando-se e apontando. "Não quer tomar um café? Levo você para a floricultura depois."

"Capuccino com bastante chantilly?"

"O máximo de chantilly que sua xícara agüentar!"

"Feito!" Respondi, e fomos andando em direção ao estacionamento, de mãos dadas. Esta era uma mania só nossa. Nós sempre andávamos de mãos dadas na rua. Quando éramos mais novos, Soujiro não gostava, dizia que isso 'queimava o filme dele' com as meninas. Mas depois ele viu que acontecia exatamente o contrário! As meninas ficavam curiosas em saber quem era a sua misteriosa namorada, e praticamente se jogavam em cima dele!

"Mas o que deu em você hoje, Soujiro? Veio me buscar na faculdade, vai me pagar um capuccino e ainda vai me dar uma carona para o serviço? Você está querendo alguma coisa..."

"Nada além da sua companhia, priminha..."

"Sei..." respondi, desconfiada.

"E que você me apresente aquela sua amiga..."

"A Misao? Mas você já a conhece! E eu já te falei que ela está em outra, Soujiro!"

"Não a Misao, dela eu já desisti... Aquela sua colega loirinha, que eu vi naquela fotografia que você me mostrou domingo... A Hina!"

"Ah, a Hina?" Eu sabia... Meu primo sempre tinha segundas intenções quando me pagava capuccinos... "Isso vai lhe custar um capuccino e um pedaço de torta de chocolate!"

"O que? Ah, não acredito!"

"Ela é minha amiga, ora!"

"Tá, certo, ta certo! Você vai acabar engordando desse jeito!"

E fomos rindo até onde a moto estava estacionada.


Bom, ficou assim. Prometo não demorar muito para postar o último capítulo! Obrigado aos que tiveram paciência em ler até aqui! Reviews são bem vindos!