Digimon e seus personagens não me pertencem
- Capítulo cinco -
Uma reunião de verdade
Por Manu
- Hikari Kamiya -
Estamos quase todos juntos na casa dos Ichijoujis. Joe foi acertar alguns assuntos no hospital onde trabalha e deve estar a caminho... Ken e Yolei foram muito gentis em ceder seu espaço para essa reunião... agora precisamos permanecer juntos.
Esses acontecimentos nos pegaram de surpresa. Era difícil precisar alguma coisa, mas não imaginaríamos que as aventuras - se é que podemos chamar isso de aventura - voltassem, como nos tempos de criança. O que está havendo agora? Pensei que o Digimundo estava a salvo! Ou ao menos os digimons... será que é só nos reunirmos novamente que tudo começa? Oh, estou tão confusa; todos estamos... São tantas coisas que não conseguimos nem raciocinar direito. Pegos de surpresa.
Precisamos nos tranqüilizar para nos organizarmos, eu sei... é difícil, mas só assim poderemos pensar em como agir diante disso tudo. Somos um grupo, e voltamos a ser os digiescolhidos. Não que tivéssemos deixado de ser, nunca. Mas estamos a ponto de entrar em ação... eu sinto algo tão estranho invadir meu coração! Não sei o que é, parece sobrenatural... meus amigos têm razão, o mistério me envolve mais uma vez... e isso é mais uma pista de que algo estranho está realmente acontecendo. Nossos amigos desapareceram....um por um....até Tailmon! Ela tentou resistir, eu vi, mas alguém a chamava. Mas quem? O que?
O grupo está mais calmo, pelo que dá para notar. Estamos na sala de estar. Eu e Takeru ficamos sentados no sofá; ele me consolando...
Ken, Yamato, Tai e Koushiro estão de pé, parecendo preocupados, conversando sobre alguma coisa, baixo... Matt não pára de passar a mão pelo rosto, deve estar cansado e aflito. Davis e Mimi foram até a cozinha, acho que estão preparando alguma coisa. Sora, Miyako e Iori também estão sentados no sofá da frente, mergulhados em seus próprios pensamentos, esperando alguma coisa acontecer.
Estamos esperando...
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- Abra esse armário da frente, Daisuke. Pegue algumas xícaras, talvez nem todos queiram tomar um chá.
- A questão não é querer, é ter estômago - retrucou o amigo à Mimi, segurando duas xícaras - Depois disso tudo...acho que querem é descansar.
- Sim... eu também quero. - disse ela, abrindo a geladeira e dando uma olhada dentro - Ora, ora, Ken e Yolei nem se importam se prepararmos alguma coisa, não é?
- Creio que não. Acho que nem sabem que estamos aqui... eles não pensam em outra coisa, mesmo.
- O que podemos fazer, Davis? É a nossa realidade... - murmurou Tachikawa, desanimada.
O chef pegou uma jarra com chá gelado e derramou em duas xícaras de vidro que estavam em cima da mesa.
- Beba...
- Obrigada, Davis. - agradeceu, bebericando um pouco, depois olhando de lado para o rapaz - Eu queria preparar um jantar...
- Nem me venha com essa, srta. Tachikawa - riu ele - O profissional aqui sou eu. Você acha mesmo que alguém vai querer jantar?
- Você quer. E não me olhe com essa cara... vou até a sala ver se o Izzy quer chá.
- Não se esqueça de perguntar aos outros - avisou Daisuke, analisando o rótulo de uma embalagem de macarrão instantâneo.
O clima na sala continuava o mesmo.
Um estranho, mas perturbador silêncio tomava conta dos presentes. Alguns cochichos por parte dos rapazes, os olhos vidrados no infinito, a testa franzida. Pareciam estar na sala de espera de um hospital.
- Alguém quer chá gelado?
A presença súbita de Mimi na sala tirou alguns digiescolhidos do seu mundinho e os transportou à Terra. Viraram seus rostos cansados até ela.
- Bem, eu....eu acho que não.... - respondeu preguiçosamente Takeru.
- Nem você, Kou-kun?
- Não, Mimi...obrigado - agradeceu o namorado, oferendo seu melhor sorriso.
O jovem gênio já estava novamente ligando o laptop amarelo, acomodando-o em seu colo. Alguns olhares desinteressados giravam até o aparelho.
- Oh, meu Deus, que cabeça a minha, desculpem....deixe que eu ajudo vocês na cozinha - disse Miyako, levantando-se tontamente.
- Não, Yolei, não precisa...fique aí onde está, eu e Daisuke cuidamos de tudo. Estamos aqui para ajudar.
A sra. Ichijouji sorriu agradecida para a amiga, voltando a se sentar.
Três toques e a porta da sala foi entreaberta, mostrando meio corpo de Joe Kido.
- Voltei, pessoal....o portão estava aberto, mas eu já tranquei.
- Obrigado, Jyou.... - disse Ken, fazendo um sinal com a cabeça.
- Joe, quer chá gelado? - perguntou alegremente Mimi, querendo desviar aquele ar de enterro.
- Ah, eu gostaria muito....
- Ótimo, venha até a cozinha - disse rapidamente, tomando-o pela mão e o arrastando até lá.
Izumi entrara de novo em seu mundo virtual. A fraca luz do monitor iluminava seu rosto pálido, porém fascinado ante aquilo. Estava tão acostumado àquele ritual que não precisava olhar para o teclado, apenas as suas mãos obedeciam rapidamente às suas ordens. Os olhos vão se apertando, o suor na testa brotando, o silêncio e....
- Droga! - gritou em sussurro Koushiro, socando o punho contra a perna.
- O que foi? - perguntou Tai.
- Mas que droga.... - voltou a resmungar, batendo os dedos no laptop - o portal está fechado...
- O portal está fechado? O digiportal?! - quis saber Davis, que saíra da cozinha e vinha limpando a mão na camisa.
- Sim...o digiportal.
- Mas como, se acabamos de sair do Digimundo por ele? - perguntou Sora, incrédula.
- Eu não sei, pessoal... - murmurou Izzy - Aliás, eu estou querendo a resposta para várias coisas que ainda não descobri. É mais um mistério que nós temos que desvendar.... porque nós somos os escolhidos....
Mimi e Jyou, segurando uma xícara, se juntaram a eles. Olharam para Izzy com respeito e assentiram, depois encarando Taichi Kamiya. Ele era o líder, quem (quase) sempre armava os planos.
- Quer dizer então que não poderemos mais entrar no Mundo Digital?
- Por enquanto não, Cody... não sabemos até quando o portal vai permanecer trancado.
- E aonde estão os digimons, senão lá, no Digimundo...? - perguntou Kari tristemente.
- Mas nós não sabemos se eles estão lá. - disse Ken Ichijouji - Sabemos que desapareceram... não para onde foram, como foram....
Haviam tocado naquele ponto. Depois do sumiço dos digimons pareciam evitar começar alguma discussão do tipo, mas a conversa tinha que começar, mais cedo ou mais tarde.
A cada momento nos surpreendemos mais, pensou Koushiro. Pela primeira vez em muito tempo eu estou sentindo....medo. Acho que é medo isso o que está me atormentando.... medo de não saber o que está havendo, de não saber o porquê das coisas, de não ter uma idéia de como isso vai começar. Sim, não pode terminar, porque ainda não começou...
- Bem... - suspirou Matt, sentando-se no sofá maior - Nós temos que pensar em alguma coisa, já esperamos demais. A pista que temos é essa medalha... ou seja lá o que for...
- E cada vez que um digimon sumia, cada pedra de cristal sumia também... - completou Sora Takenouchi, que estava ao seu lado.
- Mas acontece que essa medalha desapareceu do mapa.....PUF! - disse Davis, abrindo os braços- E ninguém sabe de nada. Nem o próprio CITD, caramba...
- É isso, as cartas estão na mesa.... ao menos as que conhecemos - disse Ken, com seriedade.
Um curto silêncio entre eles...
- Essa de nem o CITD ter conhecimento sobre a relíquia me intriga....a propósito, tudo isso é intrigante - começou Kido, bebendo um pouco do chá - Ela parece dominar os digimons....controlar suas ações, eu acho. Mas... e a outra metade?
- Oh, é mesmo, Joe! - exclamou Taichi, batendo na testa - Já tinha me esquecido...
- O que deve haver na outra metade? Aonde ela está?! - perguntava Iori Hida.
- Essa metade existe?
Todos se viraram para Kari. Ela era a única dali capaz de sentir vibrações; seu sexto sentido era fantástico. E parecia ter um estranha percepção da história da medalha e dos desaparecimentos.
- Isto é... - levantou-se, abraçando-se. TK parecia um pouco preocupado - Não há nenhuma informação sobre essa outra metade. A medalha poderia ser desse jeito...
- É. Hikari tem razão... não podemos nos fixar nesse ponto até soubermos alguma coisa a respeito - disse Yolei, sabiamente.
- Não está adiantando....não sabemos por onde começar, o que fazer - murmurou Yamato Ishida.
- Como vamos resgatar os digimons se não sabemos pra onde eles foram? - questionou Mimi.
Não, a medalha está partida, existe uma outra, eu sei que existe! (Contradizia Izzy em seus pensamentos)
Ficaram em silêncio novamente. Davis parecia o mais confuso e agitado; geralmente era muito energético, e todo aquele abafamento estava por deixá-lo louco.
- Aaahh, alguém pode me dizer o que está havendo??! - gritava, enquanto corria até a enorme janela que dava para o jardim, de braços abertos, exigindo uma explicação dos céus.
Aquilo dava um ar de graça em meio à situação que os envolvia, e não resistiram em rir um pouco, fosse o que fosse.
- Certo, certo.... mas acalme-se, Motomiya - disse Tai, ainda soltando risadinhas.
Quietos mais uma vez... espreguiçando, bocejando, dando uma olhada nas horas. Bebendo um gole do chá.
- Essa é a nossa missão...precisamos de tempo. Precisamos de um sinal. - finalizou Ken.
- Sinal?
- É... uma espécie de aviso... acho que o tempo nos mostrará o caminho, não?
Ficaram fitando-o com expressão duvidosa. Sim, o tempo poderia mostrar o caminho, a menos que não demorasse muito.
Miyako aproximou-se do marido e sussurrou algo que os outros não ouviram, enquanto Matt se levantava e Joe depositava a xícara vazia em cima da mesa.
- Espero que o tempo seja favorável... e que os digimons estejam bem, aonde quer que estejam - disse Takeru, melancolicamente.
- Amigos... - chamou o Ichijouji, passando o braço em torno de Yolei - É preciso que fiquemos juntos agora, mais do que nunca. Não podemos nos separar em hipótese alguma... o resgate dos nossos digimons depende da nossa união e coragem.
- Temos que ficar atentos à tudo, prontos para entrar em ação, vocês sabem - completou Yolei - Então...achamos melhor que todos passemos a noite em nossa casa, até as coisas começarem a se endireitar.
Rostos um pouco hesitantes se dirigiam ao casal, mas acreditavam que eles tinham razão. Não havia tempo a perder!
- Oh, Miyako... - levantou-se Sora, segurando nas mãos da amiga - Não precisam fazer esse sacrifício, veja, somos 12 pessoas! É muita gente para uma casa só.
- Sim, além disso podemos nos encontrar amanhã bem cedo - disse Taichi.
- Vocês não entendem? A qualquer momento pode acontecer mais coisas.... foi tempo demais até nos reencontrarmos novamente, e agora está acontecendo isso. Está acontecendo! Não podemos nos dispersar mais, nunca mais... - explicou Ken, sereno como sempre.
Os amigos compreenderam e assentiram com a cabeça, um pouco desconfortáveis.
- Bom, eu cheguei de viajem não faz muito tempo, vocês sabem... - começou Matt, timidamente - Preciso ajeitar as minhas coisas, está tudo largado no apartamento de aluguel e...
- É só por esta noite, Matt, mas....ahh, tudo bem, mas não demore muito - sorriu Yolei, voltando com a sua personalidade divertida.
- Depois de tanto tempo separados, vai ser interessante passarmos a noite todos juntos...mesmo que seja para uma espécie de reunião noturna - aprovou Mimi, abraçando Koushiro, que estava ficando "sufocado" - E não se preocupem, sr. e sra. Ichijouji, eu e Davis vamos preparar um delicioso jantar para amigos.
- Bom, eu já estava cheio com toda aquela comilança do piquenique, mas já que insiste..
- Ah, Tai, você não muda - sorriu Sora para o melhor amigo.
Os escolhidos começaram todos a se levantar e iniciar a "vigília", exaustos por aquele dia confuso.
- Bom, vamos dividir os dormitórios em quarto de hóspedes e sala, a menos que alguém queira dormir no banheiro.
- Acho que eu vou dormir no banheiro pra ver se recebo um sinal - debochou Daisuke, fazendo pose de meditação.
- Davis, seu bobo! - exclamou Yolei, lançando uma almofada em seu rosto.
- Seria bom se alguém trouxesse colchonetes... - murmurou Ken.
O clima na casa dos Ichijouji mudara para melhor depois da conversa. Os amigos permaneceriam juntos à espera de uma solução para começarem a agir, mas não faziam nenhuma idéia do que poderia acontecer.
Noticiário de Tóquio
7p.m
A relíquia encontrada nas areias gregas estava sendo estudada e monitorada pelos pesquisadores e estudiosos do CITD - Centro de Investigação Terra/Digimundo - desde a descoberta. Os responsáveis divulgaram à imprensa que as doze pedras de cristal trabalhadas no objeto estavam desaparecendo misteriosamente, uma por uma. O CITD não soube explicar o motivo desse estranho fenômeno e vem tentando analisar o mais rápido possível. Eles alegam que esse fato era impossível de suceder, pois o objeto foi confinado e não havia como alguém retirar as pedras.
Porém um tumulto foi provocado na matriz do CITD em Odaiba, onde isso vem ocorrendo, e foi confirmado que a relíquia desapareceu. Não há vestígios nem suspeitos, apesar da polícia alegar ter sido roubo. As fitas gravadas estão sendo analisadas para confirmar a suspeita de que alguém entrou sem permissão no local aonde estava tudo sendo estudado, mas por enquanto não há nada de relevante.
Os envolvidos no caso poderão contratar algum detetive se nada for resolvido - o que provavelmente não vai acontecer, e o mais cotado seria Ken Ichijouji, que trabalha para o próprio CITD.
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Sim, havia um tumulto ali, em frente à matriz. Um aglomerado de pessoas, entre funcionários, jornalistas, repórteres, câmeras e entrevistados. Dezenas de microfones rodeavam o sr. Takenouchi, enquanto as outras pessoas arranjavam espaço para ficar por trás, entre elas um homem alto e sério, de barba e chapéu escuros, em que uma das suas mãos segurava uma guia de cachorro vermelha.
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E, no meio da noite, um ruído. Uma lanterna caía.
**Continua....
N.A: Até que enfim terminei o cap.5! Num belo dia eu decidi abri-lo, e lá estava, parado na pagina um. Acho que foi por impulso, pois acabei terminando e escrevendo tudo de uma vez n_n
Queria falar sobre uns dois erros que cometi no capítulo 3.... me dei conta quando a minha amiga começou rir da minha cara... Em primeiro lugar, escrevi em um certo momento que "o céu estava tão limpo", mas depois disse que haviam nuvens nele. Bem, se o céu está limpo, como podem haver nuvens?? He, he....e o outro: Tai, Matt e Sora estavam descendo as escadas até o ÚLTIMO degrau. Se eles estavam descendo, vão parar no PRIMEIRO degrau!! Me desculpem, eu nem tinha percebido...mas enfim...
Eu fiquei analisando....pela história que está na minha cabeça, esse(ou essa) fanfic não vai acabar tão cedo...espero ter ânimo e disposição para continuar, pois estou gostando! Também quero começar um outro projeto de fanfic, mas não estou com muita pressa. Mas, se der, escrevo os dois ao mesmo tempo....
Agradeço a todos vocês que estão lendo. (Já chega também, escrevi demais)
Manu
