Notas iniciais: Olá, pessoal! Bem, desta vez não comecei com "Aqui estou eu, trazendo mais um capítulo..." ^-^" Queria dizer que neste episódio haverá troca de cenas, portanto não precisam ficar "perdidos", OK? Os asteriscos são para separar o capítulo de FLASHBACKS (na verdade, só tem um). Espero que desfrutem, e tenham uma boa leitura.

Este capítulo está dedicado à Ainne, pelo seu aniversário (antes tarde do que nunca!).

- Capítulo doze -

O espelho

Por Manu1

Ken Ichijouji caminhava pelo corredor do segundo andar da velha casa. Tudo estava silencioso, exceto pelas suas passadas... Carregava uma das mãos dentro do bolso da calça de náilon, enquanto ajeitava as madeixas azuladas atrás da orelha.

A luz do luar entrava pelas janelas do corredor e dava um ar sinistro no ambiente. Decidiram que o melhor a fazer, antes de tomar qualquer decisão precipitada, era descansar ao menos um pouco. Não haviam aproveitado muito bem a noite de sono na casa dos Ichijoujis quando já foram enviados às Zonas, e acontecimentos significativos marcaram o primeiro momento dos quatro - agora seis companheiros. Metade do grupo!

Todos os quartos da casa ficavam no patamar superior. O último do corredor - para onde se dirigia Ken - acolhia no momento Taichi, quem dormia profundamente em uma das camas. No quarto da frente descansariam Koushiro e Mimi. O primeiro à direita, onde Yamato se recuperava do ferimento há umas horas, ficou para Sora e o rapaz. A portadora do Amor ainda se preocupava com seu estado e, por via das dúvidas, queria assegura-se de que não fosse piorar.

Ken olhou o relógio de pulso. Não funcionava, continuava com os ponteiros marcando cinco e duas da manhã, horário em que fora transportado à Zona da Primavera. Izzy ainda não subira, assim como Matt e Sora, que continuavam no andar de baixo. Mesmo a exaustão tomando conta de seu corpo, o jovem investigador não conseguia parar de pensar na conversa durante o jantar. Vejam os quartos, separados como se estivessem esperando-os há muito tempo! E, de certo, não estavam? Não era uma profecia? Mas... deixou esse pensamento de lado quando lembrou-se que o resto do grupo deveria juntar-se a eles...

Abriu a porta do quarto devagar para não incomodar o amigo e entrou, silencioso.

***

Yamato Ishida e Taichi Kamiya continuavam se olhando, confusos.

- E então?... O que foi? Não vão nos contar sobre o enigma? - perguntou Mimi, puxando uma cadeira para sentar-se.

- Não... nós não deciframos nenhum enigma - respondeu Tai.

- Ah, mas é claro que decifraram! - exclamou Izzy com naturalidade, já se sentando - E se soubermos como ocorreu na zona de vocês, já é uma pista e tanto.

- Mas é verdade. Não deciframos nada.- confirmou Yamato.

Os amigos se olharam, não entendendo. Nem os próprios Tai e Matt entendiam o porquê de nenhum enigma haver aparecido na Zona de Outono e ainda sim conseguirem entrar em outra. Sem fazer nada especial... a não ser...

- Hum...bom... - começou Ken, também sentando-se, seguido de Mimi e Sora - Então contem-nos o que aconteceu desde que entraram na zona até saírem. Assim saberemos também como Matt levou essa flechada.

- A última coisa que ouvi foi algum som parecido com o uivo de um lobo - disse Taichi. Matt virou-se para ele no mesmo instante, muito surpreso.

- Tai... você também...

- Que lobo?! - perguntou Mimi, curiosíssima.

- Será melhor se sentarem - disse Sora - E contem-nos desde o começo, por favor.

Os melhores amigos obedeceram. Yamato olhou para o rapaz de cabelos rebeldes, sentado ao seu lado, e então iniciou:

- Aham... acordamos dentro de uma floresta. Suponho que vocês acordaram, por assim dizer, e perceberam que estava em um lugar diferente - os outros balançaram a cabeça, afirmando - Bem, então... nós andamos por muito tempo. Era um lugar escuro, com muitas árvores altas... decidimos parar para descansar e comer alguma coisa...

- Ah, Ichijouji, espero que não se importe, mas peguei uma lata de salsichas da sua casa caso...

- Tai! Isso não é hora - repreendeu-o Matt.

- Tudo bem, eu não me importo... - respondeu Ken, calmamente.

- Certo... deixe-me dizer, então. Eu e Matt fizemos uma fogueira e assamos algumas salsichas quando, de repente, flechas começaram a ser atiradas do nada.

Taichi baixou o olhar para a mesa, tentando captar mentalmente as cenas. Nenhum deles disse alguma coisa; prestavam muita atenção, interessados. Sora não estava tão surpresa, pois Tai já havia lhe dito sobre essa parte da história - e sobre outra que cabia somente a eles e a Matt. Mimi começou a se servir da sopa, não tirando os olhos dele.

- Nos assustamos, é claro, e começamos a correr desesperadamente. Não sabíamos aonde íamos parar. Uma flecha havia aprisionado a bolsa de primeiros-socorros em uma árvore... Foi então que não avistamos mais árvores e vimos o céu com nitidez. Parecia um penhasco... pulamos, então. Rolamos barranco abaixo até eu bater a perna em uma árvore.

- Oh, céus! - murmurou Mimi.

- Ainda nos desviamos de outras flechas... - continuou Kamiya - Não sei como aconteceu. Ouvi Matt gritar alguma coisa e então me empurrou. Quando me levantei, ele estava caído, com... a flecha....

Yamato contemplava a mesa. Mas foi automático dar uma olhada no curativo, antes do companheiro continuar o relato. Os amigos escutavam atentamente.

- Fiquei horrorizado! Eu... me senti mal... mas consegui levá-lo até uma gruta, perto de um lago, não muito longe dali. Esperei Yamato acordar... e decidi voltar para apanhar a bolsa com os remédios - fez uma pequena pausa. Estava claro que não iria dizer nada sobre o que conversou com o amigo - Felizmente as flechas não voltaram. Consegui a bolsa, voltei até a gruta, e vi Matt com os olhos fechados de novo. Pensei que estava morto. Fiquei desesperado... pensei que tudo tivesse ido mesmo em vão... mas uma coisa estranha aconteceu. Uma luz incrível parecia emanar de nós dois, se juntou, e clareou toda a gruta. Era uma sensação boa...

Taichi sorriu. Olhou para Yamato, depois para os demais. Ken havia posto um pouco de sopa em sua tigela, e Koushiro franzia tanto a testa que suas sobrancelhas pareciam ter se juntado em uma. Mimi ainda não começara a comer, fitando-os, e Sora tinha uma expressão de espanto e admiração.

- E depois acordei lá fora. Matt estava desacordado, a alguns metros... e vi a casa.

Continuaram calados. Yamato suspirou e finalmente levantou o olhar para mirar seus semblantes. Também, finalmente entendia como fora parar ali.

- Achei estranho. Uma casa, nesse estilo tão antigo, no meio do verde. Onde estava a gruta e a floresta? Sem dúvida, era outra zona. Tentei caminhar até aqui, carregando Matt, e foi quando avistei Izzy e Ken. Foi um grande alívio.

Taichi deu uma olhada ao redor da sala de jantar, confirmando sua visão de "casa antiga".

- Interessante... - enfatizou Ichijouji em um murmúrio, mais para si mesmo.

Koushiro tocou o queixo sutilmente, mas todos perceberam que já estava maquinando o cérebro.

- Achei estranho essas flechas serem atiradas. Simplesmente não sabiam de onde vinham? - perguntou aos dois. Eles balançaram a cabeça - Certo... e eram atiradas várias vezes...

- Ah... esqueci de dizer! Elas pararam de serem atiradas no instante em que Yamato foi ferido - completou Kamiya.

Os demais o olharam, parecendo supor o óbvio.

- Então, tenho quase certeza de que o objetivo era causar danos a vocês... feri-los... matá-los... ou melhor, tentar impedi-los de continuar sua missão. - concluiu Ken.

- Exatamente. Foi o que eu havia pensado depois - disse Matt.

- O sr. Gennai não disse nada parecido com isso. Pensei que fosse nos adentrarmos na zona e decifrar o enigma, e este me parece bem misterioso - opinou Sora Takenouchi - Além disso, parece-me que ainda não fomos impedidos de nada aqui, nessa zona.

- Hum... creio que em cada uma há uma missão específica. Não sei, eu só acho... - começou Mimi, mexendo com a colher na sopa - E precisamos descobrir a nossa, e o interessante é que parece que temos de receber os amigos das outras zonas.

- Sim, Mimi... tem razão. Em parte, pelo menos...

- Também acho, Tai - concordou Koushiro - Mas será que a profecia também cobre esses... sei lá, "mecanismos de impedimentos"? - Taichi ergueu uma sobrancelha ao ouvir a expressão - Por que querem tornar as coisas mais difíceis?

- Deve fazer parte da profecia, sim. Nos impedem para dificultar nosso triunfo, dando mais chance de nossos digimons serem absorvidos pelas trevas - disse Yamato, friamente.

Os outros fizeram breve silêncio.

- Sim, é... Quem está por trás disso é quem libertou a profecia. E depois que Matt foi ferido, o "trabalho" - Ken moveu os dedos indicador e médios das duas mãos para fazer as aspas - foi cumprido. A menos que vocês dessem a volta por cima e conseguissem sair dali vitoriosos. E, bem conseguiram. - sorriu - Pensamos que, se Matt não tivesse resistido e Tai também continuasse na outra zona, seria totalmente difícil resgatar os digimons. Ou então... impossível.

Ele deu de ombros. Fez um sinal amigável com a cabeça, indicando a panela com a sopa, para se servirem. Poderiam jantar enquanto discutiam.

- Que bom que estão bem - comentou Izzy alegremente. Todos sorriram.

- Hum... então este enigma está se revelando bastante esquisito. - começou Sora - É algo diferente, não acham? Não acham que ele... é invisível?

Ken Ichijouji, que sentava na cabeceira, a olhou por um tempo até intrigá-la.

- Sim, sei o que quer dizer, Sora. Taichi e Yamato não decifraram nenhum enigma de códigos secretos, essas coisas mirabolantes para poderem sair da zona e chegar aqui. Tanto que nem mesmo - e desviou o olhar para os dois, do outro lado da mesa - perceberam que o tinham decifrado.

- Mas nós não deciframos nada. - tornou a repetir o diplomata, calmamente.

- Ah, pode apostar que sim. Está escrito, Tai! Gennai nos disse! E é aí que entra essa luz que você disse, que invadiu a gruta e saiu de vocês...

O resto calou-se; Mimi suspirou graciosamente. Kamiya franzia a testa, enquanto Ishida parecia estranhamente hesitante. O silêncio continuou por mais um tempo, cada um com seus pensamentos e palpites, até que Mimi resolveu fitar o namorado a fim de que recomeçasse alguma fala.

- Vocês... ao menos os veteranos... lembram-se do que foi dito sobre os brasões há mais ou menos 15 anos?

- Han... se for sobre as placas com os brasões...

- Sim, Tai. Os brasões da virtude não precisam de suas respectivas placas para se manifestarem e brilharem, ajudando os digimons a evoluírem. Porque eles estão em nossos corações... e sempre estarão, se quisermos. Depende de nós fazê-los brilhar.

Os companheiros olharam para Izzy Izumi ternamente, principalmente pelo seu raro jeito nostálgico de falar.

- É...sim! É claro, você está certo.

- Por isso acho que minha linha de raciocínio está no caminho correto...

- Esperem! E sobre o uivo do lobo... como ouviu, Tai? Como foi? - perguntou Mimi, praticamente interrompendo o garoto gênio.

- Eh, é mesmo... - murmurou ele, antes de responder - Quando a luz estava por iluminar completamente a gruta, lembro-me de ter ouvido um uivo de lobo. E depois é como se eu tivesse adormecido.

Yamato não sabia realmente o porquê de hesitar em contar sobre a visita do lobo à gruta. Engoliu em seco antes de pigarrear discretamente e disse:

- Assim como eu não sabia sobre as luzes, preciso contar uma parte da história que Tai não conhece.

O amigo virou a cabeça até ele, surpreso.

- Conte então, Matt. - falou Koushiro, com sua expressão curiosa.

- Bem... depois que Tai foi buscar a bolsa, aconteceu algo estranho. Eu estava deitado, na gruta, quando um lobo... branco, totalmente branco... parou na entrada.

- Oh! -Mimi soltou uma exclamação de espanto. Os demais, principalmente Taichi, o fitaram admirados.

- Fiquei com medo no início, achei que poderia me atacar... Tentei pegar alguma pedra, qualquer coisa para me defender, mas então ele se aproximou até ficar cara-a-cara comigo. Me paralisei.. mas, ao olhá-lo, senti algo muito bom - sorriu, lembrando - Seus olhos me transmitiam paz... foi então que o lobo deitou a cabeça próximo ao meu ferimento... senti minha vista pesada.... A lembrança de Gabumon passou pela minha cabeça, e...e...

Ele olhou para os rostos fixos nos dele e então concluiu, receoso:

- Acho que aquele lobo era Gabumon.

Matt Ishida imaginou que os amigos fossem discordar, ao menos lançar olhares duvidosos. Mas não; continuaram com a mesma expressão, agora mais intrigada do que antes.

- Incrível - Tai foi o primeiro a falar, encantado - Ele deve tê-lo feito adormecer.

- E olhem... - disse, tocando a atadura - ele não curou a ferida? Por isso ela está bem melhor?

- Sim, sim... - concordou Ken, pensativo - é possível. Vejam... ao contrário das flechas, esse lobo apareceu para ajudar. Deve possuir um grande poder. Eu e Izzy ficamos impressionados com o quadro do seu ferimento, está melhor do que imaginávamos.

- Gabumon quis te salvar... também acredito que seja ele. Além do mais, a forma evolutiva de Gabumon é a de um lobo - disse Sora, sabiamente.

- Mais uma pista quanto ao enigma. Bem... vamos raciocinar. - começou Izumi, entrelaçando as mãos - Os digimons foram capturados pela medalha. Melhor, pelo certo alguém que está de posse dela... a metade de bronze é a metade das trevas, que tenta contaminá-los com essa escuridão. Mas como todos sabemos, nossos companheiros digitais são fortes e não se darão por vencidos tão cedo, estão nos esperando...

"Minha suposição é que eles sabem o que está acontecendo conosco. Ou ao menos são capazes de sentir. Ao saber que Matt corria perigo, além da situação não ser favorável, Gabumon quis ajudar de alguma forma... A ligação entre os dois é tão forte que esse lobo se materializou e foi como a alma pura de Gabumon, a parte boa que ainda não foi contaminada e existe nele. Bem, são apenas suposições minhas, talvez não...

- Não, Izzy... - interrompeu Mimi, refletindo - Faz sentido o que você diz. E pode ser um aviso também. De que eles estão lutando e aguardam a nossa ajuda.

- Éee... ! - exclamou Ken - Sim, Izumi! Isso ajuda bastante. Gabumon deve ter atrapalhado os planos do inimigo. Agora as coisas começam a se encaixar...

- Hei, ei...peraí. Será que o enigma não pode ser isso? Fazer o nosso digimon aparecer?

Ninguém respondeu à pergunta do jovem Kamiya. Koushiro franzia a testa, raciocinando.

- Acredito que não... o lobo foi um desejo manifestado de Gabumon e, como Ken disse, está atrapalhando o inimigo (que ainda não conhecemos). Vamos... eu vou falar o que penso. Como eu disse sobre a luz dos brasões... Yamato salvou a vida de Taichi. Taichi o levou até um lugar seguro e voltou para pegar a bolsa de primeiros-socorros. Depois, uma luz saiu do peito de Tai e se juntou à de Matt e clareou toda a gruta, deixando-os desacordados e transportando-os à nossa zona. O que é possível de ter acontecido foi o poder dos brasões reagir nos dois, na forma dessa luz, e abrir a passagem para cá. Vemos uma troca dos brasões. E acho que também faz sentido...

Yamato olhou para o melhor amigo e murmurou, esboçando um sorriso:

- Coragem... e Amizade...

Tai sorriu; parecia compreender perfeitamente.

- Isso mesmo! - disse Ken - Por isso as luzes se juntaram, de acordo com vocês. E assim abriu-se a passagem.

- Se Taichi ainda pôde ouvir o som do lobo, quer dizer que Gabumon esperava que conseguissem sair dali! - completou Mimi Tachikawa, sorrindo.

Todos da mesa agora sorriam de satisfação, já que as primeiras conclusões estavam vindo à tona. E ficavam em parte aliviados que seus digimons ainda pudessem olhar por eles e, principalmente, resistir às trevas.

- Então, essas flechas misteriosas vieram tanto para impedi-los quanto para ajudá-los em sua missão - disse Sora - Ou então, Matt nunca teria levado a flechada e Gabumon não teria aparecido, e toda a sucessão e as luzes dos brasões também não aconteceriam.

- Hai! Está certíssima! - exclamou Tai, com simpatia.

- Bom, esperamos que tudo esteja mesmo correto - começou Koushiro Izumi, analisando a sopa amarelada - Se os dois estão aqui, é provável que o enigma nesta zona seja de espécie diferente. Temos que aguardar... para ver o que acontece. Por enquanto nossa missão é recebê-los.

- Só achei meio desigual essa distribuição pelas zonas... dois ali, quatro aqui... - disse Kamiya, sem dar muita importância, mexendo a colher. Eles sorriram. Afinal, aquilo já não importava muito... haviam mesmo três pessoas nas outras duas zonas.

Mimi levantou o dedo indicador com prudência e recordou-se:

- O sr. Gennai nos falou... que quando um grupo decifrasse o enigma, uma passagem se abriria e encontraria outro grupo; foi isso o que houve com Matt e Tai. Por isso que a nossa missão que Kou-kun acabou de dizer pode estar correta. E assim, quando os 12 estiverem juntos, o digiportal se abrirá.

- Por isso acho que os digimons estão no Digimundo, em algum lugar, aprisionados...

Eles concordaram com Yamato, assentindo com a cabeça.

- E quanto à parte de quando estivermos todos juntos... - disse o pesquisador Izumi - Ainda não temos certeza se o portal será aberto nesta condição ou se o 4º enigma terá de ser revelado também. Portanto, antes de fazermos qualquer coisa, é importante um descanso para nos prepararmos...

- É sim, depois de comer decentemente... - murmurou o portador da Coragem, espreguiçando-se - precisarei dormir, pessoal.

- Com certeza. Teremos um bom cochilo até a próxima investigação - disse Ken Ichijouji, provando da sopa - Hummm... e está excelente, Mimi!

- Ah, é? Obrigada! Que bom que gostou.

Os demais também provaram e fizeram gestos positivos, fazendo a moça corar ligeiramente de satisfação. Então exclamou, levantando-se da cadeira:

- Eu proponho, afinal! Um brinde à vitória de Taichi Kamiya e Yamato Ishida! E não podemos nos esquecer de Gabumon e das nossas conclusões...

- Mas Mimi... essas taças estão vazias - informou Matt, entretido.

- Han... é mesmo... assim não dá pra fazer brinde. Ah! E senhor Izumi... foi muito difícil deduzir isso tudo sem a ajuda do pineapple?

Koushiro cruzou os braços, fingindo indignação, e murmurou um "não..." sem conseguir conter o riso.

- Ótimo! Esperem-me um minuto, então - e a jovem cozinheira partiu em direção à cozinha.

- Será que ela vai achar alguma bebida nesta casa? - perguntou Sora, achando engraçado.

- Não sei, tudo pode acontecer. Se conseguiu preparar essa sopa... - respondeu Izzy - Podemos fazer um brinde sem bebida, oras.

- Ah, assim não vale! E Koushiro... vai me dizer ou não o que houve com o seu laptop? Eu o vi quebrado no chão da sala.

Sora deu umas risadinhas discretas, deixando os melhores amigos curiosos. Izumi o olhou com uma expressão exageradamente angustiada - a verdade era que o rapaz já sentia graça dessa história - e virou-se para Ken, apoiando o rosto na mão:

- Pode contar... é demais para o meu coração.

Os dois jovens prestaram atenção e soltaram boas gargalhadas quando o portador do brasão da Bondade relatou-lhes o acontecido. Imaginaram uma cena protagonizada por Mimi o suficientemente cômica para deixá-los com lágrimas nos olhos. Ken voltou a lembrar a Izzy que consertaria (ou melhor, tentaria) o seu amado computador...

Mimi Tachikawa voltou depois de exatos quinze minutos para a mesa de jantar, com as mãos empoeiradas, trazendo uma garrafa velha que os amigos acharam ser vinho tinto ou saquê.

***

Ken Ichijouji fechou a porta do quarto cuidadosamente. Taichi dormia placidamente na cama perto da parede e, de vez em quando, murmurava coisas ininteligíveis. Ken sorriu, balançando a cabeça, e sentou-se na beira de sua cama provisória. Já havia dado uma olhada no quarto, mas ali poderia contemplar sua beleza calmamente. Ficou minutos observando com atenção cada detalhe, desde o papel de parede até as cortinas aveludadas que cobriam a janela. Suspirou, desamarrou os sapatos e tirou-os, colocando-os ao lado da cama.

- Uffs... um pequeno descanso...

Foi então que reparou em um grande lençol amarelado que escondia um objeto comprido e vertical, a poucos metros à frente das duas camas. O investigador levantou-se e caminhou com lentidão, um pouco receoso se deveria ou não descobri-lo. Oras, e por que não? Não era nada de mais...

Retirou o lençol e jogou-o no chão. Um majestoso espelho de borda dourada envelhecida pelo tempo, cujos quatro pés eram em forma de garras, estava agora frente a ele. O rapaz ficou encantado... era um objeto de beleza magnífica. Ficou a passar os dedos pelos detalhes em volta do espelho quando, finalmente, percebeu algo que o assombrou.

Não conseguia ver seu reflexo.

Ken olhou fixamente para o espelho, mas não havia nenhuma figura de um rapaz alto, de cabelos longos e olhos azuis refletida.

- Não me digam que virei vampiro... - disse, em tom brincalhão. - Deve estar com algum defeito.

Entretanto, a imagem que aparecia no espelho era de um dos lugares da casa. Ichijouji olhou para trás, mesmo sabendo que não era o quarto que via ali, só para confirmar. Era o corredor do segundo andar que estava sendo refletido.

Incrível... nunca vi algo assim antes. Posso saber o que acontece ou quem passa pelo corredor... pensou, vidrado. Pegou a primeira coisa que viu - uma escova, que estava em cima da penteadeira - e saiu do quarto, colocando-a no meio do tapete do corredor. Voltou para dentro e viu a óbvia imagem da escova no espelho.

Ken sorriu. Pensou que Tai adoraria ver aquilo, mas estava claro que não iria acordar o amigo em hipótese alguma. Afinal, ele saberia do espelho assim que se levantasse.

Sentou-se na cama e continuou olhando para o corredor através daquela maravilha.

--

Sora Takenouchi apoiava os braços no peitoril da janela da sala e fitava sonhadoramente a lua cheia. Izzy ainda estava na cozinha, examinando com cuidado o rótulo da garrafa que Mimi trouxera - de fato, era vinho tinto -, não parecendo sentir-se muito bem.

Yamato, o outro que ainda permanecia no primeiro andar, vinha entrando com certo jeito de garoto pela porta e olhava os objetos ao seu redor com admiração.

Abraçou Sora por trás e a beijou no rosto carinhosamente. A moça cerrou os olhos castanhos claros, sorrindo, e suspirou...

- Gostou da casa?

- É muito bonita, sim. Daria um belo museu. Aquele quarto aonde eu estava é mesmo interessante... Nunca vi algo parecido antes... - ele riu, antes de acrescentar - Tai não se cansa de repetir que adorou tomar banho naquela banheira.

Sora sorriu e virou-se de frente para Matt. Tocou de leve o curativo em seu peito antes de fitá-lo:

- Tem certeza de que não sente mais nada? Está tudo bem?

- Sora... não precisa se preocupar, é sério. Eu não sinto nada, além disso... Gabumon também me ajudou.

- Hum... está certo - ela sorriu, agora brincando com a placa metálica pendurada em seu pescoço - Mas eu vou supervisionar do mesmo jeito, pode acontecer alguma coisa, ninguém sabe...

Yamato Ishida não respondeu. Continuou olhando-a daquele jeito peculiar, com um sorriso doce pintado nos lábios. Desta vez, Sora não ficou vermelha.

- Onde está Koushiro? - perguntou, estranhada.

- Ih... está na cozinha querendo saber direito onde Mimi arrumou aquele vinho! Ele não parece muito bem - respondeu, achando graça.

- Espero que esteja tudo certo. Matt, ninguém ainda tentou os walk talks... acha que daria certo uma comunicação com alguém de outra zona?

- Tenho quase certeza que não... mas não custa tentar. Joe ficou com o outro walk talk, além de nós dois e Tai - disse, caminhando até sua mochila (que estava largada no sofá) e a abrindo.

Buscou um pouco ali dentro e retirou o aparelho, ligando-o em seguida. Olhou para Sora e aproximou seu rosto...

- Alô... aqui é Yamato Ishida falando.

Fizeram um breve silêncio, porém não houve resposta. Eles ainda tinham alguma esperança de tentar falar com alguém distante, mesmo que fosse pequena.

- Joe... Jyou Kido, você está aí?

Nada. Matt sacudiu os ombros e acabou por desligar o walk talk e colocá-lo de volta na mochila.

- Tudo bem... era certo que não funcionasse, estão em uma espécie de outra dimensão - disse a escolhida do Amor, aproximando-se do rapaz - Os walk talks só serão usados por nós três, pelo visto... até Joe aparecer.

- É...é sim. - sorriu Yamato. Permaneceram por um momento olhando-se, sem dizer nada. Ele acariciou os cabelos de Sora, e então suspirou - Não está com sono?

- Não... - sussurrou, depois o abraçou - Está bom ficar aqui...

Um riso terno brincou nos lábios de Yamato Ishida, quem tornou a acariciar os cabelos castanhos da moça.

- Estou preocupada... também queria que Piyomon me dissesse alguma coisa, assim eu saberia se está bem - murmurou, com os olhos marejados de lágrimas - Não quero que nada de ruim aconteça a ela...

- Não fique assim, por favor... nós vamos libertá-los, você vai ver! Nossos digimons são mais fortes do que pensamos... Pode ter certeza de que não vão se entregar tão fácil. Eu também me preocupo muito com Gabumon, e com Takeru também... vamos desejar que nossos amigos venham logo ao nosso encontro para o portal se abrir.

- Sim... - Sora concordou. Ficaram assim, abraçados por um tempo que pareceu-lhes muito longo, até que Koushiro Izumi saiu da cozinha cambaleando graciosamente e chamou sua atenção.

- Acho melhor eu ir me deitar um pouco... - disse como uma queixa, colocando a mão sobre a barriga.

- Boa noite então, Izzy. Está se sentindo mal? - perguntou Sora, com um tom preocupado na voz.

- Mais ou menos. Um mal-estar, dor de barriga... mas vai passar. Boa noite.

O garoto gênio sorriu com timidez e pôs os pés no primeiro degrau da elegante escada.

- Boa noite. E... juízo, você e Mimi. - brincou Yamato.

- Vale o mesmo pra vocês - contestou Izumi, olhando-os mais uma vez.

O casal riu.

- Acho que a idéia de Daisuke sobre trazer remédios não teria sido tão má... - comentou Sora, acompanhando com o olhar Izzy desaparecer no andar superior.

--

Ichijouji ainda jazia sentado na beira da cama, ora olhando para o reflexo do espelho, ora para a moldura do mesmo. A ver pelo silêncio do quarto, o rapaz assustou-se ligeiramente ao ouvir um ronco mais alto vindo de Taichi, quem sequer abrira um olho desde que Ken entrara ali.

Ken levantou-se e parou diante do espelho, parecendo ver alguma coisa peculiar.

- Ora, ora... isso é incrível. - murmurou, olhando para o rapaz de estatura baixa no espelho, que andava pelo corredor - É Izzy.

Izzy andava calmamente pelo corredor da casa, ainda com a mão na barriga, quando tropeçou na escova. Não era possível ouvir o que ele dizia, mas provavelmente rogava alguma praga para o objeto. Entrou no quarto à frente e seu reflexo desapareceu do espelho.

Ken continuou a admirar o corredor vazio. Não sabia a verdadeira causa daquela intriga, para ele era apenas fantástico um espelho daqueles. Tinha a certeza de que era rodeado por certa magia... e não havia nenhum no mundo assim.

Uma nova forma que se refletia no espelho atraiu mais a vista do investigador. Pensou que fosse ele mesmo a aparecer ali desta vez... e acertara, de certa parte. Um garoto de estatura média usava uma enorme peruca azul clara e óculos que escondiam olhos frios e ressentidos. Usava uma roupa excêntrica e segurava um chicote na mão.

O coração de Ken deu enormes saltos. Era ele... ele, o Imperador Digimon. Como podia? Que raios era aquilo? O espelho era realmente mágico e não apenas refletia o corredor ou conseguia fazer aparecer... o passado?

O escolhido da Bondade fechou os olhos, imaginando que aquilo fosse produto de sua própria mente, e então tornou a abri-los. Porém o Kaiser continuava espelhado, mais nítido que antes, fitando-o com a mesma expressão que tinha de onze anos atrás.

- Saia... daí...! - gritou em um sussurro - O que quer? Me assustar?

O Imperador Ken o olhava, e no real era um olhar assustador.

- Eu...não...sou...você! Saia, desapareça! Você morreu junto com o meu passado!

Ken Ichijouji sentiu uma forte pontada na cabeça, que fez com que perdesse o equilíbrio e acabasse de joelhos no chão. Levou a mão esquerda aos cabelos e voltou a vista no espelho. A imagem do antigo Imperador se dissipava aos poucos... ele arregalou os olhos quando viu que o que aparecia agora era exatamente o que todos queriam ver: a metade bronze da medalha.

- É ela! Está... no corredor... - Ken disse baixinho, incrédulo e impressionado com o que estava acontecendo.

A medalha parecia flutuar no meio do corredor, como se estivesse segura em uma mão invisível. As doze pedras de cristal que representavam os digimons estavam lá, no entanto podia ver claramente que duas delas tomavam uma cor escura. O rapaz tentou levantar-se, mas outra forte pancada o impediu. Já não sabia se estava vendo a medalha de verdade ou se era também uma alucinação... agora podia ouvir vozes... e visualizar velhas imagens que rodavam em sua cabeça.

Via seus pais, aflitos e preocupados... uma partida de futebol com Davis... ele, vestido de Imperador... os digimons agoniados sob seu poder... Ken sacudiu a cabeça, ficou tonto, queria de qualquer jeito desvencilhar-se dessas tristes lembranças. Eram as últimas coisas que queria ver... mas não conseguiu se livrar delas.

Agora via os seus amigos lutando contra ele no Digimundo... uma outra ocasião em que TK o socava... as Torres Negras... os Anéis Negros... e os digimons sendo maltratados - por ele, por ele! - ...a semente das trevas... Cody olhando-o de forma desconfiada... a doce voz de Wormmon a chamá-lo...

- NÃO! - gritou Ken a plenos pulmões, levantando-se decididamente.

Tai acordou assustado e com os olhos sonolentos. Remexeu-se agitado na cama e sentou-se, tentando fixar a vista na cena à sua frente.

- Ken...?

--

Koushiro entrou no quarto resmungando algo bem baixo e encostou a porta atrás de si. Gemeu dolorosamente um par de vezes, apoiando-se na mesinha preta que ficava do lado esquerdo da porta. Por pouco não deixou cair o vaso de orquídeas...

- Izzy, meu amor! - exclamou Mimi alegremente, vindo ao seu encontro - Aonde esteve até agora?

- Ah, Mimi... verificando o rótulo daquela maldita garrafa que você nos arrumou! - respondeu, em um tom perceptivelmente zangado.

Havia três camas no quarto, cada uma a poucos metros da outra. A dona da Sinceridade andara bisbilhotando todos os objetos que julgara "diferente" e aproveitara para arrumar especificamente a cama do canto, da parede.

- Ué... mas por quê? - perguntou inocentemente, piscando os olhinhos cor-de-mel - Me parece aborrecido... você está bem?

- Olhe bem para mim e veja... ai... estou com uma dor de barriga dos infernos...

- Oohh, pobrezinho do meu Kou-kun! Deixe-me cuidar de você...

- Auto lá, Mimi! Será que antes poderia me dizer aonde arrumou aquela garrafa? Aliás! Os legumes da sopa também. - disse Izumi, contorcendo-se.

A namorada o fitou muitíssimo desconfiada e franziu o rosto:

- Está querendo me dizer que a culpa desse seu piriri é do meu jantar?!

- Não foi isso o que eu disse! Espera... mas essa mistura de sopa com vinho não pareceu me fazer bem, e eu queria saber de onde os ingrediente provém. Algum problema?

- Não. Mas me ofendeu! - disse a mocinha, virando-se nervosamente - Achei legal fazer o brinde... eu... não tinha nenhuma bebida, então acabei encontrando o vinho no porão. Foi isso!

- Aii... - Izzy gemeu, cambaleando para trás. O choque da frase parecia ter influenciado na dor - Ai, está pior do que quando tomei aquele suco na casa dos Kamiya... esse troço devia estar jogado lá desde os tempos em que essa profecia foi escrita! Como se não bastasse, meu laptop está quebrado...

- Koushiro Izumi! - esbravejou a jovem Tachikawa - Não me venha falar desse computador agora! E pare com isso, você é o único de nós que está reclamando de dor de barriga!

O digno portador da Sabedoria não pôde retrucar. Apenas a olhou com seus olhos negros comprimidos, sussurrando algo do tipo: "preciso de um banheiro...".

Nesse instante, a porta foi violentamente escancarada, fazendo os dois saltarem de susto. Ken entrara, parecendo ter perdido o controle, caindo no chão. Estava notavelmente nervoso, tremendo e suando. Taichi entrou correndo logo depois, com os cabelos mais rebeldes do que nunca, e parou na entrada.

- O que é isso, o que está se passando?! - perguntou Mimi, quase gritando - Ken? Ken!

- Eu é que pergunto! Ele saiu do quarto desesperado. - disse Tai.

- Estava no corredor, estava... eu vi - repetia Ichijouji, enquanto era erguido pelo jovem da Coragem - eu vi...

- O quê, o que você viu, Ken?

Koushiro agora o fitava preocupado, esquecendo-se um pouco da terrível dor que sentia.

- A medalha! Eu vi a metade de bronze!

Os demais se olharam, espantados, curiosamente sentindo seus corações baterem mais rápido.

- Impossível...

- É verdade, Tai, eu vi! Estou lhes dizendo... a medalha, flutuando, e...

- Calma, Ken! - rogou Mimi. A verdade era que nunca haviam visto o amigo daquele jeito - Fale devagar, assim não iremos entendê-lo.

Ken Ichijouji suspirou profundamente e continuou, fitando o chão:

- A metade de bronze... havia as doze pedras de cristal nela como previsto, em volta de um semi-círculo, mas duas estavam praticamente negras. Lembro-me muito bem, eram a quarta e a penúltima pedras...

Tai fez uma cara de que não estava entendendo direito:

- Mas... o que isso...

- Eu acho que sei o que quer dizer. - cortou Izzy, com seriedade. Não parecia haver vestígios da dor de barriga agora - Os digimons já foram capturados pelo inimigo, no entanto essas pedras negras... significam que dois deles foram absorvidos, não é? E se Agumon e Tentomon haviam sido os primeiros a desaparecerem...

- Espere, é isso, então? - exclamou Mimi aflita, interrompendo.

Taichi fechou os olhos para uma rápida reflexão e então murmurou:

- Piyomon e Patamon.

Os demais ficaram quietos. Passos abruptos vindos das escada foram ouvidos e Sora e Matt apareceram na entrada do quarto do fim do corredor, notavelmente assustados. Sora os observou por um momento e perguntou, hesitante:

- Que barulho todo foi esse?

**Continua...

Notas finais da autora: Como prometi a mim mesma, terminei o capítulo hoje, mais precisamente às 12:23 p.m... Finalmente alguns dos digiescolhidos puderam ter uma boa conversa depois que chegaram às misteriosas zonas. Resolvi colocar a cena de Izzy e Mimi porque, além de dar um tom cômico ao capítulo, acho um casal muito terno e engraçado ^_^. E sobre o intrigante espelho... ele é um elemento essencial desta zona, e foi uma idéia que ocorreu na minha amiga, então decidi que este era o melhor capítulo para inseri-lo. Ela soube de um espelho desse tipo em um livro que leu - não lembra-se nem do nome! -, por isso ainda não posso pôr os devidos créditos. Mas tenho que agradecê-la! n__n (E você se lembra, Motoko, daquela conversa no final do ano retrasado?)
E o que irá acontecer nos próximos capítulos... O que houve com TK? Onde estão Yolei e os outros? O que irá aparecer no espelho na próxima vez? O laptop será restaurado? Izzy continuará com dor de barriga? Ken realmente viu a medalha ou foram só alucinações? Será que Piyomon e Patamon estão em um perigo maior? E, principalmente... onde Mimi arranjou os legumes?
Saberão as respostas para estas e outras perguntas logo! Não percam o capítulo 13 de "Pólos Opostos", que será publicado daqui a... pelo menos um mês ^^"...
E não ser esqueçam dos REVIEWS! (aproveito para agradecer às mensagens ^_^)

Até mais. Manu(1).