Nome: Cama de Gato
Autor: Suryia Tsukiyono
Pares: Tudo que posso dizer é que Aya, Ken e Omi estão envolvidos nisso.
Classificação: Angst, Romance, Lemon, (um pouco de comédia? o.O" vou pensar sobre isso)
Avisos: Esta fic pode conter cenas fortes e um pouco depressivas, por isso estejam preparados.
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Cama de Gato
Por Suryia Tsukiyono
Parte IIAlguns dias haviam se passado e os dois assassinos já estavam se adaptando àquela nova rotina. Os presos não os importunavam temendo o tal Homem de Neandertal, como Ken estava sendo chamado desde que chegara àquele lugar. Várias atividades já haviam sido atribuídas a cada um deles, Omi estava trabalhando na cozinha, Ken na marcenaria e ambos trabalhavam também na faxina, o que facilitava, e muito, já que assim tinham acesso à praticamente todos os lugares do presídio, podendo plenamente analisar a questão de segurança e formas mais inteligentes para uma possível fuga.
Já era bem tarde da noite e todos os presos estavam recolhidos em suas celas, e apesar de muito cansado Omi não conseguia dormir. Não conseguia apagar aquelas trágicas cenas da memória. Todo o esforço para tirar Aya de seus pensamentos era inútil. E a dor e a saudade o atormentavam cada vez mais, principalmente quando chegava a noite, quando sua cabeça não tinha mais afazeres para se ocupar. Nem a companhia do seu laptop ele tinha, e tudo o que fazia era pensar em Aya.
Deitado na cama de cima Ken acompanhava a inquietação na parte de baixo, deduziu que o loirinho não estava conseguindo dormir mais uma vez. Então ele abaixou a cabeça na direção da cama de Omi para se certificar que tudo estava bem com ele.
"Ei, o que foi? Não consegue dormir?".
"Não, eu até estou cansado, mas parece que não consigo me desligar...", respondeu Omi desanimado com a freqüência em que isso estava ocorrendo.
O jogador desceu de sua cama e sentou-se ao lado do chibi, retirou uma mecha de cabelo loiro que encobria o rosto delicado e enxergou nitidamente a tristeza naqueles olhos azuis.
"Estava pensando nele, não é?", perguntou o moreno sem medo de ser invasivo.
"Está tão na cara assim?", retrucou Omi espantado, sabia que aquilo era mais uma afirmação do que uma pergunta e ele não tinha motivos para negar.
"Você nem imagina o quanto", disse Ken sorrindo.
"Está muito difícil, Ken-kun... Eu sinto muita falta dele. É um vazio muito grande que não pode ser preenchido com nada mais...", desabafou Omi, ele estava angustiado com tudo aquilo.
"Eu entendo...", Ken silenciou-se por um instante e mergulhou em seus pensamentos. Por mais que quisesse ajudar o companheiro não poderia livrá-lo daquela dor, nunca seria capaz de preencher aquele vazio que Omi dizia sentir.
"Durante o dia eu consigo não pensar, mas agora quando eu não tenho o que fazer... não consigo esquecê-lo", disse o menino despertando o moreno de seus pensamentos.
"Então por que não usa esse tempo para pensar em como sairemos daqui?", sugeriu Ken tentando disfarçar um pouco. "Já descobriu alguma coisa que pode nos ajudar?"
"Não muita coisa, mas eu comecei a fazer um mapa com os horários de todas as trocas de guarda pelo menos durante o dia enquanto posso observá-los. Acho que pode ser muito útil", contou Omi um pouco mais animado. A sutileza de Ken ao mudar de assunto fora tamanha que o loirinho nem sequer percebeu.
"Muito bem pensado, Omi!".
"Acho que teremos boas notícias em breve", Omi fitou o amigo por alguns instantes tentando imaginar como Ken ainda se mantinha tão forte e otimista, mesmo com tudo o que havia acontecido. Enquanto ele próprio mais parecia um pedaço de cristal, pronto para se quebrar a qualquer momento. "Escuta Ken-kun... Eu fiquei curioso sobre uma coisa... Eu sei que você já estava aqui há dois dias antes que eu chegasse...".
"Sim, a polícia achou que eu estava disposto a colaborar, e que eu realmente não sabia de nada, então foi bem rápido de me mandarem para cá. Ao contrário de você que estava furioso e deve ter dado um belo de um trabalho para eles".
"É verdade. Mas eu ainda não entendo por que todos aqui têm medo de você, e por que para minha sorte você foi transferido para essa ala.", questionou o chibi.
"Ah, isso? Bom, quando eu cheguei aqui eu fiquei numa cela com uns caras muito estranhos, mas eu até fiz amizade com eles, jogamos cartas, até dominó... E comecei a ganhar diversas vezes seguidas", ele explicou.
"Nossa, nunca pensei que você fosse bom nas cartas ou dominó", Omi parecia surpreso.
"Eu costumava jogar isso no vestiário entre um treino e outro para passar o tempo".
"Tá aí, algo interessante de imaginar...", o loirinho gracejou rindo levemente.
"Ei, não é só porque eu não sei jogar xadrez que eu não saberia jogar qualquer outra coisa!", contestou ele fingindo estar bravo. "Mas como eu ia dizendo, quando eu estava ganhando um tal de Nobunaga, ouvi dizer que ele era o chefão entre os presos, ele veio com um papo muito estranho. Ele me xingou de um troço lá... como era mesmo?... era... Finório! Isso mesmo, finório. Ele me disse que se eu não estava roubando no jogo, então eu era bastante finório. Ai eu parti pra cima e arrebentei ele! Onde já se viu me xingar assim!".
Omi levou a mão sobre a face escondendo o rosto e balançou a cabeça envergonhado, mal podendo acreditar no que tinha acabado de ouvir.
"Ken-kun, eu não acredito... Ele... ele te fez um elogio... Céus, ele quis dizer que você era esperto. Finório quer dizer astuto", explicou Omi totalmente abobado com aquilo.
"Ah era isso? Como eu podia saber? Agora já era...", respondeu o moreninho um tanto sem graça.
Omi bem que tentou segurar o riso, mas não agüentou desabando numa gargalhada.
"Ei! Que foi? Está rindo de quê?", perguntava ele fazendo Omi rir ainda mais, mas logo eles se calaram sob protestos e reclamações dos companheiros de cela que se incomodavam com o barulho que eles faziam.
"Acho melhor irmos dormir, amanhã teremos mais um longo dia pela frente", aconselhou o jogador já bocejando de sono.
"Tem razão", concordou Omi deitando-se novamente em sua cama. "Ken-kun... arigatou".
Ken apenas sorriu e subiu de volta a sua cama para mais uma noite de sono.
No dia seguinte Omi sentou-se ao lado de Ken no refeitório, e certificou-se que não estavam sendo observados.
"Quero te mostrar algo, tome", disse Omi passando para as mãos do moreno um pequeno objeto por debaixo da mesa.
"O que é isso?", indagou ele segurando um pequeno frasco sem ter a menor idéia do que aquilo poderia ser.
"É spray de pimenta. Eu mesmo que fiz", revelou o garoto sorrindo enquanto disfarçava remexendo na comida.
"Tá brincando, né? Pra que isso?", Ken ainda não conseguia entender.
"Para ajudar na nossa fuga. Não pensa que fugiremos sem ter nenhum tipo de arma, não é?", retrucou o loirinho muito seguro de si.
"Não é que... eu havia pensado em algo mais eficiente".
"Aqui dentro não temos muita opção, temos que nos virar com o que estiver a mão", Omi respondeu e continuou explicando. "Hoje eu tenho plantão na enfermaria, e pretendo roubar algumas substâncias químicas, algo que possa servir como sonífero, tipo Éter, ou algo assim e que possa ser também inflamável".
"Hun... estou começando a entender. Não vejo a hora de dar o fora daqui", desabafou o assassino mais velho.
"Também preciso que me faça uma coisa, já que você está trabalhando na marcenaria, preciso que me faça um estilingue", pediu Omi muito sutilmente e cuidando para que a conversa não fosse ouvida por ninguém em absoluto.
"Um estilingue? Omi, você já não está muito velho para brincar com essas coisas?", perguntou Ken um pouco espantado.
"Ai céus, Ken! Não é para brincar... é para a fuga também. Para usar com isso", e o chibi colocou na mesa várias bolinhas.
"E isso? O que é?".
"São bolinhas de sal, essas são de pimenta também", explicou ele diferenciando cada bolinha.
"Mas para que serve?", Ken continuava sem entender nada.
"Vou usá-las no estilingue para desarmar as câmeras de segurança que ficam no corredor", contou o loirinho, estava muito animado com aquele plano.
"Entendi, mas... mas você vai fazer isso com um estilingue?", Ken estava incrédulo sobre tudo aquilo.
"Claro, e você acha que descobriram como o meu enorme talento e excelente mira quando eu ainda tinha seis anos de idade?".
"Nossa, tudo bem... Faço seu estilingue", concordou o jogador achando tudo um tanto engraçado, mas se isso servisse para dar a eles a liberdade por que não tentar?
Tudo correu como Omi esperava, conseguira pegar as substâncias que precisava na enfermaria sem levantar suspeita. E já planejava bisbilhotar o computador da sala do diretor assim que fosse escalado para fazer faxina lá. A cada dia que se passava parecia que a liberdade estava um pouco mais perto dos dois assassinos.
Dias depois o chibi estava sentado no pátio com um caderno e caneta em mãos, concentrado revisava todos os horários e trocas de turno que havia conseguido mapear até então. Tentava também fazer um pequeno mapa com uma rústica planta do local. Pensava que se tivesse seu laptop em mãos a tarefa não estaria sendo tão demorada. Enquanto isso Ken jogava futebol com outros presos no mesmo pátio. Mas o loirinho não desprendia os olhos do papel um único minuto. Não sabia se havia tomado gosto pela idéia de terem uma nova vida sugerida por Ken, ou se aquilo era apenas uma forma de ocupar sua mente, evitando assim que continuasse relembrando toda a sua tristeza. Porém sua concentração foi cortada no momento em que uma estranha confusão começou no meio do pátio. O menino se levantou para saber o que estava acontecendo e qual não foi sua surpresa ao ver que se tratava de uma briga e Ken estava metido no meio confusão. Alguns presos tentavam separar a briga enquanto os guardas também já chegavam para dar fim àquela desordem.
"Vamos Ken-kun! Pare já com isso!", recriminou Omi ajudando o moreno a se recompor. "Que diabos você tem na cabeça?".
"Omi, eles me provocaram... Ficaram falando coisas sobre você. Eu não podia deixar...", explicou-se o jogador meio esbaforido.
Omi enrubesceu ao saber que Ken o estava defendendo de comentários maldosos, mas também sabia que agora o esportista estava seriamente encrencado.
"E você não tinha nada que aceitar a provocação. Você sabe que aqui o culpado é sempre quem começa a briga. Isso era tudo o que eles queriam...", dizia o chibi enquanto um guarda ia pegando Ken pelo braço e levando-o pra longe.
"Vamos, você precisa ficar um pouco sozinho para pensar melhor", dizia o homem enquanto o levava.
"Mas ei! Foram eles que me provocaram! Ei! Omi!", o moreninho protestava inutilmente.
"Ken-kun...", sussurrou o menino um tanto desanimado.
Quando Omi retornou a cela ficou sentado num canto pensativo, estava preocupado com o jogador que havia sido mandado para a solitária. Não sabia como ele estava, e se isso poderia complicar suas vidas, afinal não era a primeira vez que ele se metia numa briga. Passadas algumas horas o chibi começou a se sentir incomodado pelo olhar dos outros presos. Quando Ken estava com ele normalmente não sentia esse tipo de coisa, pois afinal também não olhavam para ele daquele jeito. Pressentia que alguma coisa estava errada ali.
"Ei gostosinho, relaxa! Seu amiguinho vai ficar bem... já você... eu não posso dizer o mesmo", disse um dos presos sorrindo e se aproximando.
Omi tremeu e recuou quando viu que os outros homens também se aproximavam, mas naquele lugar não havia para onde correr.
"Esperem um pouco... isso...", Omi mal conseguiu organizar seu pensamento e pronunciar algo e logo foi atacado pelos homens. Ele não podia acreditar que tudo acabaria assim. O desespero ia ficando cada vez maior, cada vez que ele tentava lutar inutilmente, eles eram em maior número e com mais força que ele. Aquelas mãos pegajosas em sua pele era algo que Omi simplesmente repugnava, mas nem todos os seus protestos adiantaram alguma coisa, como se não bastasse tudo o que havia lhe acontecido não podia crer que o destino havia lhe determinado mais uma armadilha.
Neste momento Omi lembrou do pequeno spray de pimenta que estava em seu bolso, com muita dificuldade conseguiu alcançá-lo e em um movimento ágil ele atingiu os olhos do primeiro homem e em seguida o resto deles. Isso fez com que os prisioneiros se afastassem rapidamente, levando as mãos aos olhos e gritando de dor. Logo depois o carcereiro abriu a cela retirando todos eles e levando-os para a enfermaria, restando apenas Omi dentro da cela. Tão logo os presos foram levados, o jovem jogou todo o conteúdo do frasco na pia e o lavou em seguida apagando todas as provas do que havia acontecido. Se perguntassem negaria tudo e diria que estava dormindo quando tudo aconteceu. Aos poucos ele se acalmou e quando finalmente achou que estava seguro ele deitou-se pesadamente em sua cama.
"Essa passou perto... mas eles não vão desistir".
Ken e Omi finalmente haviam sido escalados para fazer a faxina na sala do diretor do presídio, seria a primeira chance do chibi de ter um computador em mãos.
"Ken-kun, por favor,vigie a porta enquanto eu vasculho o computador", pediu o loirinho cuidadoso, agora que estavam tão perto não podiam correr o risco de serem apanhados.
"Tudo bem, mas antes eu preciso lhe dar uma coisa", respondeu o jogador tirando um objeto do bolso.
"Meu estilingue! Você fez! Maravilha, agora sim posso tirar aquelas câmeras do nosso caminho", disse Omi entusiasmado enquanto pegava o pequeno artefato.
"Omi, você acha mesmo que vamos conseguir escapar só com isso que temos? Eu estava pensando em usar armas mais letais".
"Ken-kun... Ainda que tivéssemos armas assim, não poderíamos usá-las", o menino foi explicando e recebendo de volta um olhar confuso por parte do moreno. "Não podemos começar uma vida nova tirando mais vidas... Além do mais, lá fora nós matávamos criminosos, mas aqui, os policiais e funcionários são pessoas inocentes cumprindo com o seu dever, trabalhadores... chefes de família... Não seria certo".
"Omi...", Ken fechou os olhos envergonhado diante da sensibilidade de Omi. Que tipo de pessoa ele havia se tornado durante todos esses anos matando gente? Que tipo de pessoa era ele a ponto de não perceber algo tão óbvio e sincero como as palavras do jovem arqueiro?. "Eu não havia pensado nisso... sinto-me muito mal...".
"Não seja bobo, você apenas se distraiu com a enorme vontade que você tem em sair daqui. Foi apenas isso", o menino tratou de achar um jeito de amenizar a situação. "Agora vamos! Vigie a porta que meu trabalho começa agora".
"Certo!", concordou ele já assumindo seu posto prontamente.
O jovem hacker passou algum tempo manipulando o computador, mas aparentemente sem nenhum progresso, o que já estava deixando Ken nervoso.
"E então? Nada ainda?", indagou Ken apreensivo, acreditando que já estavam demorando tempo demais.
"Nada... está meio complicado de entender isso. E o computador não está ajudando muito", respondeu ele.
"Ora, Omi! Sei que você é capaz de mexer em qualquer bicho desses ai, não importa o tipo. Tenha um pouco mais de boa vontade!", insistiu o jogador tentando incentivá-lo.
"Estou tentando...".
O jogador continuou sua tarefa de vigiar a porta, torcendo para que Omi conseguisse algo, não aceitaria ter ido tão longe para desistir agora, estava mesmo decidido a sair dali e construir uma nova vida ao lado de Omi.
"Achei! O sistema de monitoramento das câmeras de segurança não está interligado a este computador, provavelmente ele fica em alguma outra sala. Pelo jeito o estilingue será mais útil do que imaginei. Em compensação aqui eu tenho acesso a todos os dados e controles eletrônicos de travas e trancas, desde as portas das celas até o portão principal. Vai ser moleza!", revelou Omi com toda empolgação.
"Ótimo, mas agora largue tudo isso e disfarce. Dois guardas estão vindo para cá", avisou o jogador recolhendo todo o material da limpeza que já havia sido feita antes que eles começassem a investigar.
Omi arrumou tudo e não deixou nenhum rastro do que havia acontecido naquela sala. Pegou suas coisas e conseguiu sair junto com Ken antes que os guardas pudessem chegar e desconfiar de alguma coisa.
"Omi, você ainda está acordado?", chamou o moreno se debruçando na cama de baixo.
"Estou, pra variar não consigo dormir", respondeu Omi resignado, mas sabia que dessa vez o motivo de sua insônia era outro. Era o fato de estarem tão perto da liberdade.
"Você conseguiu mexer lá o suficiente para nos tirar daqui?", ele sussurrou com medo de serem ouvidos.
"Sim, já sei como operar todo o sistema. Agora basta que eu consiga entrar lá novamente e alterar a programação, vai ser bem fácil", replicou o menino todo confiante.
"Que bom! Eu já não agüentava mais ficar aqui", ele desabafou.
"Eu também, Ken-kun. Não quero imaginar as coisas que poderiam acontecer caso você não estivesse aqui comigo", concordou Omi lembrando-se dos apuros que havia passado no dia em que Ken fora mandado para a solitária. "Nunca mais me deixe sozinho... não quero ficar sozinho".
"Desculpe, Omi. Eu vou me manter longe de confusão agora. Eu nunca me perdoaria se tivesse lhe acontecido algo", recriminou-se o jogador.
Omi sorriu para ele, sempre soube que Ken era muito dedicado a ele, eram muito amigos e se davam bem, mas agora convivendo por mais tempo juntos o menino podia perceber isso com maior clareza e era grato ao jogador por toda a dedicação, por tê-lo livrado de todas as situações difíceis e por tê-lo convencido a não desistir de tudo. Embora não conseguisse desvencilhar a imagem de Aya da sua cabeça, presenciar toda aquela força de vontade que Ken possuía pela vida, por uma nova vida, o fez querer tentar novamente, mesmo que isso fosse extremamente doloroso.
"Amanhã eu ainda quero providenciar mais algumas coisas para nossa fuga", contou Omi.
"Que coisas?", Ken quis saber meio curioso. O que poderia ser que o chibi estava tramando?
"Quanto eu estiver trabalhando na cozinha tentarei pegar algumas facas, ou pelo menos as lâminas".
"E você acha que consegue?", questionou o jogador um pouco duvidoso.
"Creio que sim. Não foi você mesmo quem disse que somos assassinos altamente treinados? Vou encarar isso como um treinamento", o menino brincou.
"Mas e aquele papo de não matar, Omi?", por essa Ken realmente não esperava.
"Eu continuo pensando a mesma coisa. Isso será apenas por garantia. Acho que entre matar ou morrer não teremos outra escolha. Mas espero que isso realmente não seja necessário". Ele explicou.
"Ótimo! Entenda como legitima defesa...", sugeriu o moreno tentando descontrair um pouco.
"Só mais alguns dias, Ken-kun... Mais alguns dias e nossas vidas irão mudar", dizia Omi saboreando cada palavra dita.
Ken suspirou ansioso e voltou para sua cama desejando do fundo do seu coração que fossem as últimas noites em que dormiriam naquele lugar.
Continua...
Suryia Tsukiyono
Julho de 2005
02
