Clocks
Por Ferfa.

;disclaimer: Se Harry Potter fosse meu, ele e o Draco estariam atrás de uma moitinha nesse instante, fazendo coisas que até Deus duvida. :D Mas o Niue é da Ferfa, e ninguém pega!
;spoilers: primeiro ao quinto livro.
;shipper: Harry Potter e Draco Malfoy.
;classificação: T
;avisos: pós-Hogwarts, slash e mpreg. Continuação de "We wish...".
;capítulos: 01 a 03
;sinopse: Quando a paz e harmonia finalmente volta para a casa de Harry e Draco, Niue vê uma cena que lhe deixa com uma idéia fixa: ter um irmãozinho. O mais rápido possível.

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Capítulo 03 – De amores e outros mais.

Acordou e, imediatamente, sentiu sua cabeça latejar. Não conseguia nem ao menos abrir os olhos. Virou-se na cama e não conseguiu se lembrar como chegara até lá. Sua última lembrança era do copo de firewhisky pendendo em sua mão, indo de um lado para o outro como um pêndulo.

Passara horas bebendo. Potter não estava lá. Potter. A voz dele começou a encher lentamente os ouvidos de Draco. Estavam discutindo? O moreno estava. Estava bravo por Draco ter gritado com Niue. Seu filho... um filho.

A discussão era sobre filhos! Era isso que Potter queria. "Mimado. Você tem medo", ele dissera. Ou qualquer coisa parecida com isso. Prepotente. Por que ele não sofria as dores do parto, se queria tanto um filho assim? Irritou-se.

'Porque ele não pode. Lembra-se? Os medi-bruxos disseram que a poção não faria efeito para Harry', disse uma voz em sua mente, trazendo memórias antigas. Ele quase se esquecera disso. Praguejou, baixo. Sentia vontade de arrancar cada fio daquele cabelo terrivelmente desarrumado com as mãos. Sentia raiva dele, sem saber o motivo.

Levantou-se tão rápida que sentiu mil agulhas penetrando lentamente sua cabeça. Sentiu-se tonto e teve que apoiar no criado-mudo para não cair. Por alguns minutos, não conseguiu ver nada. Fechou os olhos com força, esperando tudo voltar ao normal.

Estava sozinho no quarto, e o sol brilhava forte. Sua roupa estava grudada no corpo, devido ao suor. Fez uma careta e despiu-se o mais rápido que conseguiu, indo até o banheiro e enchendo a banheira com água quente.

Não conseguira todas as memórias do dia anterior. Alguma coisa lhe dizia que tomara um decisão importante enquanto bebia. 'Mas o que? Merda'.

Encheu seu corpo de espuma.

De repente, lembrou-se. Ficou assustado. Como ele pudera pensar justo aquilo? Ele não queria. Ele não queria, de verdade.

'Sim, eu quero'.

Pela primeira vez na vida, tomou um banho rápido. Não notou nem que roupa estava vestindo e gritou qualquer coisa para Cook, da sala, enquanto aparatava. Tinha vários negócios para resolver.

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"Vamos, sente-se aqui no meu colo", disse Harry, gentil, sorrindo para Niue.

O garoto imediatamente obedeceu. Estava com o pai desde manhazinha e, nesse momento, estava prestes a ver todas as recordações dele dos tempos de Hogwarts, trancados no espaçoso escritório.

Harry abriu uma caixa relativamente pesada, ampliada magicamente. Um presente de Natal de Rony. A primeira coisa que viram foi seu diploma de Hogwarts, um pergaminho mais amarelado do que o normal, por passar tantos anos ali. "Sr. Harry Potter, bruxo formado". Um mês depois a guerra estaria no seu auge. Draco, desaparecido, reapareceria na Ordem, dizendo que estava do lado deles e os fatos de sucederiam.

Dois anos. Tantas vidas perdidas em vão. Ele se culpava por cada uma delas. Afinal, apenas Harry podia destruir Voldemort e sua demora só significava mais perdas. 'Pare de se culpar, seu imbecil. Você é o herói, Potter'. As palavras irritadas de Draco ecoaram na sua mente.

Ele riu.

Logo depois, um artigo que Hermione insistira para ele guardar. "Paz, paz finalmente", era o título. Uma longa reportagem sobre a guerra, no dia seguinte da destruição de Voldemort. Jornalistas de todo mundo pediam entrevistas, mas ele não deu nenhuma.

Seu nome era o mais conhecido de todo mundo mágico, mas ele apenas queria aproveitar sua merecida tranqüilidade. Lembrava-se de como sentia-se confuso. Seus pensamentos todos acabavam, de uma forma ou de outra, em Draco. E ele sabia que isso era errado. Mas ele gostava. Ele gostava de Draco. De tudo nele.

Havia duas fotos da Ordem da Fênix. Uma em seu primeiro dia, outro no último, logo depois da derrota de Voldemort. A diminuição dos participantes era clara. A maioria morrera, alguns ainda estavam em St. Mungus, incapacitados para sempre. Harry teve vontade de chorar, de repente. Lembrava-se de todos eles... Mortos, por culpa dele.

Quis sair correndo de lá imediatamente. Não sabia onde estava com a cabeça quando sugeriu para seu filho que fizessem aquilo. Sabia que isso acabaria acontecendo. Ele era fraco com as lembranças, ainda não podia enfrenta-las direito.

Sentiu vontade de conversar com Draco, imediatamente. Não importava o quanto estivesse chateado com o loiro. Ouvi-lo o acalmaria. Sempre acalmava.

Um sorriso espalhou-se no rosto quando a noite anterior voltou à sua mente. Era a segunda vez que tinha ouvido Draco dizer "Eu te amo". Ele não era disso, decididamente. "Meloso demais para um Malfoy", ele justificava. E, mesmo assim, ele dissera. Uma prova de que todas as brigas do mundo não conseguiriam terminar com o amor entre eles.

"Ei, Niue, que tal continuarmos outro dia?", perguntou, no tom mais carinhoso que conseguiu. O menino parou de falar sozinho e olhou para o pai com cara de choro. Estava adorando ver tudo aquilo. Tio Rony, Tia Hermione, seus papais.

"Mas papai...!", protestou, fazendo biquinho.

"Se você quiser ficar aqui, enquanto vou para fora por um instante...", propôs, com um grande sorriso forçado. O garoto pareceu pensar sobre o assunto e demorou um pouco para decidir. Harry quase chorou de alívio ao ver o 'Sim' em seus lábios.

Sorrindo fracamente, Harry tirou o garoto do seu colo e sentou-o novamente na cadeira. Ele, já de pé, andou rapidamente até a porta.

"Prometo ter cuidado!", disse Niue, enquanto Harry saía do escritório, deixando a porta aberta.

Cook estava limpando a prataria que Draco herdara da família, todas com o emblema dos Malfoy. Nenhum sinal do loiro, ali.

"Cook, sabe onde Draco está?".

O elfo pareceu assustado.

"Senhor Draco não estar casa", disse, negando com a cabeça, quase deixando uma bacia de prata cair. Argh. Maldito elfo atrapalhado e irritante. "Mestre Draco acabar de sair agorinha mesmo".

'Saiu? Estúpido'.

"Hm, certo". Tentou reuniu toda sua paciência e boa vontade. "Ele disse para onde ia? Comentou alguma coisa? Se voltaria cedo ou tarde?".

"Ah, não, não! Senhor apenas dizer para Cook: 'Cook, se o Potter perguntar por mim, diga que fugi com dançarinas de can-can'".

O sangue do moreno ferveu. Sua vontade de conversar evaporou num instante. Todas suas idéias tolas e românticas sumiram, dando lugar à irritação. Uma façanha que Draco conseguia realizar melhor do que ninguém: acabar com o humor de Harry.

Cook deve ter percebido isso, porque começou a bater sua cabeça na prataria, berrando que ele era mal, muito mal. Sem se importar, Harry subiu rapidamente para o quarto, abrindo a porta com um chute. Tinha vontade de servir doninha no almoço.

Sentou-se na cama desarrumada por Draco. O cheiro do perfume dele estava impregnado com o lençol, junto com o cheiro de bebida.

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O saguão estava perfeitamente vazio. Talvez porque fosse fim de ano e poucas pessoas iam até o Ministério da Magia, além de mais da metade dos funcionários estarem de férias. Mesmo assim, havia uma mocinha por de trás do balcão de atendimento. Deveria ser nova, mas tinha o mesmo ar de entediada de todas as outras. Estava lixando a unha.

"Olá", disse Draco, com seu melhor sorriso no rosto.

"Pois não?".

"Eu queria saber se tem algum Inominável trabalhando hoje. Você sabe?", continuou com o mesmo sorriso, apesar de querer, mais do que tudo, pular no pescoço daquela irritante.

"Por que quer saber?".

'Respira fundo, um, dois, três'.

"Porque, meu amor, eu sou Draco Malfoy. Membro do Conselho. Conhece?", carregou sua voz de sarcasmo. Era um absurdo esses novatos não reconhecê-lo. Não deveriam nem ao menos abrir o jornal, pois ele sempre fazia questão de sair na coluna social.

A moça se transformou num poço de gentileza, de repente. Sua lixa voou longe, caindo no chão sem fazer barulho. Ela endireitou-se na cadeira e pigarreou brevemente.

"Oh, Sr. Malfoy. Perdoe-me, por favor. Claro, temos alguns trabalhando. Acho que não tem problema o senhor simplesmente entrar no elevador. Allie está de férias, como deve saber, mas para o senhor, claro que...".

Ele deu as costas, deixando-a falando sozinha e saiu. O elevador estava vazio, sem nem mesmo a operadora, como a novata dissera. Desceu para as masmorras, esperando que Blaise Zabini estivesse trabalhando.

Blaise e Draco eram velhos amigos de infância. Estudaram juntos em Hogwarts, mas geralmente conversavam apenas na Sonserina. Haviam entrado para a Ordem juntos. Blaise tinha uma pequena dívida com Draco, e aquele era o momento ideal para cobrá-la.

Odiava aquelas masmorras. Não eram agradáveis como da sua antiga escola. Eram mal-iluminadas demais e cheiravam mofo. Caminhou rapidamente por ali, até achar a área onde os Inomináveis trabalhavam.

Blaise trabalhava sozinho. Ser sub-chefe daquele Departamento não deveria ser tão simples. Espiou-o por alguns momentos por uma janela de vidro. Havia dúzias de frascos ao redor dele, e ele olhava concentrado para uma poção. Draco bateu na porta.

"Quem está ai?", perguntou o bruxo, hesitante.

"Um dementador muito cruel, Zabini", respondeu Draco, sarcástico. 'Um... dois...'. A porta se abriu.

"Draco! O que está fazendo aqui?", ele foi abraçado por Blaise e quase perdeu metade dos ossos. Foi arrastado para a sala onde o amigo estava. A cada frasco de poção o cheiro mudava para pior. Draco tinha dúvidas de como um ser humano pudesse passar horas lá sem morrer asfixiado.

Empinou o nariz em sinal de nojo.

"Uma conversa", disse apenas, dando de ombros. Sentou-se na cadeira mais próxima, mesmo sem ter sido convidado. Tirou seu casaco e colocou-o no colo.

"Conversa?", repetiu Blaise, desconfiado. Toda seu jeito amistoso sumiu num instante. Conhecia Draco bem demais para saber que ele não era do tipo de "conversas", ainda mais em um local daquele.

"Como anda sua família?", perguntou Draco, sarcástico.

"Bem. Vá direto ao ponto, sim?", retrucou Blaise, parecendo um pouco irritado. Tirou suas luvase sentou-se diante de Draco.

"Ahn, bom, se você quer... Vim de cobrar meu favor".

Blaise levantou apenas uma das sobrancelhas, em sinal de dúvida. Draco girou os olhos. Nada mais fácil do que esquecer velhos favores.

"Talvez se lembre de quantas vezes mexe os pauzinhos para que liberassem verbas para seu Departamento? Quantas vezes me fiz de cego para as doações um tanto quanto ilegais...? Vamos, Blaise, eu tenho certeza que você se lembra!", ele disse, sua voz carregando sarcasmo. Ele olhou para suas unhas, como se procurasse alguma sujeirinha nelas.

"Draco... Eu não sei onde você quer chegar com isso mas...", Blaise balbuciou. Sentia-se ameaçado. Ótimo. "Eu... Você não nos denunciaria, certo? Quer dizer... isso acabaria com meu cargo, mas com o seu também".

"Ah, é ai que você se engana", retrucou Draco, sorrindo. Ele se levantou e se aproximou de uma das mesas da sala, onde o amigo estava trabalhando quando ele chegara. "Tenho provas contra você. E ninguém acreditaria na sua palavra contra mim, não é mesmo?".

Blaise tremeu.

"Onde você quer chegar?", perguntar, sabendo que estava num jogo perdido.

"Ahn... há seis anos atrás, te dei mais de mil galeões por uma poção, que você foi buscar na África. A poção que eu precisava para poder ter Niue. Sabe o quanto fiquei surpreso ao saber que você tinha trazido dois frascos? Ah, Blaise... sempre querendo tirar proveito da situação".

"Aquele frasco já foi usado", disse Blaise, rapidamente.

"É mesmo?". Draco suspirou profundamente, de modo teatral. "Uma pena. Tenho certeza que você fazia um ótimo trabalho aqui, mas agora Azkaban deve ser sua nova casa". E, dito isso, virou-se e fez menção de sair.

Não levou dois segundos.

"Draco! Draco, espere!", Blaise quase gritou. "Eu... eu acho que posso fazer alguma coisa por você".

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Deu um pulo da poltrona que estava. Adormecera sem perceber, logo depois do almoço. Fazia mais de duas horas que Draco havia saído e ainda nem sinal dele. Foi o barulho de alguém andando que o acordou. Para seu alívio, Draco.

"Malfoy, seu idiota, onde você...".

"Harry... Silêncio, ok? Onde está o Niue?", perguntou Draco, num tom superior que apenas serviu para irritar ainda mais o moreno. Queria saber onde ele estivera e com quem naquele instante.

"No escritório, eu acho. Argh! Mas não tente mudar de assunto. Sabe, Malfoy, você sumiu por horas e agora quer...", mas, mais uma vez, não conseguiu terminar a frase. Sentia seu sangue começar a ferver.

"Harry. Relaxe, ok? Quer que eu prepare uma dose de firewhisky para você também?", perguntou o loiro, calmamente andando até o bar. Inacreditável.

"Isso é algum tipo de piada?".

"Nós vamos conversar, Harry", disse apenas, voltando com seu copo cheio. Sentou-se confortavelmente em sua habitual poltrona, apoiando os pés na mesinha de centro. "Sente-se".

'Para o preparo de doninha, primeiro corte a cabeça fora e...', pensava o moreno, irritado. Mesmo assim, ele se sentou. Que Draco tivesse uma boa explicação para aquela cena toda.

"Temos um assunto a resolver, não?".

"Sim, Draco".

"Preciso me desculpar com Niue, mais tarde. Sei que não deveria ter gritado com ele". Harry olhou-o como se fosse louco. Alguma coisa estava terrivelmente errada. Draco não era do tipo que admitia seus erros tão facilmente. "Ou discutido com você. Afinal, você tinha razão o que todo".

Razão sobre o que...?

"Eu estava sendo um chato mimado, Harry. Não queria admitir minha vontade porque estava com medo. Pensei um dia inteiro sobre como seria bom ter outro filho, mas eu tinha medo", repetiu, sério.

"Você está dizendo que... Nós podemos providenciar a...".

"Poção? Está aqui", ele sorriu de modo misterioso, tirando um frasco de poção vermelho sangue do bolso. O queixo de Harry caiu. Aquilo... Aquilo era quase impossível de se conseguir.

"Draco, quer me explicar por favor o que estava acontecendo?". Ele já esquecera da sua irritação e mágoa. Estava agora entre o surpreso e maravilhado.

"Quando decidimos ter o Niue, preenchemos toda aquela autorização chata de Ministério, com duas mil perguntas inúteis. Você procurou a poção em todos os locais, mas no fim, eu a consegui. Blaise tinha feito alguns negócios com árabes, para o Ministério e aproveitou para comprar a poção. Um pouco além do necessário. Paguei uma fortuna para ele, aquele maldito", Draco fez uma pausa, como se relembrasse tudo aquilo.

Colocara seu copo de firewhisky na mesa. Harry pegou-o e tomou um longo gole, tentando fazer tudo mais claro. Aquilo era quase um conto de fadas. O líquido queimou sua garganta.

"Mas Niue nasceu. Tudo ficou bem e eu esqueci Blaise. Quer dizer, nós tivemos alguns negócios no Ministério, mas nada importante... de qualquer modo, ele passou a me dever alguns favores".

Oh, aquilo soava tão tipicamente sonserino.

"Apenas tive que cobrá-lo. Sem fichas gigantescas e fortunas gastas. Um pequeno negócio ilícito".

"Draco! Negócio ILÍCITO! Como nós vamos esconder esse bebê do Ministério, seu idiota?", explodiu Harry, tentando pensar racionalmente em meio à sua felicidade.

"Como fiz antes. Um pequeno feitiço de ilusão. Quando o bebê nascer, é só dizer que adotamos. Não complique as coisas, Potter", retrucou Draco, irritado.

Se Hermione descobrisse aquilo...

"Você sabe o quanto eu quero esse filho, e pensar que você concorda com tudo isso me deixa aliviado, maravilhado e ainda assim, muito preocupado. Você pode ser preso se descobrirem alguma coisa, querido. Você... Argh, eu não sei nem o que pensar".

Ele foi até o loiro e sentou-se no braço da poltrona. Abraçou-o com carinho.

"Não precisa pensar, Harry..."

Draco abriu o frasco da poção e tomou tudo de uma vez. Em poucos segundos, a poção faria efeito. Ele fez uma careta e Harry riu.

"... é só fazer".

"Eu te amo, seu idiota", murmurou Harry, antes de beijá-lo. (1)

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Chegaram os quatro na plataforma de King Cross. Harry olhou para o relógio. Dez e meia. Seu coração estava disparado. Estava realizando uma de suas fantasias. Niue, ao seu lado, empurrava com gosto o malão, sorrindo para todos os lados.

"Vamos logo!", disse ele.

Draco soltou um suspiro exasperado. Ah, os genes de Potter...

"Vamos, Niue. Dê a mão ao seu papai. Atravessem a barreira, depois vou com a Nayra".

A garota, ao contrário do irmão, parecia tristonha. Não dissera uma só palavra desde que tinham saído de casa. Draco lhe ofereceu a mão e ela a apertou frouxamente. Seus cabelos tão negros como os de Harry estava despenteados pelo vento forte que fazia naquela manhã.

Harry olhou para seu amante com um sorriso cúmplice no rosto. Esperou alguns atravessarem a barreira e se aproximou dela com Niue. "Não tenha medo", murmurou, antes de atravessarem.

Estava o caos que sempre fora. Os primeiros que Harry viu foram Rony e Hermione, abraçados num canto e conversando com a filha, Emily, que partia para o quinto ano. Ele riu, ao imaginar o sermão que Mione estava dando a ela por causa do N.O.M's.

Esperou por Draco para se aproximar deles.

"Harry!", cumprimentou Rony, sorrindo e abraçando o amigo, parecendo muito feliz por ter um motivo para interromper a conversa da esposa. Os dois haviam tido o segundo casamento há alguns meses.

"Oh, Harry, Harry. Que bom que você chegou", disse Hermione. "Talvez consiga fazer Rony parar de murmurar besteiras para Emily! Hunf. Ele disse que N.O.M's são simples! Apenas um mês de estudo é mais do que suficiente! Ah, céus. Não deveria ter aceitado aquele pedido de casamento, não devia".

Harry e Emily riram. Niue parecia impaciente e nervoso, olhando para todos os lados. Largou seu malão com os pais e pegou a mão de Nayra, afastando-a dali.

"Eu não quero que você fiquei taaanto tempo longe, Niue", ela disse, com a voz chorosa. Abriu os bracinhos para ser carregada pelo irmão. Ele o fez.

Sua irmãzinha. Lembrava-se de como quisera aquilo e sua felicidade quando os pais haviam lhe contado que Nayra estava a caminho. Sua irmã nascera logo depois que ele fizera seis anos.

"Vou escrever para você, sua bobinha. Pai e papai vão ler todas as minhas cartas. E no terceiro ano, quando eu for para Hogsmeade, prometo comprar vários doces para você. Vou mandar todos por carta e... ei, não precisa chorar".

Ela abraçou o irmão com mais força, como se não quisesse se separar dele. Ficaram assim até Harry chegar, dizendo que o trem estava para partir.

"Venha, querida. O Niue tem que ir", disse, com a voz carinhosa. A menina se separou do irmão e foi para o colo do pai. Draco também se aproximou.

"Niue", ele disse, com voz autoritária. "... faça o favor de ir para a Sonserina, seja um exemplo de aluno, não se meta em confusões igual o idiota do seu pai se metia, não provoque o diretor, não coma demais, não chegue atrasado nas aulas, não...".

"Ei, Draco, ele entendeu", sussurrou Harry em seu ouvido.

"Err, bem. Bom ano, querido", disse o loiro.

O garoto sorriu e se despediu de sua família. Nayra ainda chorava. Harry acompanhou o filho enquanto ele caminhava pelo trem à procura de um vagão. Ele ficou na janela, acenando para eles até o trem partir e se tornar impossível de ver.

Harry segurou Nayra mais firmemente, com apenas um braço, enlaçando os dedos da mão livre nos do de Draco. Sorriu-lhe, enquanto voltavam ao mundo dos trouxas.

A feliz família, quem diria. Tudo como era para ser.

And nothing else compares

Oh! Nothing else compares

And nothing else compares

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N/A: the end. :D

Argh, eu sei que sou um monstro feio e grotesco. O caso é que precisei reescrever o capítulo e tive um graaande bloqueio criativo, mas tudo bem. Menos de duas semanas de espera... vocês me perdoam, né:

O Draco não é a coisa mais dengo-dengo do mundo? Sempre consegue resolver as coisas facilmente, mesmo que sejam um tanto... ilícitas? rs

Eu nem tinha terminado de escrever "We wish..." quando tive a idéia para essa fic. Mas agora acabou mesmo. Niue está mais crescidinho, não é tanta pedofilia sonhar com ele. :D

Espero que o final tenha sido bonzinho e ninguém tenha morrido por causa de tanto açúcar (nota mental: próxima fic VAI ser um drama, hunf!). muito obrigada pra quem acompanhou, amo vocês.

(1) – momento fofura da fic, yeaaaah. :D

Agradecimentos:

Lucca BR – O.O que é isso, dona Lucca? Se inspirando na assassina de aluguel, vulgo tia Jo? Não vou matar ninguém, oras! Mas você pode casar com o Niue... desde que não se importe que eu seja a amante.:D Argh. Rony e Mione voltaram.

Ivi – espero que goste desse último capítulo.

xmaripottermalfoyx – nhai... eu não consigo ver um mpreg onde o Draco não seja a "mãe". Desculpa x.x

Nicolle Snape – eles convenceram o Dracuxo! Weee.

Hermione Seixas – Dracuxo estava estressadinho, coitado. De TPM... vamos dar um desconto pra ele. x.x

ivich sartre – bebida tem efeito sonífero, sabe como é. xD

Amy Lupin – uhauhauahau. Eu não suporto RH... não poderia deixar tudo dando certo pra eles, né? o.o

Dark Silver Moon – obrigada. o espero que tenha gostado do final.

Dany Ceres – continuado. Rs

Athena Sagara – aaah, mas se o Draco não sofre, não tem graça. u.u

Laura – espero que o final da história tenha agradado. xD

Millene Haeer – uhauhauah. Pois é, tadinho do Harry. Imagina o medo de contar tudo para o Rony. O.O enfim... ai está o terceiro cap.

Thatah – eu não queria ter demorado tanto... mas como promessa é dívida, o capítulo saiu. Ooooh!

MUITO OBRIGADA para quem comentou, desculpem-me mais uma vez a demora para atualizar. Beijo para todos que leram e até a próxima! o/