Capítulo 3 – Sofrimento
-É duro, Potter, eu sei. Mas, se continuar nesse ritmo, o senhor poderá ser expulso vergonhosamente, faltando apenas três meses para o fim do ano letivo.
Ele suspirou, meio que aliviado.
-Então... - disse ela, voltando seus olhos para as ampulhetas que mostravam a quantidade de pontos de cada casa. A da Lufa-Lufa continha pedrinhas de ouro; a da Corvinal, pedrinhas de safira; a da Sonserina continha esmeraldas e, a da Grifinória, rubis. As duas últimas estavam extamente empatadas à quantidade de pedrinhas, e então a professora continuou – Receio que 50 pontos serão descontados da Grifinória por sua causa, Potter.
E, ao dizer isso, a quantidade de pedrinhas da Grifinória diminuiu, ganhando apenas da da Lufa-Lufa.
-Mas... por que a Sonserina não perdeu pontos? Pelo Lestrange? – indignou-se Tiago
-Receio que não tenhamos visto Lestrange fazer nada de mais.
-ELE ME PROPÔS UM DUELO! – gritou o garoto, salpicando a professora de cuspe
-Pena que o senhor resolveu atacar pelas costas, Potter.
O garoto fez uma expressão desgostosa, e ela continuou.
-Bom, você receberá uma detenção, e...
-Detenção?
-Sim, senhor Potter, detenção. Agora... receberá mais tarde um bilhete com sua detenção. Agora vá se arrumar para o jantar. Boa noite. – dizia a professora, encaminhando Tiago para a porta. Ele seguiu seu caminho, mal-humorado, para a Torre da Grifinória, onde encontrou Sirius, Remo e Pedro esperando-o, perguntando notícias, mas ele passou direto por eles e seguiu até a garota que continuava entretida em seu livro, que olhou-o espantada e tentou dizer algo:
-Potter, eu... me desculpe, eu... – ela se desculpava por algo que não sabia o que era. Protótipos de lágrimas pressionavam seus olhos, querendo sair, mas ela foi mais forte. Controlou-as.
-É ISSO, NÃO É, LÍLIAN? SE VOCÊ QUER CONTINUAR SE ENVOLVENDO COM O LESTRANGE, NÃO AUMENTE MINHAS ESPERANÇAS! NÃO ME FAÇA PARECER QUE TUDO É COLORIDO, TUDO É LINDO... ME DEIXA CONTINUAR NO MEU MUNDO CINZENTO E SEM GRAÇA...
-Tiago, você... – perguntou ela, sentindo-se indignada
-VOCÊ SEMPRE TEM QUE PASSAR POR MIM, NÃO É, TÃO LINDA, TÃO TUDO, SABE QUE EU GOSTO DE VOCÊ, E TEM QUE SE DERRETER COM AS ROSINHAS DO LESTRANGE, NÃO?
-Peraí, Potter! Eu acho que eu não tenho compromisso algum com ninguém deste mundo, e o último com quem eu os teria seria contigo, que é indigno da boa vontade de qualquer um!
Ele se irritou mais, odiava quando ela tinha razão. E se ele realmente não a merecesse? Dane-se, ele tinha que colocar tudo pra fora agora, e ambos continuavam descontrolados. A Sala Comunal, antes vazia exceto por eles, agora abrigava quase toda a torre, que vinha correndo de seus dormitórios ver o barraco.
-AH, SIM, EVANS... EU ESQUECI QUE VOCÊ SENTE A FELICIDADE DE ME DESPREZAR SÓ PORQUE NÃO SOU CERTINHO, NÃO CHEGO À SUA ALTURA, SÓ PORQUE QUASE CHEGO A SER TÃO INTELIGENTE QUANTO VOCÊ, NÃO É MESMO? – disse ele, sabendo que suas mágoas liquefaziam-se em palavras, e saíam do fundo de seu coração. Respirou fundo, e continuou – VOCÊ QUER ALGUÉM QUE SEJA BURRO E NÃO COMPREENDA QUE VOCÊ SENTE A DEPLORÁVEL NECESSIDADE DE SER MELHOR QUE TODOS. EU VOU TE MOSTRAR O QUE PERDES COM ISSO, EVANS... – berrava ele, e então puxou-a rápida e violentamente e a beijou, e em seguida ouviu-se apenas o estalido certo de um tapa. Um tapa dolorido, que a mãe delicada que o dera arrastara junto ódio, raiva, rancor, mágoa e ilusão.
Ele, desprezando-a agora, saiu, subindo para seu dormitório, batendo os pés e atropelando a todos os curiosos.
-VOCÊ SABE QUE NÃO É ASSIM, POTTER! – a garota gritara, e suas lágrimas finalmente caíam. Sua voz fraca continuou – Você sabe...
Todos os curiosos voltaram para seus dormitórios, vendo que não tinha mais nada que valesse à pena ouvir.
Remo, que era amigo da garota, talvez o único que realmente se importasse com ela, foi até ela, e Sirius e Pedro continuaram na porta da Sala Comunal, como se esperassem que Tiago resolvesse descer para irem jantar.
-Acalme-se, Lílian... ele... ele está... hmm... nervoso, é isso. – disse Remo, acariciando os cabelos da garota, que se afundara em uma das poltronas vermelhas aconchegantes daquela sala circular
-Nervoso? É... ele fala como se eu fosse culpada de tudo, Remo... – dizia ela, derrubando lágrimas que pareciam infinitas
-Lilly... olha, me escuta: não deixa isso te abalar tanto. Mostre-se forte, guerreira, como você sempre foi.
-Tem razão. – disse ela, enxugando suas lágrimas, sorrindo – Vou fazê-lo.
Ela o abraçou.
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Enquanto isso, no dormitório masculino dos garotos do 7º ano, Tiago só pensava naquele tapa, que doera mais do que devera; doera tão forte, mas tão forte, que o garoto decidiu não descer para jantar.
Alguém bateu na porta.
-Quem é? – perguntou Tiago, mal-humorado
-Almofadinhas e Rabicho para Pontas. – disse a voz de Sirius
-Entrem. – respondeu à contragosto
-Putz, cara... – disse ele ao amigo – Eu nunca vi a Evans tão furiosa contigo.
-E você com ela. – completara Pedro, com a confirmação de Sirius, que assentira com a cabeça.
-Me descontrolei, só isso. – respondeu aos amigos, sem emoção – Cadê o Remo?
-Ficou consolando ela. Sabe... eles são amigos. – respondeu Sirius
-E devem ser, realmente, não é? Ela prefere a ele do que a mim. E ele dá trela pra ela, dá corda, e... – dizia Tiago raivoso, incluindo Lupin nessa briga
-Ei... dá um tempo, Pontas! – disse Sirius – Aluado é nosso amigo, e você sabe que ele fica de olho na minha prima, a "Fera".
-Bellatrix pode ser tosca, Almofadinhas, meu caro... – disse Lupin, aparecendo à porta – mas é realmente "Bela", e talvez eu, um simplório lobisomen, seja a Fera predestinada a viver com ela. – falava em tom sonhador, e, parecendo acordar, terminou – Pena que de graciosa em seu jeito não tenha nada. Arrogante como nunca vi em minha vida.
-VOCÊ, seu traidor! – dissera Tiago, levantando-se e indo ameaçadoramente até Remo, sendo segurado por Sirius e Pedro (que apenas o segurava para dizer que estava ajudando, pois além da força de Sirius ser suficiente, Pedro não tinha forças para tal).
-Ei... calma lá, Pontas... traidor uma ova! Aconselhei-a a lutar por o que ela quer... – defendeu-se Aluado
-O quê? – perguntou-se Tiago, que não acreditava no que entendera. Ela, afinal, gostava dele? Pelas palavras de Remo, parecia que sim...
-É... entendeu certo. – disse Remo, e continuou – Licença, vou jantar.
Ele retirou-se, e Sirius, vendo que o amigo parecia mais calmo, lhe disse:
-Chegou esse recado pra você. Da McGonagall.
E entregou-lhe um pergaminho escrito em tinta esmeralda.
"Potter,
a detenção proposta a ti na tarde de hoje dar-se-á às 21h de hoje. Favor procurar-me no jantar para mais informações.
Atenciosamente,
Professora McGonagall"
-Ótimo... detenção às 21h... – resmungou ele, e descia para jantar sem dizer nada, acompanhado dos amigos. Quando chegou na Sala Comunal viu Lílian sendo beijada por Richard Chaparrow, um garoto do 7º ano também, o qual Tiago odiava porque enchia-lhe sempre pedindo uma vaga no time de Quadribol, do qual era capitão.
-PARECE QUE ESTÁ SE DIVERTINDO, EVANS.
Ela se soltou do beijo e olhou-o, estarrecida. Ele nem ligou; saiu pelo quadro, ainda acompanhado dos amigos, mas parou ao sair, para ouvir o que diziam eles lá dentro. Ouviu outro estalido de tapa, que vinha das mesmas mãos delicadas que bateram em seu rosto produzindo aquele mesmo estampido.
-Nunca... nunca... toque... em... mim! – dizia Lílian, raivosa – Eu confiei contar a ti minhas mágoas, confiei dizer que AMO Potter e não sabes controlar a raiva que sente dele porque não te deixa jogar Quadribol? Francamente... SUMA daqui!
Tiago sorriu. Nunca parecera tão feliz com alguém sendo humilhado, nem mesmo com Snape. Então, concluíra com seus botões que poderia seguir seu caminho.
-Bela noite, não, colegas! – ele exclamara, sorrindo
N/a: Esse capítulo da briga é essencial aqui XD E é fofo... Adoro escrever brigas x maníaca Espero reviews!
Agradecimentos:
