James Potter
"Am I alone?
Are the memories I hold still valid?"
"Tem alguém por quem estou apaixonado
Embora que eu não possa estar com ela
Continuo apaixonado"
Seus olhos se abriram novamente, e ele via um jardim. Espere... um jardim? Ele havia morrido, oras... por que fora para um jardim? Olhou para os lados... paz eterna. Mas ele nunca teria paz enquanto não soubesse o que acontecia à sua família.
Ele achou um lugar. O que seria aquilo? Via sua casa. Acompanha os passos de Voldemort. Mas... o que seria aquele objeto? Podia ouvir o choro incessante de Lilly, e aqueles olhos vermelhos e a aparência ofídica olhando dentro da mesma imensidão verde na qual ele sempre se perdia.
Sentia-se mal por não estar cumprindo a promessa que fizera a Lilly. E ainda mais por ela estar cobrando-o com o subconsciente.
Seus olhos se fecharam para tentar ser forte, jogar energia para sua Lilly. Mas não era possível; apenas o fato de pensar que nunca mais estariam juntos já doía profundamente em seu coração – aliás, que coração? Ele estava morto, e dores não mais importavam. Mas dizem que, quando se ama e se morre por amor, seu coração continua para sempre com você. Será que seria seu coração, o órgão, ou uma metáfora, apenas, para a pessoa amada? Ele esperava que os dois...
Oh, céus, ela estava se culpando por estar cobrando a promessa... ela tinha que cobrar, era certo, não dizer para si que isso era egoísmo! Afinal, ele não cumprira sua promessa de salvar a ela e ao filho de todos os males que os acometeriam.
Seus olhos liberavam mais lágrimas ainda quando vira a coragem dela. A coragem de recusar poder, de honrá-lo, de tentar salvar seu filho... toda aquela coragem, de onde vinha? Era aquela que ele deixara no coração que estava aprisionado dentro daquele corpo que se tornaria podre dentro de algumas horas? Deveria ser, porque nesse momento ele só sentia medo. E, dessa vez, não era de perdê-la, mas sim de ganhá-la.
Pelo menos ela se lembrava do acordo... ela protegeria seu filho até a morte. E ele sabia que ela morreria. Se sentia aliviado, talvez; um misto de adrenalina, alívio, medo e tristeza – previa o acontecido. Aliás, não era preciso ter um olho interior para isso, no momento.
Ele pôde sentir aquela boca quente tocar a sua, fria. Não era a sua, exatamente, mas ele pudera sentir. Aquele beijo. O último que sentiria de sua ruiva. Pôde sentir, também, orgulho da sua ruiva lutando por tudo o que eles construíram. Quer dizer, mesmo que fosse só o seu filho. Pelo menos ela sabia o que tinha a fazer, sabia que agora tinha coragem para protegê-lo até o final, mesmo que de nada adiantasse...
Ao ver o jato de luz verde, sentiu uma dor. Forte. Medo. Ao vê-la do seu lado, aquele medo desapareceu completamente. Sentiu alívio. Mas o medo voltou quando continuou observando a cena, e viu outro jato de luz verde se dirigir ao seu filho.
