Nota explicativa: Trata-se de uma estória cujo único propósito é entreter sem a intenção de infringir os direitos autorais das obras nas quais foram inspiradas, e não havendo conteúdo proibido e de conotação imoral.

SMALLVILLE - TALON - DIA

"Expresso duplo saindo!" avisou Lois, colocando a xícara sobre o balcão, quase não conseguindo dar conta dos pedidos, uma vez que estava só ela e outra garçonete, que atendia entre as mesas, já que o lugar estava mais cheio que de costume.

"Quem é o próximo?" chamou ela.

Um cliente entregou a Lois seis dólares em dinheiro e ela abriu a caixa registradora para lhe dar o troco. Depois, atendeu outro cliente, esquecendo a caixa registradora aberta. Subitamente, alguém no meio da multidão aproveitou a oportunidade e foi até o balcão e pegou todo o dinheiro.

"Ei! Você não pode fazer isso!" exclamou Lois, atônita com a ousadia.

Mas o garoto colocou a palma da mão em frente do rosto de Lois, e feixes de luz esverdeada saíram das pontas de seus dedos até a testa dela. Quando ele tirou sua mão, Lois sorriu para ele.

"O quê posso fazer para ajudá-lo?" perguntou ela, sem lembrar de nada do que havia acontecido.

"Nada, obrigado. Já fui ajudado" respondeu ele, sorrindo.

"Ok. Próximo!" chamou ela, enquanto o garoto ia embora.

"Universidade de Miami?" indagou Chloe para Clark, enquanto entravam no Talon.

"Isso mesmo" respondeu ele.

"Não consigo imaginar você com suas camisas flanelas embaixo do sol de Miami" disse ela, sorrindo, ainda não muito certa da escolha do amigo.

"Bem, andei pensando nessa coisa de começar novamente, e achei que podia ser tudo diferente. Então, por que não na praia? Eu só não me sentiria bem deixando meus pais tomando conta da fazenda sozinhos" comentou ele.

"É. Tenho certeza que seria muito difícil encontrar um substituto à altura das suas habilidades especiais para ajudar na fazenda" disse ela, ironicamente.

"Habilidades especiais?" indagou ele, confuso. Ultimamente, as indiretas de Chloe o estavam perturbando além da conta.

"Ei, Lois! Pode ver um cappuccino duplo pra mim?" pediu Chloe, rapidamente, na tentativa de desviar o assunto.

"Claro! Só um segundo" respondeu ela, abrindo a caixa registradora. "Ah, meu Deus!" exclamou Lois, ao ver que o dinheiro todo havia sumido. "Fomos roubados!"

Clark, mais do que depressa, olhou ao redor, e viu a porta dos fundos do Talon semi-aberta, como se alguém tivesse passado por ali há pouco.

Do lado de fora, o garoto que roubou o dinheiro da registradora, corria pelo beco até uma caminhonete estacionada no final da rua. Entrou freneticamente no carro, olhando para todos os lados, apreensivo, e jogou a mochila no banco ao lado. Porém, assim que deu a partida, viu alguém parado à sua frente. Era Clark. Ele caminhou para o lado do veículo, e abriu a porta do lado do motorista, mas o garoto mostrou-lhe a palma da mão, e os feixes de luz esverdeada emitidos por seus dedos tocaram a testa de Clark. E algo aconteceu.

Na mente de Clark, imagens desordenadas e em ordem cronológica reversiva começavam a aparecer uma a uma, e rapidamente, de forma que ele não podia compreender. Seus pais, Lex, Jason, a chave octogonal, Shelby, Alicia, Chloe, Lionel, Lana, Lois, Dr. Swann e até mesmo Pete. Suas memórias retrocederam aceleradamente. Vieram à sua mente imagens da espaçonave, da kryptonita vermelha, do tornado, da noite do espantalho, do atropelamento na ponte no dia em que conheceu Lex, do dia em que viu seus pais presos na caminhonete após a chuva de meteoros, dos meteoros chegando à Terra e dos seus pais biológicos se despedindo dele, ao colocarem-no na espaçonave, em Krypton.

Instantes depois, ainda em estado de choque, caído ao chão, Clark viu Chloe correndo na sua direção. A caminhonete já não estava mais ali.

"Clark? Clark?" chamou ela, ajoelhando-se ao seu lado. "O quê aconteceu?"

Clark olhou para ela, estarrecido, e confuso.

"Quem é Clark?" perguntou ele.

Continua...