Nota da Nika: muito obrigado pelas reviews, gente. amo cada um de vocês XD. quanto a este capítulo: há ação, ok? se não gosta, e por um acaso do destino você veio parar aqui, nesta fic, e ainda por cima, neste capítulo, não prossiga com a leitura, ok? aos que curtem, boa leitura!
Os demônios que me tentam
Moi je t'offrirai um domaine où l'amour será loi. Où tu serás roi.
Caminhei em passos lentos pelo longo corredor. Fechei os olhos e parei. Havia tomado um banho, e novamente lavado os cabelos. Mas havia algo de diferente. Não, perdão. Corrijo-me. Havia algo de decepcionante. Sirius não havia invadido o maravilhoso cômodo daquela vez. Simplesmente tive privacidade para descansar sob a água morna. Porém, demorei meia hora a mais na banheira. Esperando-o. Com esperanças de que aquela porta de nobre madeira iria se abrir, e por ela, iria entrar meu imperador. Mas, nada aconteceu. Ninguém entrou. E tudo que me restou, foram uns dedos enrugados pelos longos minutos passados dentro d'água.
Abri meus olhos e prossegui pelo corredor. Avistei o quadro familiar, e me surpreendi ao encontrá-la ainda acordada. E com um péssimo humor, devo acrescentar.
"Senha?"
"Chuva de outono", e sorri amigavelmente para o rosto rechonchudo. Não houve resposta, e esperei pacientemente até o quadro abrir-se por completo. Caminhei pelo caminho recém revelado, e logo estava dentro do cômodo aconchegante de minha casa.
Fitei o interior e estranhei o fato de ainda haver estudantes acordados. Entre vários rostos familiares, o de Sirius se destacava em frente à fogueira. Rodeado por garotas que mantinham um sorriso sugestivo nos rostos invejavelmente belos. E agora, com os cabelos tingidos de dourado. Mon Dieu. Não havia uma que não estivesse com os cabelos loiros. Loiro mel. Tabaco. Escuro. Claro.
Meu olhar foi retribuído pelos olhos cinzentos. Tive a suave impressão de avistar uma infelicidade enorme naquelas íris que agora absorviam o dourado do fogo. Desviei o olhar para as faces bonitas que o rodeavam e recebi de ambas, um olhar de aviso. Não se aproxime.
Procurei James e Peter pelos sofás e não os encontrei. Voltei a encarar Sirius e naquele momento, tive certeza que estava infeliz. Não. Era apenas uma insana ilusão fazendo-se presente em minha mente invejosa. Caminhei até uma poltrona escondida nas sombras, e esperei no silêncio. O doloroso ciúme corroendo meu interior de amante. Amante e servo daquele Deus que estava rodeado por figuras fúteis. Mas era isso que o fazia feliz, não era? Ter aquelas mulheres desejáveis jogadas aos seus pés. Me Salve. Realmente, eu sou ingênuo. E burro.
Levei minha mão direita aos meus cabelos úmidos e fitei o salão. A atenção de todos estava voltada àquela cena maravilhosa. Conclui que só podia ser um vírus. Era um vírus que tomava conta de toda sua carne e entranhas, e o fazia totalmente submisso à vontade daquele demônio tentador. Algo que se alojava dentro de você, e o faz implorar por mais. Mais daquele perfume inebriante. E mais daquele calor envolvente. E então, o ódio. Pela primeira vez, o ódio. Odiar por desejar, e não ter. Pois essa era a verdade, não ter. Nunca chegar a possuir. Inconstante e inatingível como o vento. Você pode o sentir, mas não o tocar. Apenas ser tocado. Isso quando ele desejar.
Voltei a fitar aquele rosto dolorosamente belo, pronto para levantar-me e quebrar vasos, jarras, e pisar naquelas flores primavera. Foi então que o vi. Que realmente o vi. Perdido, com uma aura extremamente infantil. Como uma criança que simplesmente era bela demais, e não tinha consciência disso. Não tinha culpa de ser desejado. Perdido no meio de faces turvas sem olhos. E então, aquela lágrima solitária no rosto dele. Uma lágrima que nenhuma, das várias mulheres fúteis, percebeu. Estavam preocupadas demais em rir entre elas, e em mostrar o decote sugestivo. Observei-o levar a mão até o rosto, e limpar a lágrima em um movimento brusco.
Subitamente, o vi levantar do sofá enorme e pegar uma das grifinórias pelos braços. Em questão de segundos, seus lábios estavam unidos, e Sirius a estava beijando. Com os olhos cinzentos abertos e embaçados. Vi-o empurrá-la, e puxar outra estudante para seus braços. E, assim, um novo beijo sem sentido. Usou-as como bonecas, beijando-as de modo selvagem e depois as empurrando ao encontro do sofá. E então, urrou irado:
"PRÓXIMA!"
O salão inteiro o fitava pasmo. Somente eu o entendia. Irmãos costumam se entender. Amantes costumam se entender.
"Vamos! Próxima!", gritou, levando as duas mãos aos cabelos num movimento exasperado. "Ou quem sabe... próximo?", e fitou o rosto de alguns veteranos que o observavam perplexos. Observei-o respirar fundo e se virar para as grifinórias que haviam sido beijadas por ele. "Era isso que queriam, não é? Eu já dei a todas vocês o que desejavam. Agora me deixem em paz...", e rapidamente, ele desapareceu pela escada circular.
Não pensei duas vezes, e corri em direção as escadas. Subi os degraus rapidamente, e cheguei a nosso dormitório. Sirius estava lá, de costas para a porta, procurando algo em seu malão.
"Sirius...", comecei fechando a porta atrás de mim em um baque suave.
"Não comece, Remus...", não reconheci sua voz. Melancólica demais para ele. Virou-se rapidamente com um canivete prateado na mão direita. "Você prometeu, lembra?", murmurou revoltado e pude ver outra lágrima descer por seu rosto extremamente belo.
"Não, Sirius, eu nun...", comecei e fui interrompido por um soluço rouco vindo daquele corpo desolado.
"Não me salvou...", ele tornou a falar com a voz mais forte. Optei pelo silêncio. Estava errado, e sabia disso. Deveria ter agido. Mas não agi. "Me abandonou no meio delas..." Dei um passo em sua direção, mas fui impedido de continuar. "Não... se... aproxime..." E como aquela frase me feriu. E eu chorei por dentro, mas ele nunca vai saber.
Parei a alguns metros de seu corpo arfante, e apenas fitei aqueles olhos úmidos e mais claros que o normal. Então era assim que Sirius ficava quando chorava. Com os lábios rubros e comprimidos. Com os olhos acinzentados beirando a grafite de tão claros. Belo de maneira demoníaca.
"Cretinas", ouvi seu sussurro, claramente se referindo as mulheres que o despiam com os olhos. "Por que...?" e o vi apertar o canivete perigosamente em um de suas mãos. A direita. Levou-a em direção ao cabelo, e separando uma mecha grossa na outra mão, falou: "Talvez seja o cabelo, não é?" E cortou os fios perfeitos sem hesitar. Ele agora segurava seu próprio cabelo na mão esquerda e olhava-o com indiferença nos olhos embaçados. Levei uma das mãos aos meus lábios, apertando-os como se não ousasse falar, nem emitir o urro que morrera em minha garganta. Continuei assistindo seus movimentos, e agora, ele roçava o canivete na bela face perigosamente. "Talvez seja o rosto..." E cravou o canivete no rosto, e subiu a lâmina até a têmpora direita. Um fio de sangue agora manchava a pele sem nenhum defeito. Corri em sua direção e tomei o canivete de sua mão, sentindo meus olhos lacrimejarem durante o ato.
"Não...", murmurei enquanto limpava o sangue que teimava em jorrar daquele rosto que tanto amava. Senti seu corpo vacilar, e logo o vi de joelhos. Suas costas se movendo de acordo com os soluços baixos que escapavam de seus lábios. Senti seus braços contornarem minha cintura delgada com força. Vendo-o assim, tão frágil e humano, apenas aumentou meu desejo de tê-lo somente para mim. Mergulhei minhas mãos naqueles cabelos negros agora despontados, mas não menos belos. "Les anges nous protégeront, mon amour. ",e continuei acariciando seus cabelos. Caí de joelhos também, e ergui seu rosto com minhas mãos. Lambi aquele sangue quente, e apoiei minha testa à sua. "Ne pleure pás...eu cortarei seus cabelos se esse for o problema. Ne pleure pás...", senti-o manejar a cabeça em um suave sim, ainda sustentando o olhar.
Levantei lentamente, e caminhei até meu malão. Vi-o sentar-se em sua cama e me observar. Apanhei uma tesoura prateada e voltei-me para ele. Dei os passos que separavam nossos corpos e fitei-o de cima.
"Corte-os exatamente como os seus...", ouvi-o sussurrar em tom baixo. Manejei a cabeça em concordância, e passei a mão pelas mexas desconexas. Separei uma fina mecha, e levei a tesoura a ela. Com a mão trêmula, fechei o objeto sobre os fios de seda, e os observei cair no lençol branco. Prossegui com a tarefa e Sirius fechou os olhos.
Quando terminei, seus cabelos batiam no pescoço em mechas desiguais. Ajoelhei-me e apoiei a cabeça em seu colo. Senti seus dedos passearem por meu cabelo.
"Acho que me descontrolei, não?", falou rindo enquanto fitava o céu negro pela janela. "Você viu a cara que eles fizeram lá embaixo, Mo-ny?", eu acompanhei seu riso desta vez. Ergui minha cabeça e fitei seus olhos que brilhavam divertidos.
"Você me assustou, mon ange..."
"Sabe, Mo-ny, acho que esta na hora de você me ensinar francês...", confessou, me fazendo rir ainda mais. Apoiei minhas mãos em seus joelhos, e continuei a rir. "Vamos, é serio, Mo-ny, me ensina..." Levei uma das mãos a uma mecha de meu cabelo, e a coloquei atrás da orelha enquanto manejava um sim suave.
"Para começar, vocês ingleses possuem os lábios rígidos demais... tente juntá-los assim...", e demonstrei forçando meus lábios no famoso 'biquinho francês', e tentei não rir da expressão de Sirius ao tentar me imitar. "Non, non... assim..." e ergui meus joelhos do chão, tendo o braço esquerdo, fixo na cama, como apoio. Levei meu indicador a seus lábios, e depois o pousei nos meus. "Vê a diferença...?" Mas não consegui continuar. Somente agora havia reparado o quão próximo nossos corpos estavam. Meu nariz roçava suavemente em sua maçã do rosto, e eu sentia seu hálito quente em meu pescoço. Pude ver cada detalhe daqueles olhos cinzentos, que agora estavam cerrados em uma expressão provocante. Seus olhos pousaram em meus lábios ainda forçados naquela expressão ridícula. Senti sua mão avançar sobre minhas costas até minha nuca, que foi puxada delicadamente para frente. Vi quando ele fechou os olhos, e uniu seus lábios aos meus. Mantive meus olhos abertos, não acreditando no que realmente estava acontecendo. Perdido no meio de sensações. Sirius moveu seus lábios sobre os meus delicadamente, e prosseguiu com a carícia inocente de maneira suave. Senti minhas pálpebras pesadas, e as fechei. Abri lentamente meus lábios, dando passagem a sua língua quente. Nossas línguas se encontraram timidamente no início. Levei minha mão esquerda aos seus cabelos, e acabei perdendo o equilíbrio. Ele me sustentou com seus dois braços. Pousei uma de minhas mãos em sua nuca, forçando-o para frente a fim de aprofundar carícia. Exatamente como em meus sonhos pecaminosos.
Ele mordeu meu lábio inferior. E eu lembro de ter gemido. Senti sua língua descer pelo meu pescoço. Eu despenteei seus cabelos. E então, eu me entreguei. Desfaleci em seus braços quentes, e nos dois caímos no tapete áspero. Senti meu corpo sendo forçado contra o chão pelo peso quente de seu corpo. Inspirei o ar fortemente, buscando algo para apagar a chama que queimava meu peito.
"Mon diable... mon ange.", gemi baixinho em sua orelha. E então, não sentia mais seu corpo. Abri meus olhos e o fitei ajoelhado aos meus pés. Tinha o rosto rubro e os lábios inchados e escarlates. Encarou-me com uma expressão de confusão na face bonita, agora tingida pelo desejo. Observei seu peito subir e descer de maneira ofegante. "Sirius...?", perguntei confuso. Vi seus olhos fitarem meu corpo, e subitamente, me senti exposto. Sentei-me também, e levei minhas mãos a camisa desabotoada. "Sirius..."
"Eu...", insegurança? Nunca tinha o visto assim. Tão inseguro em relação aos seus atos. E então, a vergonha. De minha parte. "Me desculpe, Remus... eu não sei o que deu em mim", falou num tom de voz baixo repleto de constrangimento. Ergui meus olhos, e deparei-me com os dele. "Eu... vou entender...", começou, enquanto me observava levantar. "Se não... olhar mais pra minha cara...", terminou, e desviou o olhar.
No meu sonho, não era assim que terminava a noite. Não. Definitivamente. Eu me lembro muito bem. Sonhos como aqueles não são facilmente varridos da memória. Ele deveria sussurrar que me amava. E eu deveria adormecer em seus braços. E, então, o mundo seria cor de rosa. E eu sorriria todos os dias.
"Boa noite, Sirius.", falei distante, enquanto me dirigia em passos lentos para minha própria cama. Meu corpo ainda pulsava quente, e minha respiração era ofegante. Mas não importava mais. Havia perdido tudo que conquistei em anos, naqueles últimos cinco minutos. E sentia uma pontada insuportável em meu peito. Somente um pouco de lirismo francês. Nada mais.
Sentei-me na cama, e senti seus olhos percorrerem minhas costas, agora vermelhas devido a aspereza do tapete. Pude até imaginar sua boca se abrindo, e logo, tornar a se fechar em insegurança. E, por final, dizer naquele tom rouco que tanto conheço:
"Boa noite, Remus"
Nada de bom naquela noite. Nada de bom naquela semana. E, então, eu odeio o mundo.
N.A.: vocês queriam ação e tá aí. sirius/remus pra vocês XD mesmo que foi só um beijinho, mas é ação. e eu sempre acho que exagerei no drama neste capítulo, queria saber a opinião de vocês! qualquer coisa, mandem uma review o.
e tem gente lendo (dança feliz). tô muito contente por ter gente lendo e revisando, vocês são demais, gente. vocês não tem uma noção de como eu amo ver minha caixa postal cheia de avisos de reviews! hahahaha XD. agora, as respostas:
lely in the sky: é a primeira sirem que você lê o.o? ai, fiquei emocionada agora. tô trazendo gente pra família! espero que tenha gostado desse capítulo tanto quanto eu amei a sua review, moça! continue lendo!
mo de aries: viu? ele não tava só de sacanagem, ele só era lerdo. e continua sendo. HAHAHA XD brigadão pela review, linda. e muiiito obrigado por favoritar a fic!
barbara g: AEEEEEEEEEE! você era uma anônima e revisou só pra avisar que esta lendo? queridos anônimos, tenham a barbara como exemplo. sério que você le todas as minhas fics? hahaha, e cadê as suas reviews, hein, moça? espero te ver dinovo por aqui, e tô curiosa pra saber sobre a sua aventura com o botão da review, HAHA XD. e quanto ao jeito do sirius e do remus, eles são contagiantes. são a perfeição personificada! hahaha XD brigadão pela review, linda!
lik:outra leitora nova. seja bem vinda, moça! (acena freneticamente) hahaha XD gostou do sirius ser o deus diábolico? todas as meninas tão gostando. eu realmente espero que os meninos também estejam gostando da fic, sei lá, é uma visão meio feminina de descrever o cachorrão, né não? que bom que você gostou da fic, linda. tá aí mais um capítulo! brigadão pela review!
drunkness' lady: pausa pra falar sobre o seu nick. amei! hauahuaha. pena que eu não bebo, mas isso não vem ao caso (nika doida) HAHA XD. gostou do remus francês! eu AMO qualquer fic que ele seja francês, ou galês. ou irlandês. porque pra mim, inglês ele não é. ele é estrangeiro e charmoso. huahuauha XD adorei a review, linda, brigado!
maripottermalfoy: linda, sabia que eu tô encontrando reviews suas em toda fic que eu vou ler? você tem um bom gosto incrível, porque toda fic phoda que eu encontro pra ler, já tem um comentário seu. tô me sentindo honrada por ter você como leitora, viu XD? bom, deu pra ver nesse capítulo que o remus não se segurou mais, né? hauhahuahua XD eeeeee louvado seja Deus (amééém). brigadão pelas reviews o/
doom potter fofa: FELIZ NATAL PRA VOCÊ TAMBÉM, QUERIDA! e o remus nunca fumou, por isso, lógico que ele vai ter um excesso de tosse. hahahaha. miga, brigadão por continuar lendo e revisando, viu?
watashinomori: LINDA! claro que eu lembro de você. minha parceira pra atrasar qualquer challenge, hahaha. agora eu me surpreendi, nem sabia que você tinha gostado tanto da fic. hahaha. tô super feliz com a novidade, tia! pode deixa que eu vou postar a fic inteira, sim. mas tenho que ter LEITORES bonzinhos que revisam, pra eu ficar feliz-alegre-saltitante e postar o último capítulo. brigadão pela review, linda!
aninhaaaaaaaa: e eu tive que contar quantos a's tem no seu nick. hahahaha. que bom que a minha fic salvou uma madrugada sua, eu também sofro com esse problema de madrugadas desocupadas XD adorei ter você como leitora! espero que continue a ler! e brigadão pelo parabéns e pela review XD
recado para os anonimos que aumentam cada vez mais o hit da fic. muito obrigado, gente. mas eu ficaria mais feliz se vocês mandassem uma review, hahahaha. peguem a barbara como exemplo, e me mandem uma review avisando que vocês existem, e não são somente fruto da minha imaginação fértil! hauahuahua. bom, feliz natal super atrasado, e feliz ano novo pra todos. que dois mil e seis seja maravilhoso para todos!
Disclaimer: Harry Potter, e suas personagens pertecem somente a J.K Rowling. (entendeu essa parte? ótimo! siga para a outra)
PORÉM, essa fic me pertence. é minha em toda sua essência, excêlenciae existência, ok? plágio é crime, além de ser algo abominante e muito, muito feio. por isso, lembrem-se do que sua mamãe dizia na sua infância sobre 'não furtarás' e não roube a minha fanfic!
