Capítulo cinco: "O encontro e a música"

Eu estava desesperada, tinha somente mais uma hora para me arrumar para o jantar e não encontrava nenhum vestido elegante o suficiente para sair com alguém como Draco.

Como morava no hospital o meu guarda roupa estava lá também, e apesar de ter o salário alto, não tinha tempo para comprar roupas, porque usava somente o uniforme feio e verde do St. Mungus.

A única coisa que achei de mais apresentável nem vestido era, e sim uma calça cinza justa, uma camisa (aquela de botões sabe?) preta, uma bota de plataforma e uma boina cor vinho (para realçar meus cabelos ruivos, típicos da família Weasley). Está certo que boina era algo meio estranho de ser usado em um restaurante italiano já que a peça era algo francês, mas não me importei, apenas precisava estar apresentável para Draco, e assim eu estava.

Quando eram oito horas eu estava em meu escritório vendo alguns relatórios de pacientes e de repente senti mãos geladas sobre os meus olhos.

- Adivinhe quem é ruiva.

- Ah seu bobo! Me assustou! - Respondi meio rindo meio tentando respirar.

- Hehehe! Desculpe não pude evitar... – Disse virando-se e ficando na minha frente. – Como vai Virgínia?

- Agora já estou melhor – Disse já me levantando – Vamos então?

- Sim, claro. E a propósito, está linda! – Disse sorrindo.

- Que bom que gostou... – Disse um pouco sem graça.

Na frente do prédio abandonado (o hospital) estava um carro preto muito bonito. Draco me conduziu até o carro e abriu a porta para eu entrar, logo depois ele entrou também. A viagem seguiu em silêncio, estávamos cada um concentrados em nossos próprios pensamentos.

Finalmente chegamos, o restaurante era muito chique, com mesas a luz de velas e um clima muito romântico. Chegou um garçom e perguntou para quantas pessoas era a mesa e depois da resposta no conduziu a uma mesa perto da janela, Draco como um perfeito cavalheiro, puxou a cadeira para eu sentar e depois o próprio se sentou na cadeira em frente.

Veio o cardápio, a maioria das refeições era massa, assim sendo, pedimos uma lasanha para dividirmos e Draco pediu um vinho branco, enquanto a comida não chegava, nós conversávamos sobre coisas banais e tomávamos o vinho, nada muito importante, mas teve uma parte desta conversa que foi bastante constrangedora tanto para mim quanto para Draco:

- Draco, eu nunca te perguntei, mas, por que não gosta do seu sobrenome?

Ele suspirou como se não quisesse responder, mas logo mudou de idéia:

- Eu já lhe disse... Me lembra de Lúcius.

- Disso eu já sei, mas não me parece uma resposta suficientemente convincente, por favor, me conte...

Draco relutou um pouco, mas resolveu contar:

- Não sei se sabe Virgínia, mas Malfoy vem do latim maleficus: alguém que faz mal aos outros.(4) E acho que já descobriu que eu não sou como meu pai, ele sim achava que era bom fazer mal a outras pessoas. Eu nunca fui assim, mesmo em Hogwarts, só falava e fazia aquelas besteiras porque tinha de realizar as vontades de meu pai. – Falou ele.

Eu me arrependi um pouco de ter feito esta pergunta, pois vi que Draco parecia um pouco chateado por ter que se lembrar do passado, assim, para quebrar esse clima eu disse:

- E então Draco, agora que está melhor, o que vai fazer?

- Bom, não sei direito ainda, mas suponho que depois da guerra os aurores irão ter um tempinho de folga. Eu estava pensando em viajar um pouco para relaxar. – Respondeu ele, visivelmente mais animado – E acho que deveria fazer o mesmo, você parece muito estressada... Quando foi a última vez que tirou férias?

Diante da pergunta de Draco, foi quando realmente pensei, era verdade, há quanto tempo já não tirava férias?

- Não sei, acho que um ano mais ou menos...

- Um ano? Está louca Virgínia? – Me perguntou assustado – É muito tempo! E quando a srta. pretende sair de férias?

- Eu não estava pensando nisso na verdade, sempre estive muito ocupada com meu trabalho... – Lhe respondi.

- Quem sabe queira viajar comigo? – Draco me perguntou.

- Que é isso... Eu não acho que esteja precisando tão urgentemente de férias a ponto de estragar as férias de um amigo. – Disse um pouco constrangida pela pergunta.

- Você não iria estragar as minhas férias, pelo contrário, iria até as deixar mais divertidas, viajar sozinho é muito chato. Pense na minha proposta.

Depois que terminou de falar eu corei um pouco, não estava acostumada com isso, Harry nunca ia direto ao ponto, precisava ficar enrolando anos até chegar onde queria.

- Está certo, vou pensar. – Respondi.

Mas graças a Merlim, fui salva pela comida que chegava.

- Hum... Está com uma cara ótima – Disse Draco pegando seus talheres.

- Tem razão. – Eu disse – Sabe, você nunca me disse como conseguiu aqueles ferimentos, eles estavam horríveis.

- É mesmo, eu havia até me esquecido disso! Mas se eu te contar tenho quase certeza que não vai acreditar... – Draco respondeu depois de colocar uma garfada de lasanha na boca.

- Não custa tentar certo? – Disse comendo também.

- Pensando nisso agora, até que é bem engraçado. Escute só: Gilderoy Lockhart mudou para o lado das trevas! – Me contou ele.

- Aquele panaca metido a famoso? Que ficou internado no St. Mungus por sete anos? – Perguntei incrédula.

- Sim, ele mesmo. Depois de ter sido liberado do hospital ele se juntou ao lado dos comensais, treinou com eles por mais ou menos um ano e eu tive o PRAZER de enfrentá-lo na Última Batalha. – Draco me respondeu.

- É quase inacreditável... Mas me diga, como sabe de tudo isso? – Perguntei.

- Ah sim! O Lockhart fez o favor de me contar enquanto duelavamos, e acredite, ele era bom...

- Nossa... Mas você ainda não me respondeu como conseguiu os ferimentos.

- Certo, lembra de quando o Lockhart estava dando aulas em Hogwarts? – Quando acenei positivamente com a cabeça, ele continuou. – Eu me lembro que quando o Potter caiu no jogo de quadribol e quebrou o pulso o Lockhart, tentou concertar sozinho e fez um feitiço que tirou todos os ossos do braço dele. Me parece que ele andava treinando esse feitiço, porque ele me atingiu com o mesmo, só que na perna. – Explicou o loiro.

- Ah, agora entendo, e não é que aquele idiota conseguiu fazer algo direito? – Disse eu surpresa. – Mas e a outra perna? Como aconteceu?

- Ahn... Não tenho certeza que vai gostar de saber.

- Me conte, por favor?

- Está bem, quando eu tinha terminado com o Lockhart eu estava indo embora, mas não estava em condições de aparatar e nem de conjurar uma chave de portal, então tive que ir andando. O caminho era por uma floresta e por uma ironia do destino, era uma floresta infestada de lobos, quando os vi tentei correr, mas um dos lobos me alcançou e quase arrancou a minha perna fora. Depois eu não me lembro direito o que aconteceu, só sei que consegui fugir e cheguei até o ministério, lá eu desmaiei, só acordei na ambulância.

Quando terminou sua historia, lembro de ter ficado de boca aberta e falar:

- Você é muito corajoso Draco...

Ele ficou quieto por um tempo, mas depois de um tempo terminamos de comer e ele disse:

- Bom, eu terminei e você também... Então vamos? Eu te levo no hospital.

- Está bem.

Nos levantamos, Draco pagou a conta e fomos para o carro. À volta, tal como a ida foi bastante silenciosa. Quando chegamos ao St. Mungus ele disse que me acompanharia até o meu quarto, lógico que não vi nenhum problema nisso. Quando chegamos lá, fui a primeira a falar:

- Obrigada Draco, faz tempo que já não saía, este jantar foi maravilhoso.

Mas como da vez da fênix, ele não me respondeu, apenas, cantou:

- "(...) Da voz da vida ouvi dizer,

Que os braços sentem,

Que os olhos vêem,

Que os lábios beijam, dois rios inteiros.

Sem direção (...)" (5)

Só que a cada verso da música, ele fazia exatamente o que a letra dizia, com os braços, tocou meu rosto, com os olhos, olhou os meus, e com os lábios, bem... Com os lábios, ele me beijou. Foi um beijo explosivo, cheio de paixão e urgência de expressar o que sentíamos já a tempos.

Paramos de nos beijar, nos olhamos, e nos beijamos uma vez mais, e várias outras vezes durante aquela noite, que foi a melhor de minha vida.


(4) O trecho foi retirado do livro "O mundo de Harry Potter"

(5) A música é "Dois Rios" do Skank.


N/A: Oie! É isso aí, está quase no fim, esse é o penultimo capítulo... Bom, vamos aos agradecimentos.

miaka: Heheheh, bom, e aí o que achou do encontro? Tomara que tenha gostado! Beijos!

Helo: Pois é... o Draco é O CARA! Beijos e continue lendo, só falta agora mais um capítulo!

Lou Malfoy: Ai ai, quem me dera ter um Draquinho só pra mim... Ui... hehehe e realmente ele é muito fofo, chamando a Ginny de anjo... mas é a verdade não? Beijos e continue lendo a fic!

re...: Oi Re! Que bom que gostou, espero que goste dese capítulo também! Beijos pra minha super amiga!

Amy Lupin: Huauhauhaa, e quem não se derreteria não é verdade, pra mim até um beijinho na mão tá de bom tamanho! Muito obrigada por tudo, vc é o máximo! Sou super sua fã viu? Beijos!

marina: Aí está o capítulo cinco, muito obriga por tudo viu, vc me incentiva pra caramba escrever! Beijos!