Lágrimas Derramadas

Capítulo 7

Despedidas

Palas retornava a seu templo silenciosa, a conversa com Maia não tinha sido das melhores. Mas o que ela esperava, que a amazona a recebesse com foguetes? Quando desceu até a vila sabia o que iria enfrentar e o que ouviria dela. Por isso não deveria estar tão surpresa.

Maia não confiava nela, ou pior, via nela uma piralha de 16 anos que não sabia de nada e que era cheia de caprichos. Só que ela não era assim, Palas não era assim... É verdade tinha o seu lado humano, não vivia entre eles? Só que não era irresponsável...

Na verdade, sabia que a grande mágoa de Maia nem era para com ela, a mágoa da amazona se dirigia a Atlas. Uma confusão enorme que ocorreu antes mesmo de Palas chegar ali...

Está tudo bem Palas? – Aurion perguntou tirando-a de seus pensamentos.

Está sim... – disse evasiva, só agora notando que já tinham atravessado a casa de peixes e que Allas já ficara para trás.

Pois não parece que está tudo bem. – ele disse, tentando extrair dela alguma resposta.

Não se preocupe comigo, não é nada grave, já te disse. – Palas tentou forçar um sorriso.

O cavaleiro afagou os cabelos da jovem deusa e a trouxe mais para perto, abraçando-a com carinho. Tentava conforta-la, pois sabia que, por mais que ela não quisesse dizer, as coisas não iam nada bem.

Se você não quer dizer, não tem problema, mas saiba que eu estou e sempre estarei aqui ao seu lado. – disse levantando o rosto dela e se perdendo nos olhos azuis, para depois trocar um beijo tímido e carinhoso. – Qualquer coisa, me chame! – ele respondeu deixando-a sozinha.

Palas ficou observando o cavaleiro descer a escadaria, o olhar triste... Queria poder dizer tudo a ele, mas era complicado demais.

Nem tudo está bem, meu querido. – ela disse em um sussurro.

Athena! – Atlas exclamou atrás dela, a assustando.

Atlas.

Já resolveu tudo?

Já, foi difícil, mas as crianças irão hoje mesmo embora do santuário. – ela o olhou triste.

E Maia? – a voz do mestre apresentava aflição.

A mesma de sempre. – Palas disse com pesar.

Então não me perdoou. – ele disse triste.

A culpa não foi sua Atlas. – Athena levantou o rosto do grande mestre. – Eu sei que Maia tenta te culpar até hoje pela morte da irmã, mas não foi culpa sua e repetirei isso quantas vezes forem necessárias.

Atlas ficou em silêncio, fitando o vazio.

Atlas, Muriel te amava, te amava muito e não gostaria de te ver assim.

Talvez, se nós não tivéssemos rompido as regras não teríamos passado por tudo isso.

E não teriam Shion. – Palas disse, agora ríspida. – O destino sempre será destino Atlas e não podemos mudar isso. – ela amenizou a voz. – Maia te culpa porque não deixou Shion com ela, apenas isso... Ela queria que o único sobrinho ficasse sobre a guarda dela e não se conforma de não ter conseguido.

O grande mestre ainda ficou alguns segundos em profundo silêncio, talvez pensasse bem nas coisas que Palas disse a ele ou se culpava ainda mais...

Esqueça isso, está bem? – ela disse o convidando a retornar ao templo.

Vou fazer o possível.

Na casa de libra, Dohko acompanhava o entardecer pensativo. Uma tristeza profunda estava presente no seu coração e ao olhar para as coisas a sua volta podia sentir que elas também transmitiam a mesma tristeza e ele não entendia o porque. A única coisa que sentia era que algo estava acontecendo e pelo visto era grave.

Dohko! – ouviu uma voz suave o chamar e não pode deixar de sorrir ao ver quem se tratava.

Yoros! – ele disse o sorriso sincero estampado no rosto.

Incomodo? – ela perguntou sentando-se ao seu lado.

Claro que não.

O que estava fazendo? – ela perguntou. – Estava com um olhar tão distante.

Pensando...

Você pensa? – ela disse.

Dohko a olhou furioso.

Vai começar?

Calma, só estava brincando ô balança estressada. – ela disse séria.

Os dois tornaram a ficar em silêncio, o qual Dohko quebrou minutos depois.

Yoros, você sente isso? – ele perguntou evasivo.

Isso o que?

Essa tristeza no ar, você consegue sentir? – Yoros passou a reparar no ambiente a sua volta e pode sentir o que Dohko falava.

Posso! – ela respondeu, a voz distante.

Não sei, mas algo grave estar para acontecer... – ele voltou-se para ela. – Eu sinto!

Eu também posso sentir Dohko, já tem alguns dias que percebo essa tensão no ar. – ela disse.

O silêncio tornou a imperar.

Eu tenho medo! – Yoros se pegou dizendo de repente, sem pensar no que dizia.

Eu também... – Dohko olhou para a máscara sem expressão e se aproximou mais da amazona.

Não podemos sentir medo... – ela disse desviando o olhar. – Seja o que for Dohko, somos nós que teremos de barrar isso.

Somos humanos, é normal sentirmos medo. – Dohko disse aos sussurros.

É normal... – a voz da amazona praticamente morreu e Dohko a acolheu em um abraço carinhoso.

A noite que caia emanava tristeza, como se a natureza também dissesse que tinha medo.

Shion? – Palas entrou na sala do Grande Mestre e se deparou com o cavaleiro a olhar pela janela distraído.

Sim? – ele respondeu rapidamente.

Quero pedir que organize uma reunião com os outros cavaleiros, para essa noite. – ela disse sem rodeios.

Vai comunicar a eles? – ele perguntou.

Vou entregar o que foram fazer em Star Hill e quero que todos estejam presentes. – ela disse e de certa forma fugiu a pergunta central.

E quanto à guerra? – Shion se percebeu perguntando.

Não sei... – ela desviou o olhar. – Não quero dizer Shion.

Eu sei que meus amigos devem ter percebido o que está acontecendo, mas... – ele abaixou a cabeça antes de continuar. – Não deixe que eles descubram da pior maneira, não deixe que sejam pegos de surpresa.

Isso não vai acontecer Shion... – ela disse rapidamente. – Após a reunião de hoje, irei dizer tudo, eu te prometo.

Espero que tenha tempo! – Shion disse, já deixando a sala. – Quando terão de estar aqui?

Quando a noite já estiver alta.

Está bem! – e saiu do imenso salão, se dirigindo para a enorme varanda se escorou sobre as colunas antigas.

Shion ficou perdido em seus pensamentos, era duro ter de carregar toda aquela verdade sozinho... Não poder dizer a ninguém o que estava próximo de acontecer. Ele sentia também o mundo avisar o perigo, o vento soprava triste. E a dor dominava o seu coração, como iria acabar tudo aquilo? Era a única pergunta que passava pela sua cabeça.

Shion? – uma voz doce o chamou.

Sim. – ao se virar um sorriso se formou ao ver Lunion a sua frente.

Estava linda como sempre, vestida com roupas gregas, o longo cabelo lilás preso em um coque delicado que deixava alguns fios escaparem rebeldes.

Que bom que voltou. – ela disse.

É bom mesmo estar de volta. – ele sorriu.

Senti saudades!

Foram só alguns dias. – ele riu divertido.

E daí, para mim pareceram muito mais que poucos dias. – o abraçou carinhosa. – Algo vai acontecer, não vai Shion?

Por que diz isso?

Porque eu sei sentir... – ela o olhou por debaixo da máscara. – Não me esconda nada, por favor.

Não estou escondendo...

Está, eu sei.

Não posso dizer. – ele desviou o olhar.

Tudo bem... – ela retirou a máscara e os olhos verdes dela se encontraram com os lilases de Shion.

Ele a abraçou forte, deixando algumas lágrimas escorrerem por seu rosto, Lunion o acariciou sem fazer mais perguntas e o beijou de forma carinhosa.

Lu, promete que nunca irá se afastar de mim? – ele perguntou ao fim do beijo.

Prometo! Shion, eu vou estar sempre ao seu lado. – ela disse triste.

Promessas são sempre promessas... A frase passou pela mente de ambos. Acontecesse o que acontecesse estariam ligados para sempre.

Arios caminhava apressado ao redor do salão do grande mestre, a procura da irmã, mas parou ao vê-la nos braços de Shion. Em um primeiro momento, sua vontade maior foi a de separa-los na mesma hora, só que não o fez.

Saiu sem fazer barulho, deixando os dois para trás...

Não vai interrompe-los? – a pergunta repentina assustou Arios, que fitou o cavaleiro de Touro.

Não.

Ora, sempre pensei que odiasse ver Shion junto de sua irmã.

E quem disse que eu gosto Ardol? – ele riu cinicamente. – Só estou deixando ela ser feliz, às vezes temos de fazer sacrifícios. E ser feliz foi uma coisa que eu nunca pude ser e porque impedir a minha irmã? – o sorriso morreu, transformando-se em um olhar cheio de dor.

Está lembrando dela, não está? – Ardol perguntou, também sério.

Dela quem? – disse se afastando rapidamente.

Ardol reparou o geminiano ir embora, sem ao menos se despedir.

Não sei porque engana a si mesmo Arios! – ele disse, seguindo para dentro do salão.

Shion passou o recado a todos através de telepatia, enquanto descia as escadarias junto de Lunion. Ambos se surpreenderam ao ver Dohko e Yoros juntos na casa de libra, ambos em silêncio e Yoros com a cabeça apoiada no ombro do cavaleiro.

Já recebemos o recado! – disse Dohko com um sorriso sem se assustar com a presença dos amigos.

O que Athena deseja? – Yoros perguntou.

Eu não sei bem. – Shion respondeu. – Penso que ela queira reunir a todos e dar um comunicado importante.

Essa não seria a resposta... – Yoros disse séria. – A reunião já sabemos, assim como tem algo ai... Só que você nunca nos diz.

Shion tem seus deveres Yoros. – Lunion interrompeu a conversa. – Se não diz é porque não deve.

Não briguem. – Shion as interrompeu.

Não estamos brigando. – Lunion disse rapidamente.

Bem, vou descer para a minha casa. – Yoro respondeu apressada. – Até mais Dohko.

Até. – o libriano respondeu sem a impedir.

O que vocês estavam fazendo? – Shion perguntou sério, para depois sorrir maroto.

Nada. – Dohko disse constrangido. – Só estávamos conversando. – ele pensou um pouco. – Seja o que for Shion, a gente sabe que é grave. – disse para depois entrar em sua casa.

Todos sabem... O pensamento correu na mente de Shion, e ele não sabia se isso o deixava mais aflito ou se o tranqüilizava.

Vamos Shion?

Vamos!

Os cavaleiros já chegavam para a reunião de última hora, alguns surpresos com aquilo, outros nem tanto. Palas recebia a todos, um sorriso sincero nos lábios... Era o último encontro deles, deles todos juntos em clima de paz. Ela sabia disso. E tentava disfarçar a tristeza.

Darius, Lidius e Osirus já chegaram fazendo gracinhas e tirando Atlas do sério inúmeras vezes. Allas e Aurus conversavam em um canto reservado, enquanto Ardol e Arios permaneciam sentados em uma mesa em silêncio completo. Lunion conversava com Palas enquanto Shion permanecia junto de Aurion e do Mestre.

Os únicos que ainda não haviam chegado era Dohko e Yoros.

Na casa de libra, Dohko já estava pronto e esperava a amazona subir de sua casa para irem juntos. Vestia uma roupa chinesa em verde claro, com mangas largas, a cor contrastava com seus olhos também verdes e o cabelo castanho escuro, rebelde, se desfazia ainda mais em contato com o vento forte.

Yoros não demorou a chegar, e Dohko não pode deixar de reparar como ela estava linda. Usava um vestido típico da época, só que mais simples, a cor palha da peça lhe dava o aspecto de anjo e os cabelos levemente ondulados em um tom verde-água lhe caiam suaves moldando o rosto encoberto pela máscara.

Será que está bela dama me daria a honra de acompanha-la? – Dohko disse galanteador, estendendo o braço para ela.

Claro que sim, nobre cavalheiro! – os dois sorriram e subiram juntos para a reunião, que a essa altura mais parecia uma festa.

Uma festa de despedida.

O pequeno encontro durou algumas horas e foi embalado pela música suave do piano, que Lunion e Arios tocavam com maestria, fazendo com que os cavaleiros se revezarem para dançar com as damas presentes.

Palas esperou algum tempo, até decidir que já era a hora de entregar o que ela preparara, juntamente com Shion e Atlas. Ao seu lado, no templo, a urna da armadura de libra reluzia.

Levou-a para o salão e pediu o silêncio e a atenção de todos, Dohko se surpreendeu ao ver a urna, pensara que ela estivesse com Shion, que ficara de repara-la após a luta contra Poseidon.

Dohko, se aproxime. – Palas disse séria. – Sei que está surpreso por sua armadura estar comigo, mas vai entender o motivo.

Ao toque das mãos da deusa a urna se abriu, e a armadura apareceu e estava diferente. Com um gesto de Athena, a armadura se dividiu, indo de encontro ao corpo do cavaleiro de libra, aos pés dele as novas partes da armadura se dividiram.

Essas são as armas de libra. – Athena disse sem rodeios. – Dohko, cavaleiro considerado guardião da justiça, confio a você estas armas. Como sabe não admito a luta armada, apenas o corpo a corpo, só que nem todos os inimigos respeitam essa regra. – ele olhou a todos. – Não quero que meus guerreiros passem por perigos que envolvam uma luta desigual, por isso criei as doze armas, as quais Dohko é guardião. É ele quem decidira quando e como elas deverão ser usadas.

Os cavaleiros prestaram atenção a todos os detalhes do que Palas dizia, o silêncio reinava no imenso salão.

O Nunchaku, o Tridente, o Escudo, a Barra Tripla, a Espada, a Tonfa; todas as peças são duplas, uma para cada cavaleiro de ouro. – as armas iam uma a uma em direção as mãos de Athena para depois voltarem a compor a armadura de libra. – Repito, Dohko é o guardião das armas e elas só podem ser usadas com o consentimento dele, são armas especiais e cada uma delas tem poderes surpreendentes que atuam conforme o cosmo de seu portador.

Athena... – Dohko ainda tentava dizer alguma coisa.

Todos os seus companheiros o elegeram Dohko, não fui só eu. – ela sorriu levantando o rosto do cavaleiro. – Você Dohko é peça essencial para avaliar o bem e o mal dentro de cada cavaleiro que vier a usar essas armas. – ela sorriu. – Aceita?

Aceito. – o cavaleiro respondeu com a voz forte.

Bom! – ela sorriu feliz. – Acho que podemos continuar nossa pequena festa agora. – Palas fez o gesto para que Arios e Lunion continuassem com a música.

Dohko seguiu ainda com sua armadura até a deusa, ajoelhou-se e agradeceu. Depois, procurou Shion com o olhar e se dirigiu até ele.

É realmente grave. – foi sua única palavra, antes de tirar a armadura e decidir ir embora da festa.

Dohko espera! – Shion ainda tentou ir atrás do cavaleiro, sem sucesso.

Yoros que reparava todo o movimento decidiu ir embora também, ninguém mais tinha animo para continuar ali. E resolveu ir atrás do cavaleiro.

Eles perceberam Palas, não continue escondendo. – Atlas disse para a deusa, quando se viram novamente sozinhos no salão.

Eu sei que sabem... – ela disse retirando-se para o templo.

Mestre... – Shion se aproximou do pai.

Ela vai dizer. – ele virou-se para o rapaz. – Não se preocupe filho. – e também se retirou do salão.

Shion ficou sozinho, o vento gélido soprando pelas frestas da janela, os olhos lilases em reflexão, frios... A paz... Estava próxima do fim...

Dohko, espera! – Yoros corria para alcançar o cavaleiro.

Ele a olhou, seus olhos aflitos...

Por que não ficou na festa?

Não tem mais festa Dohko, acha que só você percebeu?

Não sei o que dizer...

Está com medo, eu também estou. – Yoros se apressou em dizer.

Yoros, está preparada para o que esta por vir?

Tenho de estar. – ela sorriu tristemente por debaixo da máscara. – Vem comigo, quero te mostrar uma coisa. – disse mudando de assunto e arrastando Dohko até a sua casa.

Parou em frente à imensa porta na ala esquerda...

Acho que não terá problemas se você souber o meu segredo! – ela sorriu.

O que quer dize com isso?

Não houve respostas, Yoros abriu a imensa porta e o puxou para dentro, fechando a porta em seguida.

Nas arenas, Lyra andava sozinha e pensativa. As amazonas haviam sido convidadas para a reunião, mas acharam melhor não comparecer. Tudo estava confuso demais, e Maia não falara mais nada com elas além de comunicar que não iriam a lugar nenhum, nunca vira a mestra daquela forma.

Sentou-se nas arquibancadas e ficou a olhar o céu, que outrora estrelado, agora estava repleto das mais pesadas nuvens de chuva...

É estranho mesmo um temporal nessa época do ano. – Lyra assustou-se com a chegada repentina de Lidius. – Desculpe, não quis te assustar.

Não tem nada não, eu estava distraída mesmo.

Não está entendendo nada, não é mesmo? – ele perguntou sentando-se junto dela.

Não. – ela disse o olhando por debaixo da máscara. – O que está havendo Lidius, por que tanto mistério?

Nem nós sabemos direito, a única coisa que podemos perceber é que é grave... – ele pensou um pouco antes de falar. – Athena permitiu o uso de armas... Acho que isso não é um bom sinal.

Lyra ficou surpresa ao vê-lo mencionar as armas...

Não queria estar no lugar do Dohko... – ele sorriu tristemente. – Mas, não queria falar disso.

Então, quer conversar sobre o que? – ela sorriu por debaixo da máscara.

Humm, eu já te disse o tanto que te acho linda? – Lidius disse meio brincando meio sério.

Brincadeira sem graça Lidius e perigosa. – ela gargalhou. – Acha que vou acreditar no palhaço que você é? Desde criança assim, eu heim, quando vai crescer?

Eu estou falando sério. – ele disse, o olhar com um brilho diferente. – Eu gosto de você.

Aproximou-se ainda mais dela, que não recuou...

Me deixa ver seu rosto? – ele disse repentinamente.

Não eu... – antes que pudesse negar, ele retirara sua máscara.

Linda mesmo. – disse em um tom de admiração.

Por... Por que fez isso? – Lyra tentava tirar a máscara das mãos do cavaleiro e coloca-la novamente.

Você sabe que te amo! – disse puxando-a para um beijo, o qual ela correspondeu. – Lyra, eu queria te dizer isso antes que fosse tarde demais.

Ela se assustou ao ouvir as palavras dele e o silenciou, recomeçando o beijo. Na verdade, ambos sabiam que talvez, aquela seria a última vez em que estariam juntos.

Eu também te amo! – ela disse o abraçando com carinho.

Castelo de Hades

Uma jovem senhora, aparentando uns 30 e poucos anos caminhava tranqüila pelos jardins do castelo. Os cabelos loiros lisos lhe batiam pela cintura e usava um vestido negro da cor das trevas.

Adentrou ao castelo e se dirigiu a uma grande sala, esta também sombria, apenas uma vela iluminava fracamente o ambiente.

Perséfone! – uma voz calma e forte se pronunciou. – Pensei que passearia a noite toda pelos jardins. – um sorriso sedutor brotou em seu rosto.

Não, meu senhor e meu marido... – ela sorriu e sentou-se em seu colo. – Eu não demoraria a vir ao seu encontro Hades. – beijou-o suavemente.

Hades sorriu divertido, adorava galantear a esposa, correspondeu ao beijo e se levantou da imensa poltrona na qual estava sentado. Os cabelos pretos contornavam o rosto branco e os olhos em azul profundo se destacavam de todo o conjunto. Usava um manto negro com detalhes em vinho sangue.

Não desistirá mesmo desta idéia não é, Hades-sama? – Perséfone perguntou.

Não! – ele riu sarcástico. – Quero ver até onde chega a força da minha querida sobrinha e até onde vai o seu desejo de proteger esses humanos desprezíveis.

Tem certeza de que não quer apenas implicar com Zeus? – ela o encarou. – Sabe que Palas é a filha querida de seu irmão e que tudo o que acontece com ela o irrita mais que tudo.

Dane-se Zeus, estou cansado de viver apenas para governar as profundezas do inferno, enquanto ele desfruta do céu e a querida dele tem o controle sobre a terra. – o sorriso morreu nos lábios. – Ela quer evitar que os humanos sofram, sendo que eles só estão aqui para sofrer... Sofrer por terem esquecido dos deuses.

Vejo que não te convenceria do contrário. – ela sentou-se no imenso sofá do salão.

Não minha querida, não conseguiria... – ele caminhou até a poltrona. – Onde estão Medo e Pânico?

Estão avaliando os espectros escolhidos! – Perséfone respondeu rapidamente.

Bom! – o sorriso surgiu sarcástico. – Está perto, bem perto... Athena...

Continua...

N.A: Depois de vários contratempos, finalmente mais um capítulo pronto... Dessa vez demorei muito né? Bem, tudo tem justificativas, primeiro um deslocamento de pescoço, depois um vírus no computador (tive de formatar e perdi muita coisa) e as provas e trabalhos da faculdade que ocupam todo o meu tempo. Mas eis que surge um feriado, e eu finalmente posso por tudo em dia EHHHHHHHHHHH!

Quanto ao fic, agora acho que já deu pra perceber né? A guerra santa está próxima, bem próxima e eu já estou me preparando para escrever essa parte da fic... Este capítulo eu já quis mostrar Hades e a despedida dos cavaleiros todos juntos em tempos de paz... Fora a idéia que me ocorreu da armadura de libra só ter ganhado suas armas nessa guerra, o que acharam da idéia?

No mais, agradeço todo mundo que está acompanhando essa história, pelo MIPS, pelo Pandora's Box e obrigada pela força. Os comentários, elogios, sugestões é que me ajudam a continuar escrevendo essa fic.

Lyra - obrigada pelos elogios e estou esperando os novos capítulos da sua Guerra Santa heim?

Juliane-chan – Humm, notou bem o diálogo de Arios e Ardol? Tenho uma idéia ali... Depois a gente fala sobre isso via MSN :P

Darla – Brigada pelos elogios, estão dando a maior força e vou ver se dessa vez não demoro mto a atualizar.

Abraços a todos

Lithos de Lion