Escrito nas Estrelas
por Dawnatello e Luna

tradução para o português: Calíope Amphora
betagem da tradução: Dana Norram

Capítulo Doze

POV DO SIRIUS

Durante toda a semana seguinte, eu mergulhei com o Aluado numa névoa de delirante felicidade. Parecia que nada poderia me perturbar — nem as besteiras de Peter ouas brincadeiras de Jamese suas tagarelices sobre Lily. Caramba, nem mesmo Snape estava me irritando!

Era difícil manter meus sentimentos por Remus só para mim mesmo, mas me contentava com as ocasionais carícias de seus dedos quentes nos meus enquanto andávamos lado a lado, as capas escondendo nossas mãos dadas; um beijo roubado nos corredores silenciosos e escuros; carinhos por debaixo da mesa no Grande Salão enquanto comíamos; e os longos e profundos olhares daqueles olhos âmbares que queimavam minha alma. Não era o suficiente, mas teria que bastar.

No entanto, me sentia um pouco insaciado naquela tarde. Estava deitado na minha cama, tentando em vão copiar as anotações do Aluado das aulas de História de Magia, já que as dele eram um pouco mais detalhadas do que as minhas. Enquanto no meu pergaminho estava escrito "Algum bruxo que já morreu tentou fazer alguma coisa que envolvia um cara e uma vaca e foi visto por… alguns trouxas, blablabla…", o dele dizia: "Em 1604, em um ataque de raiva, Pyramis Twickenham transfigurou o prefeito trouxa de Jersey em uma vaca, originando, assim, as 'vacas Jersey¹'. Ele foi pego em flagrante, aprisionado e quase enforcado, mas escapou na última hora…".

Suspirei, esfregando as mãos nos olhos antes de levantar o rosto e olhar para Remus. Ele estava largado na cama, uma pena deslizando graciosamente por um pergaminho, e me perguntei se ele estaria escrevendo ou desenhando. Como se sentisse meu olhar, ele levantou a cabeça, os olhos brilhando de leve pela luz dos archotes, e sorriu para mim.

"O que você está fazendo, Aluado?", perguntei, notando (e esperando que Peter, que também estudava no quarto, não tivesse notado) o tom alegre da minha voz.

Remus me lançou um sorriso gentil e deu de ombros. "Oh, estava apenas explorando meu lado criativo. Estou pensando em voltar a pintar", ele olhou para mim e sustentou meu olhar antes de continuar. "Mas — suspiro — ainda não achei uma tela apropriada para praticar".

Aluado! Seu lobo mau!

"Umm… bem, talvez eu possa te ajudar com isso, Remus. Eu adoro… pinturas…"

Ele arqueou uma sobrancelha. "Hmmm… obrigado, Sirius. Não sabia que você era um amante das artes".

Peter interrompeu nossa brincadeirinha, reclamando exasperadamente. "Isso é impossível! Eu não consigo!", disse, enterrando uma mão nos cabelos.

"Oh, me desculpe, Peter. Nós estamos atrapalhando o seu estudo?" Remus perguntou, preocupado.

"Não, não é isso. É só esse… feitiço idiota que eu tenho que escrever! É impossível! Odeio ter que escrever feitiços. Acho que não tenho criatividade para isso. O James é tão bom nesse tipo de coisa. Se ele estivesse aqui, saberia o que fazer. Ele sempre tem idéias criativas. O Pontas sabe o que escrever, como as poesias que ele começou a fazer para a Lily — ele não sabe que eu li, mas, mesmo sendo meio meladas, elas são muito boas para quem gosta desse tipo de coisa. E, claro, ele escreveu aqueles horóscopos para o Quill e eles eram-- errr… quer dizer…"

Instantaneamente, levantei o olhar das anotações que fingia estar estudando na vã tentativa de ignorar Peter e encarei Aluado. Nossos olhares se fixaram um no outro e em seguida nos viramos para encarar Peter ao mesmo tempo.

Ele ficou pálido e depois corou. Tive a visão nítida de um daqueles insetos pregados em quadros de entomólogos quando Peter se debateu para levantar da cama, tremendo de nervoso.

"O que você disse, Rabicho?", perguntei, levantando. Percebi que Remus fazia o mesmo e nós dois encurralamos Peter no canto da cama.

"Uhhh… ohh… ummm… nada. Eu só estava falando besteiras, sabe… como sempre! Haha! Estava falando sobre as poesias que James fez para Lily… ummm… só isso. Nada de importante".

"Você disse algo sobre horóscopos, Pete", eu disse, meu coração começando a bater mais rápido. O que isso queria dizer? O que James tem a ver com os horóscopos do Quill? Ahhh! Oh, inferno! É claro! Droga, por que eu não suspeitei disso antes? James estava por trás daquelas coisas! Aquele infeliz quatro-olhos estava enfiando os horóscopos no jornal! É por isso que eles eram tão "precisos", como disse o Remus. Ohhh, ele vai pagar por isso! Mas… primeiro, nós temos que apertar Peter até ele confessar as ações criminosas…

"Peter", Remus disse suavemente enquanto sentava ao lado da cama. Vi quando Rabicho se esquivou de Remus, os olhos arregalados e as costas pressionadas contra a parede. Senti raiva ao perceber os ombros de Remus caírem ao reconhecer o medo óbvio que Peter tinha dele. Isso me irritava tanto! Peter idiota! Quando eu estava avançando na direção dele praticamente lançando fogo pelos olhos, Rabicho apenas ficou nervoso. Mas quando Remus — o doce e gentil Remus — questionou Peter em um tom suave, o imbecil se contorceu como se o Aluado tivesse se transformado em um monstro enlouquecido.

Eu resmunguei e comecei a avançar, mas Remus levantou, me impedindo. "Sirius! Espere! Está tudo bem. Acalme-se".

Meu sangue fervia, mas me afastei como Remus pediu, os olhos ainda centrados em Peter.

Ele me encarou de volta com ódio por um longo momento.

Remus suspirou e voltou a encarar Peter, perguntando com calma. "Peter, está tudo bem. Nenhum de nós dois vai fazer nada contra você. Apenas me diga, o James escreveu aqueles horóscopos no Quill? Mais especificamente aqueles sobre Sirius e eu?"

Peter demonstrou ainda mais medo, os arregalados olhos azuis apavorados para Remus, mas não disse nada.

"Por favor, nos diga, Peter", Remus clamou.

Resmunguei outra vez e Remus segurou meu braço delicadamente. "Sirius! Por favor, se acalme. Tudo vai ficar bem".

Remus olhou para Peter mais uma vez. "Por favor, Peter… só nos diga a verdade. James escreveu aqueles horóscopos?"

Peter ficou pálido de novo. Bem, olha aí a nossa resposta!

Ele engoliu a seco e deslizou devagar para fora da cama, seu olhar nunca desviando de Remus. "Ummm… bem… mais ou menos… só por um tempo… Olha, tenho que ir, tchau!"

Ele correu tão rápido quanto suas pernas gorduchas permitiam. Me soltei de Remus e corri atrás de Peter como se fosse retalhá-lo, mas, quando cheguei na porta, Aluado me segurou, me fazendo cair no chão.

"Remus!", eu disse, me debatendo, "Me solta! Você ouviu o que ele acabou de dizer! Eu só quero…"

"Matar Peter e James. Não, Sirius, você está com muita raiva agora. Acalme-se. Não vou permitir que você vire um assassino por causa de uma brincadeira idiota".

Me retorci nos braços dele, que se ergueu um pouco, o suficiente para que eu me virasse de costas. Aluado se acomodou em cima de mim de novo, me pressionando contra o chão, as mãos nos meus ombros e o rosto poucos centímetros acima do meu.

"Mas, Remus… o que eles fizeram… essa brincadeira… foi cruel! Como puderam?"

Ele fechou os olhos por um segundo antes de abri-los novamente. "Sei que é o que parece, Sirius, mas acho que eles não tiveram a intenção de serem cruéis. Eu acho… bem… acho que James estava tentando se vingar de mim por causa daquele incidente astrológico com a Lily… e você acabou sendo envolvido na história também".

"Mas por que, Aluado? Aquele 'incidente astrológico' fez o James finalmente reunir coragem para chamar a Lily para sair! E agora eles são um casal, por Merlin! Acabou funcionando muito bem para ele. Por que ele faria isso com a gente?"

Uma centelha de emoção cruzou a rosto de Remus ao ouvir minhas palavras e ele baixou o olhar, a voz falhando enquanto sussurrou, "Talvez ele tenha pensado que a mesma coisa funcionaria para nós dois… mas… parece que você não concorda…" Com isso, ele levantou de cima de mim e andou até a cama de novo.

Sentei devagar e me virei para olhá-lo. Estava confuso. Eu sabia que deveria ir confortar Remus e assegurá-lo que, mesmo não gostando dos meios que James tinha usado para nos fazer ficar juntos, eu tinha gostado muito do resultado. Queria levantar e ir até ele, envolvê-lo nos meus braços e dizer essas coisas… mas alguma coisa me prendeu no chão. Algum vestígio insano de… orgulho, talvez. Seu idiota! O orgulho precede a queda, Sirius Black! Vá até ele! Ignorei minha voz mental e olhei para o chão, não ousando encarar o rosto doce e tentador de Remus.

James tinha jogado bem. Admitia isso. Remus e eu caímos como idiotas na armadilha dele.

Remus finalmente quebrou o silêncio do quarto. "Sirius… eu… eu sei que você está chateado e se sentindo traído agora, mas… Só queria que você soubesse que, com astrologia ou não, com brincadeiras ou não… eu realmente te… quer dizer… você é tão importante para mim…"

Algo se agitou dentro de mim quando ouvi as palavras hesitantes e, antes que eu entendesse o que estava acontecendo, estava cruzando o quarto para ir até ele. Me ajoelhei diante da cama de Remus, passando os braços pela cintura dele e enterrando o rosto em suas roupas quentes, sentindo o perfume do meu Aluado. "Oh, Remus"… me vi praticamente soluçando, todas minhas emoções explodindo e queimando enquanto me agarrava a ele "Eu sei… eu sei… não importa como aconteceu, a verdade é que… eu te amo, Remus. Eu te amo desde que… há anos, na verdade, eu só nunca tinha me permitido assumir isso até agora". Apertei o abraço mais forte, secando as lágrimas do rosto nas roupas dele.

Ele se abaixou e eu senti seu cabelo no meu pescoço enquanto ele murmurou, a voz falhando pela emoção, "Você não sabe o que significa para mim te ouvir dizer isso, Almofadinhas. Eu também te amo. Não importa se foi 'escrito nas estrelas' que nós vamos ficar juntos ou não, por que… está escrito no meu coração que é assim que tem de ser".

Me afastei um pouco para olhar dentro dos olhos dele. "Eu sei, Aluado… Eu sinto o mesmo".

Ele sorriu de seu jeito carinhoso e gentil e eu me estiquei, pressionando meus lábios úmidos e salgados pelas lágrimas contra os dele, me agarrando desesperadamente a Remus. Foi um beijo longo e intenso, eu senti uma confortável alegria tomar conta de mim, me acalmando. Quando finalmente nos separamos, Remus juntou sua testa à minha, sorrindo, e murmurou, "Sirius, eu tenho uma idéia de como podemos nos vingar de James e Peter, se você estiver disposto…"

— x —

POV DO REMUS

Fiquei sentado na cama por longos minutos, apenas olhando dentro de seus olhos, uma chama de emoções novas e intensas queimando dentro de mim. Sirius era lindo de se perder o fôlego, e, finalmente, ele era meu. Era quase surreal, olhar nos olhos do meu amor e saber que, há questão de semanas, eu sequer tinha conhecimento do quanto gostava desse garoto. Não podia me imaginar nunca mais sem amar Sirius. Estar com ele era mais do que certo.

Suspirei quando lembrei a forma que Sirius tinha perdido a cabeça com Peter. Na verdade, me magoava muito cada vez que via o menino se arrepiar ou se afastar de mim por medo. Sim, havia um monstro dentro de mim — mas eu não era o monstro — James e Sirius tinham me ajudado a ver isso. Durante 28 dias de cada mês, eu estava no comando. Tive que me lembrar que Peter nunca foi corajoso e nem sabia aceitar coisas que não entendia. Ele temia a escuridão e tudo envolvido nela, incluindo a alma maligna do lobisomem. Não podia culpá-lo. Odiava admitir, mas Peter era quase um aborto. Oh, ele tinha uma quantidade limitada de poder, mas simplesmente não sabia como usá-lo.

Eu eragrato a Sirius por algumas coisas. Era muito acolhedor ver como ele rapidamente viria em minha defesa se alguém me desrespeitasse pelo que eu era. Me enchia de alegria ver que Sirius amava o lobo tanto quanto ele amava Remus Lupin. Mas Peter não conseguia entender as implicações de ser um lobisomem, por isso ele preferia fugir.

Há poucos momentos, Peter tinha confessado uma novidade alarmante — os horóscopos que tinham sido praticamente minha vida no último mês eram todos falsos — uma brincadeira de James Potter para me humilhar pela conversinha com Lily. Admito que senti culpa por isso, e foi bom saber que aquela briga pela cesta de picnic provavelmente tinha sido fingida. Mas isso não dispensava uma boa vingança. Nós éramos Marotos, afinal.

Com nossas testas pressionadas juntas, minha mente girando pelas confissões dos nossos sentimentos (nunca pensei que veria Sirius chorar desse jeito), tive uma idéia — um plano deliciosamente demoníaco.

"Sirius", disse suavemente, tentando mascarar minha animação, "tenho uma idéia de como podemos nos vingar de James e Peter, se você estiver disposto…"

Sirius sorriu daquele jeito safado, os olhos estreitando em antecipação. "Sirius Black está sempre disposto para uma boa peça! Diga, Aluado!"

Sorri e me aproximei dele, nossos tórax pressionados juntos enquanto eu sussurrava os detalhes dos meus planos. Enquanto falava, podia sentir o calor do peito dele invadindo o meu, me envolvendo, e suspirei de contentamento.

"Olha o que nós vamos fazer…", sussurrei próximo ao ouvido dele. Senti Sirius se arrepiar.

Com o desejo crescendo dentro de mim, revelei nossa estratégia devagar, minha voz um pouco mais rouca que o normal enquanto me certificava que a cada sílaba falada ele sentisse minha respiração em seu ouvido. Era uma sensação deliciosa percebê-lo responder à minha provocação — mas, mesmo assim, estava hesitante em apressar as coisas.

"Ah, sim, Aluado! Que plano maravilhoso!", disse ele entusiasmado. Sorri, feliz por ter minha idéia aprovada, mas mais deliciado ainda com a maneira como ele estava ofegando, tentando ficar parado e esconder o desejo da sua voz, no que falhava miseravelmente.

Pude sentir o corpo quente pressionado com mais força contra o meu, as mãos hesitando antes de começarem a acariciar minhas costas. O perfume dele, o som da sua respiração, o cabelo roçando no meu rosto — era quase demais. "Sabe o que mais eu acho?", eu disse sensualmente.

Ele se arrepiou, a voz baixa e lânguida com luxúria, "Não…", ele respondeu suavemente. "O quê?"

"Acho que eu estou a fim de pintar". Ele prendeu a respiração e me encarou, um desejo desesperado iluminando seus olhos.

"Oh, céus…", ele sussurrou. "Sim, Aluado… eu adoraria ver seus talentos artísticos em ação".

Sorrindo, me afastei dele para alcançar a gaveta ao lado da cama. Tinha guardado algumas coisas lá após nossa última visita a Hogsmeade, no final de semana, em que procurei algo perfeito para explorar minhas curiosidades artísticas com Sirius. Ele não sabia o que eu tinha comprado, nem que tinha praticado em pedaços de pergaminho.

Engatinhei na cama até estar de frente para ele, com um pincel nas mãos. Vi seus olhos arregalarem enquanto eu o encurralava como um gato — ou melhor, um lobo.

Ele sorriu quando eu levantei o pincel até o seu rosto, correndo as cerdas pelo nariz perfeito.

"Mmmm...", suspirou e fechou os olhos enquanto eu continuava a deslizar o pincel pelos lábios macios e pescoço. Logo substituí a peça pela minha boca, arrancando gemidos da garganta dele.

Cobri todo seu rosto com beijos gentis até chegar na orelha. Sorri ao lembrar o do que o livro de astrologia tinha dito sobre mordidas na orelha e como a técnica se mostrara eficiente nos lábios dele na semana passada. Com cuidado, pressionei meus dentes contra o lóbulo macio, mordendo devagar. Ele engasgou, o corpo tremendo em um prazer óbvio. Mmmm… então você gostou disso, né, Almofadinhas? Corri a língua pela pele sensível, fazendo Sirius gemer de contentamento e frustração. Eu sabia que estava sendo um pouco injusto provocando-o desse jeito, mas, como disse, não queria apressar as coisas. Queria fazer esse momento durar e ver onde nossa interação nos levaria.

Me afastei e Sirius abriu os olhos, o cinza se aprofundando em quase preto pela antecipação. "Céus, Aluado…", ele sussurrou. "Você não sabe o que você faz comigo…"

Oh, sim… eu com certeza sei… pensei, notando o volume nas calças dele pressionado contra minha coxa.

Corri os dedos para dentro do suéter de Sirius e ele pareceu entender o que eu queria, porque levantou os braços, me permitindo puxar a peça de roupa para cima da cabeça. Dobrei-a com cuidado e a coloquei no pé da cama. Ele riu.

"O que foi?", perguntei.

Ele balançou a cabeça. "Você não pode abandonar sua eterna delicadeza nem por uns momentos, Aluado?", seus olhos mostravam que ele estava se divertindo.

Sorri inocentemente, empurrando para que ele se deitasse de costas na cama. "Você quer dizer desse jeito?". Nesse instante, minha boca estava na dele, atacando-o com beijos selvagens que tiravam o fôlego de nós dois. Prendi os lábios dele com meus dentes, encontrei sua língua com a minha, sugando-a na minha boca para provar cada centímetro.

Quando nos separamos, Sirius me puxou de volta, suas mãos acariciando meu rosto e pescoço, descendo para tocar meu tórax pelo tecido fino da camiseta. Oh, era maravilhoso. Mas eu ainda não tinha acabado.

Peguei o pincel de novo e disse o feitiço que suas cerdas serem cobertas pela 'tinta' que havia escolhido, e elas só secariam quando eu quisesse.

Sirius quis me abraçar para mais perto, mas eu segurei suas mais e as coloquei atrás do colchão, em cima de sua cabeça. "Ni-na-não…", sussurrei, fazendo Sirius grunhir. "Não interfira no meu trabalho, Almofadinhas. Estou praticando há alguns dias, quero que seja uma obra de arte".

Levei a ponta do pincel até um dos mamilos dele e esfreguei levemente, cobrindo-o com chocolate escuro derretido e quente — sim, eu tinha escolhido meu doce favorito para esse experimento, e já estava querendo saboreá-lo e destruir minha criação antes mesmo de começar.

"Aluaaaaadooooo…" os olhos de Sirius fecharam, seu rosto se contorceu de prazer. Por alguns instantes, tudo que eu consegui fazer foi admirar a beleza do rosto dele. "Minha nossa, por favor, não pare…", ele pediu, sorrindo, e eu obedeci.

Engatinhei em cima dele, imobilizando sua cintura com os meus joelhos enquanto corria o pincel gentilmente pelo peito e abdômen. O cheiro do chocolate invadiu meus sentidos, me tentando a lamber um pedaço, mas fiz força para resistir.

Com cuidado, continuei a mapear a pele macia, mordendo os lábios enquanto me concentrava na imagem que começava a aparecer pelos músculos firmes do torso dele. Sirius parou de se revirar e ficou quieto, me deixando desenhar. Sua respiração estava pesada, o peito subindo e descendo rápido, mas ele não reclamou, a não ser quando o pincel coberto de chocolate atingia algum ponto sensível.

Sirius uma vez me disse que eu era paciente demais para o meu próprio bem — que eu gostava de prender minhas emoções e paixões mais profundas atrás de um muro de concentração. Mas mesmo os muros mais sólidos podem quebrar, e eu simplesmente não agüentava mais esperar.

Sirius abriu os olhos quando eu joguei o pincel em cima da cama, sujando os lençóis de chocolate, mas sem me importar. Nossos olhares se encontraram, aquelas tempestades de nuvens que eram os olhos deles, iluminados como que por raios. Meu corpo tremeu pelo desejo intenso que aqueles olhos ofereciam, e eu me forcei a desviar o rosto.

Ele levantou a cabeça, conferindo meu trabalho. Enquanto ele observava o desenho feito com chocolate no seu tórax, um sorriso surgiu em seus lábios.

"Uau… Remus… isso é… uau…"

"É um lobo", eu disse. "Se bem que ficou mais parecendo um cachorro…"

"Não!", ele protestou. "Está… lindo! Olha só… esses detalhes… está lindo!"

Eu corei de orgulho pelas palavras. Queria que ele gostasse.

"Agora eu tenho meu próprio Aluado!", ele sorriu.

"Você já tem o seu próprio Aluado!", eu disse, dando um beijo suave em seus lábios.

Ele suspirou e deitou a cabeça contra o travesseiro. Não consegui mais me conter — a visão dele espalhado daquele jeito na cama, os cabelos negros contrastando com os lençóis brancos, o corpo coberto de chocolate — era muito para eu suportar. Me inclinei em cima dele, traçando com a língua o caminho de chocolate, que derretia na minha boca. O gosto do chocolate combinado com o sabor da pele dele era a sobremesa mais deliciosa que eu já tinha experimentado. Por Merlin, como era bom!

"Ah, Aluado…", senti os dedos longos se emaranharem no meu cabelo, me incentivando a continuar, os suspiros de Sirius combinando com os meus.

Até que ele se apoiou em um cotovelo, segurando meu braço com uma mão, me assustando.

"Eu gostaria de te mostrar os talentos das minhas mãos, se você não se importar", ele sorriu.

"O qu—?"

"Com a pintura corporal, é claro". Havia um brilho de malícia nos olhos dele.

"Ohh, Merlin…" suspirei só de pensar. Ele nem teve que pedir para que eu tirasse a camiseta. Ela voou pelo quarto em segundos.

Sirius riu, os olhos brilhando ainda mais. "Bem… parece que você pode mesmo abandonar sua delicadeza com uma boa motivação, hein, Remus?"

Eu só resmunguei em resposta.

Ele me fez deitar na cama, me olhando com desejo enquanto pegava o pincel. Sirius deslizou as cerdas pela minha pele sensível e eu comecei a gritar. O chocolate quente escorregava e cobria meu tórax e umbigo, e eu apertei o lençol da cama, os olhos fechados conforme, primeiro o pincel quente, depois a língua molhada traçavam caminhos pela minha pele.

Quando Sirius sentou, analisando sua obra de arte, ele riu levemente. "Bem… eu não sou nenhum Remus Lupin, isso é óbvio!"

Olhei para baixo, um sorriso surgindo no canto da boca. Uma estrela de chocolate cobria a parte de baixo do meu abdômen e, em cima dela, uma carinha feliz, usando meus mamilos como as pupilas dos olhos. Eu ri de felicidade e puxei Sirius para perto, capturando seus lábios mais uma vez.

Ele se afastou primeiro, me olhando por algum tempo. "Sabe…", ele riu, correndo uma mão pela cintura da minha calça. "Meu trabalho artístico deixa a desejar. Acho que preciso praticar um pouco mais".

"Hmmm…", olhei para ele. "Acho que tenho um pouco mais de tela para te emprestar".

Ele riu diabolicamente. "Mesmo?"

"Meeeeeesmo…", eu sussurrei, indo para cima dele.

Durante toda a hora seguinte, eu experimentei pela primeira vez as delícias que uma pintura e uma língua úmida podem proporcionar. Acho que chocolate nunca foi tão gostoso.

¹NdT, em momento Globo Rural: Jersey é uma raça bovina proveniente (como sugere o nome) das Ilhas Jersey. Atualmente é a segunda raça leiteira mais criada no mundo.


Antes de mais nada, feliz ano novo!

Cá estamos nós com mais um capítulo postado (e que capítulo!). Esperamos que vocês gostem e continuem deixando reviews. Desculpem pela demora em atualizar; a "Escrito das Estrelas" saiu de férias junto com a beta e com a tradutora. Mas já estamos de volta com a nossa programação normal!

Nota da Tradutora: uhlala, está calor, né? (Huahuahuahua). Ah, por favor, não percam a vingança do Sirius e do Remus no próximo capítulo, é hilária!

Nota da Beta: Fui só eu ou esse capítulo é EXTREMAMENTE pornográfico?