Entre o Limiar dos Sonhos e da Razão
Disclaimer: Os personagens e locais citados não me pertencem e sim ao Kishimoto-sensei... Para a sorte de nossos personagens queridos.
Sumário: Quando a realidade se mostra tão pouco receptiva, as pessoas tendem a viver no mundo dos sonhos... Com Sakura não é diferente. Contudo, há um complô ao redor dela. E o que fazer quando estas pessoas têm a capacidade de manipular até mesmo os sonhos da jovem? Poderá Sakura escapar das garras dos vilões, por mais que eles tornem seus sonhos muito mais... interessantes?
Pensamento: "..." Aspas.
Sonhos: "" Aspas e itálico.
Falas: -
Capítulo I:
Motivações e Recordações
A noite brincava mansa lá fora, exatamente como uma criança em seus preceitos de abandono em tal brincadeira, sem importar-se exatamente com o ocorrido fora de seu mundo... Então, esta se mostrava tão relapsa, quanto se podia esperar. Talvez se ela não estivesse em seu estágio tão infantil e um pouco mais compreensível, poderia fazer alguma coisa em relação ao que acontecia dentro daquele casarão abandonado. Embora ainda não fosse nada que pudesse interferir na integridade de uma pessoa no momento, no futuro isto podia ser uma ameaça. Um insulto a um coração jovem, que neste momento dormia a sono solto em algum lugar da vila, inconsciente, completamente inocente, apenas esperando pelo beijo do príncipe encantado que a acordaria de seu torpor profundo... Um vaguear de quem ainda conhecia pouco ou nada da vida.
-Pois lhe digo, caro irmão. –Uma voz fria e cortante ecoava pela sala principal do casarão abandonado e empoeirado. O aposento estava em completa escuridão, sem nem ao menos um candelabro a iluminar as faces invariavelmente pétreas e aos olhos cheios de ódio e maldade. Talvez melhor assim o fosse. Pelo menos a escuridão podia ocultar a hipocrisia que havia entre os dois seres que se faziam presentes naquele lugar. Um não suportava o outro. Um ignorava a presença do outro. Contudo, tinham um motivo em comum. Provavelmente a única coisa que os fazia sentarem-se e tratar um ao outro com um certo grau de civilização. O que falava era o mais alto e provavelmente o mais velho, devido ao seu tom controlado e moderadamente baixo, contudo tão ameaçador quanto uma jaguatirica com fome. – Temos de uma vez que escolher a pessoa eleita. Sabe muito bem que só poderemos continuar quando já tivermos achado a pessoa certa.
-Você me parece muito preocupado, nii-san. –O outro respondeu com os olhos brilhantes. Sabia que o sarcasmo em suas palavras deixaram seu irmão levemente irritado. O primeiro odiava lembrar-se de que tinha, de alguma forma, um grau de parentesco com o outro- Deixe esta besteira pra lá e vamos de uma vez por todas decidir o que temos de decidir.
-És mesmo um tolo. –O mais velho retrucou pacientemente, enquanto o outro estava a ter seu momento de afobação- Não está cansado de saber que um plano, perfeito ou não, só pode dar certo se você souber o exato momento de se agir? Nós temos todo o tempo que é necessário. Não há porque apressar o plano. A não ser que você tenha algum motivo em especial para isto...
-Motivo? –O segundo riu, cheio de sarcasmo- Não há nada nessa vida que me motive mais do que dançar na sua sepultura...
-Você não cresceu mesmo! –O primeiro levantou-se com rapidez e se dirigiu até o lugar onde o outro repousava seu corpo. O segundo soltou uma exclamação surpresa. Sequer tinha visto o irmão alcançá-lo. E outro movimento apressado, o mais velho segurou o pulso do outro com força. Este sequer tentou desvencilhar, sabia ser inútil. Por mais que tentasse, sabia que o primogênito era bem mais forte, embora jamais o fosse admitir perante ele- Você continua com estas tolices. Sabe muito bem que se eu quisesse já teria te matado a muito tempo. Poderia tê-lo feito da primeira vez em que nossa mãe deixou que eu o pegasse no colo. Se ainda não o fiz é porque acredito que você possa ser útil. Mas acredite, no momento em que você não me tiver qualquer serventia, será descartado, como lixo!
-Hunf! –O segundo virou o rosto irritado, esnobando a afirmação do outro- Vamos ver qual de nós dois será descartado.
Com um único movimento do primeiro, o pulso do outro estalou, com toda a certeza, partido em dois. O mais jovem olhou de seu pulso para os olhos do outro, que brilhavam devido a excitação que o ruído de ossos se partindo o causava. O consolo quase animalesco. Fora tão rápido que ele sequer o sentira se partir. Apenas sentia a dor inundando-o pouco a pouco. Não disse nada. Aprendeu a sentir a dor calado. Não tinha porque reclamar. Isto não faria que seu pulso ficasse intacto e muito menos o consertaria.
-Cale-se de uma vez por todas! – O mais velho ordenou-o, largando de uma só vez o braço do irmão caçula- Temos que acertar os últimos detalhes do plano! Só abra sua boca se for para dizer algo de útil, caso contrário, não poderá lutar por um bom tempo, pois quebrarei outro braço.
-Então, diga-me quem será a vítima? –O mais novo perguntou friamente, como sequer falassem de um ser humano, mas sim, algum animal em busca da presa.
-Estive pensando e acho que devemos escolher alguém que tenha uma linhagem sanguínea avançada. –O mais velho comentou, caminhando até a janela, para contemplar a escuridão total do lugar a sua frente. No mundo, só havia uma coisa à qual ele era realmente apegado ou podia dizer que gostava e esta era a noite no dia em que estava escura e misteriosa- Contudo, tenho pouquíssima noção de quem sejam os atuais pertencentes aos clãs.
-Eu recomendaria os Hyuuga. –O segundo respondeu dando de ombros- Eles têm o Byakugan. Imagine o que não poderíamos fazer se o obtivéssemos sob nosso controle.
-Nem mesmo o Byakugan é perfeito. –O primeiro replicou fechando os próprios olhos demoradamente, enquanto de costas ao irmão mais novo, explicava o próprio raciocínio- Não se esqueça que este tem o grande defeito de ter um ponto cego. E se um inimigo tem noção disso, é morte certa para o representante e de qualquer forma, não gostaríamos de perder um dos nossos aliados com tanta facilidade. Eles até têm o Kaiten, contudo um ninja como eu conseguiria acabar com ele facilmente.
-Eu acho que esta era a nossa melhor opção. –O segundo deu de ombros, parecendo realmente entediado- Não há nenhum outro clã páreo para o Hyuuga.
-Redondo engano, irmão. – O outro respondeu abrindo os próprios olhos e fitando a cerejeira que estava às escuras àquelas horas- Não acho aconselhável voltarmos a origem. Poderia dar tudo errado.
-Então que clã sugere, nii-san? –O outro perguntou parecendo bastante contrariado por sua idéia ter sido repelida.
-O que me diz do Haruno? –o primeiro perguntou com simplicidade.
-Haruno? Desde quando os Haruno são detentores de uma linha sanguínea privilegiada? –O segundo perguntou de súbito, parecendo bastante surpreso.
-Os Haruno não são do tipo confiável quanto a manifestação de suas habilidades, mesmo porque ela é aleatória. –O primeiro explicou, enquanto finalmente virava-se para fitar o irmão mais novo- Não há notícias de que o clã manifestou suas habilidades desde as últimas 2 gerações. Contudo, são grandes habilidades. Eles têm um chakra ilimitado quanto a produção de bushins. E estes bushins não são meras cópias, são reais e não se desfazem ao primeiro golpe. É como se tivesse um exército a sua disposição com apenas um representante. Não há falhas se treinarmos como devemos este aliado. Ainda mais porque, se não me engano, a mulher que se casou com o Haruno, vinha de um clã onde a inteligência era sua principal arma. Logo devemos ter um representante inteligente e com alguma sorte detentor dessa habilidade.
-Você quer dizer que pretende arriscar? –O segundo perguntou, parecendo perplexo demais com a revelação feita pelo irmão- Vai trocar os Hyuuga com sua capacidade certa, para contar com a sorte dos Haruno?
-E por que não? –O mais velho perguntou dando de ombros. Ele não sabia exatamente porque explicar sua insistência, contudo tinha um bom pressentimento quanto a sua escolha- Por mais que o representante atual não tenha esta habilidade, ainda contamos com a inteligência que com toda certeza é um gene herdado de sua mãe. Por falar nisso, quem é o atual Haruno?
-Sakura. Haruno Sakura. –O mais novo respondeu com frieza, mal podendo acreditar na escolha que o irmão fizera- Péssima escolha!
-Melhor ainda! Trata-se de uma moça! Não teremos de contar com a sorte! Não precisamos esperar para que tenha uma herdeira, se ela mesma já o é. –Ele disse parecendo um pouco mais animado, contudo, isso se expressou através de sua voz, pois sua expressão sequer se modificara.
-O clã principal dos Hyuuga também tem uma moça! –O segundo contestou com alguma indiferença- Está a se precipitar, nii-san!
-Provavelmente teríamos problemas com o clã secundário se tocássemos em alguém do clã principal! –O primogênito retrucou parecendo, pela primeira vez, cansado- E não pense que seria uma luta fácil. Além de anunciar a todos o nosso plano! Não se esqueça! Não queremos chamar atenção!
-Hunf! –O segundo disse levantando-se impaciente e dando uma boa olhada para o irmão antes de deixar o aposento- Faça como quiser. Você se encarregará de trazer essa baka para cá. Não me importo o que faça para que o consiga. Se quer a Haruno, vá atrás da Haruno! Contudo, não reclame depois se nada sair do jeito que você quer!
XXX
"Era mais um fim de tarde, o céu já estava de uma cor roxa magistral, com pequenas nuvens, ainda reluzindo um tom alaranjado, devido aos raios que se iam. Uma bonita cena a qual ela não contemplara há muito tempo, mesmo porque não tinha tido tempo.
Aproximou-se mais um pouco da entrada principal de Konoha, voltava de uma missão com Kakashi-sensei, Naruto-kun e Sasuke-kun, exatamente como quando eram mais jovens. Ela olhava de esguelha para o belo Sasuke, enquanto este apenas a ignorava, como o usual. Enquanto Naruto, ia na frente, correndo para dar um "Olá!" a todos na vila, anunciando que havia chegado.
Por mais que ela não tirasse os olhos de Sasuke, já havia prometido a si mesma que o ignoraria com quase tanta veemência, quanto ele a ignora. Se era esse o jogo, é claro que até ela podia seguir as regras. Havia aprendido uma importante lição nesta missão e não a ignoraria.
-SASUKE-KUN! –Sakura ouviu um grito agudo vindo do portão, enquanto via uma loira vir correndo até eles e acenar freneticamente para o Uchiha. Não demorou muito para que ela os alcançasse. Sakura segurou a própria vontade de bater na loira, perante as atitudes dela que foram, exatamente nessa seqüência, pular, abraçar e beijar a bochecha do jovem- Que bom que você voltou! Que tal tomarmos um sorvete juntos?
-Ahn... Não, obrigado! –Sasuke respondeu retirando Ino de cima de si. Sakura, sem conseguir se conter, começou a rir da rival.
-O que foi, Sakura Testuda? –Ino disse irritada ao notar que Sakura ria gostosamente do fora que acabara de levar do Uchiha.
-Nada demais, Ino-porquinha! –Sakura respondeu ainda rindo, com um ar superior- Apenas que é ridículo uma garota ser tão insistente com um garoto e não tomar vergonha ao levar tantos foras. Diga-me, qual o sabor de ser uma perdedora?
-O que houve com você, Sakura Testuda? –Ino perguntou de súbito, surpresa com a atitude da rival. Inclusive colocou a mão na testa da jovem para ter certeza de que ela não estava delirando- Você está doente? Você nunca diria algo assim pra mim. Desistiu de Sasuke-kun?
-Não apenas desisti, mas também o dou a você embrulhado em papel celofane! –Sakura sorriu, relutando um pouco por dentro, mas por fim, admitindo-se pronta a se libertar daquelas correntes que a faziam humilhar-se e subjugar-se- Eu aprendi nesta missão de que não vale a pena humilhar-se por alguém que não dá a mínima pra você. Sei que em algum lugar, tem alguém disposto a me aceitar exatamente como sou e conseguir me amar apesar de todos os meus defeitos.
-NANI? –Ino perguntou realmente surpresa com as palavras de Sakura. Ela olhou a outra e a sacudiu- Esse só pode ser algum ninja disfarçado de Sakura!
Kakashi se virou, também espantado com as palavras da jovem. Olhou-a, levemente surpreso, mas depois de alguns momentos também abriu um sorriso. Estava feliz por saber que aquela missão a ajudara a abrir seus olhos quanto àquele amor doentio que ela dizia sentir por Sasuke.
Sasuke também se permitiu um sorriso. Parecia contente por ela finalmente ter entendido. Ele não dava a mínima para ela! E assim seria até a morte!
-Não! –Sakura respondeu dando de ombros- Não há nenhum ninja estranho aqui. Contudo, não posso lhe dizer que sou a mesma Sakura que deixou Konoha. Eu aprendi muito. Agora consigo executar com perfeição todas as regras da vila, a 25 já não me dá mais nenhum trabalho! Sentimentos são apenas obstáculos na busca a perfeição. Você se torna um melhor ninja se você se abstém deles. O inimigo não conhecerá sua vulnerabilidade psicológica. Acho que você devia começar a pensar assim, Ino-porquinha.
Ino ficou boquiaberta enquanto via a amiga passar por si, com o queixo erguido e um ar bastante confiante.
-EI! Vamos comer ramen? –Naruto voltou e os gritou, chamando-lhes a atenção. Sakura sorriu e grudou-se ao braço de Naruto! Talvez ele a valorizasse como ela merecia... Afinal, ele não gostava dela?
-Claro, Naruto-kun! –Sakura respondeu.
Um Naruto corado e realmente incrédulo sorriu."
Sakura despertou, parecendo realmente desconcertada. Sentia frio, muito frio. Tremia. Não porque o sonho fora de alguma forma assustador, mas sim pelo fato de ver as porta de sua sacada ligeiramente aberta, deixando com que o ar gélido da noite inundasse seu quarto. Sem mais demora, afastou a própria colcha que a envolvia e pisando no chão, também resfriado graças as correntes de ar. Sentiu um pequeno choque percorrer seu corpo, devido ao contato térmico oposto. Ela gostava daquele arrepio provocado pelos opostos. Era lindo e poético ver e sentir o encontro de duas coisas preferencialmente distintas, fazer parte de alguma forma, daquilo que as une. Queria um dia poder ser um elo real entre a junção dos opostos. Não diziam que os opostos se atraem? Então! Talvez tivesse a chance de ser o elo que ligaria os opostos. Poderia ser o meio termo entre quente e frio ou bem e mau.
Com uma sacudidela da cabeça para afastar tais pensamentos, calçou suas pantufas de coelhos peludos cor-de-rosa e um robe semitransparente do mesmo tecido fino de sua camisola, que também tinham suas cores rosadas.
Sem mais esperar foi até a porta e fechou sua maçaneta com gentileza, sem dar-se ao trabalho de puxar as cortinas, afinal detestava o escuro e o efeito assustador que ele tinha sobre coisas pequenas ou mesmo insignificantes. Sabia que não tinha mais idade para ter esse tipo de receio. Afinal, ela agora tinha 18 anos e uma moça dessa idade já deveria ter aprendido a controlar os próprios temores.
Contudo, de uma forma um tanto involuntária se sentia bem, ao ver a claridade entrando pela porta de vidro e incidindo exatamente em sua parede. Gostava de olhá-la até que seu sono viesse novamente, em noites como essas, nas quais acordava e parecia que não conseguiria pegar no sono outra vez com tanta facilidade.
Voltou para sua cama, despindo-se de seu robe e largando as pantufas. Deitou-se e puxou a colcha para cima de si. E ficou a fitar o teto, enquanto pensava sobre o sono que acabara de ter.
Estranho depois de tantos anos voltar a sonhar com sua antiga equipe 7. Interessante também. Apesar daquela cena nunca ter acontecido, Sakura acreditava que aquele era um dos sonhos dos quais gostariam que houvessem ocorrido. Esquecera por completo de Sasuke, na verdade, sequer se lembrava de como era o rosto do mais jovem dos Uchiha. Apenas recordara do quanto ele era bonito nesta noite, ao sonhar com ele. Contudo, não sentia nada em especial agora. Era um amor infantil e não passaria disso. 6 anos foram capazes de mudar por completo a sua concepção sobre seu sentimento para com Sasuke. Céus! Como fora tola! Correr atrás não adiantava de nada! Nunca adiantara. Finalmente sabia o motivo dele achá-la tão irritante. Ela realmente o era.
Não devia ser legal ficar ouvindo a todo momento que alguém que você sequer gosta, te ama. Uma situação embaraçosa para dizer a verdade, da qual ela não queria mais fazer parte. Iniciara uma batalha perdida por Sasuke, quando jovem. Eles tinham objetivos diferentes, maneiras e criações diferentes, provavelmente muito pouco ou nada em comum. Por mais que um dia chegassem a ter algo um com o outro, não daria nada certo. Duas pessoas de meios completamente distintos jamais conseguiriam viver em paz, sem divergir. Isso se o relacionamento não acabasse no mesmo instante por culpa de tais cisões.
Ela riu do seu próprio "eu" de anos atrás. Perdera a preciosa amizade de Ino por causa de um garoto. E pelo visto, perdera para sempre, pois até hoje, ambas mantinham aquela disputa idiota, por mais que ela já estivesse exausta de tudo isso. Tentara acabar com isso uma ou duas vezes nas últimas semanas, mas Ino sempre insinuava que ela temia perder, que era uma fraca. E como uma boa jounin não podia fugir de um desafio.
O tempo passara, entretanto, Ino continuava disputando por coisas ínfimas e sem importância. Embora o último alvo escolhido por Ino, tivesse muita importância, afinal, a loira agora estava dando em cima de seu atual namorado. Um absurdo!
Ela tentava fingir que não se importava. Tentava dar uma de superior sobre Ino, cheia de pose e discursos morais prontos, mas esta não era ela... Ela fingia um personagem completamente frio, enquanto seu coração pulsava cheio de calor e força, sentindo-se tão vulnerável quanto sempre fora. Era difícil lidar consigo mesma. Por fora ela era considerada uma das jounins de mais inteligência (ficando atrás apenas de Shikamaru) e mais frieza, enquanto por dentro, queimava para mostrar o quanto odiava missões nas quais ela era obrigada a exterminar o inimigo. Odiava ter o sangue alheio em suas mãos! Que droga! Ela era uma médica-nin, ela devia estar ali para curar e não matar...
Sua mãe, sabiamente, lhe dissera uma vez que ela acabaria tendo um colapso nervoso por disfarçar tanto. Por ser sempre tão comedida e racional. E talvez fosse verdade. Ultimamente não se sentia mais tão feliz quanto sempre fora em Konoha.
Na verdade, achava sua vida um saco! Todos os dias eram a mesma coisa! Levantava-se, treinava um pouco, cumpria missões, voltava e a noite saia com seu namorado, isso quando as missões não duravam muito. Ah, o que salvava sua vida eram as missões! No começo, quando era apenas uma genin, nem gostava tanto de lutar, mas o tempo lhe mostrara que a vida em si, era muito chata e que a quebra de rotina estava exatamente em suas missões. Pois estas, por mais que parecessem monótonas, sempre exigiam mais de sua mente do que aparentava.
Suspirou resignada. Não seria hoje que tudo começaria a mudar... Não seria hoje que ela se transformaria em uma pessoa mais ativa.
Com vagar, virou-se para o lado da parede, enquanto via suas vistas escurecerem ligeiramente, enquanto seus olhos coçavam devido ao sono. Estes já não conseguiam mais se manterem abertos graças a colcha do sono com a qual Morpheu, o deus grego do sono, a cobria. Com um último olhar ao relógio que apontava uma da manhã, Sakura fechou as pálpebras e permitiu-se cair no mundo do descanso, em um mundo onde ela podia ser ela mesma, e seus pensamentos e desejos podiam se manifestar exatamente como são.
Passaram-se pouco mais de 15 minutos, quando as portas de vidros se abriram num rompante, deixando novamente uma corrente de ar fria entrar. Contudo, estaria tudo muito bem se fosse apenas a corrente de ar que profanasse o ar angelical do quarto da jovem de cabelos rosas, mas ela trazia um companheiro.
Um alguém que não se importava com a noite, a escuridão ou o frio. Um alguém cujo inclusive amasse a estes elementos. O estanho que se misturava com a noite e provavelmente portava suas características, se aproximou silencioso e calmo de onde o corpo da moça repousava.
A jovem moveu-se ligeiramente, ainda em sono profundo, ficando novamente com o corpo virado para cima, como se realizasse o desejo dele, que queria ver melhor as feições da moça.
Ele suspirou. Era sem dúvidas um anjo. Os cabelos rosas espalhavam-se como pequenos fios de seda rosa, deviam ser bastante cheirosos, contudo, ele não estava disposto a descobrir. Não era essa sua missão. Sua pele era tão branca quanto a neve e também parecia carregar a pureza desta, mas ele não achava isso um atrativo. Não gostava de anjos! Pois os anjos eram tão falsos quanto a mentira. Carregavam uma bela aparência, inclusive pareciam frágeis, mas por dentro eram piores que demônios, pois sabia lutar e manipular através dos atributos que possuíam. Realmente fizera a escolha certa. Ele era imune a anjos. A vida o calejara suficientemente para que não caísse perante a beleza deles. Contudo, outras pessoas não eram imunes a isso e acabara de achar mais um motivo para que fizesse a aquisição de mais essa peça para o seu jogo.
-Então, Haruno... –Ele sussurrou enquanto aproximava suas mãos do rosto da jovem, tocando-lhe a testa- Pronta para fazer parte do meu plano?
Nesse momento a imagem do quarto se dissolveu e o rapaz já não estava mais ali.
CONTINUA...
N/A: Olá, galera! Sou a Fighter e esta é a minha primeira fic de Naruto, então não se surpreendam se estiver uma droga... Esta fic dedico totalmente a minha prima Mirela e a minha irmã Evelyn, pois é graças a elas que a fic está no ar... Afinal, elas me ajudaram a construir o enredo e a montar um pré-resumo de cada capítulo para que eu não fuja a todos os momentos do que foi pré-estabelecido... Deus sabe o quanto eu faço isso!
No geral, como podem notar, há um plano de conspiração contra a Sakura. Mas por que? E pra que eles precisam da habilidade do clã Haruno? Afinal de contas, pra que eles estão fazendo tanta questão de uma "vítima"? O que raio o cara estava fazendo no quarto da Sakura? E por último, quem são eles? Bem, eu não posso dizer, mas de qualquer forma, façam suas apostas... E me mandem reviews dizendo o que acharam desse primeiro capítulo, informando-me se devo desistir de escrever fics de Naruto e voltar para Saint Seiya.
Bem, como notaram, eu não coloquei uma casal, embora esta fic seja um romance... Bem, isto também é um segredo... Mas eu juro que vou revelar a vocês com o passar da fic.
Ah, antes que me esqueça, quem vocês acham que é o atual namorado da Sakura?
Bem, não sei se no anime em si, há alguma habilidade especial no clã de Sakura, mas isso nunca impediu ninguém de sonhar, não é? Então, como podem ver, daqui pra lá, sou apenas eu fazendo suposições e escrevendo como uma pirada! Não acho que o próximo capítulo vá demorar muito... Este eu escrevi em apenas dois dias... Mas como eu tenho umas duas outras fics pra atualizar... Bem, vou fazer o possível!
Então, meu povo querido e amado, não espero que muitos leiam, mas quem ler, comente com carinho pra essa pobre coitada que está aqui a vos pedir...
De qualquer forma, acho que vou começar hoje mesmo o próximo capítulo, então, onegai, mandem reviews!
Para me despedir e não perder o costume:
APERTÕES NOS TRASEIROS DE VOCÊS!
Bem, não se surpreendam... Eu sou assim mesmo, meio tarada por traseiros...
