Cara eu to com a minha perna super dolorida nunca tinha dançado tanto na minha vida. Não sei por que, mas tenho a impressão de que não será a última.
-Hei dorminhoca, ta na hora de acordar! –ai será que nem o sono dos outros ela respeita?
-Onde é o incêndio? –indago esfregando os olhos que tentavam se acostumar com a claridade, já que uma louca ligou a luz, e a lâmpada está bem em cima da minha cabeça.
-Haha, muito engraçado. Agora levanta! –disse ela arrancando-me as cobertas.
-Hei! –grito em reprovação.
-É vejo que temos um dia longo pela frente. –afirmou olhando para o meu pijama. O que ela tem contra pijamas de coelhinhos, ou de ursinhos, ou coraçãozinho, e outros inhos que rodeiam a minha vida?
Vencida, como sempre, levanto-me visto uma jardineira e por baixo desta uma blusinha de manga ¼. E calço uma sandália baixa.
Kakyuu aproveita que não temos teatro, eu já disse que ela também faz teatro? Pois é meu tio a convenceu dizendo que seria uma boa experiência e ela deveria seguir meu exemplo. Bem, como disse ela aproveita este tempo e me leva, ou melhor, me arrasta para o shopping para como ela própria disse, dar uma geral no meu guarda-roupa.
-Ainda bem que é cedo, assim podemos fazer compras pela manhã e a tarde ir ao salão-de-beleza. –disse ela entrando em uma loja.
Ficamos umas quatro ou cinco horas andando nas lojas, só paramos para um lanche rápido, compramos de tudo, roupas, sapatos, maquiagens, perfume,... E lá se foram as minhas economias, bem quase todas eu tenho sorte de ter um tio mão aberta e de ganhar algo pelo teatro. Bem estávamos cheias de sacolas, que resolvemos ir ao salão do próprio shopping.
Um você fez uma ótima escolha seu rosto fica perfeito com o corte escolhido e a cor vai realçar os seus olhos, vai ficar di-vi-na. –dizia um cabeleireiro. E aos poucos vi meus cabelos mudarem de amarelo ouro para preto. –Tem certeza que quer as mechas? –indagou-me ele.
-Não, acredito que está perfeito assim, mesmo. –respondo.
-Adivinha quem é? –essa voz...
-Mathew! –é sempre ele, desde que nos conhecemos naquela festa temos nos encontrado constantemente nos tornamos grandes amigos, e o irmão dele e a minha prima também, isso fez com que nós ficássemos muito mais unidos, sempre saímos juntos íamos ao cinema, as festas enfim fazíamos tudo junto, logo Kakyuu e Andrew começaram a namorar, eles formam um casal tão lindo...
-Como sabe que sou eu? –ora como não vou saber...
-Simples eu conheço a sua voz, sei como são os traços da suas mãos... –sim somos tão unidos que eu sei como ele está ou no que está pensando só de olhar para ele.
-O que está fazendo aqui sozinha? –é verdade eu estava no parque sentada olhando as crianças brincarem.
-Minha prima saiu com o namorado dela, e o meu namorado não deu sinal de vida, então resolvi vir para o parque pensar um pouco, ou quem sabe,... sei lá... –é verdade esqueci de dizer que eu estou namorando, dizendo isso levanto-me.
-Bem, eu quero pedir desculpas minha flor, mas o que acha de tirarmos o dia para nós? –indaga-me ele segurando minha cintura e puxando me para perto dele.
-Não sei... –digo com um olhar travesso. Não pensem bobagens.
-Ah por favor eu prometo que vou me comportar! –afirma ele.
-Está bem! –afirmo.
-É por isso que eu te amo! –disse ele me beijando em seguida.
-Idem. –eu gosto dele, mas não o amo mas também não sinto indiferença ou amor de irmão, talvez se eu não tivesse conhecido o Mamo-chan...
-Bem, então vamos quero lhe fazer uma surpresa. –afirma ele puxando-me. 'Saímos' correndo feito locos até que ele parou.
-Mat-chan... –esse lugar, foi aqui que...
Flash Back--------------------
-Mat-chan é melhor nós voltarmos estamos nos afastando muito dos outros e já está tarde, e é perigoso. –digo preocupada, mal conheço esse garoto.
Sim, mas antes precisamos conversar. –lembro que na hora fiquei assustada.
So-sobre o que? –indaguei.
Eu sei que talvez você não acredite mas eu estou apaixonado por você, eu tentei lutar contra este sentimento principalmente sabendo que você gosta de alguém em Tokyo, mas eu não consegui, será que você poderia me dar a chance de provar para você que eu posso fazê-la esquecer este garoto? Que eu posso fazer você me amar. –eu estava sem palavras.
-Mathew eu não sei, eu posso magoá-lo e eu não quero fazê-lo sofrer. –eu realmente não queria, eu sei o que é essa dor quantas vezes senti.
-Eu sei as conseqüências mas mesmo assim quero correr o risco, por favor. –pede-me ele.
Está bem! Eu aceito! –afirmo.
Fim do flash back---------
E foi assim que começamos a namorar embora eu tentasse eu não consegui me apaixonar por ele, mas não sei como dizer pra ele eu sei que vou magoá-lo.
-Quando vocês pensam em ir para Tokyo? –indaga-me ele.
-Logo, por que? –indago.
-Sabe, que nós vamos pra lá, não sabe? –indaga-me ele.
-Sim, eu sei. Vocês vão quando? –indago.
-Amanhã! –afirmou ele.
-Já? –indago.
-Sim meus pais precisam de nós lá e não podemos desapontá-los. –afirmou ele.
-Eu vou sentir sua falta! -digo abraçando-o.
-Eu também, mas eu quero romper o nosso relacionamento, por que eu sei que não cumpri o meu objetivo, então não há por que prendê-la, já que sei que não vou conseguir cumpri-lo. Por isso vou deixá-la livre para quando voltar a Tokyo possa lutar por ele sem remorso! –eu sei que é o melhor, mas ele está sofrendo por isso.
-Mathew... –não pude dizer nada tudo o que ele falara era verdade.
-Eu te amo Usagi, amo mesmo e por isso quero que sejas feliz, não importa com quem for, só que sejas feliz! E quero que continuemos amigos, e que saiba que podes contar comigo pra tudo. –dizendo isso ele me beija.
-Usagi, você acha que terá alguém em casa? –indaga-me Kakyuu.
-Claro, quero dizer eu acho. –pensando bem eles devem estar todos lá em casa afinal eles sempre passam as férias lá e ainda tem o papai Kam e a mamãe Noriko.
-Será? –indagou-me ela.
-Ai Ka-chan você ta parecendo uma criança. Acalme-se. –digo sorrindo.
-É verdade. –disse ela olhando para a janela do ônibus.
Eu devo ter mudado muito neste ultimo tempo, principalmente nos últimos meses, em pensar que há pouco tempo eu era toda certinha, e agora estou mais solta, menos preocupada. Imagine antes eu nem sonhava em, como eles dizem mesmo? Ah é, eu nem sonhava em ficar com rapazes nas festas eu ia lá só para me divertir, mas depois do Mathew virou rotina, bem só depois que ele e os pais se mudaram, já que começamos a sair juntos, até namoramos. Ele é um amor de pessoa, sempre foi muito carinhoso comigo, e é claro sempre me respeitou, eu me sentia bem perto dele, ele realmente foi um grande amigo, por que apesar de tudo, não substituiu o Mamo-chan.
Amor,
Se o amor fosse uma língua
Muitos homens dotados de saber
Não teriam morrido sem saber seu significado
Teriam amado tão intensamente quanto estudaram,
Mas amor não é uma língua
E a arte de amar não é uma ciência.
Amor é um sentimento
E a arte de amar uma conseqüência deste sentimento.
Todos nascem sabendo amar, mas muitos não sabem demonstrar,
O amor é um sentimento puro, limpo,
Quem ama cuida, protege,
Quem ama sofre, muitas vezes por não se amado,
Mas também por ser amado, ser amado por quem não ama,
E não ser amado por quem ama,
Quem ama não deseja mal a ninguém, apenas felicidade,
Por que amar é isso, é ser feliz, é desejar o bem,
É se entregar à pessoa amada de corpo e alma,
É fazer de cada momento único, mágico.
Enfim, amar é a cima de tudo viver.
Eu desejo amar e ser amada com está intensidade, como o papai Kam e a mamãe Noriko. Quero viver intensamente cada momento, quero aproveitar, ao lado DELE, pois só ele me fará feliz, eu sei, eu sinto, não por que eu tenha posto na cabeça essa idéia, mas por que o amo, por que o que sinto vem do coração, vem da alma, e a alma não mente, o espírito é sábio.
-Sabes que sigo esperando te...Estoy aquí queriendo te ahogando... –estava ouvindo uma canção de uma cantora latino-americana uma tal de Shakira.
-Usa-chan. –chamou-me Ka-chan. –USA-CHAN! –gritou ela levantando os fones.
-Ahn? Que, ai não precisava gritar eu não sou surda. –digo desligando o aparelho.
-Ta, sei, vamos embora, ou vai querer passar a noite aqui? –indagou-me ela.
-Ta maluca?Vamos pegar um táxi. –afirmo tomando a dianteira e indo até o ponto de táxi.
-Boa tarde senhoritas, vão para onde? –indagou-nos o motorista. Expliquei-lhe o caminho que deveria tomar e sentei-me com Kakyuu no banco traseiro. –É a primeira vez que vêem na cidade? –indaga-nos ele.
-Eu estou visitando, mas minha prima já morou aqui. –dizia Kakyuu, enquanto eu estava entretida com a cidade, era estranho, estando pouco mais que um ano fora da cidade me sentia como se tivesse passado uma eternidade, passamos pelo centro, onde vi Mako-chan discutindo com Yaten, e uma amiga dela, eu acho tentando acalmá-la, perto da escola para garotos super dotados vi Amy-chan saindo enquanto lia um livro e acaba esbarrando em Taiki e ficando constrangida, depois perto de uma loja de games vi Mina esbarrando em Seya e virado sorvete na roupa dele, deixando-o super irritado e começando a discutir com ela que não deixou por menos. Pena que o sinal abriu e não pude ver a briga. Perto da casa do papai Kam e da mamãe Noriko, vi Rei-chan e Mamo-chan conversando animadamente, nessa hora meu coração falhou, tive vontade de chorar, de voltar para Kyoto, não sei, mas então olhei para Ka-chan que percebeu a minha cara de preocupada e balançou a cabeça de forma negativa.
-Você veio aqui para lutar. E você vai lutar, lutar e vencer! –afirmou ela.
-Obrigada. –sussurro. É eu vim para lutar e vencer.
Sei que hoje não estou pronta para lutar,
Mas assim como uma presa luta por sua vida
Vim lutar pelo meu amor,
Como um predador lutarei por ele,
Mas não hoje, não agora, como um animal selvagem,
Que deixa claro a sua presa que se esta vacilar será morta,
Vim para deixar claro que se ELA vacilar, o perderá,
Como uma vez eu o perdi, para ela.
Mas agora tudo é diferente,
Agora sei as regras do jogo e,
Posso criar as minhas próprias.
Estou tão confusa, jamais imaginei sentir-me assim com raiva da minha melhor amiga, se bem que não posso chamá-la de amiga do jeito que ela foi fiel a nossa amizade. E pensar que confiei a ela todos os meus segredos a respeito dele, tudo o que eu sabia sobre ele eu dizia a ela, tudo, não a nada que eu saiba, que ela não saiba, absolutamente nada, até agora.
-Usa-chan. –chamou-me Ka-chan.
-Sim? –indago 'acordando'.
-Presta atenção, estamos na sua rua. –afirmou ela.
-Ah sim claro, o senhor pode parar naquela casa ali. –afirmo mostrando-lhe a casa. Ele por sua vez para o táxi e na frente da minha casa e retira as nossas bagagens do porta-mala, pago a corrida e junto com minha prima dirijo-me a entrada da porta.
FLASH BACK--------
-Filha tem certeza de que não quer esperar a Rei-chan, o Mamo-chan e os seus amigos? –indaga-me mamãe.
-Tenho sim, se eu vê-los talvez eu não vá, e agora mais do que nunca eu quero e tenho que ir. –afirmo.
-Você discutiu com o Mamo-chan não foi? –indaga-me Shin-chan.
-Não, por que? –indago. mentindo, sim eu havia brigado com ele no dia anterior.
-Por nada. –responde-me ele.
-Bem vamos. –digo entrando no carro.
-Telefona pra nós assim que você chegar lá. –pede mamãe.
-Claro, não se preocupe. –afirmo.
-E tome cuidado, não de muito trabalho ao seu tio, eu sei que Akiko já está bem, mas mesmo assim. –pede papai.
-Claro papai tudo bem. –afirmo.
Me despeço de todos e entro no ônibus, mas antes de embarcar ouço-O me chamar, mas finjo não ouvir, não agüentaria vê-lo agora. Embarco no ônibus e este logo parte.
FIM DO FLASH BACK----------
Acordei com o sol entrando pela janela, Ka-chan estava deitada no colchão que eu havia posto no chão para ela, certamente pegara no sono como eu, levantei-me e fui para cozinha. Ao olhar o relógio do corredor, constatei que era 7hs da manhã realmente, estou me superando. Fui até a cozinha estava com fome.
-Mas não tem nada que preste aqui. –afirmo olhando os armários. –Não tem cereal, o que eu faço? Pensa... ah, já sei. –fui até a geladeira para ver o que tinha lá, e surpreendi-me com a contradição entre esta e o armário. Peguei os frios, a margarina, o pão o leite e suco e coloquei-os sobre a mesa, logo em seguida fui preparar um café. Engraçado e pensar que peguei esse costume da mamãe Noriko e do papai Kam. Depois servi um copo de suco, tomei, enquanto comia algumas bolachas salgadas, depois tomei um pouco de leite e comi uma fatia de pão com margarina, e por último tomei um pouco de café preto com pão com presunto e queijo.
-Quem é você? E o que faz aqui? –ouço uma voz atrás de mim.
-Que?... –indago virando-me.
-Não pode ser...
E agora? Quem será? Seria o maninho? O garoto dos sonhos dela? Ou a amiga traidora?
