Capitulo Dois:
É claro que eu tinha de estar maluca mesmo... Eu não poderia ser uma trouxa... Porque... Porque eu sou bruxa, oras! De sangue-puro! Ah meu Merlin! Eu não acredito no que eu acabei de dizer! Eu to parecendo o Malfoy! Ridículo...
Ah... Onde eu estava? Ah, sim... Eu tinha acabado de chegar na mansão Malfoy...
- Boa tarde, Ginevra. – foi tudo o que Draco Malfoy disse antes de adentrar na mansão, deixando-a parada na porta. Um tanto tímida Ginny seguiu o caminho que o loiro acabara de fazer. Ela tinha de portar corretamente. Se os Weasleys e os
Malfoys se odeiam do outro lado, eles certamente eram amigos neste lado.
Mas não pode deixara de ficar confusa quando entrou na Sala de Estar. Narciza olhou-a com desgosto da cabeça aos pés e murmurou um "Boa Tarde" ou coisa parecida. Em seguida, voltou para sua conversa com seus pais.
Os olhos castanhos de Ginny procuraram Draco Malfoy pela sala. Ele estava conversando com Ronald como se eles fossem melhores amigos. E talvez eles realmente fossem. Devia estar na mesma série de um colégio trouxa, ou seja, lá aonde as trouxas fossem quando têm 17 anos...
- Tá olhando por que, tampinha? – perguntou Ronald.
- Na-nada. – pobre Ginny... Sempre tão boa... Talvez nem sempre. Mas nunca tratara alguém mal simplesmente porque lhe apetecera. Ou tratara?
- É Draco, parece que a minha irmã idiota ainda não superou a paixonite por você... – comentou um dos gêmeos sério.
- Não sei por quê... – respondeu o garoto casualmente – Eu nunca lhe dei o menos motivo para que acreditasse que eu sentiria algo além de desprezo por ela.
- Woah! – a garota não conseguiu conter seu espanto.
- Que é agora, Ginevra? – provocou Draco – Será que não consegue fazer um comentário descente?
- Me deixe em paz, Malfoy... – se limitou a dizer.
- Malfoy? Agora é Malfoy? – Ron parecia realmente indignado – Porque pelo que eu me lembro, até ontem era Draquinho!
- Pelo amor de Deus, Ronald! – disse Draco – Ninguém me chama assim desde o Jardim de Infância!
Jardim de Infância? Que diabos era isso? E porque Malfoy estava tão grosso, tão insuportável, tão convencido, tão... Bem, tão Malfoy, sem dúvidas. Tinha de pensar... Mas não podia pensar! Como poderia? Era trouxa, era odiada por todos que a conheciam, era apaixonada por ninguém menos do que Draco Malfoy, que por ironia do destino era o melhor amigo de seu irmão. Certamente que havia certa semelhança com sua vida real... Mas lá, o melhor amigo de seu irmão era Harry Potter. Gentil, corajoso, atencioso, educado... E não como Malfoy.
Como Malfoy? E como é Draco Malfoy afinal de contas? Porque ele lhe parecia igual exceto pelo fato de se dar bem com sua família? Porque a tratava mal? O Malfoy que conhecia certamente a tratava mal também. Então por que este não era ao menos educado.
- Ginevra? GINEVRA! – Fred/Jorge gritou segurando-a pelos ombros.
- Hã? – sem ter o consentimento, Ginny estivera, até o presente momento, em pé no meio da sala, olhando vidrada para Draco Malfoy. Lágrimas escorrendo de seus olhos.
- Por Deus menina! – disse o loiro levantando-se - Venha aqui. – disse puxando pelo braço.
Ginny se deixou levar até o Hall de entrada, onde podia ouvir seus irmãos discutindo entre si e sua mãe se desculpando a Narciza Malfoy. As vozes ficaram abafadas uma vez que Draco fechou uma porta por onde tinha acabado de passar. Durante algum tempo ele ficou simplesmente andando, mostrando-se impaciente. Até que depois do que lhe pareceu uma eternidade ele levantou a cabeça e olhou para ela.
- Por que, Ginevra?
- Por que o quê, Malfoy?
- Pare de me chamar de Malfoy! Céus! – ele olhava fixamente para ela. Ginny encarou aqueles olhos de vidro e se surpreendeu em ver que dentro deles havia algo que nunca vira nos olhos de ninguém. Ódio. Puro ódio. – Garota idiota! Você é uma vergonha para seus pais! Por que não se comporta como uma pessoa normal, hã?
- Não entendo o que está dizendo, Mal—Draco. – Ginny realmente não entendia. Seus pais sempre tiveram orgulho dela. Porque deixariam de ter? – Quero dizer... Entendo. Mas não vejo como.
- Você – disse ele levantando um dedo e apontando para ela – nunca teve uma mente sã, Ginevra. Eu não esperaria nada mais de você.
- Mas o que foi que eu fiz?
- Você realmente não sabe? – Ginny acenou negativamente – Certo... Pra início de conversa... Você deveria estar na clínica, Ginevra. Como foi pra casa? – não houve resposta – Esqueça... Ginevra... Você é doente mental. Você tem esquizofrenia.
- O quê? – nunca ouvira falar de tal doença. O que seria?
- Isso mesmo, Ginny, você é esquizofrênica.
- O que é isso? – Draco colocou as mãos na cintura impacientemente.
- Você é louca, Ginevra. Você fala com pessoas que não existem, diz coisas sem nexo para as pessoas, tem acessos de raiva, se corta... Parece um animalzinho!
Ok. Draco Malfoy chegou aonde queria. Ginny escancarou a porta da frente e agora estava correndo pela rua. O garoto deu um sorriso triunfante voltou à sala.
- Onde está a garota, filho? – quis saber Narciza.
- Ela decidiu ir pra casa... – disse simplesmente. Não tinha a menor intenção de revelar que sua casa era o ultimo lugar para onde ela iria.
Ginny estava correndo pelas suas quando trombou com uma menina um pouco mais alta que ela.
- Me desculpe—Mione? – não podia acreditar no que seus olhos viam. Mione! A pessoa mais brilhante, mais inteligente que conhecia... Sentiu um calor bom dentro de si. Hermione iria lhe tirar dali.
- Quem é você? Como sabe quem eu sou? – ou não. Neste mundo, Hermione não tinha a menor idéia de quem ela era. Nunca iria lhe ajudar. Era inútil...
- Você provavelmente nem me conhece... Eu te conheço de outro lugar... – as expressões no rosto da garota não mudaram – Me desculpe, por, hm, trombar com você. Adeus... – a ruiva deu a volta na outra garota. Ia recomeçar a correr e a chorar quando alguém a segurou pelo pulso.
- Espere! – disse Hermione – Você disse que me conhece de outro lugar... Você me conhece do – então ela abaixou sua voz até um sussurro – Mundo Bruxo?
- É! Hermione, você é bruxa!
- Não. – não. A palavra ecoou na mente de Ginny por um tempo. Hermione era nascida trouxa e era bruxa... Portanto... Neste mundo seus pais eram bruxos e ela era – Um aborto.
- Ah... – foi tudo o que conseguiu dizer. Depois de alguns minutos retomou a fala – Ouça. Pode parecer estranho, mas eu... Eu não sou daqui.
- Você é estrangeira? – Ginny deu um sorriso triste e contou sua teoria de como viajara para um mundo onde as coisas eram exatamente o oposto do que deveriam ser. Quando terminou, não pode deixar de notar que Hermione parecia confusa.
- Você entendeu?
- Mais ou menos... – suas esperanças a enganaram de novo. Hermione era burra. Burra como uma porta. – Mas eu acho que conheço alguém que pode lhe ajudar. Ele é muito sábio.
Mesmo temendo que os conceitos de sabedoria de Hermione não parecessem dignos de atenção, Ginny não tinha escolha, a não ser segui-la. Ginny perdeu a noção do tempo em quanto caminhavam. Estava tentando pensar. Porque Fred e Jorge fariam uma coisa tão ruim com ela? Só porque foi um pouquinho mal-criada? Não era justo. Não era justo mesmo.
N/A: Hey People! Este capítulo 'tá mais curto... Mas o outro vai ser maior, prometo. Eu queria aproveitar para avisar o pessoal que está aí roendo as unhas esperando uma cena real D/G que me perdoem... Ainda vai demorar... Comentem, por favor! Beijos...
