À primeira vista, parecia um prédio abandonado. A entrada era apenas uma parede incrivelmente alta de tijolos que não deixava ver nada além dela. Um grande letreiro com luzes que piscavam agitadas formando as palavras "Salisburry FunCenter". No meio, havia uma abertura na parede, uma roleta e um pequeno túnel pelo qual precisava passar para entrar no parque. Vários cartazes indicavam os preços.

- Espera aí, nós temos que pagar? – exclamou Rony.

- Claro. Pensou que entraríamos de graça? – disse Gina.

- Mas só temos galeões! – exclamou Dino – Vamos pagar um parque trouxa com galeões?

Hermione tirou uma nota do bolso.

- Me dêem cinco galeões cada um que eu pago a entrada de todos.

Eles tiraram as moedinhas de ouro dos bolsos, bolsas e bolsinha. Hermione olhou para as duas bolsinhas de moedas de Lilá e Parvati. Eram um tanto quanto grandes, com estampas de oncinha, que lembravam muito às que aquelas velhotas ricas usavam. Hermione abafou um risinho. Ela recolheu o dinheiro de todos.

- OK, vamos entrando. – disse Gina.

Hermione puxou a fila até a entrada, seguida de perto por Harry, seguido de perto por Gina, seguida pelos outros. Hermione contou todos com o dedo e estendeu uma nota de dez euros ao porteiro do parque. Ele desbloqueou a roleta e todos entraram no túnel, escuro e frio, Harry ainda em seu encalço. Percorreram o longo caminho, o som das vozes, das risadas e da música ficando mais nítido a cada passo. Hermione pôde ouvir uma voz sussurrar, logo atrás dela.

- Esse lugar é bem escuro. Me lembra os corredores de Hogwarts depois do toque de recolher. Você também se lembra, certo, Mione?

Hermione sentiu um calafrio.

- Não me lembro de nada. – disse Hermione. Agradecera por ali estar escuro, porque sabia que a essa altura ela estava muito mais do que vermelha. "Por que?", ela pensou "Eu não posso gostar dele depois de tudo o que fez.".

- Eu te lembro qualquer hora. – murmurou Harry.

Hermione sentia seu coração batendo na garganta. Estavam todos quietos atrás deles. Estariam ouvindo? E então ela tropeçou em uma pedra e caiu de cara no chão. Explosões de risadas. Harry tropeçou nela, e caiu ao seu lado. Gina desequilibrou e caiu pra trás, em Luna. Seus risos ecoaram por todo o corredor.

- Que ridículo – exclamou Gina – Custava colocar umas luzes aqui? – ela esticou a mão para Harry no chão, mas ele já estava se levantando sozinho e esticando o braço para ajudar Hermione. Gina abaixou o braço, arrasada.

Rony, Dino, Neville e Simas ainda riam escandalosamente lá atrás, e Luna estava ajoelhada no chão, a cabeça encostada nas pedras, batendo com os nós dos dedos nas paredes, como se tentasse ouvir alguma coisa. Lilá e Parvati estavam quietas.

- Que você tá fazendo, Luna? – perguntou Rony.

A garota congelou.

- Ah, nada não. – e se levantou. Hermione se levantou com a ajuda de Harry, e todos continuaram andando, o som dos brinquedos do parque ficando cada vez mais alto. Até que uma luminosidade grandiosa os indicou que entraram finalmente ao parque. Cruzara a soleira da saída do túnel e olharam, boquiabertos, para o que viam.

O parque era imenso. Várias luzes piscavam aqui e ali, trouxas indo de um lado para o outro, rindo, conversando... Brinquedos gigantescos, milhares de barraquinhas...

- Nossa! – exclamou Rony.

- Pra onde vamos primeiro? – disse Luna, com um sorriso enorme, olhando tudo que seus olhos esbugalhados alcançavam.

Hermione pegou um papel que tinha recebido junto com o troco das entradas e sorriu.

- Que tal um mapa?

- Mapa é coisa pra gente perdida, tira toda a emoção da coisa– disse Harry, tomando o mapa da mão dela.

- Devolve! – exclamou Hermione, tentando pegar o mapa, mas Harry o tirou de seu alcance, o dobrou e colocou no bolso traseiro de sua calça.

- Vem pegar. – disse ele, rindo.

- Palhaço – murmurou Hermione, virando as costas para ele – E então, onde vocês querem...?

Mas ela parou a frase pela metade. Dino, Simas, Lilá e Parvati já tinham tomado um rumo e estavam quase fora do alcance de visão deles. Rony, Gina, Luna e Neville olhavam à sua volta procurando um lugar para ir.

- Oh, grande reencontro da turma – disse Hermione, suspirando – Cada um pra um lado. Perfeito.

- Ah, é legal assim – disse Harry.

- Aaaah, cala a boca. – disse Rony – Nós vamos ficar todos juntos.

- Então é melhor irmos andando. Não quero passar a tarde inteira parada na entrada do parque – comentou Gina.

Os outros concordaram. Luna apontou uma direção que parecia mais apropriada, e foram andando, sem compromisso.

O parque estava bem cheio. Gente de todos os lados, a maioria delas olhava para Luna.

- Por que estão todos me olhando estranho? – perguntou Luna, enquanto eles passavam na frente de uma barraquinha onde cinco garotas a encaravam como se fosse uma louca.

- Já olhou para o que está vestindo? – comentou Rony.

- Não comece.

Harry não saía do lado de Hermione. Ela sabia que ainda gostava dele. Mas como podia perdoá-lo? Ela tinha certeza de que ele a traíra. Ninguém inventaria uma história dessa por nada. Mas ela iria tentar esquecer por um tempo, para conseguir aproveitar os parques e os amigos aquela tarde. Mas seria difícil, ele não saía de seu lado, sempre se jogando pra cima dela...

-Olha! – exclamou Rony, apontando para uma grande construção, com as paredes pretas, onde uma caveira cintilante e as palavras "Death Drive" piscavam. Uma minúscula porta dava início a uma fila, um tanto quanto pequena – O que é isso? Tem algo a ver com Voldemort...

Os outros riram, menos Luna, que parecia estar realmente pensando na possibilidade.

- É um trem-fantasma, Rony. – disse Hermione – Vamos, é legal!

Eles foram até a fila. Havia várias pessoas à frente, mas a fila andava rápido e entravam de três em três.

- O que acontece aí dentro? – perguntou Gina, ouvindo alguns berros distintos vindo das paredes do brinquedo. A fila andou, e eles acompanharam.

- Eu ouvi meu primo dizer que morre de medo disso – comentou Harry, indiferente.

Rony ficou pálido na hora. Mais uns passos na fila.

- Mas não se preocupe, Rony. O Duda é cagão por natureza.

- O Rony também é – comentou Gina.

A fila andou mais uma vez e eles chegaram na entrada.

- De três em três, por favor. – disse o homem da roleta. Harry agarrou o braço de Hermione. Gina agarrou o de Harry. Rony olhou para Luna e para Neville e suspirou. – Podem entrar. – ele girou a roleta, e eles entraram.

Era bem escuro e abafado ali, e a única claridade vinha de uma luz posta debaixo dos bancos do carrinho. Cada carrinho tinha dois bandos para três pessoas, um na frente e outro atrás. Gina, Harry e Hermione entraram no da frente, seguidos por Rony, Luna e Neville atrás. A porta pela qual entraram se fechou, e as luzes dos carrinhos foram apagadas.

- Péssima idéia, péssima idéia... Eu não gosto disso – Rony murmurava, baixinho.

O carrinho começou a se mover. Esqueletos, fantasmas, lobisomens, cobras, aranhas (-Ai, caramba. Rony), vampiros apareciam de todos os lados. Hermione não estava com tanto medo. Na verdade, ninguém estava. Tirando Gina, que de cinco em cinco minutos gritava e agarrava o pescoço de Harry.

Tumbas abriam de repente e derrubavam múmias em cima dos carrinhos. Na vez deles, ela caiu bem em cima de Luna, que berrou e quase pulou pra fora do carrinho. O passeio terminou, e quando o carrinho deles saiu da escuridão, a claridade e barulho do parque os pegaram desprevenidos.

- Eu estou cego! Eu estou cego! – gritou Neville.

- Se controla – resmungou Gina.

Eles desceram do carrinho, Rony com as mãos dentro do bolso e pálido. Eles continuaram andando, olhando para todos os lados procurando por mais alguma atração legal.

- Não vamos em mais nada desse tipo, certo?

Os outros riram.

- Você ficou com medo daquilo? – exclamou Harry – Pelo amor de Deus, aquilo foi patético.

- Porque não foi em cima de você que jogaram a múmia – retrucou Luna.

De repente, Harry deu um berro. Todos pararam de andar e olharam para ele. Ele estava com a mão no traseiro, com uma expressão assustada. Os outros olhavam para ele com uma cara intrigada, e ele encolheu os ombros.

- Passaram a mão na minha bunda!

Todos caíram na risada. Neville apontou para Hermione. Ela estava segurando o mapa do parque, que Harry tinha colocado no seu bolso traseiro. Ela tinha um sorriso de orelha à orelha.

- Sua safada – resmungou Harry, mas sorriu. Hermione, porém, já tinha sua atenção voltada ao mapa. Todos se acomodaram nos bancos embaixo de uma árvore, procurando por uma sombra. Hermione encostou no tronco da árvore, e olhava do mapa para o parque, e de volta para o mapa.

- Se vocês quiserem algo mais...light, podemos ir no Canoo.

Gina, que estava sentada no chão, ergueu a cabeça para Hermione e perguntou.

- O que é isso?

- "Brinquedo aquático. Barco com capacidade para seis pessoas." Perfeito – Hermione leu a descrição do brinquedo – "Aventure-se por uma trilha aquática de arrepiar. Passeie em alta velocidade por túneis, grutas e lagos, enquanto a água sobe e desce".

- Água sobe e desce? – perguntou Luna.

- Como assim? – acrescentou Rony.

- Aaaaaaah, outra péssima idéia! – exclamou Rony, quando eles estavam no barco, um na frente do outro como eu uma fila, já afivelados, sem chance de sair. O barco moveu-se devagar, fez uma curva e deixou à vista um caminho tortuoso, onde água jorrava do chão, e caía do teto. O barco da frente do deles fazia o percurso numa velocidade incrível, e todos ficavam encharcados. – Admita, Hermione. Essa foi uma péssima idéia.

Hermione, que era a primeira do barco, o ponto mais 'molhável', segundo Gina, fez que sim com a cabeça.

- Sim, essa realmente foi uma péssima idéia.

O barco saiu a toda velocidade, de uma vez, e eles mal tiveram tempo de gritar. Desceram à toda velocidade o caminho que tinham visto antes, e numa curva brusca, eles entraram num lago, e passaram rasgando na superfície, levantando água de todos os lado, principalmente na frente. Cinco minutos depois, eles estavam saindo do brinquedo, e Hermione xingava baixinho. Ela estava simplesmente pingando. Os outros saíram gargalhando, dizendo que iriam outra vez. Gina, Luna, Rony e Neville voltaram para a fila. Hermione se jogou num banco, e Harry sentou ao seu lado. Ele tirou sua jaqueta jeans e a jogou no ombro de Hermione, que agradeceu baixinho.

- Ah, qual é, Mione. Foi divertido. Já já seca. – ele disse, rindo.

- Você não vai de novo? – perguntou Hermione, indicando os outros quatro que estavam na fila com a cabeça.

Harry fez que não.

- Eu queria conversar com você.

Hermione sorriu. "Então, vai finalmente assumir o que fez.".

- Já não era sem tem...

- Eu acho que você está errada. – ele disse, sem olhá-la os olhos.

O sorriso de Hermione desapareceu na hora.

- Errada, Harry? – exclamou ela, levantando-se do banco e colocando a mão na cintura.

- Não precisa dar escândalo, Mione. Senta aqui.

- Escândalo? – ela gritou – Eu não estou dando escândalo!

- E toda essa gente que tá te olhando é só porque você é bonita, certo? – ele disse, com desdém.

Hermione tirou as mãos da cintura e olhou à sua volta. Várias pessoas a encaravam, mas quando ela olhou, desviaram o olhar. Corada, ele sentou no banco de volta e cruzou os braços.

- Você me trai e eu que estou errada. – ela resmungou.

Harry arregalou os olhos.

- Eu te traí? – ele perguntou.

Hermione congelou.

- Eu te traí? – ele perguntou ainda mais alto – Foi por isso que terminou comigo, por que você acha que eu te traí?

Hermione fez que sim com a cabeça.

- Huahauhauahuahuahuauh! – Harry jogou a cabeça pra trás e gargalhou feito louco.

Hermione o olhou, intrigada.

- Tá rindo do que?

Harry continuou gargalhando.

- Por que você tá rindo? – exclamava Hermione, dando tapas no ombro dele.

- Ai! – ele disse – Tá doendo, ou. – mais risos – Isso foi ridículo. Eu? Te trair?

Hermione pareceu ficar sem palavras. Então disse:

- É!

- Por quê eu te trairia?

- Talvez por não gostar mais de mim?

- E se eu não gostasse mais de você, acha mesmo que eu estaria correndo atrás de você como eu estou agora?

Ela não respondeu.

- Ah, qual é, Hermione? Você sabe que eu nunca faria uma coisa dessas.

- Mas me contaram! – ela exclamou.

- Ah, é? Quem?

- Uma pessoa em que eu confio.

- Confie mais nessa pessoa do que em mim?

Hermione calou-se. Agradeceu por não ter precisado responder. Luna, Gina, Rony e Neville voltavam encharcados do brinquedo, e iam correndo em direção deles.

- Nossa, esse é muito bom! – gritou Neville.

- Onde nós vamos agora? – perguntou Gina, olhando de Harry para Hermione, então para a jaqueta de Harry no ombro de Hermione.

Mione abriu o mapa.

-Aaaah, tá desmanchando! – ela exclamou. O mapa estava realmente, despedaçando. Encharcado – Mas ainda dá pra ver. Tem uma roda gigante aqui perto. A gente pode ir lá...

- Então vamos – disse Harry, levantando-se.

- É por ali – Hermione apontou uma direção e foram andando.

Passaram por várias barraquinhas de doce, onde Gina e Luna pediam para parar toda hora. Dez minutos depois, elas já carregavam vários pacotinhos de balas e docinhos.

- Nossa, o que é aquilo? – perguntou Neville apontando para um grande espaço vazio, e cercado por uma fita, onde vários homens montavam algo realmente grande, juntando madeiras, pregos e tecidos pretos, brancos e laranja.

Eles foram se aproximando.

- Parece um... – começou Gina, girando a cabeça, tentando enxergar em outros ângulos.

- Um... palco. – completou Hermione – Redondo. Nunca vi...

Perto do lugar onde estavam montando o tal palco, havia um grande cartaz preto, com letras laranjadas fosforescentes. Eles foram até o cartaz.

"The Zucca. A nova sensação da música Metal. Mais de três milhões de cópias vendidas, estão no seu terceiro álbum, o The Fuoco. Banda de origem italiana, o The Zucca (A Abóbora) faz sua música em inglês, e é a banda de maior sucesso entre os jovens americanos dos últimos tempos. Finalmente, chega para sua turnê na Inglaterra, e faz seu show de estréia no Salisburry FunCenter. Contamos com a sua participação. O show começa às oito da noite, bem aqui. Adquira sua camiseta da banda e mini-abóboras decorativas na barraca ao lado." Junto do texto, havia uma foto da banda. Um homem de cabelos negros ralos e bem arrepiados, com maquiagem forte. Outro, ruivo, de cabelos lisos e longos. Outro era careca, e usava um batom preto. No centro, havia uma mulher bonita de cabelos negros com as pontas laranjadas, com o olho fortemente contornado por um lápis preto extremamente grosso.

- Eles parecem ser legais – comentou Gina, displicentemente.

- Metal? – exclamou Rony. – O que é isso?

- Meu primo ouve metal. – disse Harry.

- Meus primos também – comentou Hermione – É legal... Depende da banda.

- Olha a barraquinha! – disse Luna, apontando uma barraca preta, com várias abóboras penduradas por todos os lados, e várias camisetas pretas, com escritas em laranja e branco 'The Zucca', outras com fotos dos integrantes. Várias pessoas estavam ao redor da barraca, e várias outras já usavam as camisetas.

- Vamos ver? – exclamou Neville.

- Eu bem que compraria uma camiseta pra trocar por essa encharcada aqui. – disse Hermione, ao se aproximarem. Ela escolheu uma camiseta curtinha e preta, com uma grande abóbora na frente. Os outros também compraram camisetas, e Harry comprou um colar feito de minúsculas abóboras.

Depois, continuaram andando, agora todos de preto.

- Essa tal de roda gigante não chega nunca – comentou Rony – Tem certeza que viu certo no mapa, Mione?

- Claro que tenho! – ela exclamou.

- Eu estou com fome. – disse Gina.

- Eu também – acrescentou Luna.

- Aquilo não é um restaurante? – Perguntou Harry, apontando para um prédio amarelo com grandes portas de vidro e vários cartazes de promoções de lanches na entrada.

Todos pararam.

- É sim. – falou Hermione - Querem almoçar?

Todos concordaram. Entraram no restaurante, e Rony resmungou na mesma hora.

- Por que lá fora está tão quente e aqui está frio?

- Ar condicionado. – disse Harry.

- Como é que é? – exclamou Rony, mas ninguém respondeu. Todos já tinham ido até a fila de atendimento. O restaurante não era muito grande, e havia várias mesinhas rodeadas por sofás, o que lembrava muito aos fast-foods americanos, o que era uma coisa estranha de se ver na Grã-Bretanha. Luna parecia fascinada com os hambúrgueres e pratos prontos que estavam desenhados em vários cartazes nas paredes. Havia uma mesa a um canto da parede, com vários garotos. Todos eles olhavam para Gina, alguns piscavam. Gina sorria disfarçadamente para eles, e apoiou o braço no ombro de Harry, que estava à sua frente na fila. Porém, Hermione estava na frente de Harry, e este esticou os braços e a abraçou por trás, fazendo com que Gina deixasse de se apoiar nele.

O coração de Hermione disparou quando Harry a abraçou.

- Harry – ela disse baixinho, enquanto a fila andava – Por que você tá fazendo isso comigo?

- Porque eu gosto de você.

- Mas depois de tudo...

- Ah, não começa. Eu não fiz nada. Deixa eu gostar de você em paz, já que você não gosta de mim?

Hermione calou-se.

Nossa, como ela gostava dele. Mas ela não sabia mais em quem acreditar. "Senhorita?". Ela decidiu que iria conversar com a pessoa que andara lhe dizendo aquelas coisas sobre Harry. Fazê-la dizer o que realmente estava acontecendo. "Senhorita?". Porque se Harry não gostasse dela mesmo, ele não estaria ali, no pé dele, insistindo pra que esquecesse tudo o que disseram dele e que pra que voltassem. "Senhorita?" Realmente, aquilo não fazia sentido.

- SENHORITA! – gritou a atendente do restaurante, e Hermione deu um pulo, e a olhou – O que deseja?

Hermione suspirou, voltando de seus pensamentos.

- O número três duplo. – disse ela, sem animação. Pagou o pedido, foi até o próximo balcão para receber o lanche, e encontrou Neville, Luna e Rony em uma mesa. Foi até eles e sentou-se. Minutos depois, Harry se juntou a eles. Depois Gina. Conversavam animadamente enquanto comiam, porém Hermione ainda estava viajando em seus pensamentos. Finalmente decidira que iria fazer o que achava certo. Ela não conseguia acreditar que Harry tinha a traído, lá no fundo, não mesmo. Por que não dar mais uma chance? Afinal, ela gostava tanto dele...

- ... parecendo uma retardada. – disse Rony, todos caíram na risada e Hermione voltou à real. – Ah, pronto. Ela acordou.

- Legal esse negócio de refrigerante – comentou Luna, soprando com o canudo dentro do copo, e fazendo espuma. Umas pessoas na mesa ao lado olhavam para Luna com repulsa.

- No que tava pensando, Mione? – perguntou Gina, entre um gole de refrigerante e outro.

- Nada interessante. Eu já terminei, vocês não? – ela disse, se levantando.

- Eu já – disse Harry, se levantando.

- Eu também. – Rony levantou e contornou a mesa. – Gina, Neville, Luna?

- Eu já vou – disse Gina, terminando de tomar o refrigerante, enquanto Neville se levantava.

Luna continuava brincando distraída com o canudo e o copo de refri.

- Luna. Luna?– exclamou Rony. A garota nem olhou - Luna! – a garota deu um pulo e derrubou todo o refrigerante em cima da mesa.

- Vai, vamos dar o fora daqui. – disse Gina, levantando e puxando Luna.

Eles saíram do restaurante e trombaram com Dino, Simas, Lilá e Parvati na porta.

- Ooooh! – exclamou Rony, quando bateu a cabeça na porta quando os outros a abriram na direção oposta.

- Por onde vocês andaram? – comentou Lilá.

- Fomos no trem fantasma. – disse Luna.

- E num brinquedo aquático aí. – completou Neville.

- Acabamos de sair da roda gigante. – disse Parvati.

- Estávamos indo lá. – disse Hermione.

- Ei, vocês vão sair da frente ou não? – pessoas exclamavam de dentro do restaurante, querendo sair.

Eles estavam trancando a saída. Moveram-se um pouco para o lado.

- Vão ao show? – perguntou Dino, apontando as camisetas que usavam.

- Com certeza! – disse Gina. – Vocês vão?

- Talvez – disse Simas – Vamos almoçar agora e depois vamos ver o que fazemos.

- OK. Vamos indo? – disse Rony – Roda gigante é um nome legal. Deve ser divertido.

E saíram andando pelo lugar que Hermione dissera que era a tal roda-gigante. Hermione andava ao lado de Harry. Ela segurou a mão do garoto disfarçadamente, e ele a encarou, confuso. Ela lhe lançou um sorrisinho rápido e continuou andando. Então, Harry tropeçou numa pedra no chão e caiu. Todos olharam para trás quando ouviram o baque e o gemido de Harry, e o viram caído de cara no chão, rindo escandalosamente. Hermione tampava o rosto com as mãos. Todos que passavam por ali, paravam, olhavam para Harry, e continuavam andando, rindo. Os outros gargalharam e Rony foi ajudar Harry a se levantar. Leia levantar Harry, já que ele não conseguia nem se mexer de tanto rir.

- Eu me desconcentrei do chão – disse Harry, recuperando o fôlego e recomeçando a andar.

- Minha nossa! O que pode fazer alguém desconcentrar do chão?

Harry lançou um olhar furtivo a Hermione.

- Ah, você nem sabe.

Hermione abafou um risinho.

- Aquilo é roda gigante? – perguntou Neville, apontando para o brinquedo.