"Como um flash de luz numa noite interminável
A vida está encurralada entre duas entidades negras
Pois quando você confia em alguem, a ilusão já iniciou"
"Sim... Eu já pensei em muitas coisas bizarras enquanto fazia amor com ela. Nessas horas, passa cada coisa pela cabeça da gente... Eu realmente nunca havia me sentido culpado por pensar em outra mulher nessa hora, ou pensar em vê-la com outra mulher... Você entende, duas mulheres em sua cama realmente faz parte do imaginário de muitos homens e... Isso realmente me excitava mas... Bem... Culpa nunca existiu, se você quer saber." – confessou, dando de ombros.
"Aham, sei... Mas desta vez algo deu errado, não é isso?" – perguntou, a voz muito calma.
"Sim, algo deu muito, mas muito errado..."
Harry calou-se por um momento. A sensação de que ele estava confidenciando seus segredos, justamente aqueles que ele jamais teria coragem de confessar a não ser a si mesmo em seus mais sujos pensamentos, tornava o divã uma peça completamente desconfortável. Não fosse por isso, ainda não havia visto o rosto do analista, ou o quem quer que fosse o seu ouvinte, já que ele estava sentado às suas costas...
Estranho.
Foi neste momento que percebeu, para o seu completo atordoamento, o desaparecimento de todos os móveis do lugar e também as paredes... Ou eles na verdade eles nunca haviam existido? Ele estava dentro de um...
"Onde estou?" – perguntou, assustado.
"Você sabe, Harry." – sibilou.
"Isso é um sonho?"
"Talvez fosse melhor se eu dissesse que isso é um encontro com você mesmo."
"Claro que sim, eu jamais diria essa coisas a alguém. Mas essa voz... Eu conheço essa voz... Não é a minha!" – concluiu, amedrontado, tentando se levantar do pequeno sofá.
"Claro que é, eu faço parte de você, sempre fiz..."
"Não..." – negou, sua voz trêmula.
"Sim, eu faço, Harry. Todos nós temos nosso lado mau que temos que conviver, sabe... É melhor se confomar, pois ele está mais perto de você do que imagina!" – disse, soando divertido.
"Pra que eu preciso disso, de você, tudo estava... Tão bem..." – indagou, encostando sua cabeça no divã novamente, zonzo.
"Calmaria, prostração, acomodação... Isso não é estar bem, você precisa de equilíbrio, não de uma anestesia." – provocou.
"Não estou anestesiado, só acho que minha vida está muito boa como está."
"E vai deixar-se morrer sem realmente ter tido qualquer emoção?"
"Do que você está falando? Eu não vou morrer agora, não está na hora, digo... Por que eu morreria? Eu... Eu... Estou realmente confuso... Onde estou?" – perguntou, tentando se levantar novamente, mas algo certamente o prendia e o impedia de se movimentar. Talvez fosse apenas uma tontura. Talvez.
"Bem na sua cama, Harry."
De repente, Harry pôde ouvir o assobio agourento que o vento fazia ao passar pela janela do seu quarto. Mas não podia ver, apenas ouvir. Havia alguém mais ali, respirava ao seu lado, e era quente. Mas ele não podia tocar.
"Estar na sua cama é mais confortável pra você?"
"Não sei... Sabe, às vezes tudo isso é como um peso..." – respondeu, choroso.
O outro riu.
"Um peso, Harry? Me explique."
"Não sei realmente explicar." – respondeu, simplesmente.
"Em breve, você encontrará a resposta. Quem sabe a sua cama não simboliza algo..."
"Porque não me diz logo de uma vez o que eu preciso saber?" – rebelou-se, ainda tentando se soltar das amarras invisíveis que o prendiam.
"Não... Não iria privá-lo do prazer da descoberta. Mas não negue com o que irá se deparar, Harry. Isto irá te trazer muito, mas muito sofrimento..."
De repente, ele começou a se contorcer, apertando fortemente as mãos, deixando brancas as pontas dos dedos e articulações. Algo aparentemente o sugava para dentro da sua cama e o fazia girar, como num redemoinho.
"NÃO, POR FAVOR, NÃO FAÇA ISSO, FAÇA PARAR, FAÇA PARAR!"
Harry agora estava envolto por um mar de sangue, contendo uma forte náusea. A correnteza o queria levar, e ele se esforçava para manter seus pés junto à terra. Não havia nada além daquele mar e o céu refletia primorosamente a sua cor púrpura. Ao longe, algo boiava e vinha em sua direção, trazida pela torrente.
"Mione?" – perguntou, quando ele pôde identificar que o que se aproximava era um corpo.
Mas ela não respondeu. Foi trazida lentamente até os braços de Harry, que a acolheu. E a chamou, a sacudiu, mas ela nada disse. Ele beijava a sua testa e chorava desesperado. Ela estava morta, sua palidez e a sua gelidez não deixavam dúvidas.
"MIONE! ACORDA, acorda, por favor..." – soluçava, sacudindo-a ainda mais vigorosamente.
De repente, ela arregalou seus olhos e o fitou. Eles tinham o tom mais cinza que alguém jamais poderia ter...
"VOCÊ!" – gritou, aterrorizado.
"Harry, Harry! Calma, querido, foi só um pesadelo!"
Ele arfava, buscava sinais de que realmente aquilo fora só algo que sua mente criara. Sim, aquela era sua cama, à direita estava a janela e à sua esquerda estava Hermione, que recebeu um abraço desesperado do marido.
"Só me abrace, por favor."
"Tudo bem, querido. Está tudo bem... Foi só um pesadelo, já passou."
Harry aconchegou-se nela e acalmou-se, prendendo-a fortemente ao seu corpo.
"Não me deixe nunca, Mione..."
"Shhhhhhhhh, para de falar besteira, Harry. Estou aqui, ao seu lado. Agora, durma."
Draco fitou Harry por todo o café da manhã, e nem sinal de que o seu olhar teria reciprocidade. O moreno estava obstinado em não levantar seu rosto durante a refeição, como sempre. Hermione, que acordara mais feliz do que costumava, lançava olhadelas sorridentes a Draco, como se quisesse lhe compartilhar algum segredo.
"Estúpida, idiota, sangue-ruim... Pare com essa cara de palhaça... Estou começando a ficar irritado".
"Sabe, Draco! Estive pensando..."
"Mesmo? Sua horrorosa... É só isso que você consegue fazer?"
"O que acha de irmos a algum lugar para você poder cortar seus cabelos? Sei que deve ter vergonha de pedir..." – sugeriu, cordial.
"Ah, não, Hermione... Há tanto tempo que estão desse tamanho que eu me acostumei com ele, até gosto deles longos! E você, Harry, o que acha do meu cabelo?"- perguntou, fazendo-se de ingênuo.
Harry assustou-se de tal forma com a pergunta que engasgou. Draco ria por dentro.
"Eu... Er... Bem... Bom, não sei... Acho que..." – embaraçou-se, lançando um olhar de socorro à Hermione, que o ajudou.
"Bem, claro que ele é lindo assim, imagine... Seu cabelo é perfeito.
"Bem que você queria ele pra você, não é? Mas pode esquecer. Esse seus cabelos de lã jamais se tornariam seda"
"Mas sempre o manteve tão bem cortado na escola, então imaginei..." – Harry agradeceu a ajuda da esposa com o olhar.
"Sabia que você prestava atenção em mim, Granger... E Potter, não exploda."
"Acho que vocês não iriam entender, mas... Esta é a única conexão que ainda tenho com meu pai... Acho que assim me pareço mais com ele..." – disse Draco cabisbaixo, os olhos lacrimejando.
"Oh..." – murmurou ela, sentindo-se culpada por tocar em um assunto tão delicado.
"Mas não se preocupe, podemos sair para apará-los um pouco!" – disse Draco, reanimando-se. "Obrigado pelo cinismo que me ensinou dia após dia, papai!"
"Ok! Mais tarde passo aqui e te pego para irmos a um salão!" – planejou, animada.
Draco agradeceu com um manejo com a cabeça, enquanto ela se levantava pegando as xícaras e pires de todos e levando à cozinha. Draco aproveitou a oportunidade e perguntou a Harry, que se preparava para sair da mesa.
"E aí, Potter... Sonhou comigo?" – perguntou, com sua voz usualmente arrastada.
Harry arregalou os olhos, profundamente ofendido. Hermione entrou de novo na sala e os dois fingiram uma paz inabalável. Quando ela se retirou novamente, ele insistiu:
"Vai me responder ou está com vergonha do que sonhou?"
"Cala essa boca, Malfoy! Como ousa dizer que sonhei com você? Qualquer coisa que envolvesse você está longe de ser um sonho!" – respondeu, crispando a boca.
"Ah é? Puxa, eu realmente tive a impressão que você teria ótimos momentos comigo durante a noite..." – murmurou, cinicamente.
"Não se atreva a diz..."
"O que que é, Potter! Acha que vai me intimidar com essa varinha no meu pescoço? –interrompeu impaciente, cuidando para que sua voz não chegasse a níveis audíveis na cozinha. Sempre me disseram que você não era covarde, mas atacar alguém sem varinha me parece um tanto quanto desonroso... E não adianta essa cara de ódio pra cima de mim, Potter. Ou acha que é divertido ver o showzinho que você e a Granger prepararam para mim ontem? Sinceramente, eu podia ter ido dormir com imagens melhores..."
Malfoy sabia como desarma-lo, e não precisava de nenhuma varinha para isso. Bastava seu olhar e suas palavras e Harry estava devastado, como se todo o seu vocabulário tivesse sumido de seu arquivo cerebral.
"Saia da minha frente, Malfoy!" – disse, entre dentes, contendo o ódio. "Não quero mais te ver hoje. Suma. Da. Minha. Frente."
Malfoy sorriu cinicamente e se retirou, sem conseguir esconder um meio sorriso nos lábios.
"Dumbledore vem aqui amanhã, Mione." – disse Harry, num tom preocupado.
"Ah, Harry... Precisava ter visto o Malfoy! Ele ficou tão bem com o novo corte! Ficou até parecendo aqueles vocalistas daquelas bandas de metal trouxas e..."
"Páre de falar no Malfoy e me escuta, Hermione! Você acha que ele é seu amiguinho? Você por acaso não se lembra de como ele era lá em Hogwarts? Você não se lembra como ele infernizou a nossa vida? Você não se lembra de que lado ele estava na guerra? Onde diabos você enfiou tudo isso?"
"Harry!" – exclamou, surpresa.
"Me escute, por favor. E pare de falar nesse maldito Malfoy!" – exigiu, quase aos gritos.
"Mas Harry..." – as lágrimas já enchiam seus olhos.
"Droga, droga, DROGA! Você nem ao menos escutou que Dumbledore vem aqui amanhã, nem isso! Eu acredito que o que ele tem a dizer deva ser muito, mas muito mais importante do que o maldito cabelo do Malfoy!"
"Olha, Harry, eu não sei o que aconteceu com você, mas eu não merecia esses gritos. No início, achei que ELE seria o responsável por nossas brigas e desentendimentos, mas pelo visto, quem não está cooperando com a gente é você mesmo! Pára de perseguir ele, pára de achar que ele está tramando o tempo todo, pára, PÁRA! Pense um pouco mais agora e analise quem é que tem tido comportamento de criança! A gente já saiu de Hogwarts, acabou a palhaçada! Ele está aqui há mais de 5 meses e tudo correu muito bem, a não ser quando VOCÊ dá um chilique. Agora chega, eu quero dormir. Boa noite pra você." – despejou, virando-se para o outro lado.
"Droga!" – murmurou.
Hermione tinha razão. Tudo estava bem, em SEU ponto de vista. Mas será que ela ainda não tinha pista alguma que Draco estava bancando o bonzinho só para impressioná-la? E por que diabos ele estaria fazendo isso? Por que ele queria a confiança dela?
Pela voz embargada, Harry sabia que ela havia ficado muito magoada. Mas ele colocaria um ponto final naquilo tudo pela manhã. Perguntaria a Malfoy o que ele pretendia, onde queria chegar com aquela encenação. Talvez fosse só um tipo de diversão para alguém profundamente entediado, mas poderia haver algo mais por trás daquilo e ele iria descobrir. Afinal de contas, o loiro nem tinha mais o direito de empunhar uma varinha, não oferecia tanto perigo assim. O dia fatídico em Azkaban... Bem, o moreno não tinha a sua varinha, não poderia supor que seria atacado daquela maneira.
O sono o atacou instantaneamente, como se algum feitiço o tivesse atingido. Mas, por um momento, Harry se lembrou do sonho da noite anterior, e o que ele queria dizer... E lutou para não adormecer, para não ver toda aquela cena novamente.
O possível significado do sonho era algo que ele realmente estivera tentando esconder no cômodo mais profundo da sua mente; entretanto, ultimamente só falhara em seu intento. Harry sabia que a sua animosidade atual era um reflexo da sua covardia em enfrentar o REAL problema. Ele estivera tentando mascarar, até atacando a sua esposa sem que ela merecesse. Mas fracassava em banir uma única pergunta que ia e vinha em seu pensamento, por medo do que pudesse descobrir. "E para você, Harry? O que Draco Malfoy significa para você?"
Aquilo parecia uma completa loucura. Harry suspeitava de quehavia ficando com gravesseqüelas da guerra. Além do mais, o quadribol lhe reservou muitos balaços diretos na cabeça... Era isso. "O que Malfoy significa para mim... Que piada é essa? O que mais ele poderia significar além de um demônio?" – ria-se, embora, em seu âmago, não estava muito convencido de que aquilo era uma piada. Era uma ironia cruel, que ele se empenharia em sufocar.
O sono foi mais forte e o derrotou. E, novamente, a noite não foi tranqüila.
Draco logo percebeu que o clima estava ruim. Nada dos sorrisinhos odiáveis de Hermione, e Harry agora o olhava durante o café, como se estivesse prestes a dizer alguma coisa.
"Hum... Progressos? Será que ele notou o meu cabelo?" – perguntou-se. "Não, acho que ainda não chegamos a esse ponto... Mas nada que não dependa de uma forcinha do grande, lindo, poderoso e perfeito Malfoy".
"Terminou, Malfoy?" – perguntou ela, cordial, estendendo a mão à xícara do loiro.
"Ah, sim... Pode tirar, Mione."
"Mione?" – perguntou Harry para si mesmo, ainda estupefato. Não, provavelmente escutara errado. Agora só faltava essa. Além de doido, surdo.
Hermione retirou-se da sala, em direção à cozinha. Não havia se oferecido para levar as louças de Harry. Malfoy comemorou internamente o pequeno detalhe e ia levantando-se para sair, em direção ao quarto. Harry o interrompeu.
"Você fica, quero falar com você."
O loiro virou-se lentamente e disse, um meio sorriso.
"Você não pretende fazer nada comigo na frente dela, não é, Harry? Coitada, ela não merece..."
Harry ficou roxo de fúria e choque. Ele movimentava os lábios, mas não saía nenhuma palavra.
"Bem, se você esperar um pouco, eu posso voltar. Mas é bom lembrar que não manda em mim, HARRY." – disse, enfatizando o nome do outro com certa intimidade.
O moreno resolveu não cair no jogo do outro e acalmou-se.
"Tudo bem, MALFOY. Mas o que eu tenho para falar é importante, espero que não demore."
"Imagina... Só vou esperar ela sair para o trabalho, assim a gente pode ficar mais à vontade... Para conversar, é claro."
Harry suspirou de alívio com a última frase e virou-se em direção ao sofá. Deixou-se afundar nas almofadas e fechou os olhos, cansado. A noite não tinha sido nada boa, ainda não pensara em nada para se desculpar com Hermione, não sabia como começar a conversar com Dr... quer dizer, Malfoy e logo Dumbledore chegaria, trazendo alguma bomba que estouraria em suas mãos... Não seria um dia fácil, certamente.
A mulher parou à porta e perguntou, fria:
"Não vai trabalhar hoje?"
"Não. Como eu te disse, Dumbledore vem hoje. Estou esperando." – respondeu impaciente, lembrando-se do fato de que aquela pergunta não deveria estar sendo feita se ela tivesse prestado atenção ao que ele falava em vez de ficar tagarelando sobre o cabelo de Malfoy. Se bem que ela estava com a razão sobre o cabelo... "Ahn? Em que diabo estou pensando?"
"Ok!" – respondeu, batendo a porta atrás de si e saindo.
Sua barriga se contorceu, como se houvessem milhares de borboletas lá dentro. Agora era hora de falar com ele e não se sentia nada preparado. Logo o loiro perceberia que Hermione havia saído e apareceria.
5 minutos se passaram e nem sinal.
10 minutos.
15 minutos.
20 minutos.
"Em que esse cara está pensando?". Harry levantou-se nervoso e foi bater à porta do outro nada educadamente.
"MALFOY!" – gritou. Como não houve sinal de resposta, forçou a maçaneta e para sua surpresa, a porta não estava trancada. Quando entrou, viu Malfoy de costas, ainda vestindo sua cueca.
"Não podia ter esperado lá fora, Potter?" – perguntou, fingindo irritação.
"Ah, er... Me desculpe, é que... Bem, você demorou, eu pensei..." – como Draco adorava vê-lo sem jeito, tentando desviar o olhar do seu corpo.
"Agora, já que está aí, não tem nada aqui que não veja todo dia, não é? Pode entrar..." – disse, com ar de displicência.
"Eu prefiro aguardar lá na sala." – respondeu, encabulado.
"Tudo bem, não demoro."
Harry fechou a porta e Draco gargalhou silenciosamente. Outra batalha ganha.
"Droga, droga, droga, droga!" – Harry nem se esforçava para praguejar mais baixo. Na verdade, a vergonha era tanta que o que ele queria mesmo é extravasar. "Por que ele sempre faz isso?"
"Falando sozinho agora, Harry Potter?" – brincou.
"Er, Professor! Como vai? Não vi a hora que o senhor saiu da lareira" – disse, ainda constrangido.
"Bem, realmente não tinha ninguém aqui para me recepcionar" – continuou, divertido.
"É, eu fui... Bom, deixa pra lá! Mas o que o traz aqui em minha casa, Professor? Fiquei realmente curioso com aquele pergaminho."
"Se importa se eu pedir que o senhor Malfoy também esteja presente nessa conversa?"
Mesmo sem entender, Harry assegurou que não se importava, e que o loiro já estava vindo. Não tardou para Draco realmente aparecer.
"Ah, bom dia, Professor Dumbledore!" – cumprimentou efusivamente Draco.
"Bom dia, senhor Malfoy. Vejo que o senhor está bem melhor, 'adaptado' até."
"Oh, sim. O senhor tinha toda razão. Não quero mais voltar para Azkaban, farei o possível para que isso não aconteça. E me desculpe a demora, é que não estava me sentindo muito bem e resolvi tomar um banho antes de vir..." – disse, lançando uma olhadela a Harry, que desviou, constrangido.
"Não se preocupe, acho que agora podemos conversar." – disse o velho, já aconchegando-se em uma parte do sofá, enquanto os outros dois fizeram o mesmo, Harry cuidando para manter uma distância segura do outro.
"Tentarei ser o mais breve possível com o assunto, mas não creio que ele se torne menos sério por isso. Bem... Sei que a imprensa bruxa tem abafado a situação, mas é um caso de muita gravidade e de grande interesse para nós todos."
"Obviamente, senhor Malfoy, que o senhor sabe que ainda ficaram seguidores remanescentes de Voldemort livres. Realmente, não pudemos encontrá-los. Dentre eles, está seu pai. – Draco apenas acenou com a cabeça que sim, interessado no discurso – Temos razões para acreditar que ele, juntamente com os outros, voltou novamente à ativa."
"O que o senhor quer dizer com 'voltou à ativa'?" – perguntou Harry, estupefato.
"Iniciando uma nova guerra, Harry. Sob a liderança de Lucius Malfoy, esses bruxos estão novamente fazendo ataques a trouxas e a outros que se opuseram a eles durante a guerra. É uma vingança em nome do Lorde. E certamente, um modo de mostrar que ainda são poderosos, apesar de caçados e de terem perdido tudo que tinham. Um jeito bem equivocado de se fazerem respeitar novamente."
"Como sabem que meu pai é o líder? E como podem fazer essas coisas em tão menor número? Quero dizer, temos toda a comunidade bruxa, o ministério, e não sei quem mais contra eles e eles ainda conseguem atacar?" – perguntou Draco, aparentando interesse, mas contendo uma chama de satisfação dentro do seu peito.
"Você tem razão, Draco. Realmente, é espantoso o que eles ainda podem fazer. Mas não podemos esquecer que são bruxos realmente poderosos, você os conhece bem. E estão atacando isoladamente, o que os torna mais difíceis de capturar. Entretanto, tivemos notícias de que agregaram muitos seguidores: gigantes, os lobisomens, alguns bruxos sob a maldição Imperius, outros não... Foi por causa de um desses bruxos que descobrimos sobre o seu pai. Ele nos contou tudo com a condição de não ir para Azkaban. Tenho que dizer que era a única chance que tínhamos, tivemos que aceitar a proposta. Embora o relato ainda tenha sido um tanto quanto vago."
"Mas, Professor... O que planeja o Ministério?" – indagou Harry.
"Juntar novamente um exército com todos os bruxos que puderem. Pretendemos acabar com o movimento antes que ele tome proporções ainda maiores."
Harry deu um suspiro e apoiou a testa no dorso da mão, preocupado.
"E o que pretende de nós, Professor?" – perguntou Draco, definitivo.
"De você, espero que esta seja uma boa situação para nos dizer de que lado está. De Harry, já sei o que esperar."
Draco se levantou, pensativo. Olhou pela janela, viu o sol forte que se levantava no horizonte.
"Não é como se eu tivesse escolha, não é, Professor? Quero dizer, tenho que optar pelo respeito do meu pai novamente, a única família que ainda me restou, e a minha própria vida, não é? Não posso lutar contra alguém da qual minha vida depende. É óbvio que estarei com vocês" – murmurou, lançando um olhar de cumplicidade a Harry, que estava surpreso com essa face mais sensível do ex-sonserino.
"Pois bem, senhor Malfoy. Dada a situação delicada dos dois, providenciei para que fiquem juntos. Não participarão da guerra propriamente dita – um agrado do ministro para alguém que já foi o responsável pelo fim de uma guerra – mas ficarão no alto de um monte, um lugar estratégico, próximo ao quesupomos ser o esconderijo deles. Em qualquer emergência, aí sim, serão convocados. Do contrário, farão trabalho apenas de espionagem."
"Ficaremos juntos, sozinhos?" – indagou Harry, aterrorizado.
"Acho que não há mais problema nisso, há? Senhor Malfoy?"
"Da minha parte, está tudo bem!" – respondeu, falhando em conter sua empolgação.
"Harry?"
"Eu... Não, não há. Mas e a Mione, ela vai ficar sozinha?" – perguntou, o desânimo em pessoa.
"Bom, Harry... Nós não pretendemos que isso tudo demore, mas prometo manter meus olhos nela pra você".
"Tudo bem, Professor. O que é para ser, será."
O trecho é da música Anesthesia, Type o Negative (pra variar, né galera)
O sonho... Bem, sabe como é... Influência do surrealismo, aquele filme O Cão Andaluz de Luis Buñuel ainda é uma influência forte para mim, uma viagem mesmo. Cenas sem sentido, cortadas por outras com menos sentido ainda... O interessante é que, no final, você sempre encontra um significado, não é? Eis a intenção.
EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!
E a garota vai no meio do campo, num jogo CorinthiansXPalmeiras e paga bundalelê pra todo mundo ver! Caraca, estou muito feliz, REVIEWS, REVIEWS!
Vces viram, né gente? Foram só algumas reviews e fizeram uma garota feliz! Continuarei postanto rápidoassim se vcs continuarem com toda essa generosidade, hehehehehe. MAS EU QUERO MAIS! O que custa, gente? Não dói, não faz calo, e contribui para um progresso de uma fic!
Vamos aos agradecimentos:
Anna-Malfoy: O Draco não era apaixonado por Harry desde Azkaban. Digamos que já havia uma forte ligação, mas ainda não tinha a ver com esses sentimentos. Inclusive, ele ainda não tem esses sentimentos... A sua raiva, quando ele viu Harry e Mione juntos foi pq aquilo iria contra o progresso do seu plano... Vamos aguardar pra ver...
Fabi-chan: Pois é, Harry realmente não sabe com certeza o que sente por Hermione. Se é apenas uma gratidão por sua amizade e tudo mais, junto com um pouco de culpa por Rony... E imagine, uma relação fragil como essa e surge um Malfoy! Eu nao resistiria, hehehe. Draco não ficou com raiva por se sentir traído, e sim por ver que seu plano podia não estar indo tão bem quanto ele previra... Acontece que pode ter uma paixão reprimida, vamos ver! (Ah, e a música é do Bush sim!)
Gabi Potter Malfoy: Continue lendo e verá no que isso vai dar!
Chally Maculan: Sim, relações complicadas... Vão piorar bastante! Acompanhe! Ah, já estou acompanhando sua nova fic, viu? Bjo! ;)
Fernando Oliveira Makert: Hey, será que tenho que avisar toda vez que postar um capítulo? Claro que eu ia dedicar um agradecimento a você, né? Bjão fi.
Ia-chan: Também não sei como é que o Harry pode ficar com aquela aguada, com um gostoso desses no quarto ao lado, hehehehe. Tem algumas coisas por vir, mas não vou contar mesmo! ;)
Deed: Não se preocupe, não pretendo demorar muito para postar! ;)
Dana-Norram: Q bom q gostou, não se preocupe, logo a Mione some do cenário. Bjo ;)
Beckman, a maligna: Minha ídola (poxa, aquela fic com Lucius, Draco e Harry ainda minha inspira, hehehehe. Será que eu conseguirei ser tão maligna algum dia na vida? Aliás, vi que agora tem uma tradução para o inglês). Não se preocupe com a parada do Flashback, Fim do Flashback. Isso foi uma punição pelas poucas reviews, eu tb abomino isso, hehehehe. Não ranque os cabelos!;)
Bom, tiveram outras reviews, mas para outros chappies. Depois, agradeço a todos. Bjo proces, até a proxima.
