N/A: Desculpem a demora, eu tinha me desanimado um pouco...
Nem preciso dizer q essa fic não tem spoilers do livro 6. Portanto... Não me culpem se algumas pessoas ainda existirem. Ah, nada de horcruxes.
Muito Obrigada pelas reviews:
Aniannka: Não posso dizer o q acontece com Draco no final, mas... Digamos que Harry volte para Hermione tarde demais.
Fabi –chan: Q bom q gosta da fic, fico muito feliz! Eu gosto muito de escrevê-la. Sim, querida... Draco sozinho com Harry, não é demais? E Dumbie não é cego, Dumbie sabe mais q do céu e da terra q nossa vã filosofia (risadinha sinistra) Confira.. ;)
No último capítulo...
"Ficaremos juntos, sozinhos?" – indagou Harry, aterrorizado.
"Acho que não há mais problema nisso, há? Senhor Malfoy?"
"Da minha parte, está tudo bem!" – respondeu, falhando em conter sua empolgação.
"Harry?"
"Eu... Não, não há. Mas e a Mione, ela vai ficar sozinha?" – perguntou, o desânimo em pessoa.
"Bom, Harry... Nós não pretendemos que isso tudo demore, mas prometo manter meus olhos nela pra você".
"Tudo bem, Professor. O que é para ser, será."
"Por que esta sede de amar e esta fraqueza
aqui dentro, querendo arrebentar?
Por que esta angústia e necessidade de fusão?
Por que esta necessidade tão profunda e imensa?"
Hermione estava emburrada em um lado da cama. Harry trocava-se para dormir, também sem sinais de alegria no rosto.
"Eu sabia que seria importante, Mione. Dumbledore não viria até aqui por qualquer razão. "– disse, enfiando a cabeça pela gola da camisa.
"Sim, eu supus que realmente seria importante - concordou -, mas achei que era para saber como estão as coisas aqui, digo... Como é que se comportou o Malfoy, já que nós não demos notícia alguma ao Professor desde que ele chegou."
"Cogitei essa hipótese também. Embora acreditasse que isso poderia ser facilmente respondido através de um pergaminho - continuou. Além do mais, acho que ele saberia logo se o Malfoy tivesse nos causando algum problema. Eu não deixaria isso por menos, você sabe." – sentou-se na beirada da cama, passando as mãos pelos cabelos com um ar de preocupação.
Hermione calou-se, fitando o vazio.
"Como vai ficar o time sem você? E a sua escola de quadribol?" – perguntou ela, os olhos marejados.
"Creio que com a possibilidade de ataque de Comensais, não haja jogo algum de quadribol, que o diga campeonato... Estou certo que a maioria dos jovens serão convocados a servir também, se a situação se agravar. Mas se precisarem, ainda temos um apanhador reserva, que também é bom. Quanto à escola, ainda não sei o que fazer, mas acho que terei que fechar por um tempo." – respondeu, torcendo a boca em sinal de contra-gosto.
"Mas Harry..." – lamentou-se.
"Ele realmente não me deu muita escolha, Mione. – continuou, como se soubesse o que ela perguntaria, pela sua voz embargada. - Imagino que o Ministério deva ter exigido a minha presença. Talvez até uma espécie de punição por eu não ter seguido a carreira de Auror... Bem, eles querem que eu seja o garoto-propaganda mais uma vez, eu suponho, e Dumbledore não tem mais ânimo para negar isso a eles."
"Mas a participação de vocês não deveria ser secreta? Por que querer que você apareça?" – indagou.
"Ah, sim... Mas no fim de tudo, certamente eles gritarão aos quatro ventos que eu novamente estava lá, 'em nome do Ministério da Magia'" – disse, em deboche.
"Isso não está certo, Harry. Já era para ter acabado... E eu? Vou ficar sozinha? E se..."
Harry não deixou que ela terminasse, colando seu dedo em seus lábios, pedindo-lhe silêncio.
"Eu vou voltar, Mione. Prometo que vou voltar. Se Voldemort não foi capaz de me derrotar, não seria um Comensal a fazer isso."
"Mas foi ESSE Comensal que ficou vivo, enquanto Voldemort morreu. Isso talvez seja um sinal, não?" – salientou.
"Não se preocupe, vamos resolver isso rápido. Logo estarei de volta em casa." – assegurou, mesmo sabendo que ela tinha suas razões com aquela colocação.
"Harry me desculpe por hoje de manhã, e o que eu falei ontem. Eu sei que você deve estar apreensivo, entendo também a sua posição quanto ao Malfoy..."
"Eu que tenho que me desculpar, eu que gritei com você sem razão." – ponderou.
"Tudo bem... Vamos dormir, estou cansada... Boa noite." – disse num suspiro, virando-se para o outro lado e ajeitando o travesseiro em sua cabeça.
"Boa noite..."
Harry ainda ficou por um tempo digerindo aquilo tudo antes de apagar o abajur e tudo escurecer.
"Até que demorou um pouco, não é, Harry? Eu achei que seríamos chamados imediatamente." – disse Malfoy.
"Também fiquei surpreso com a demora, mas acredito que estavam preparando o lugar. Desde que Dumbledore esteve aqui, os ataques se intensificaram, muitos foram convocados e creio que não havia estrutura o bastante para comportar todos nos abrigos que já haviam sido montados."
"Organização parecer ser a chave de tudo." – concluiu o loiro, um brilho no olhar.
"Temos que nos preparar da melhor forma possível, Malfoy." – disse Harry quase friamente.
Hermione estava um pouco mais satisfeita com os dois. Desde a visita do Diretor de Hogwarts, estavam mantendo um certo diálogo, que certamente seria imprescindível, já que iriam ficar sozinhos no esconderijo, ou o que quer que fosse. Harry não estava mais tão calado e Malfoy, bem, ele continuava sendo ele mesmo, entretanto em sua nova versão.
De repente, a fênix de Dumbledore apareceu, batendo insistentemente na janela, implorando passagem. Draco tomou a iniciativa de ir lá e pegar o pergaminho preso à ave, entregando logo em seguida à Harry.
"Você poderia ter lido também, Malfoy. É claro que o interesse é de nós dois." – disse, levantando os olhos rapidamente por cima dos óculos, enquanto lia o papel. Draco levantou os ombros, sinalizando que ficaria pouco à vontade com aquilo.
"E o que ele diz, Harry?" – perguntou Hermione, aflita.
O moreno a olhou sem respondê-la, escorregando seus olhos a Malfoy.
"Você. Arrume suas coisas. Partimos hoje ainda".
Draco não podia negar que essa versão fria do Harry era muito ruim para o seu plano. Seria muito mais fácil irritá-lo, ou chamar sua atenção se ele fosse estourado e orgulhoso como sempre. Mas pelo jeito, essa batalha o outro estava ganhando abertamente. Teria que jogar muito mais pesado se desejasse algo mais concreto.
A despedida foi algo quase "emocionante". Hermione esforçando-se para não chorar foi realmente constrangedor. O pior foi quando ela insistiu que um aperto de mão não era o bastante se despedirem, insistindo num abraço em Draco. O loiro teve certeza que sentiu uma coceirinha depois disso, além na náusea que obviamente o vitimou. Mas livrar-se dela lhe dava quase o mesmo prazer de quando Harry ficava totalmente sem-graça.
Ela ainda os segurou por alguns momentos, procurando alguns livros interessantes para Harry levar em caso de tédio. Draco tinha certeza que o moreno não teria isso, não enquanto estivesse ao seu lado... Draco era assustadoramente interessante, inteligente e tudo mais... Mas, bem, não impediria o esforço dela, afinal não queria mais problemas e logo se livraria deste primeiro obstáculo.
Primeiro, os dois deveriam ir ao Ministério da Magia, a fim de receberem suas instruções antes de seguirem para o local definitivo. Draco sabia que se sentiria pouco à vontade, não era por que morava com o "tal do Harry Potter" que todo mundo ia parar de odiá-lo. Mesmo assim, seguiu com a cabeça erguida (por que não dizer, com o nariz empinado) dentro do Ministério às costas do outro, que se ocupava em cumprimentar todos que iam cruzando o caminho dos dois. Logo percebeu que o moreno era realmente respeitado, já que ninguém até agora havia lhe lançado um olhar atravessado que fosse. Antes assim, não estava mesmo com muita paciência pra congelar sua cara naquela expressão de desprezo tão peculiar. Harry que o fizesse.
O Ministro não lhes tomou muito tempo em seu escritório, dada a gravidade da situação. Precisava que os dois estivessem no tal lugar urgentemente para que observassem a movimentação, tentando assim descobrir onde seria o QG dos Comensais.
"E por fim, senhor Draco e senhor Malfoy – continuou Fudge – o lugar estará protegido por magia, num raio de pelo menos 50 metros. O que significa que nada de aparatação, como é em Hogwarts. Entretanto, todos os outros feitiços estarão liberados. Há 2 Km de onde vão ficar, vai estar o nosso QG com os mantimentos, que devem ser buscados pelo menos de dois em dois dias. As corujas também não poderão levar pergaminhos até vocês, portanto, todas deverão ser buscadas na base."
"E como chegaremos ao tal lugar se não poderemos aparatar?" – perguntou Malfoy.
"Aparatem no QG, de lá podem ir a pé – Harry e Draco murcharam. No entanto... – continuou, observando o muxoxo dos dois – Lá haverão vassouras guardadas para os senhores para que voem até lá. Muito cuidadosamente, é claro."
Harry e Draco se animaram mais.
"Tudo bem, senhor. Podemos ir?"
"Oh, sim. E boa sorte, senhores."
"Obrigado!" – responderam em coro.
A sensação da brisa levemente gelada percorrendo seu corpo era libertadora. Há anos não provava daquilo, não se lembrava de como realmente havia sentido falta. Seus cabelos cintilavam à luz do sol poente. Uma visão perfeita, quase romântica. Draco não resistiu e abriu os braços, equilibrando-se sobre a vassoura apenas com as pernas, fechando os olhos. Harry olhou para trás e sorriu, ao ver o outro.
"Hey, Malfoy. Há tempos não voava, não é?"
Draco se assustou com o outro e quase se desequilibrou, mas abriu um sorriso.
"Sim, isso é realmente muito bom! Eu não me lembrava direito como era, Harry!" – gritava, para que o outro escutasse à frente.
Ouvir seu nome na boca do outro não lhe soava mais tão estranho quanto soaria se eles ainda estivessem em Hogwarts, ainda que o fato o incomodasse. Entretanto, apesar da animosidade entre os dois, ele não podia deixar de se impressionar com a vivacidade do outro, do prazer que o outro sentia pelo simples fato de voar. Sim, para Harry também era um dos maiores prazeres, mas para o outro parecia significar liberdade e isso parecia tornar o outro mais... Humano.
E, por um instante, tudo passou em câmera lenta aos olhos do moreno. Ele pôde observar cada detalhe do rosto do ex-sonserino, os seus cabelos, a sua pele estranhamente clara... O seu jeito. Ele era...
"O que foi? Perdeu alguma coisa aqui?" – perguntou Draco, pegando-o de surpresa.
"Ah, não, é que eu fiquei... Bem, fiquei preocupado, você aí voando de olhos fechados, achei que podia..."
"Poupe-me, Potter. Eu sei exatamente o que você estava pensando. Não gaste sua saliva"– disse ardilosamente, voando mais rápido que o outro, deixando-o embasbacado para trás.
"Hey, Malfoy, espere!"
Draco já estava no chão quando Harry se aproximou, contrariado.
"Não precisava ter voado na frente daquele jeito! – reclamou, as bochechas rosadas pelo esforço e irritação.
Mas Draco estava imóvel, observando algo com muita concentração, não fez movimento algum para mostrar que escutava.
"Estou falando com você, Draco Malfoy!"
O loiro virou-se lentamente para o outro, uma expressão de "essa-guerra-vai-ser-minha-temporada-de-sorte" na face e apontou o dedo para o lugar.
Por um momento, Harry também ficou chocado, mas ao contrário do outro, não havia nada de alegre em seu rosto.
"Oh, não!" – lamentou-se.
"Oh, sim..."
"Como é que eles pretendem que durmamos nesse..."
"Cubículo? – Draco completou – Pelo que vejo, Potter, cabem perfeitamente duas pessoas aí dentro."
A barraca de que Draco falava com empolgação estava cuidadosamente armada sob uma grande e bela árvore, e não devia ter mais que um metro e vinte de largura.
"Sim, MALFOY! – alterou-se. Um casal, talvez. Não DOIS HOMENS que não são nem o que se pode chamar de amigos!" – rugiu, entre dentes.
"Ora, não seja irritante! Relaxa um pouco, Harry... Não vai ser tão ruim assim... Estressado..." – comentou, em voz baixa, agachando-se e entrando no pequeno abrigo para inspeciona-lo.
"Pelo menos é limpinho!" – gritou lá de dentro, a voz abafada. Harry revirou os olhos. "Isso não pode estar acontecendo comigo."
Draco saiu de dentro da barraca com um sorriso no rosto.
"Hey, Potter, não precisa ficar desse jeito, eu não mordo. O que acha que posso fazer?"
"Eu não gostaria nem de pensar nisso." – pensou, revirando os olhos."Pelo menos não vamos passar frio... – o olhar fulminante de Harry o lembrou de que ele não estava achando nada engraçado - Bom, se você vai ficar aí emburrado, eu vou dar uma volta pra conhecer lugar, com certeza é melhor do que ficar olhando pra essa sua cara..."
Draco saiu calmamente, observando tudo ao redor. Ele não podia negar que estar no meio do mato, dormindo num colchão parco e sem nenhum tipo de regalia era algo extremamente desagradável, mas ele faria de tudo para que aquele fosse o mais interessante e gratificante período de sua vida. Em sua caminhada, o loiro logo descobriu, para sua alegria, que perto de onde estavam abrigados havia um riacho de águas espantosamente transparentes. O mais difícil era acreditar que ninguém conhecia ou habitava aquele lugar. Decidiu andar um pouco mais e descobriu uma queda d'água fascinante não muito longe, "um pequeno paraíso", como diriam as palavras que escaparam de sua boca. Nela, as águas do riacho desciam majestosamente por entre as pedras gigantes, criando um pequeno arco-íris em sua foz. Havia um pequeno lago construído pela força da cachoeira, e dali a água seguia por seu curso, desviando-se em um cânion. Draco teve vontade de saltar lá de cima, era uma paisagem extremamente convidativa.
Perfeita.
Mas extremamente perigosa. Nada diferente do que ele pretendia fazer daqueles momentos em que estaria sozinho com Harry.
Draco sentia-se exausto. Andou por todo o fim de tarde e início da noite, familiarizando-se com a região e esperançoso por descobrir uma pista sobre os Comensais, mas não encontrou nada. Talvez durante a noite não fosse o melhor momento para isso.
"Por onde esteve?" – perguntou Harry, sem olhar o outro no rosto.
"Por aí." – respondeu, fingindo não notar o estado de nervos do moreno.
"Sabe que não é bom se afastar daqui, principalmente sozinho." – Harry tentava com esforço conter sua voz, embora seu rubor o denunciasse.
"Aham"
"Tem idéia do perigo que correu? Que eu corri?" – exaltou-se.
"Poupe-me. Estou cansado, quero dormir, só isso. Agora, boa noite."
Draco deixou-se cair no colchão pesadamente, ocupando praticamente todo o espaço que havia dentro da barraca, deixando um Harry perplexo e indignado para trás.
"O que acha que está fazendo? Eu também durmo aqui neste lugar, sabia? Será que poderia se acomodar melhor?"
"Eu sei que você também dorme neste lugar, POTTER. Mas não estou te impedindo de vir deitar aqui. Por acaso, coloquei alguma placa 'NÃO ENCOSTE. FRÁGIL'?" – respondeu sarcasticamente, mal levantando o pescoço.
"AAAAAAAh" – bufou, saindo dali depressa e deixando um Draco risonho pra trás.
Harry já não agüentava mais dormir sentado. Quando começava a relaxar e cair no sono, seu pescoço pendia para um lado, o acordando. Provavelmente, já estava nesta tormenta há horas, não demoraria a amanhecer. Precisava descansar, o dia seria longo e cansativo,e não havia ser no mundo que teria uma boa noite de sono naquela posição. O que mais o irritava era Draco, que não mexera sequer um braço desde que chegara, no sono mais pesado que jamais havia visto.
O desespero tomou conta do seu corpo exausto. Harry moveu-se lentamente, então, e deitou-se ao lado de Draco, de costas para ele, no ínfimo espaço que ele havia deixado. Se Draco não havia se mexido até então, não acordaria logo agora que ele resolvera se deitar ali. Pelo menos era isso que ele esperava, não ser descoberto. Mais tarde, acordaria antes do outro, e Draco nem saberia que ele estivera ali tão próximo... Sem provas, não há crime.
Quando Harry se permitiu relaxar e respirar fundo, fechando os seus olhos irritados, Draco se virou, e com um gemido, abraçou Harry pela cintura, apertando-o e aconchegando-se em seu corpo.
N.A.: Vcs devem ter percebido q eu adoro torturar o Harry... (bruxa má!)
No próximo capítulo, Draco dará mais dor de cabeça ao homem-que-sobreviveu.
