CAPÍTULO QUATRO

No Beco Diagonal.

NOTA DAS AUTORAS:Gente muito obrigada pela paciência,e se Deus quiser os próximos capítulos não vão demorar muito,mas não vão se empolgando não,afinal de contas se não recebermos no mínimo 10 comentários,não vamos postar o cap 5. Quanto as reviwes deixem o e-mail de vocês para que possamos agradece-los melhor!

Bjs para todos,Perséfone e Athena(Já q o Ash desapareceu ¬¬')

Aquele dia prometia, depois da discussão de Perséfone e a mãe –a relação das duas sempre fora conturbada- e da saída intempestiva da amiga do bar-hospedaria a quase uma hora, ela e Júlio conseguiram convencer as três mulheres de que eles estavam bem e que "se eles ganhassem a bolsa" eles ficariam em Londres.

-Acha que a Perséfone vai fazer besteira? -Júlio perguntou preocupado.

-Não sei... Ela sempre faz besteira quando tá no limite. –Athena disse pensativa. –Eu só acho que ela não deveria ter sido tão grossa com a mãe dela.

-Quem será esse Erick que ela disse pra mãe dela? -o garoto perguntou.

-Eu não sei, acho que ela não contou tudo sobre o passado dela... E não a culpo, esse Erick deve ter sido tão ou mais importante quanto o Hades, já que ela nunca nos falou sobre ele e quase não fala sobre o Hades. –falou mais para si do que para o primo.

-Hei! Que baixo astral é esse! Vocês vão ver daqui a pouco ela volta e vai pegar o telefone para ligar pra mãe dela pedindo desculpas! –Cat disse tentando amenizar o clima,mas olhou intrigada para os dois brasileiros quando eles começaram a gargalhar. –O que foi?

-A Pe... Pe... Perséfone?Pe... Pedin...do desculpas? -Júlio perguntou tentando respirar. – Mas nem sob tortura! -completou enxugando as lágrimas que começavam a cair.

-Ela... Ela já teve a sua cota anual completa, ontem. –Athena disse se controlando. –Quando pediu desculpas pro Loui! –explicou.

-Como assim? -Cat perguntou ainda sem entender.

-Ela é muito orgulhosa! -os dois primos responderam juntos.

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Não sabia para onde ia, só queria sumir, ou então um lugar onde pudesse telefonar, precisava contar a ele, ele tinha que saber o que ela era.

-Calma! -alguém disse puxando-a pelo braço e virando-a, e em um gesto impulsivo levou o punho fechado até o rosto de quem quer que a tivesse parado. –Ai! -exclamou e só então percebeu que era Loui.

-Ai... Foi mal. –disse sem jeito, vendo-o colocar a mão sobre a bochecha esquerda e balançar a cabeça de um lado para o outro.

-Você e a Athena são bem agressivas não? -o francês perguntou, lembrando-se do tapa que recebera da outra garota.

-Você queria o que também, me puxando assim no meio a rua? -perguntou na defensiva, ela já estava com o humor que era uma beleza por toda a confusão que estava sentindo e pela briga com a mãe, ela odiava perder o controle com a mulher, mas o que ela podia fazer se os semelhantes se repelem?

Perséfone odiava admitir isso, e jamais o faria em voz alta, mas ela era igualzinha a sua mãe, ambas eram explosivas e de temperamento forte, falavam e agiam antes de pensar, sem falar que a mulher era praticamente um retrato envelhecido dela, soltou o ar fortemente pela boca e passou as mãos pelos cabelos, xingou-se mentalmente por ter esquecido de prende-los.

-Calma... Eu só queria saber se você iria ficar bem, além do mais você nem conhece a cidade, poderia se perder, e sabe muito bem o quanto é perigoso andar sozinha pelas ruas. –ele disse em um tom repreensor. –Ainda mais sabendo que os comensais estão por aí. –ele falou em um tom baixo, suficiente alto para apenas ela escutar.

-Ok, eu iria ficar bem e vou ficar melhor ainda quando conseguir ligar para uma pessoa, eu não vou me perder e quanto ao perigo. –ela sorriu sarcástica. –Viver é perigoso, para morrer basta estar respirando. –completou.

-Você falou igualzinha a minha mãe. –Loui comentou, sentindo um arrepio ao pensar que a garota a sua frente poderia ser tão geniosa quanto à mulher que lhe colocara no mundo.

-Então ela deve ser muito legal. –a brasileira disse em um tom mais calmo, parando de repente e quase fazendo o francês chocar-se contra ela.

-O que foi? -ele perguntou.

-Vamos voltar. –ela disse e virou-se rapidamente extremamente pálida.

-Perséfone o que foi? -ele perguntou e olhou para onde a garota provavelmente tinha olhado, mas não viu nada além de uma limusine parada em frente a uma loja grega, nas laterais do carro havia uma inscrição que ele não entendia, devia ser, literalmente, grego. –Perséfone, espera! –disse segurando-a pelo braço. –Por que ficou assim de repente? -perguntou vendo-a passar de pálida para extremamente corada em poucos segundos.

-Me larga agora, DeNavue. –ela sibilou, olhando-o com os olhos em um tom de castanho-escuro passando para um verde-musgo, a ira era visível nos orbes da brasileira, ele não a desobedeceu, soltou-a e ela imediatamente voltou a andar em direção ao Caldeirão Furado.

Assim que entrou no bar-hospedaria, foi diretamente para uma mesa ao fundo, colocou os braços em cima dela e afundou a cabeça entre eles.

-Pê? -a voz de Athena soou preocupada ao seu lado e logo em seguida sentiu a mão da amiga nos seus cabelos, levantou a cabeça e a olhou. –O que foi?

-Nada. –disse, forçando um sorriso que não convenceria nem a um trasgo bêbado. –Vai passar, nada que umas boas horas gastando a vontade não curem. –completou, no mesmo instante que Dumbledore entrava no local. –O Dumb chegou. –disse, sentindo parte de sua raiva ser dissipada.

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Assim que Perséfone chegou, Loui contou o mais rápido e resumido o possível o que acontecera, a garota estranhou o fato e foi até a amiga, sentou em uma cadeira ao lado dela e afagou seus cabelos

-Pê? - ela chamou-a preocupada, temia o que poderia acontecer com a amiga tendo uma crise atrás de outra. –O que foi?

-Nada. –a outra brasileira disse sem olhá-la nos olhos, um gesto que deixava claro que ela estava mentindo e forçando um sorriso,estava mesmo mentindo, deixando Athena preocupada, a amiga costumava esconder detalhes,mas nunca mentir. –Vai passar, nada que umas boas horas gastando a vontade não curem. –Perséfone completou, depois a viu olhar para um ponto no outro lado do bar. –O Dumb chegou. –ela disse, e aos poucos os olhos ganharam um leve brilho, suspirou, a amiga estava se apegando às sensações que o velho bruxo despertava nela, sensações que Hades despertava, nunca havia percebido o quanto Perséfone sentia falta do rapaz.

-Olá! -Athena ouviu a voz do diretor soando em um tom alegre, Júlio, Loui e Cat estavam ao lado dele, as garotas sorriram e o cumprimentaram com um aceno de cabeça.

-Dumbledore trouxe galeões para comprarmos os materiais. –Cat disse,as duas brasileiras se olharam confusas.

-Seremos bolsistas? -Athena perguntou.

-Na verdade, vocês terão uma... Ajuda de custo. –O velho mago disse, entregando para cada brasileiro uma espécie de bolsa, de tamanho médio. –Acho... Que dois mil galeões darão para comprar tudo o que precisam. –ele comentou.

-O senhor... Nos deu dois mil galeões? -Júlio perguntou abismado, fazendo o diretor rir.

-Não meu caro Júlio, não sou eu que estou dando o dinheiro e muito menos para vocês. –ele disse olhando cada um por cima dos oclinhos de meia-lua. –Eu apenas estou repassando o dinheiro e a quantia é para cada um. –ele completou.

-Quem está nos dando esse dinheiro então? -Perséfone perguntou o que estava na mente de cada um deles.

-Creio senhorita Leben, que este... - começou

-Não é o momento certo! -os três adolescentes completaram, fazendo o bruxo sorrir abertamente.

-Exato! Então vamos? -ele indicou a porta que levava até o Beco Diagonal, mas um barulho surgiu e Júlio ficou extremamente encabulado quando todos o olharam.

-Meio-dia! -o moreno disse fazendo todos rirem.

-Que tal almoçar antes de irmos comprar o material? -Dumbledore sugeriu e pouco depois todos estavam aproveitando um delicioso mini-banquete, oferecido pelo velho diretor.

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Desceu a escada da casa de seus tios e entrou na cozinha, eles o encararam com um misto de vergonha, medo e nojo, não que ele se importasse,afinal, já estava acostumado a ser tratado pior que um elfo-doméstico, pelos Dursdley, sentou-se no único lugar vago e começou a comer a ínfima parte que lhe cabia, olhou para os últimos membros de sua família, de modo discreto, e tentou imaginar como seria se a situação fosse inversa, se eles gostariam que o seu precioso Dudoquinha fosse tratado como ele estava sendo, se por algum acaso fosse ele a ser o órfão, balançou a cabeça levemente para tirar aquelas idéias da cabeça, não era hora de pensar bobagens, tinha que tentar achar uma maneira de enfrentar Voldemort. Fazia algum tempo que o moreno tinha a impressão que algo muito grande iria acontecer, algo sem explicações aparentes.

-E nesse domingo o chanceler, Edgar Prewett,irá conversar pessoalmente com a rainha Elizabeth II, segundo fontes, o chanceler quer o apoio do Reino Unido na luta contra extremistas separatistas que se autodenominam Comensais da Morte, grupo este ao qual o ataque ao centro de Londres que ocorreu ontem, por volta das quatro da tarde, está sendo atribuída a autoria. – a mulher do telejornal informou, Harry franziu o cenho intrigado, conhecia aquele sobrenome de algum lugar, só não lembrava de onde, resolveu não pensar em famílias, sabia que o tal chanceler era bruxo apenas pelo fato que estava mais do que claro que o nome Comensais da Morte fora citado.

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Bateu a porta do escritório com força, não podia e não queria acreditar que depois de tantos anos ele havia voltado, depois de longos trinta anos sem vê-lo ele voltou, mais arrogante e prepotente do que quando o conheceu, ouviu a porta bater levemente e já sabia quem deveria ser.

-Por que nunca nos disseram quem era o nosso avô? -ouviu um de seus filhos perguntar. –Porque sempre nos disse que ele tinham apenas o sobrenome igual ao da mamãe,mas sem grau de parentesco?

-Porque ele nunca fez questão de conhecê-los! -exclamou, sentindo o sangue borbulhar nas veias. –Porque ele me odeia e nunca aprovou o meu casamento com a sua mãe! -completou, olhou atentamente para o filho e com uma expressão de profunda decepção, completou. –Agora sei a quem você saiu, Percival, agora sei. –Arthur Weasley disse com a voz em um tom cansado e triste.

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Dumbledore bateu no terceiro tijolo e fez um gesto, algo como uma meia reverência.

-Primeiro as damas. –disse um tom brincalhão, os olhos azuis brilhando como se houvesse acabado de encontrar uma jóia rara e inestimável.

Cat, Athena e Perséfone entraram no Beco Diagonal e esperaram os outros, tão logo estavam novamente reunidos foram em direção a madame Mallkin, Athena notou que por onde passavam as pessoas abriam caminho para que não houvesse obstáculos à frente deles, aquela era uma das vantagens de andar com o diretor de Hogwarts, olhou para o lado e não viu Perséfone, parou de andar e olhou em volta, suspirou resignada, a amiga estava ao lado do velho bruxo e parecia ligeiramente envergonhada, não sabia o motivo, ainda.

-Bem... Acho que não teremos problemas em relação a sermos atendidos. –Loui comentou, fazendo-se notar, ao perceber que uma mulher de idade aproximar-se, mulher esta que deveria ser a dona da loja.

-Boa tarde! -ela disse oferecendo um sorriso. –Quanto tempo, Alvo, há muito tempo você não me traz alunos pessoalmente.

-Realmente, faz... Uns trinta e cinco anos. –o diretor comentou. –Mas agora lhe trouxe esses quatro jovens. –o mago disse, indicando os três brasileiros e o francês.

-Oh, sim, sim, claro! Bem...Hogwarts então, por aqui, as meninas aqui e os meninos aqui, sim? -a mulher indicou duas salas reservadas.

-Quanto será que vai custar todo o material, as vestes e a varinha? -Perséfone perguntou, enquanto a mulher aproximava-se com vestes negras.

-Não sei... Porque? -Athena perguntou, já sabendo a resposta.

-Queria comprar algumas roupas bruxas. –a morena respondeu com um brilho de felicidade no olhar, Athena rolou os olhos para cima já tentando prever de quanto seria a multa alfandegária na volta ao Brasil, por excesso de bagagem.

-Não sei. –Athena respondeu em português, percebeu que a costureira franzira o rosto tentando entender a conversa. –Já que ainda não sabemos usar nossos poderes.–continuou falando na língua natal e indicando a bruxa que estava claramente descontente em não saber o que elas conversavam. –Acho que vamos precisar de muitos livros.

-Tem gente que não consegue ficar longe da vida alheia. –Perséfone disse em inglês e depois completou com um sorriso sarcástico para a costureira. –Não acha Madame? Ainda hoje, quando estávamos no Caldeirão, conversando no nosso idioma, uma velha fofoqueira queria tentar entender o que falávamos. –Athena segurou a gargalhada que queria explodir de sua garganta, segurou tanto que os olhos começaram a ficar marejados, em seguida Madame Mallkin disse algo sobre ir ver os garotos e que voltava logo, deixando-as livre para gargalharem.

Saíram da loja com os uniformes e com muitas gargalhadas, Dumbledore tentava não acompanha-los, mas o leve sorriso o denunciava, Athena olhou para a amiga e a viu de braços dados com o velho mago, o brilho em seus olhos haviam voltado e a garota poderia jurar que estavam mais claros e brilhantes.

-Para onde vamos agora? - perguntou Perséfone.

-Alguma sugestão? - repeliu Dumbledore com um sorriso.

-Deixe-me ver... - disse Loui puxando um pergaminho do bolso, provavelmente sua lista de materiais – Como vão entrar no mesmo ano que eu, os livros devem ser os mesmos... Não é?

-Vamos entrar diretamente no sexto ano? - perguntou Athena preocupada.

-Sim, mas... Farão um supletivo de verão, aulas extras nos fins de semana e à noite devem servir...

-É O QUÊ! - esganiçou Júlio atraindo a atenção de todos a sua volta.

- Júlio, menos, menos... - sussurrou Athena num misto de irritação e vergonha pela situação que o primo a fizera passar.

-Mais tarde conversamos... Ah! Os livros! Devemos comprá-los agora? - perguntou o sábio bruxo desviando a conversa de rumo.

-Eu acho que... - começou Loui antes de ser interrompido bruscamente.

-NÃO! - disseram Júlio e Perséfone em coro.

-Tem tanta coisa bem mais interessante pra comprar... - argumentou Perséfone – O kit de poções por exemplo! O caldeirão, uma vassoura, as varinhas... Deixa os livros por último!

-Tudo bem, você venceu. - disse Dumbledore entre uma risada.

-Na minha opinião, deveríamos deixar o kit de poções e os livros por último. - disse Loui - Temos que comprar os ingredientes pedidos pela escola, mas tenho certeza de que irão querer comprar uns "ingredientes extras" - ao dizer isso, lançou um olhar a Perséfone – Podemos demorar para escolher os melhores ingredientes e tudo o mais, sem contar que vocês irão querer treinar durante o verão, precisaremos de um bom estoque individual. - completou prevendo os eventuais "desaparecimentos" que viriam a ocorrer no seu estoque particular durante o verão.

-Bem pensado Sr.DeNavue. - concluiu Dumbledore – É bom que tenham um ótimo estoque individual durante o Verão.

-Os livros e as poções ficarão por último então! Para onde vamos? Eu voto por irmos comprar as vassouras! - anunciou um animado Júlio.

-Ai!Eu também quero uma! - disse Perséfone entre pulos de alegria. - Eu preciso aprender a voar! É o meu sonho!

-Então, acho que está decidido, vamos para a loja de vassouras! - anunciou Cat e o grupo foi em direção a loja de vassouras.

Já no estabelecimento, Perséfone insistia em comprar uma Firebolt. Loui alegava que era melhor comprarem uma vassoura mais lenta para começarem com as aulas de vôo e só depois pegariam uma mais potente.

-Ah não! Eu quero uma Firebolt! - reclamava a morena.

-Mas Perséfone, Firebolts são muito rápidas para um iniciante... - dialogava o francês.

-Mas eu quero uma!

- Qual vassoura você tem Loui? - perguntou Júlio.

-A minha? É uma Firebolt...

-Aha! Você pode ter uma Firebolt e eu não! - retorquiu Perséfone.

-Ora... Estou acostumado! Aprendi a voar há muito tempo, primeiro com vassouras mais lentas e depois eu fui avançando e...

-Você meu caro! Eu não...

Loui achou melhor desistir, se fosse necessário, emprestaria uma de suas vassouras mais lentas para que eles aprendessem a voar. Perséfone saiu saltitante com sua Firebolt e logo em seguida foram comprar as varinhas.

Entraram na loja do senhor Olivaras e foram recebidos por vários pacotes caindo aos seus pés, Júlio que havia sido o primeiro a entrar na loja acabara de bater com tudo em um homem que estava saindo do local com várias caixas.

-Júlio! -as garotas exclamaram, abaixando-se e começando a juntar varias penas, pelos e cordões de cor escura, além de chifres, madeiras e outras coisas.

–Você devia olhar por onde anda, Júlio. –Athena ralhou com o primo, enquanto terminavam de apanhar as coisas. –Ah! -a brasileira gritou caindo no chão, quando vários raios se chocaram na frente deles, explodindo e fazendo uma cascata dourada surgir dentro da loja.

-O que foi isso? -Perséfone, que também estava caída no chão, perguntou se levantando, na sua mão direita um chifre de unicórnio reluzia, Athena olhou para a sua mão direita e notou que ela também segurava um, voltou seu olhar para a mão do primo, outro chifre de unicórnio.

-Magnífico! -eles ouviram a voz de um homem exclamar extasiado. –Nunca vi nada igual, os chifres reagiram ainda em estado bruto. –o homem disse se fazendo notar, o pensamento para os três brasileiros era o mesmo, o senhor Olivaras era exatamente como era descrito nos livros, em especial os olhos prateados que brilhavam em admiração. –Por favor, cada um de cada vez, teste a varinha. –ele pediu.

Ao três amigos se olharam e como em um consenso silencioso Júlio foi o primeiro a erguer o objeto, balançou o chifre no ar, fazendo com que uma luz dourada meio avermelhada saísse da varinha, o garoto não conseguia esconder o seu entusiasmo, sorrindo feito um bobo; Athena fez um pequeno e rápido giro, e então o chifre em sua mão soltou raios azuis e dourados e uma leve nevoa lilás, certamente a garota estava surpresa, mas procurou não deixar transparecer muito a sua reação; Perséfone olhou para os amigos e hesitou, olhou para todos e depois para o chifre, instintivamente levou a mão ao relicário que carregava, respirou fundo e murmurou algo, Athena não soube o que foi, mas para a surpresa de todos o objeto soltou um raio verde e em seguida um negro e um vermelho serpentearam em volta e até a ponta do primeiro explodindo em um desenho enevoado e disforme que não durou mais de meros segundos.

O senhor Olivaras estava visivelmente encantado com seu mais novo achado, os três amigos se olhavam e hesitantes estenderam os chifres para o dono da loja, que parecia confuso com a atitude dos adolescentes.

-Não, não, não, os chifres são seus, são as varinhas de vocês, embora eu só tenha sabido de algo assim em lendas. –ele disse espalmando as mãos e balançando-as em negação.

-Mas venhamos e convenhamos senhor Olivaras, eles não podem usá-las assim não é? -Cat disse, indicando os objetos em 'estado bruto', enquanto o homem, cujas coisas Júlio haviam derrubado,saia rapidamente.

-Oh! Sim, que cabeça a minha, vamos me dêem elas, estarão prontas ainda essa noite, se quiserem posso mandá-las via coruja.–o homem ofereceu-se e os brasileiros confirmaram, ele recolheu os objetos e guardou-os em uma caixa, foi quando Athena lembrou-se de perguntar.

-O senhor disse que só ouviu casos assim em lendas. –ela começou cautelosa, estava muito curiosa para saber no que estavam 'se metendo' –Que lenda? -perguntou.

-Ah, a lenda, bem... Há muito tempo atrás quando os unicórnios foram criados, surgiu o boato que devido ele ser um animal de intensa pureza, o seu chifre nunca poderia ser usado como uma varinha, para que isso pudesse ocorrer, seria preciso macular a essência do animal, unindo o chifre ou o pó dele, com madeira e outros produtos.–ele contou. –Mas, se a pessoa fosse integra e tivesse o coração tão puro quanto o objeto, poderia utilizá-lo em seu estado mais puro ou moldado em forma de varinha, anéis, colares ou etc.-ele terminou, em seguida ouve uma explosão de gargalhada, todos voltaram-se para Perséfone que se dobrava de rir.

-Desculpem.–ela pediu com a voz esganiçada.–Mas... Eu? Com um coração puro? -ela perguntou e voltou a gargalhar. –Não me leve a mal, mas a Athena e o Júlio eu entendo e aceito sem problema algum. –completou depois de se controlar.–Mas eu? Não mesmo, sem chances, isso aí deve estar com defeito, ou então a lenda esta um pouco confusa. –a morena disse com escárnio.

-E porque você não teria o coração puro, Perséfone?-Dumbledore perguntou, olhando-a com carinho o que deixou a garota visivelmente constrangida.

-Por que a minha única luz, foi engolida pelas trevas da morte, professor.–respondeu sombria.

-Às vezes a pureza pode estar escondida nas trevas.–o velho mago disse em tom misterioso, Athena tentou ler nas entrelinhas daquela conversa mais nada lhe vinha à mente naquele momento.

-Não sou pura, a minha inocência a muito foi me foi roubada.–a garota respondeu e Athena viu, com pesar, o brilho dos olhos dela sumirem novamente.

-Se você acha isso.–Dumbledore fingiu,claramente,concordar.–Trevo, mande as varinhas para a minha casa, você ainda tem o endereço não?

-Sim, sim, tenho.

-Perfeito...–respondeu suave.–Vamos?-ele perguntou aos jovens, encaminhando-se a porta.

Saíram para o Beco Diagonal novamente

Caminharam por todo o Beco Diagonal,onde compraram vários livros –Athena insistira em comprar Hogwarts,uma história, queria descobrir o que havia escrito nele já que Hermione sempre o citava nos livros da saga- ,estojos e ingredientes para poções, caldeirões, luvas e protetores para ouvido.Quando estavam próximo das quatro da tarde, o velho mago os guiou até uma parte mais pacata do Beco e parou ao lado de uma loja abandonada.

-Professor,o que estamos esperando?-Cat perguntou.

-Você logo verá minha cara. –ele respondeu e pouco segundos depois, uma bela carruagem de madeira negra e aparentemente sem cavalos,apareceu,parando bem na frente deles.

-Você logo verá minha cara. –ele respondeu e pouco segundos depois, uma bela carruagem de madeira negra e aparentemente sem cavalos,apareceu,parando bem na frente deles.

Os três amigos ficaram olhando,admirados, para a carruagem a frente deles,a madeira escura e brilhante dava um ar meio sombrio mas intrigante a condução,Perséfone se adiantou na frente deles,com a mão erguida no ar,como se preparada para tocar algo,Athena então percebeu o que estava acontecendo.

-Um Testrálio... - sussurrou, imaginava que Perséfone estivesse tentando tocar um, ficou olhando a amiga acariciar o animal,na verdade para Athena a amiga acariciava o ar, já que ela não podia ver o bicho.

-Vamos -Dumbledore perguntou,indicando a porta da carruagem,aberta, deixando a mostra o interior cujos bancos,acolchoados,eram de um vermelho-bordo magnífico e aliado aos detalhes em negro,davam um toque requintado e modesto ao mesmo tempo

Athena estava tão admirada que praticamente pulou de susto quando gritos começaram a ser ouvidos da parte onde estavam, instintivamente se viraram para Dumbledore e viram o mago empunhando a varinha firmemente,ao seu lado Loui fazia o mesmo.

-Entrem na carruagem. -ele disse,a voz embora suave,deixava claro que aquilo era uma ordem indiscutível.

-Excelente idéia. –disse um tremulo Julio,assim que Cat e os três brasileiros estavam acomodados dentro da condução,o diretor de Hogwarts virou-se para o francês.

-O senhor também,senhor DeNavue. -o bruxo disse e Loui o olhou com uma expressão quase que chocada.

-Como -o francês perguntou.

-Entra logo garoto! -Perséfone o puxou pra dentro,fazendo-o cair em cima de Athena,que agradeceu pela pele amorenada esconder o rosto completamente corado.

Tão logo a porta da carruagem fechou,ela começou a se mover e foi com apreensão que viram ela seguir em direção os gritos Loui colocou-se próximo a porta,aparentemente,não se importara de ter sido jogado em cima da mais nova amiga,e puxou a cortina que cobria a janela, deixando a mostra os vários raios de feitiços que voavam de um lado para outro,Athena sufocou um grito quando um vulto que deveria ter uns três metros de altura apareceu a única coisa que conseguia distinguir era um par de olhos vermelhos como sangue que brilhavam no meio da escuridão.

Era meio impossível ver como aquele ser era no meio da escuridão,que surgira de modo inexplicável. Só podiam-se ver os olhos e um par de chifres que brotavam da cabeça, a criatura começou a voar em direção a algum lugar e em seguida foi atingida por um feitiço que a fez cair no chão provocando um leve tremor.

- O-o q-quê era aquilo - gaguejou Athena bastante assustada e em estado de choque.

-Num faço a mínima idéia,só sei que,graças a Deus, nenhum feitiço nos atingiu até agora. -Cat disse em um tom inseguro.

- Mas ainda corremos perigo... - completou Loui.

-Co-co-como assim -perguntou Julio,mas antes que pudesse haver resposta a carruagem parou de repente e a porta foi aberta com violência.

-Soco... –uma mulher começou a falar,mas parou quando um feitiço a acertou pelas costas.

Aos poucos os olhos dela arregalaram e o rosto contorceu-se em uma expressão de horror,pânico, Cat adiantou-se e segurou o bebê que ela carregava nos braços,antes que o corpo caísse no piso da carruagem.

Os quatro jovens estavam horrorizados, morta, a mulher na frente deles havia sido morta, Catherine puxou o corpo para dentro e fechou a porta novamente, fazendo-a voltar a se mover, dentro do local um silencio aterrorizado predominava,silencio que foi interrompido pelo choro do bebê.

-Shi...já passou,bebê. –Cat tentou acalmar a criança,embora sua voz saísse tremula e sussurrante. –Já passou. –voltou a sussurrar,lançando um rápido olhar ao corpo que Loui havia coberto com uma capa,mas a criança não se calava e nem a carruagem parava para que buscassem a ajuda de alguém que soubesse cuidar dele ou dela,ainda não sabiam o que o bebê era.

-Me dá ele. –Perséfone pediu,estendendo as mãos tremulas,a mulher a olhou e depois para a criança,olhou para todos,ainda em choque pelo que presenciaram e entregou-o a brasileira,Athena observava a tudo em silencio,sua mente parecia ter anulado sua capacidade de falar,para que pudesse processar tudo o que vira até aquele momento,viu com extremo interesse a amiga pegar a criança com cuidado e habilidade,não sabia que a garota sabia lê dar com bebês,aliais,tudo o que sabia dela era o que ela lhe permitia saber.

Athena olhava tudo com cuidado,desde o momento em que ela pegara o bebê e começara a embala-lo com uma musica em um idioma que certamente não era nem português,nem inglês e muito menos espanhol, e levar o bebê lentamente até a altura dos lábios e sussurrar alguma coisa,pouco depois o silencio total predominou.