CAP-05: Tensão e Discussão.

Athena embora em estado de choque, conseguia, pela obra e graça de Deus, observar a tudo o que acontecia, ainda observava Perséfone que segurava o bebê no colo, teria muito o que perguntar a outra brasileira assim que chegassem sabe-se lá onde.Todos estavam chocados com aquela situação, Júlio parecia ter entrado em estado vegetativo, Loui permanecia com a varinha em punhos para caso de algo acontecer, Cat preocupava-se com o bebê nos braços de Perséfone.

-Júlio! -Perséfone chamou o amigo enquanto a carruagem parecia aumentar de velocidade quando entraram em um estrada no meio de um bosque.-Júlio! - a garota insistiu tentando chamar-lhe a atenção, mas nada adiantava, resolveu apelar.

-Ai! - o garoto exclamou quando ela chutou a canela dele.

-Você tem algum tipo de comida ai? - a garota perguntou balançando o bebê levemente, já que este começava a se agitar nos seus braços.

-Bem...acho que tenho,deixa eu ver. - Athena começou a revirar os bolsos procurando por alguma coisa, já que aparentemente o primo não havia entendido, ela só não sabia dizer como.

-Toma. -respondeu Loui enfiando a mão no bolso e pegando uma barra de chocolate. - Pra emergências, com dementadores por aí... - concluiu o francês.

-Valeu! - Perséfone agradeceu, depois olhou para a barra e para o bebê. - Não era bem isso que eu queria, mas vai ter que servir! - a garota abriu o pacote e pegou um pedaço pequeno, ficou segurando-o na ponta dos dedos até que ficasse gosmento, quando sentiu que estava mole o suficiente levou os dedos lambuzados até a boca do bebê, que se acalmou em pouco tempo.

-Você está criando um futuro chocólatra... - comentou Cat a fim de descontrair um pouco.

-Pelo menos não vai morrer de fome...Sabe-se lá quando isso vai parar. - a morena respondeu. -E depois... chocólatras não são criados, já nascemos assim! -disse sorrindo levemente para o bebê enquanto voltava a repetir o ato de aquecer o chocolate e levar até a pequena boca.

-Será que está tudo bem com o prof. Dumbledore? - perguntou Athena preocupada.

-Ele é Dumbledore, lógico que está bem... - respondeu Loui sem tirar os olhos da janela.

-Você é sempre tão grosso assim, ou só quando está com medo? - Cat perguntou em um tom repreensor fazendo o francês a olhar indignado.

-Eu não estou com medo! -respondeu em um tom de voz mais alterado.

-Se não está com medo,então você é grosso assim mesmo! - Cat rebateu, abriu a boca pra falar mais sobre o temperamento do francês, mas a carruagem foi preenchida pelo choro do bebê.

-Olha só o que vocês fizeram! -Perséfone e Athena exclamaram indignadas. -Shi... pronto, pronto, já passou...eles já pararam. - Perséfone dizia tentando acalmar o bebê novamente.

A carruagem continuava a se mover e nada indicava que ela pararia tão cedo, diminuíram a velocidade quando chegaram a um vilarejo bastante simplório. Aos poucos, a carruagem parou e a porta foi aberta por uma mulher de mais ou menos setenta anos, os cabelos brancos com alguns leves resquícios de uns fios cor de mel, que deveria ter sido na sua juventude, o rosto cansado, mas um sorriso sereno nos lábios finos e enrugados.

-Ah! Devem ser as crianças que Wulfrico ficou de mandar. - ela comentou indicando com as mãos para que descessem.

-Wulfrico? - questionou Júlio.

-Dumbledore. - Athena sussurrou para o primo. -Não leu o livro não? - perguntou indignada, era impressionante como ele fingia ler.

-Ah tá... Mãe cruel ele tinha, não acha? - disse recebendo uma discreta cotovelada da prima.

-Por aqui, ora... Não sabia que trariam um bebê! - a senhora falou, interrompendo Athena que já abrira a boca para dar um sermão no primo.

-Será que tem algum lugar pra ele? E coisas também? - perguntou Perséfone preocupada - Mamadeira, leite, chupeta... Ai meu deus! Vamos ter trabalho!

-Você tem um ótimo instinto maternal. -a mulher comentou, fazendo a garota estancar onde estava, a boca abria e fechava tentando achar um argumento plausível, mas nada lhe vinha a mente.

-Mas sim, sim, tenho tudo o que um bebê precisa, meu neto não tem mais que seis meses e meu filho sempre passa o fim de semana aqui com a família, a criança pode ficar no quarto do meu neto. - a velha senhora tagarelava enquanto os levava até um antigo sobrado, assim que entraram na casa, ela os levou até os quartos, Perséfone insistira em ver primeiro o quarto do bebê.

-Só pra me certificar de que ele vai ficar bem... – disse como uma desculpa.

-Aê Perséfone! Tá pronta pra ser mãe! - disse Júlio.

-Júlio. - a morena começou em um tom sibilante. - Acho melhor você dormir com um dos olhos abertos... Ou então, nem dormir... Afinal... Muitas pessoas morrem dormindo. - completou e depois sorriu venenosa para o amigo que ficou pálido em segundos.

-T-tá b-bom... - gaguejou o garoto.

-Nossas coisas já estão aqui. - Cat disse, segurando-se para não rir do garoto. - Espero que a senhora...

-Winshofer, Ághata Winshofer, mas prefiro que me chame de Ághata. - a mulher respondeu.

-Então...Espero que não se importe Ághata, mas vamos tomar banho pessoal! A estrada nos encheu de poeira. - a 'guia' disse.

-Cat... Pode trazer a minha mala pra cá? - Perséfone indicou o quarto do bebê. - Vou ficar aqui... Já que ele não sabe falar e se precisar de alguma coisa... Vocês entenderam. - a morena se enrolou tentando explicar.

-Tudo bem Pê. - disse a guia, mas arrependeu-se ao lembrar da quantidade de malas da garota.

Cada qual entrou no quarto em que dormiriam, Perséfone no quarto do bebê, Athena e Cat no quarto em frente e Júlio e Loui em outro quarto no fim do corredor, bem longe das meninas, o que foi um alívio para Júlio.

-Mais uma noite de vida... - dizia enquanto carregava sua mala.

-Deveria falar menos Júlio. - aconselhou Loui.

O garoto sorriu amarelo para o amigo e deu de ombros, embora já estivesse acostumado com as ameaças e ataques de fúria das duas garotas, Perséfone às vezes ainda conseguia fazer um frio subir-lhe a espinha,especialmente quanto ela falava com muita calma.

Loui deu um suspiro, era ele quem precisava se acostumar com o temperamento das brasileiras. Precisava saber como agir, mas se sentia um pouco perdido com tudo aquilo. Jamais imaginara que entraria numa roubada daquelas, se Dumbledore estava no meio, era porque coisas bem piores ainda estavam por vir.

Desceram quase uma hora depois e para espanto deles, Perséfone, que trazia o bebê nos braços, usava uma bata azul-celeste e uma saia cigana preta, tudo bem que o corpo continuava escondido, mas a cor mais clara que ela já usara antes do azul-celeste foi o marrom escuro.

- Quê que houve? - perguntou Loui a ver a reação de Júlio.

-A Pe...Perséfone... Ela tá... Usando... Azul. - o moreno respondeu e Loui o olhou como se ele fosse louco, afinal, estavam no século XXI e ele agia como alguém do século X onde as cores eram permitidas somente aos nobres.

-E daí? -Loui perguntou.

-Ela nunca usou cores claras, mesmo no sol de rachar que fazia onde morávamos. – Júlio justificou. Loui continuava sem entender, deu com os ombros, decididamente seria difícil se acostumar com a diferença de costumes entre eles.

-A Ághata te ajudou, Perséfone? - Cat perguntou ao ver o bebê, nos braços da garota, de banho tomado e agasalhado, com roupinhas de lã em um tom de bege-claro e manta de lã branca, já que naquela região o frio parecia ser maior do que em Londres.

-Não... Fiz tudo sozinha. - respondeu sem olhar pra ninguém, foi em direção a sala de jantar onde Loui já estava e sentou-se em uma cadeira cujo um carrinho de bebê estava ao lado, Athena mais uma vez ficou confusa e mais uma vez a pergunta veio a sua mente 'Como?'.

Athena ajudou a amiga a acomodar o bebê no carrinho e sentou-se ao lado dela, Cat havia ido ajudar a Sra.Winshofer na cozinha.

-Você vai me explicar ou não? - Athena perguntou para a amiga em um sussurro.

- Explicar o quê? - respondeu e questionou a morena.

-Onde aprendeu a cuidar de bebês - perguntou começando a ficar impaciente, sabia que a amiga escondia muitas coisas, mas aquilo era o que a estava perturbando mais no momento.

-Eu...

-Olha o rango galerinha do bem! - Cat falou levitando um caldeirão até a mesa.

-Salva pelo gongo... Por enquanto. - Athena sussurrou para a amiga que apenas mordeu o lábio inferior.

Estavam todos tão famintos que nem se deram ao trabalho de perguntar o que era que estavam comendo, parecia uma sopa, mas era menos consistente, mas também não era um caldo, pois era mais consistente.

- Tô com uma fome! - disse Júlio enchendo o prato pela terceira vez.

-Me conta uma novidade... - retorquiu Athena que ainda estava no começo do primeiro prato.

-Já vi que esse aí é dos meus. - Ághata disse. - Não sei onde está a graça de comer pouco, o corpo sempre fica fraco.

-É isso aí tia! - concordou Júlio atacando a comida.

-Júlio! - as duas brasileiras exclamaram fazendo todos na mesa rirem, ao que parecia o fato de terem visto uma mulher morrer havia sido esquecido.

-Quê que eu fiz? - perguntou inocentemente.

-Ah! Meus queridos... Sei que o assunto é delicado... Mas o corpo que vocês trouxeram... Eu tomei a liberdade de enfeitiça-lo com um feitiço conservador e o coloquei em uma parte afastada da casa. - a senhora disse e eles assentiram em concordância.

-Ainda não acredito nisso tudo. - comentou Athena um pouco desanimada. - Acho que estou sem fome...

-Mas se não comer vai ficar doente. -Perséfone disse. - Tenta comer mais um pouco. - ela disse indicando o prato para a amiga. - Pense no bom exemplo que vai estar dando. - completou pegando o bebê e depois de esfriar um pouco do caldo na colher, ou que parecia ser um, colocou com cuidado na boca da criança.

-Depois eu como... - respondeu Athena.

-Se não comer eu confisco os seus livros até que coma alguma coisa! - a brasileira ameaçou.

-Isso não é justo. -reclamou mexendo a colher no prato.

-Nem você foi quando ameaçou tomar o meu laptop. – rebateu e viu satisfeita Athena comer um pouco, mas não demorou muito a largar o prato e levantou-se.

-Onde você pensa que vai? - perguntou Perséfone.

-Dormir. – respondeu. - Boa noite pra vocês. - completou enquanto saía rumo a seu quarto.

-Noite. - responderam.

-Bem... Eu também já comi e essa fofura já dormiu. - completou indicando o bebê adormecido. -Boa noite pra vocês.

Júlio parou de comer por um instante, estava preocupado com a prima, ela era como uma irmã mais nova para ele. O garoto respirou fundo, mas não podia fazer nada, conversar com ela talvez só piorasse a situação, ainda mais levando em conta que ele não sabia dialogar. Ághata ficou apenas observando a jovem sair, não conhecia muito os presentes, mas entendia como eles deviam estar se sentindo com aquilo tudo.

Perséfone se levantou com um pouco de dificuldade, afinal, o bebê estava em seus braços, mas tão logo se levantou começou a andar em direção a escada, subiu e assim que colocou o pequeno ser no berço, saiu do quarto deixando a porta aberta e parou em frente a porta de madeira escura e antiga, bateu três vezes e esperou por uma resposta da amiga.

-Entre... - respondeu Athena - A porta está aberta.

Abriu a porta com cuidado e colocou apenas a cabeça para dentro, olhou novamente para trás, vendo o quarto do bebê e respirou fundo, estavam na casa de uma amiga de Dumbledore, o que poderia dar errado?

Entrou no quarto onde à amiga estava e caminhou ate a cama onde ela se encontrava, sentou-se e segurou a mão dela, ficou em silêncio esperando que ou ela falasse algo ou algo descente lhe viesse a cabeça.

-Athena? - disse meio temerosa. –O que houve? - Athena apenas balançou os ombros, dando a entender que nem mesmo ela se entendia. -Hei... Não fica assim... Sei que é difícil no começo, mas com o tempo você aprende a lidar com isso. –Perséfone disse com um tom anormalmente suave.

- Não sei... Não começamos muito bem...

-Começamos sim! - rebateu. -De primeira ganhamos passagens de primeira classe para vir para Londres, tudo bem que foi armação, mas ganhamos...Conhecemos a Cat, o Loui... Ficamos naquele hotel ma-ra-vi-lho-so... Passeamos por Londres. -Perséfone tentou animar a amiga.

-É, mas agora a pouco... - sussurrou Athena ameaçando chorar.

-Vimos aquela mulher morrer. - a morena completou. - Eu sei que é difícil, mas com o tempo você aprende a lidar com isso. Além do mais...Pense pelo lado bom...Salvamos a filha dela. - completou abraçando-a.

-É, de fato é um lado bom...

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Entrou na casa pela porta da cozinha e como sempre foi ignorado pelos familiares, tudo estaria 'normal' se não fosse pelo simples fato de que sentiu algo chocar-se contra sua nuca.

Olhou para trás e não viu nada,olhou para o chão e viu uma carta,abaixou-se e pegou o envelope,reconheceu o brasão do colégio e abriu o selo de cera vermelha reconheceu a caligrafia fina e comprida do diretor do colégio e franziu o rosto ao ler o conteúdo.

Prezado Sr.Potter

Creio que devido a acontecimento mais recentes,o senhor deva restringir-se a rua onde mora até o fim dessa semana,peço-lhe que deixe seus pertences prontos.

Atenciosamente,

Alvo Wulfrico Percival Brian Dumbledore

diretor da escola de magia e bruxaria de Hogwarts.

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Abriu a porta da cozinha com cuidado e entraram pé ante pé,olhou pra amiga e sorriu marota,sempre a chamaram de maluca e nunca a haviam visto daquele jeito,imagina se tivessem a visto vestida como estava,surtariam na certa.

-Acha que seu pai descobriu? -perguntou em um sussurro tentando ver se o pai dela estava na casa.

-Desencana...ele tá trabalhando,agora ele vira noite no escritório. -a garota a tranqüilizou, indicando uma belíssima porta de madeira clara.

-Tem certeza? -perguntou temerosa,não queria magoar seu padrinho.

-Tenho,vamos subir antes que ele resolva ir lá em cima. –a outra garota completou e subiram a escada.

Mas tão logo fecharam a porta do quarto, a porta do escritório abriu,revelando um homem alto e forte,os cabelos cor de mel caiam pelos ombros em desalinho os olhos azuis-claros brilhavam levemente e os lábios se contorciam em um sorriso sereno.

-Cada dia mais elas se parecem com as mães. –murmurou para si e voltou para dentro do escritório.

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Sentiu o aroma de sândalo e mirra,que lhe eram tão familiares,inspirou profundamente e passou a mão ao lado do corpo e a sentiu perto de si,sorriu sem abrir os olhos,ela ainda estava lá, abraçou o corpo frágil e delicado da bela mulher e afundou o rosto nos longos cabelos negros.

-Ora de acordar capitão. –ela disse sem se virar ou levantar,ele resmungou algo e a abraçou um pouco mais forte. –O príncipe vai ficar preocupado se o conselheiro dele não voltar. –ela completou,ele definitivamente pouco se importava,queria dormir ali do lado dela,com ela.

Desde que começaram com aquele 'romance' a pouco mais de dois anos,era sempre a mesma história,só se viam quando o grupo de guerreiros iam ao Cairo ou estavam próximo de lá. Ela,uma bela dançarina de dança do ventre,no auge da juventude com os seus 19 anos;Ele,um belo rapaz ainda na adolescência,embora fosse uma criança se comparado aos outros guerreiros da sua 'tribo',já era capitão e conselheiro do príncipe herdeiro,e como o príncipe era seu amigo,arranjar um modo de fazer com que o presente de aniversário de 16 anos chegassem bem mais cedo não foi difícil.

-Se você não se levantar... –ela começou virando-se pra ele,olhou nos olhos azuis,nunca entendera o tom de azul dos olhos dele,sabia que ele era um bruxo,afinal todos os Meijai's eram,mas os olhos dele...refletiam uma batalha entre um azul-céu,um mel e um azul escuro,uma mistura e confusão que a envolviam,não sabia como aquele pirralho havia lhe seduzido,só sabia que estava perdidamente apaixonada por um adolescente,três anos mais jovem e com grandes responsabilidades e tormentos em seus ombros.

-Ou o que?Não vai mais dançar pra mim? -ele ironizou,sem desviar os olhos dos olhos acinzentados,os mesmo olhos que um dia lhe olharam com superioridade,agora lhe olhavam com uma mistura de carinho e malicia,sentiu a corrente do medalhão que carregava ser levemente puxada,fazendo-o sentir um frio subir-lhe a espinha,ela não seria capaz.

-Ou eu lhe tomo o medalhão. –ela disse e imediatamente se arrependeu ao ver os olhos se tornarem tão escuros que poderiam facilmente ser confundidos com o negro da meia-noite e ele se levantar em uma velocidade impressionante.

-Já entendi. –ele disse com a voz em um tom seco e frio,entrando no banheiro e batendo a porta.

Assim que fechou a porta encostou as mãos nas bordas da pia de mármore e olhou-se no espelho,fixou o olhar nos orbes escuros e tentou se acalmar,aos poucos eles clarearam levemente,suspirou, segurou o medalhão abriu e viu as fotos.

'-Lex! -ela o chamara,a voz estava rouca e quase sumia na tentativa de falar. -Cadê o cordão? -ela perguntou e logo se calou,levando a mão aos lábios ao ver o modo repreensor como ele a olhava,ela estava doente,com a garganta que não podia sair um mínimo ruído,devido a ataque de asma que tivera e ela estava forçando o som a sair .

-Mandei concertar a corrente,a minha quebrou no treino de quikebox. –ele explicou,passando a mão espalmada no pescoço,estava tão acostumado com o peso do cordão que sentia-se incompleto sem ele,na verdade era o que ele significava que o completava,a viu fazer beicinho e sorriu levemente. –Hana...você queria que ficasse com o cordão quebrado? -ele perguntou,abraçando a menina,ela balançou a cabeça em uma negativa e ia falar mais quando a porta foi aberta e uma enfermeira entrou no quarto,trazendo uma bandeja de alumínio.

-O horário de visita acabou,mocinho...deixa-a descansar,ela estava com febre até agora a pouco. –a enfermeira disse,ele olhou a garota e a viu corar levemente.

-Até amanhã,Hana. –ele disse beijando a testa dela. –Te amo de mais,bonequinha. –ele sussurrou pra ela.

-Eu também,meu guardião. –ela respondeu,como pode.'

Tomou um rápido banho e enrolou a toalha na cintura,saiu do banheiro e viu a dançarina já vestida com a camisola da noite anterior.

-Desculpe. –ela pediu e abaixou o rosto,aos poucos aproximou-se dele. –Eu...não queria,mas sabe como o príncipe...

-Já disse que entendi Jasmínea. –retrucou com a voz fria e começando a se vestir em silencio,ambos sabiam que seria impossível uma conversa com ele naquele estado,sabia que ela tinha conhecimento que ele tinha tido um de seus usuais pesadelos pois ele acordara no meio da noite e ficara observando as estrelas,era sempre assim quando ele tinha pesadelos com o passado,passado desconhecido pra ela e pra quase todos que o conhecia,ele não confiava em muitos,somente naqueles que o acolheram quando seu mundo desmoronou,os anciões da tribo e o príncipe.

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Finalmente conseguira fazer com que Athena dormisse,mas agora não sabia o que fazer,se saísse de lá,não poderia ajuda-la quando ela acordasse com o pesadelo que certamente teria, ela mesma demorara muito para se acostumar com o seu passado,mas antes ela estava só,sem ninguém para apóia-la,só conseguira se reerguer depois que conhecera aos dois amigos brasileiros.Mas se dormisse lá,não poderia socorrer ao bebê caso ele acordasse de madrugada.

-Ela dormiu? -Cat perguntou na porta do quarto,Perséfone a olhou e balançou a cabeça e logo sorriu levemente com a idéia que lhe ocorreu,pouco depois a bruxa entrava no quarto levitando o berço enquanto a garota segurava o bebê nos braços.

-Valeu. –agradeceu em um sussurro. –To abusando de você,né? -perguntou meio que sem jeito.

-Tudo bem...depois você me paga. –a mulher retrucou sorrindo de lado. –Ela vai ficar bem? -perguntou,indicando a morena que dormia.

-Depois de um tempo...mas ela é forte...mais do que aparenta. –a brasileira respondeu, colocando o bebê no berço.

-Já avisei Dumbledore,de que estamos bem e em segurança,também contei sobre o ocorrido e ele ficou muito preocupado com o estado de vocês. –a guia disse. –Ele vem amanhã. –completou,Perséfone apenas assentiu e levou a mão direita ao coração. –O que foi? -a mulher perguntou.

-Não sei...um aperto...vai acontecer alguma coisa...ou aconteceu. –disse em tom misterioso.

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-MAS QUE DROGA! -um grito ecoou pelo subsolo do metrô de Londres. –VAMOS LOGO COM ISSO PETTGREW! -a mesma voz,ordenou,pouco depois o som de dois estalidos de chicote cortou o silencio do metrô.

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-E essa manhã no metrô de Londres,o corpo de uma mulher ainda de identidade desconhecida foi encontrada dentro de um caixão de mogno negro,repleto de víboras do deserto,aparentemente a mulher morreu em função das picadas mortais,a seguir fiquem com Diane Stoger e a previsão do tempo.

Harry ouviu a noticia do telejornal e ficou paralisado,aquilo só poderia ser obra de uma pessoa,ou melhor,monstro...Voldemort.Fechou os punhos com força e tentou recuperar o controle sobre seus poderes,há dois dias sentia-os fora de controle,respirou fundo e fechou os olhos com força.

-O que foi moleque? -ouviu a voz de seu tio ao longe,precisava sair dali o quanto antes,precisava ir para um lugar abandonado,levantou-se bruscamente ouvindo algo zunir nos seus ouvidos. –Onde vai?

-Depois explico. –disse se dirigindo rapidamente a porta do quintal,que se abriu sozinha quando ele estava no meio da cozinha.

Começou a correr o máximo que podia, a magia borbulhava em suas veias, seu coração cada vez mais acelerado, sentia todos os sentidos em perfeita sintonia virou a esquina e viu,com uma mistura de apreensão e desgosto, seu primo e o grupo de amigos próximos a uma parte abandonada de um mini-bosque,resolveu não interferir no que quer que estivessem aprontando,e esperava que eles não o vissem,não até voltar a ter controle sobre os seus poderes,entrou no mini-bosque e quando se viu sozinho permitiu-se cair de joelhos no chão,fechou os olhos e começou a sentir um forte vento ao seu redor.

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Abriu os olhos e viu um vulto em um canto próximo a janela,esfregou-os pare despertar melhor e se levantou,aproximou-se do lugar o mais silenciosa que pode e viu Perséfone dormindo na poltrona,as pernas encolhidas por sobre a poltrona,eram abraçadas pelos braços e a cabeça estava apoiada nos joelhos,lembrou-se de uma cena parecida que acontecera quando elas se conheceram.

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-LOUI! Mon petit,você está bem meu bebê? -os três brasileiros viram uma mulher entrar esbaforida pela porta da casa onde estavam,e passar praticamente por cima dele,agarrando e praticamente esmagando o pobre francês. -A mamãe ficou tão preocupada...ah mas se eu pegou aqueles bastardos que...você ta ferido se arranhou meu bebê? -ela perguntou,se afastando e, segurando-o pelos ombros,analisou-o por completo.

Os três amigos se seguravam para não rirem,ou melhor gargalharem da situação do amigos,eles sabiam que a única coisa que os salvavam de uma situação parecida, se não pior, era um belo e maravilhoso oceano.Mas ao verem a mulher beijar o rosto do garoto e dizer um 'Ta melhor bebê',onde estava um hematoma quase imperceptível,não agüentaram e começaram a gargalhar.

-Oh que gracinha...o bebê ta machucadinho. -Perséfone caçoou,enxugando as lágrimas que surgiram pela gargalhada.

-Eu não sou bebê!Mãe...pelo amor de Deus,olha o mico! -Loui pediu a mulher e tentou se afastar dela.

-Oh...vocês estão ai. -a mulher disse levemente constrangida,mas em vez de soltar o francês,o abraçou um pouco mais forte. -Viram quem fez isso? -ela apontou para o rosto dele.

-Mãe! -o garoto protestou,fazendo Perséfone sorrir de modo irônico.

Pronto,agora ela tinha o que queria,desde que amanhecera Loui e Julio a zoavam por ela estar cuidando da neném e pelo que dissera antes de saber que era uma bruxa,vivam chamando-a de mãezona,de futura senhora Malfoy,Athena a olhou e balançou a cabeça de um lado para o outro,a morena agora tinha a sua chance de vingança.

-Por que?Ele precisa de babá ? -ela perguntou,intercalando o olhar de mãe para filho e novamente para a mãe. -Eu não sabia que o Loui,era tão...frágil. -a morena fez questão de frisar bem a ultima palavra.

-Eu não sou frágil. -o moreno sibilou,crispando os olhos,enquanto se soltava da mulher e avançava dois passos.

-Bem...não sou eu que estou sendo tratada como uma bebezinha. -ela rebateu e sorriu triunfante ao deixa-lo sem palavras.

-Não...você gosta de ser a mãe não é mesmo? -ele perguntou,indicando a criança que estava nos braços de Dumbledore,que a havia pego para sabe-se la o que.

-Não a meta nisso,DeNauve! Ela é uma criança,ja você... -ela o analisou de cima a baixo e voltou seus olhos novamente para os dele. –Tem corpo de um adolescente,mas a mentalidade...

-Olha aqui...sua...sua...mal amada...

-Gente por favor,Perséfone,já chega ta legal? -Athena resolveu interferir antes que a situação piorasse.

-Não se mete nisso,Lancaster! -o francês disse em tom de ordem.

-Hei!Qual é cara,olha lá como fala com ela!Tua neurose é com a Pê! -Julio interviu.

-Tu também não se mete,minha conversa é com a metida a rebelde! -Loui disse em um tom irônico.

-Ah...se eu sou metida a rebelde não é da tua conta,mas pelo menos eu faço o que quero sem dar satisfações pra minha mãe! -a morena rebateu.

-Não...é claro que não,pela forma que vocês conversam... –ele disse se referindo a briga da garota pelo celular no dia anterior. –Ela deve querer distancia de você!

-Chega Loui! -Athena exclamou,ao ver que o garoto havia atingido um dos pontos fracos da amiga,o relacionamento com a mãe.

-O que foi Leben?Ficou sem palavras?A verdade dói não é? -ele perguntou,vendo que a morena se mantinha calada,sorriu de canto. –É...a verdade machuca!

-Não! -Julio disse. –Isso é o que machuca! -completou,acertando um belo gancho de direita no rosto do francês,que só não caiu no chão pois foi ampara pela mãe.

-Ora seu,cachorrinho,é isso o que você é!Não passa do cão de guarda delas. –Loui disse e pouco depois os dois garotos rolavam pela sala,aos socos e xingamentos.

Athena viu Perséfone subir para o quarto,pulando os degraus de dois em dois,os morenos eram nos de briga e pareciam que as frustrações de uma vida inteira estavam sendo 'exorcizadas' ali mesmo no chão de madeira,de repente Loui foi arremessado para o outro lado da sala e,depois de bater as costas na parede,deslizou até o chão,logo em seguida Julio 'apagava'.

Nota das autoras:PELO AMOR DE DEUS,NOS PERDOEM!

Gente,não foi por mal,juramos,mas é o PC da Athena foi pro concerto duas vezes,na primeira ela perdeu o cap,incluindo as alterações que ela tinha feito,depois a velox deu piti e ela não pode me mandar,depois foi o meu PC(Perséfone)que resolveu que seria uma boa idéia fazer greve e também teve q ir concerto e só agora,depois de muito tempo,Athena me devolve o capitulo com algumas alterações e correções!Agora vamos aos agradecimentos!

Remo:Pode acreditar fofuxo,Demorou mais atualizamos SIM!E ficamos realmente muito felizes em saber que gostou do cap,espero que também goste deste!

Srta.Wheezy:É realmente sempre demoramos para atualizar,mas acredite,não por nossa livre e espontânea vontade!É . nunca fomos muito de comentarmos as reviews mas agora vai ser diferente!Esforços para sermos rápidos,nós fizemos,só que os pcs num quiseram colaborar com a causa ¬.¬'...E ficamos felizes que tenha amado o capitulo,e aí?O que achou desse?Esperamos respostas!

Carol:Prontinho,postadinho!Esperamos que goste e comente!

Minako:Sem comentários sobre o teu comentário né,quase sempre nos falamos pelo msn...rsrs...esperamos que tenha gostado do capitulo!

Ellen-Potter: Ficamos contentes em ter nossa fic como uma de suas favoritas.Esperamos que tenha gostado desse capitulo tbm.A Athena e o Loui realmente fazem um belo casal não é?Comenta ok?

A todos que leram,mas não comentaram:Obrigado(a) por lerem e acompanharem o fic e esperamos que algum dia vocês comentem!