Capítulo 7
Tamahome se aproximou da cama de Hotohori devagar, sentou-se a seu lado e chegou bem perto de seu ouvido, enquanto acariciava seu rosto. Estava decidido a trazer Hotohori de volta, custasse o que custasse. Sabia era que a vida de Hotohori dependia dele, única e exclusivamente dele e não estava disposto a perder mais tempo e nem deixar que a vida do homem que amava continuasse a esvair-se inutilmente.
- Eu estou aqui agora, meu amor. Não vou mais deixá-lo sozinho, eu amo você mais do que qualquer coisa nesse mundo. Quero você como nunca quis nada nessa vida, por favor, não morra, por favor... fique aqui comigo, por favor...
Lágrimas começaram a correr por sua face, ele procurou a mão de Hotohori e a apertou com força, deitou-se então ao lado dele, aconchegando seu corpo mais ao do Imperador com muito cuidado e lógico, sem nenhuma intenção sexual.
- Sinta que eu estou aqui e volte para mim. – continuou a falar baixinho. – Não me deixe ou eu morrerei com você, Hotohori, meu amor, não me deixe.
Assim ficou. Abraçado a Hotohori e sussurrando em seu ouvido, a noite cobriu o céu e ele adormeceu ao lado do homem que amava e que queria salvar.
-----------
- Será que vai Hotohori vai ficar bom? – perguntou Tasuki um tanto perturbado.
- Mas é claro! – disse Nuriko otimista. – Ele ficou doente porque o Tamahome disse aquilo, agora que ele está aqui o Hotohori vai ficar bom e nós vamos poder chamar Suzako.
- Isso mesmo, Nuriko! – concordou Miaka alegremente.
- Espero que seja tudo verdade. – disse Mitsukake suspirando. – Eu realmente espero.
----------------
Hotohori abriu os olhos devagar, sentiu uma quentura ao lado do seu corpo, como era bom esse calor, imaginou de onde viria e ficou com medo de olhar para o lado, com medo desse calor tão gostoso desaparecer. Sentiu então que alguém segurava sua mão e depois sentiu uma respiração em seu pescoço. Deu-se conta de que havia alguém deitado a seu lado e se assustou, será que alguém se atreveria a aproveitar-se dele?
Ficou com mais medo ainda de olhar para o lado e vê algum aproveitador, mas ao mesmo tempo desejou do fundo de seu coração que Tamahome fosse essa pessoa, e sem saber de onde vinha, teve a certeza de que era ele quem estava sentado a seu lado.
Decidiu-se virar e seu coração disparou, seus olhos encheram-se de lágrimas ao constatar que era mesmo Tamahome quem estava a seu lado, era ele quem o abraçava.
Tamahome acordou com o súbito movimento de Hotohori e assustou-se quando viu o rosto dele junto ao seu, percebeu então que ele estava chorando.
- Meu amor, me desculpe. – ele apressou-se em dizer, levantou-se ligeiro. - Eu não fiz nada com você, juro, eu só queria...
Hotohori tentou processar o que acabara de ouvir, Tamahome o chamara de "meu amor"? Ele nem quis confirmar jogou-se em cima dele e chorou mais ainda.
- Ah! Hotohori! Me perdoe, me perdoe por ter sido tão burro. – ele falou chorando também e abraçando-o. – Me desculpe por não entender que precisava de você.
- Eu... eu preciso muito de você, Tamahome. – ele disse chorando. – Preciso que você fique comigo, preciso de seu amor.
- E eu ficarei com você, não importa o que aconteça, Hotohori. – jurou Tamahome. – Estarei de agora em diante a seu lado, porque eu te amo, meu amor. Te amo muito, Hotohori.
Eles beijaram-se, o beijo mais apaixonado de suas vidas, explorando a boca um do outro com o ardor de uma paixão que só agora era demonstrada de verdade por ambas as partes.
Hotohori puxou Tamahome para junto de si e jogou-se na cama com o corpo dele em cima do seu.
- Hotohori...
- Eu quero, Tamahome. – ele falou beijando-lhe os lábios.
- Mas você ainda está doente. – contestou Tamahome.
Não, agora que você está aqui eu estou bem. – retrucou Hotohori.
- Mas...
- Sem mais, meu amor, quero que me ame por completo. Quero ser seu, só seu para sempre.
Tamahome sorriu para ele, contente por suas palavras, por seus gestos e contente por si mesmo, por ter deixado de ser cabeça dura e ter se entregado a seu amor.
- Eu te amo, Hotohori. – Tamahome falou beijando seu pescoço. – Muito, muito mesmo. – Ele acariciou cada parte do corpo de seu amado com lentidão e suavidade, queria senti-lo totalmente, queria que aquele instante durasse para sempre. Este era também o sentimento de Hotohori, tudo o que ele não desejava era que tudo fosse um sonho e se fosse não gostaria de acordar.
As mãos de Tamahome entraram no roupão de Hotohori, que suspirava a cada milímetro percorrido pelas mãos dele em seu corpo, gemeu quando ele tocou suas coxas e abriu totalmente sua roupa, deixando seu corpo inteiramente exposto. Sentiu-se ruborizar quando se viu mais uma vez completamente nu em frente ao homem que amava.
Tamahome o admirava extasiado, mas agora ao invés de puro desejo, havia o reconhecimento de uma paixão, de um amor compartilhado por ambos, desatou também sua roupa e trouxe a mão de Hotohori até seus lábios e em seguida levou-a a seu tórax.
- Me toque, meu amor. – ele disse sussurrantemente. – Quero que me sinta e não tenha vergonha de mim.
Hotohori correu a mão pelo peito dele devagar, apreciando o corpo do homem que tanto amou e que tanto desejou ter para si dessa maneira tão romântica. Antes que seus dedos alcançassem o membro dele, desviou-a para seu ombro e puxou Tamahome para junto de si, para beija-lo e sentir mais uma vez o gosto de seus lábios, queria tanto ter certeza que não estava sonhando, mas não conseguia, sua cabeça não conseguia conciliar o homem que dissera com tanta frieza que não o amava e que saira de seu quarto dias antes, com esse homem tão carinhoso e que lhe dava tanta atenção agora. Fechou os olhos e o apertou com força contra seu corpo, devorando-lhe os lábios, sentindo seus membros roçarem em plena ereção um no outro, se tudo era mesmo um sonho entregar-se-ia de corpo, alma e coração ao homem que tanto amava.
Tamahome deixou os lábios de Hotohori, percorrendo o caminho em linha reta para baixo, seu queixo, seu pescoço, entre seus mamilos, umbigo e então chegou ali. Lambeu o membro de Hotohori, segurou-o e lambeu seus testículos, Hotohori soltou um pequeno grito de prazer ao sentir os lábios e a saliva quente de seu amado sugar-lhe o testículo e depois o pênis.
Tamahome concentrou-se em proporcionar o máximo de prazer para Hotohori, em parte para compensar o sofrimento que o fez passar e em parte para deixá-lo o mais confortável e relaxado possível para a hora da penetração. Olhou para cima e viu Hotohori delirante, apertando fortemente a cocha com as unhas e fechando os olhos, de boca aberta, com a língua passando de vez em quando pelos lábios. Isso o excitava, vê Hotohori perdendo-se em prazer o excitava de uma forma muito louca, prazerosa. Sentiu o corpo dele tremer e logo depois sua boca foi preenchida pelo seu volumoso gozo.
Engoliu o sêmem e voltou a meter a cabeça entre as pernas de Hotohori, afastou-as mais um pouco e enfiou a língua no caminho entre suas nádegas, procurou o buraquinho dali e lambeu, sugou, chupou.
Hotohori gritou alto e tampou a boca, assustado com seu próprio berro, era uma sensação tão estranha e tão gostosa, não queria que terminasse nunca, mas terminou. Tamahome deixou seu ânus e sorriu para ele.
- Não se preocupe, meu amor. – disse calmamente. – Tudo vai dar certo.
Se Tamahome pretendia deixa-lo calmo, não consegui. Imediatamente seu corpo ficou tenso e um medo irracional se apoderou dele. Ficou com vontade de gritar 'não', de empurrá-lo e sair correndo, Tamahome o estava preparando para penetrá-lo, para invadir o seu corpo.
Tamahome sentiu a tensão dele, então acariciou e beijou-o no rosto.
- Não vou machucá-lo. – disse em seu ouvido. – Se fizer isso, você pode me dizer, pode me fazer parar, entendeu Hotohori?
Hotohori balançou a cabeça respondendo que sim e deu um sorriso, ainda que um tanto tenso para ele. Tamahome aproximou-se e o beijou na boca, buscando deixa-lo o mais concentrado possível em seu beijo, enquanto procurava uma melhor posição para começar.
Devagar encostou a glande na entrada do ânus de Hotohori que arregalou os olhos, assustado.
- Shh! Calma, meu amor, calma. – disse Tamahome baixinho, alisando seu cabelo e o beijou novamente. Empurrou-se um pouco mais para dentro dele, abafando mais um grito com seus lábios. Ficou preocupado. Hotohori estava muito tenso mesmo, era a primeira vez dele e queria que fosse o mais maravilhoso possível e esse não parecia ser o caso.
- Eu vou parar, meu amor. – ele disse beijando na face. – Não quero que se machuque, não quero machucá-lo mais ainda.
Hotohori sentiu seu coração congelar. Não queria que ele parasse, queria sentir como era ser amado, queria fazer amor com o homem que tanto amava, mas não podia negar que sentia medo da dor. A impressão de ser tudo um sonho retornou a sua mente e ele lembrou que se era sonho não poderia sentir dor. Teria que impedir Tamahome de parar precisava passar segurança para ele, para que continuasse. Levou a mão para os quadris dele antes que ele retirasse o pênis.
- Não, meu amor. – ele disse com urgência. – Eu quero isso e quero com você, só com você. Por favor, continue.
Tamahome sorriu e pôs mais um pouco de força para colocar-se inteiro dentro de Hotohori, ele fez uma careta, mas Tamahome pôde sentir que ele começava a relaxar. Esperou alguns segundos e começou a movimentar-se. Primeiro tão lentamente que mal podia ser sentido, logo em seguida um pouco mais rápido.
Hotohori gemeu com a dor de ter uma coisa estranha dentro de si, mas aos lentos movimentos de Tamahome a dor se transformava em uma gostosa sensação. Era como se uma brisa suave soprasse seu coração e todos os seus temores desaparecessem Abraçou Tamahome que deitava mais sobre ele e começou a mover-se, tentando acompanhar-lo.
Em instantes os dois encontravam-se em um único movimento, lento... gradual... ritmado... selvagem. Hotohori tentava conter-se, mas seus gritos saiam sem que se desse conta, sentia-se envergonhado se alguém o ouvisse, mas quem o ouviria se estava em seu sonho? Permitiu-se gritar enquanto Tamahome ficava nos gemidos e nos urros mais baixos, até que mais uma vez o estranho tremor que sentira antes, tornava a percorrer-lhe o tronco, sentiu o corpo de seu amor tremer também e foi preenchido pelos sêmem dele e melando ambos com o seu próprio.
Arfando Tamahome beijou Hotohori no rosto, uma, duas, várias vezes, enquanto retirava o membro amolecido de dentro dele.
- Eu te amo... – ele sussurrou em seu ouvido e deitou-se ao lado dele, abraçando com força, nunca mais o deixaria escapar, acontecesse o que acontecesse.
Hotohori virou o rosto e beijou-o nos lábios de leve, abraçou-o também. Sentiu sua respiração acalmar-se e também fechou os olhos. Mesmo que quando acordasse ele não estivesse ali, esse terá sido o melhor sonho de sua vida.
------------
O dia amanhecia suavemente, um vento fresco soprava em sua orelha e suas vistas foram embarçadas pelos raios solares que entravam pela janela aberta. Ele levantou assustado e olhou para a silhueta que aparecia de frente à janela, coçou os olhos, que aos poucos acostumavam-se com a claridade.
- Tamahome? – ele falou assustado. – Não foi... não foi um sonho?
Tamahome virou-se sorrindo e cruzou os braços.
- Sonho? Porque achou isso, meu amor? – perguntou Tamahome fingindo-se aborrecido.
Hotohori não respondeu, deu um pulo da cama e correu em direção a Tamahome e chorou abraçando-o com força.
- Ah! Tamahome eu nem posso acreditar que você está aqui. – disse em prantos.
- Estou, meu amor e prometo que nunca mais o deixarei. – jurou Tamahome.
Hotohori afastou-se dele de supetão.
- Meu Deus! Então me ouviram gritar? – perguntou escandalizado.
Tamahome riu alto e abraçou Hotohori.
- Não se preocupe, meu amor. – disse Tamahome beijando-o na testa. – Você é o imperador e mesmo que tenham ouvido qualquer coisa, não se atreverão a comentar nada.
- Estou tão feliz por você está aqui, Tamahome. – Hotohori disse beijando-o em diversas partes do rosto.
Ele ruborizou ao perceber que estava sem roupa e afastou-se de Tamahome envergonhado, este riu, o que deixou Hotohori ainda mais ruborizado.
- Pare com isso, Tamahome. – reclamou cobrindo-se com um lençol. – Será que poderia chamar uma criada para preparar-me um banho?
- Não. – disse Tamahome, sério, deixando Hotohori surpreso. – Eu faço isso para você. – disse sorrindo então. Jogou-se por cima dele na cama, mas foi logo afastado pelo imperador que pediu o seu prometido banho.
Assim que Tamahome desapareceu atrás da porta, Hotohori jogou-se na cama de braços abertos. Não podia acreditar que estava vivendo isso. Mal consegui acreditar que Tamahome estava a seu lado, chamando-o de "meu amor" e dizendo que o amava e não era sonho... tudo era verdade.
------------------
A mesa do almoço fora montada para um grande banquete festivo. As comidas favoritas de cada um dos seishis estavam presentes, mas fora Miaka nenhum deles prestava muita atenção na mesa. Chichiri apertava ansioso o braço de Mitsukake, Tasuki andava de um lado para o outro, Nuriko sentada, balançava a perna nervosa e Chiriko, tentava desamarrar a cara, mas negava-se a tocar alguma música.
Apenas a Suzako no Miko tinha visto Hotohori pela manhã, pois não agüentara de ansiedade e invadira o quarto, quase pegando ele e Tamahome numa situação constrangedora, se estivesse entrado um minuto depois provavelmente encontraria os dois seminus na cama. Por isso, concentrava-se apenas em comer, mesmo as coisas que nunca tinha visto na vida.
Silêncio total. Os criados empertigaram-se e todos os seishis aproximaram-se da porta, ansiosos. Passos foram ouvidos e Nuriko deu um salto quando viu Hotohori, vestido como o imperador entrar na sala ao lado de Tamahome.
Praticamente brigaram para tentar chegar perto de Hotohori, Tamahome afastou-se um pouco para deixar os amigos cumprimentá-lo.
- Está feliz, Tamahome? – era Miaka que parara de comer e perguntava timidamente.
- Acho que nunca me senti tão feliz na vida. – respondeu o seishi.
- Fico feliz em saber disso. – respondeu Miaka, bastante séria. – Hotohori também está feliz e é isso que importa. Logo poderemos chamar Suzako, não é Tamahome?
Tamahome aquiesceu. Realmente não poderia ser mais feliz, em breve tudo estaria resolvido e ele e Hotohori poderiam viver felizes e em paz.
Será?
FIM
-------------------------------------
Bem, terminei.
Se você estiver lendo este comentário é provável que tenha lido a fic até o fim. Se sim, gostaria de pedir para me mandar um comentário com sua opinião sobre e fic. Pode dizer o que quiser, criticar a vontade e dizer onde eu precisaria melhorar, certo?
Bem, a história. Gostaria, como disse anteriormente, que fosse uma fic bem deprimente, de fazer chorar mesmo, mas não sei se consegui isso. Quem conhece Fushigi deve estranhar um pouco (pouco?) meu Hotohori, mas é que eu tenho uma atração irreversível por um Hotohori carente, frágil e bem passivo e não consigo imaginá-lo de outra forma, tenho um bloqueio para isso. Perdoem-me aqueles que não gostaram. Quanto a Miko, eu tive uma simpatia por ela antes de conhecer realmente FY e por isso resolvi fazê-la assim, bem simpática.(por favor, não me joguem pedras ). Já Nuriko... bem . primeiramente eu a chamei de "ele", mas resolvi trocar, pois não consigo deixar de vê-la como uma mulher. Tem gente que acaba comigo porque eu faço Tamahome x Hotohori, quando a maioria faz Hotohori x Nuriko e o deixa o Tama com Nakago, mas eu não sei fazer isso... ainda não conseguir imaginar um situation com Hotohori e Nuriko, mas eu prometo tentar... ).
Então é isso. Espero que perdoem-me pelas falhas cometidas e por favor, please, onegai, comentem!
