Capítulo 4

PRIMEIRO BEIJO

Com o passar do tempo, a amizade entre Severo e Juliana vai se tornando cada dia mais estreita e sólida. Conversavam sobre tudo, o dia todo.

Como as aulas ainda não haviam começado, eles passavam todos os dias trabalhando juntos, ora nas estufas, ora nas masmorras. Era notória a mudança, mesmo que sutil, na personalidade de Severo. Tornara-se mais amistoso com os outros colegas. À noite, Severo e Juliana passavam horas a fio conversando sobre os mais variados assuntos. Juliana adorava contar sobre sua adolescência no Brasil

- Minha mãe sempre me deu liberdade. Eu sempre pude fazer de tudo, até porque, eu passava mais tempo na escola do que em casa, então, eu aprontava muito. Na escola então, eu aprontava ainda mais! Assim, eu sempre fui boa aluna, tirava altas notas e tudo mais, mas eu também gostava muito de matar algumas aulas para jogar quadribol, colocava bomba de bosta na sala lotada, azarava aquelas meninas mais quietinhas, colocava rabo de porco nos meninos, Merlin, como eu fui danada!! Hahaha...

Ao contrário de você, eu sempre fui "quietinho" e geralmente os meninos é que "zoavam" comigo, Jú.

Sabe, agora eu fiquei curiosa... que casa aqui de Hogwarts você acha que eu ficaria, Severo??

Pelo que eu pude perceber, você é uma pessoa muito inteligente, por isso,acho que você seria uma ótima Corvinal, o fato de você ser terrivelmente travessa, daria uma excelente Lufa-lufa. Quem da sua família tem parentesco bruxo?

Meu pai e minha mãe. Eles são... como se diz... hãã... puro-sangue. Eu sou de uma família totalmente bruxa, mas, porque??

Ahn.. já que a sua família é totalmente puro-sangue, só há uma casa em Hogwarts para você, Jú.

Nossa, que suspense todo é esse?? E que casa é essa?

Sonserina.

Ahn.. então eu estou na companhia da pessoa certa?

Presumo que sim- respondeu Severo rindo

Sabe, Severo, mesmo sendo rodeada de amigos, pra nenhum deles eu contei tanto da minha vida como pra você. Parece que nós estávamos pré-destinados um ao outro. Parece que nos conhecermos era o nosso destino. Você faria parte da minha vida e eu da sua antes mesmo de eu nascer. Incrível isso né?? Já teve essa impressão?

Poxa, parece que a professora Trelawney arrumou uma concorrente. Hahaha...

Porquê? Eu não gosto muito dessa coisa de Adivinhação. Definitivamente não é a minha área. – respondeu Juliana também rindo. Eu apenas disse isso, porque eu nunca tive tanta confiança numa pessoa como eu tenho em você, Severo. Nem mesmo com a minha mãe eu falei o que eu disse para você. Saiba, sr. Severo Snape, que ninguém, ninguém, sabe de várias coisas que você sabe sobre mim. Você pode até achar que são... como se diz no Brasil.... é... "detalhes sórdidos" e ridículos, mas são coisas que pra mim são extremamente importantes. É incrível como ainda tem gente que fala mal de você. Afinal, eles não conhecem o Severo que eu conheço, o cara legal, amigo, divertido, risonho. Sabe que você fica até mais bonito quando sorri?

Ora, Jú, eu? Bonito? Aonde? Olhe bem pra mim, o que há de bonito em um homem velho, carrancudo, ensebado e mal-humorado como eu? Eu não sou candidato a um romance como um príncipe. Tenho mais o estereótipo de vilão malvado.

Hahahahahahahaha.... até parece Severo!! – respondeu Juliana rindo dele.- Não se subestime. A sua beleza é selvagem, você É um cara charmoso. Essa sua voz, que deixa qualquer aluno com as calças na mão, é sibilante, macia, calma, mas, ao mesmo tempo potente, forte, intimidante. Eu preciso te confessar, a primeira vez que olhei pra você, Meu bom Merlin.... me perdi completamente nessa escuridão que são seus olhos, é um charme esse seu cabelo comprido caído no rosto, te dá um ar ainda mais misterioso.

Oleoso, ensebado, sujo, esse é o meu cabelo.

Ora Severo, não é de se estranhar que ele seja assim, afinal, você passa horas e horas trancado dentro dessa masmorra, cozinhando diversas poções. E sabe de uma coisa? O que te falta é um estímulo para se cuidar. Pois eu tenho certeza absoluta, que se você cuidar dos cabelos, cuidar da sua aparência, como dizem lá no Brasil, vai chover na tua horta. Você é um homem belo e atraente, Severo. Você é casado?- perguntou Juliana levantando da cadeira e indo na direção dele.

Não, eu definitivamente não sou casado.

Ahn... agora eu estou entendendo tudo... o que te falta, meu caro, é isso aqui.

E dizendo isso, Juliana tocou o rosto de Severo, enquanto sentava em seu colo, acariciando seus cabelos, e carinhosamente beijou sua boca. Como Snape aceitou o beijo, ela abriu a boca, procurando a língua dele, explorando, sentindo cada canto da boca dele, as línguas se encontrando, sensações novas chegavam a cada momento durante o beijo, ela, com as mãos acariciando a nuca, o cabelo, as costas. Ele, acariciando suas costas, sua cintura, subindo e descendo as mãos nas costas, explorando desde à nuca até a cintura de Juliana, sentindo o calor daquele corpo, sentindo a maciez daquela pele dourada pelo sol brasileiro. Ambos não queriam que aquele momento acabasse, que o tempo apenas parasse para que aquele beijo perdurasse por toda a eternidade, mas acabou.

Viu? – perguntou Juliana sorrindo – além de todas qualidades que você tem, seu beijo é extraordinariamente gostoso.

Jú, não acho que isto está certo. Somos completamente diferentes um do outro, eu sou bem mais velho que você, o que as pessoas vão falar de você, vão dizer que você.... que você..

Severo, não me interessa saber o que as pessoas vão falar ou deixar de falar. Eu quero viver a minha vida. A vida é cheia de momentos. E o que eu mais quero nesse momento é estar contigo. Dane-se o mundo. Eu vivo a minha vida. Agora, se VOCÊ se importa tanto com o que os outros vão dizer a ponto de não ser feliz por culpa deles, eu realmente não te conheço. Se você não quer estar comigo, se você acha que esse beijo, todas essas sensações foram um grande erro, nós paramos por aqui.

Não, Jú, claro que não foi um erro. Eu também quero muito estar ao seu lado, eu apenas pensei que você pudesse ter se enganado com esse beijo. Quero muito estar junto de você, fazê-la feliz. Você mexeu comigo como nenhuma outra mulher havia feito. Você conseguiu desmontar essa barreira que eu mesmo montei no meu coração.

Enquanto dizia, Severo puxou Juliana para junto de si, beijando-lhe apaixonadamente.

Muito bem, srta. Rodrigues, a conversa está excelente, mas, já são 03:45h da manhã, e apesar de parecer, eu não sou um morcego. Realmente eu preciso dormir um pouco.

Nossa, isso seria um "sai da minha masmorra que eu quero dormir" bem educado??

É, pode-se dizer que sim. Boa noite Jú.

Então tá né.. fazer o quê? Boa noite.

E se despediram com um longo e apaixonado beijo, e cada um foi para sua masmorra.

CAPÍTULO 5 MUITOS PORQUÊS, NENHUMA RESPOSTA VÁLIDA.
Sentado ao pé da lareira, sozinho, no tapete, Severo pensava em Mariana, na resposta da sra. Mill, que realmente gostaria que já estivesse à caminho, em tudo que fizera durante todos esses anos, pensava em Juliana, como pudera aquela linda jovem apaixonar-se por ele? E como ele, o famoso comensal conhecido de sem coração, incapaz de sentir alguma coisa, como ele pudera apaixonar-se da mesma maneira e com tal intensidade? Porque não pudera simplesmente dizer não, renegar a amizade de Juliana, tratá-la como mais uma colega de trabalho, intimidades, conversas, piadas, risos, porquê? Porque deixara-se envolver pelo carisma, a alegria e a beleza daquela linda jovem? Voltando no tempo, porque simplesmente não cumprira o que seu mestre o havia mandado fazer? Seria muito mais fácil apenas matar aquela família, acabar com eles. Porque deixara que fossem embora? Levando sua futura esposa junto? E agora, depois de tantos anos, porque Melanie não lhe respondia às cartas? Porque não lhe dava mais notícias da linda Mariana? Quantas fotos dela pequena não havia recebido? Diversas. Com tantos porquês na mente, Severo adormecera no tapete mesmo.

Em outra masmorra, outra pessoa também tinha vários porquês a serem respondidos. Porque mamãe nunca lhe dissera o nome do tal marido? Porque perturbá-la com essa maldita história de casamento arranjado? Desde que se conhecia por gente já tinha um marido. Porquê? Apenas para satisfazer a vontade de papai? Aquele velho louco a quem mamãe sempre disse amém! E esse misterioso marido? Porque nunca vira conhecê-la? Porque jamais se apresentou? Porque nunca quizera conhecer como era sua vida? Nunca lhe mandara nenhum sinal de vida. Nenhum contato, uma palavra, uma carta, um gesto, nada. Porque sempre se mantivera afastado? E agora? Porque mamãe insistiu tanto para que viesse para a Inglaterra? Porque obrigara me a voltar, a ministrar aulas em Hogwarts? Porque tantos segredos com Dumbledore? E porque até Dumbledore, seu padrinho, até ele lhe esconde as coisas? Porque lhe obrigara a mudar de nome? Sempre quis chegar a Hogwarts e dizer seu verdade a todos. Mas, se seu padrinho mandou fazer, não iria questioná-lo. Sempre soube que podia confiar no padrinho.


continua... by Regine Manzato


Regine se esconde das pedras:: CALMA CALMA!!!! pessoal, desculpa a demora.... é que eu fiquei sem net em casa...

Thata, valeu por tentar postar pra mim!!! Andrea, valeu por estar sempre me combrando os capítulos!! você é quem mais me incentiva a continuar a fic!!! Lailla, realmente Merlin foi muito bom com ela por causa do stress do Severo!! huahuhauhaua bjão pra todos!!!!