Capítulo 6

A RESPOSTA DA SENHORA MILL.

Com o início do ano letivo, Severo e Juliana passaram a se ver somente nas horas das refeições e à noite, quando podiam, enfim, ficarem juntos, sentados em frente à lareira namorando, contando como foi o dia de cada um, Juliana lhe contava que muitos alunos do 7º ano passavam cantadas nela, deixando Severo louco de ciúmes, e Severo contava todos os casos de alunos que se atrapalhavam, erravam suas poções, trocavam ingredientes e deixavam seu limite de paciência ainda mais baixo.

Todos os dias no café da manhã, Severo observava e intimidava os alunos com seu olhar assassino. Apesar de ter realmente mudado um pouco seu jeito recluso de ser, durante as refeições, Severo continuava o mesmo com os colegas, trocava no máximo dois ou três minutos de conversa com eles e voltava para o seu mundo fechado. Nem mesmo Juliana tinha permissão para conversar com ele pela manhã. Num desses cafés, ouviu-se de repente o barulho de asas e automaticamente os alunos olhavam para o alto, à espera de sua correspondência. Poucos no salão principal não recebiam freqüentemente correspondências. Severo era um desses. Por isso, quando sua coruja negra, Bonner, pousou à sua frente, Severo se espantou e ao mesmo agradeceu a Merlin. Ele trazia uma grossa carta amarrada à sua pata. Como de costume, Severo não abria sua correspondência de manhã, mesmo que esta fosse tão importante quanto esta carta era, pois não gostava de se desconcentrar para as aulas. Por isso, desamarrou a carta da pata de Bonner, deu um pedaço de queijo para a coruja a o mandou voltar à masmorra, onde normalmente ficava. Juliana, não estava à mesa na hora que o correio chegou, por isso não viu que Severo havia recebido uma carta. Como só tinha aulas até a hora do almoço, e sabia que Severo assim também as teria, resolveu falar com ele para irem até Hogsmeade para passearem. Quando chegou na mesa dos professores, e se sentou ao lado de Severo, alguns alunos começam a comentar que a bela professora de Herbologia tinha amizade com o professor Morcegão. Severo adorara a idéia de passarem a tarde em Hogsmeade. Na hora do almoço, o casal estava combinando o que fariam no vilarejo. Agora, todos os alunos tinham realmente a impressão de que algo estranho havia entre a amizade de Severo e Juliana. Não só os alunos mas também os próprios professores. Para desespero da professora Trelaynew e do assistente de Severo, Issac Richardson. Depois do almoço, Severo e Juliana esperaram toda a escola voltar à calmaria relativa que era o início das aulas vespertinas para saírem juntos. No vilarejo, Juliana fazia Severo entrar em cada loja, experimentar cada peça que escolhia, escolher os modelos de roupas que ela escolhia para ela mesma, escolhia vááários modelos e levava apenas um ou dois, o que deixava Severo irritadíssimo. Depois de muitas horas escolhendo roupas, impaciências, irritações, beijinhos e pedidos de desculpas, duas casquinhas de sorvete e mais beijinhos, Juliana e Severo voltaram ao castelo ao anoitecer. Todos os alunos já estavam em seus dormitórios, e somente os professores e elfos estavam à solta no castelo. Voltavam de mãos dadas e conversando animadamente. Quando estavam chegando ao corredor que levava às masmorras, encontram o professor Dumbledore esperando por eles. Com o encontro inusitado, Severo perdera totalmente o jeito e a fala. Enquanto caminhava ao encontro deles, Dumbledore falava:

-Que bom vê-los juntos minhas crianças! Me alegra muito em saber que estão felizes. Juliana, minha querida menina, apenas lhe peço que cuide muito bem de Severo, ele é quase um filho para mim. Severo, não sabes como me alegra em te ver em tal companhia, mereces toda a felicidade, meu filho. Parabéns aos dois. Mas devo informá-los, de que toda a escola já comenta sobre vocês, meus queridos.

-Sim Alvo, nós percebemos na hora do almoço que nos deixamos empolgar e acabamos nos exaltando àquele ponto.- respondeu Severo recobrando um pouco de sua habitual calma e concentração. – obrigado por sua compreensão.

-Minhas crianças, Boa noite, e juízo hein?!- despediu-se Dumbledore brincando com o casal.- ainda não estou pronto para ser padrinho de um pequeno bruxinho, ou bruxinha.

Sorrindo com a brincadeira, responderam:

-Boa noite, Alvo – responderam Juliana e Severo em uníssono.

Chegando na masmorra de Juliana, os dois guardaram todas as roupas que Juliana havia comprado e foram sentar-se em frente à lareira.

-Severo, adorei a tarde, foi maravilhosa, só o seu nervosismo que... hãã... deixa pra lá vai.... o dia foi ótimo!! Adorei .- agradeceu Juliana enchendo Severo de beijos.

-Jú, o problema não é a minha falta de paciência, mas você desmontava metade da loja e só comprava um ou dois itens. Mas, vamos mudar de assunto. Lembra-se que você estava na décima loja de vestidos, que eu dei uma rápida sumida??

-Claro que eu lembro, fiquei super preocupada. Afinal, aonde você tinha ido?

-Eu estava à procura de um presente para você, meu amor, quando eu foi completamente fisgado pela beleza disso aqui.

E tirou do bolso do casaco um estojo verde-esmeralda de veludo com as letras JR em gravadas em prateado.

-Isto, meu amor, é especialmente para você.

-Severo!! Por Merlin!! O que é isso? –perguntou Juliana extasiada.

-É um conjunto - abrindo o estojo e mostrando à ela. Dentro do estojo havia um colar de esmeraldas com brincos e um anel lindíssimo com a mesma pedra. - eu achei que ficaria perfeito em você, meu amor, o verde, contrastando com o azul dos seus olhos. Será que eu acertei?

-Meu amor, isso deve ter lhe custado uma fortuna!

-Não me interessa o preço, o que eu quero é ver você ainda mais linda, posso?- perguntou tirando o colar do estojo para colocar no pescoço dela.

-Claro que sim!

-Olha só! Acertei no alvo! O verde da pedra contrastando com o azul dos seus olhos, lindo, perfeito, maravilhoso! É para você com todo o meu amor. – disse Severo, beijando Juliana.

-Mas, é bom nós pararmos por aqui. Afinal, mesmo amanhã sendo Sábado, eu ainda tenho muitos trabalhos e redações para corrigir.

-Ah! Severo, fica por favor! Vamos aproveitar mais um pouco!

-Não dá, Jú. Depois. Boa noite.

-Ah... tá bom vai!...- respondeu Juliana conformada. Boa noite e até amanhã.

Sentado em frente na sua mesa, Severo tira a carta que havia guardado no bolso na hora do café da manhã.

Caro Sr. Snape, desculpe-me não ter respondido à todas as outras cartas que o Sr. me enviou, foi pura indulgência minha, não há argumentos de minha parte para tais atos. Sua carta referia-se sobre Mariana, hoje ela está com vinte anos, mas não está aqui junto a nós. Ela voltou para o Reino Unido. Sim, ela está aí e está a sua procura. Gostaria de lhe agradecer por todos esses anos de ajuda e preocupação, sei que deve estar ansioso para conhecê-la, por isso, lhe envio junto a esta carta, a última foto que tiramos com ela. Nesta, ela está com quinze anos, e desde esta data, eu não a vejo pessoalmente, apenas por cartas. Muito obrigado mais uma vez pela atenção,

Melanie Stuart Mill.

Mariana estava a sua procura. Estava de volta à Inglaterra. E agora? Como encontrá-la? Como encontrar aquela que lhe fora prometida? E Juliana? O que faria? Como contar que iria se casar com outra mulher? Porque Mariana não voltara antes? Como chegar até ela e simplesmente lhe dizer: "eu sou o homem que sua mãe prometeu que você iria se casar" que tipo de crápula sem caráter seria se fizesse isso? Não era de sua natureza esse tipo de comportamento. Não poderia fazer isso com a pobre moça. E também não poderia fazer isso com a doce Juliana.

Com todas essas dúvidas, Severo dormiu muito pouco durante essa noite e nos poucos momentos que dormiu, teve pesadelos.