Capítulo X

Acordou no outro dia muito tarde. Levantou-se da cama e olhou-se no espelho. Estava acabada. Lavou o rosto e depois de muito tempo pôde ver seu rosto de sempre no espelho. Sentou-se na escrivaninha e pegou o velho diário, abriu numa página em branco e escreveu:

A Cinderela voltará a ser gata borralheira, com seus cabelos ruivos de sempre e as roupas de antes.

Fechou o diário e olhou-se de novo no espelho do banheiro. Estava ruiva, como antes. Foi até o guarda-roupa e procurou as roupas que a "fada" tinha dado a ela, não tinha mais nenhuma lá.

Enfim voltou para o banheiro e tomou banho demoradamente, não tinha pressa nenhuma, afinal não tinha que trabalhar, só ia ao Ministério pegar as coisas que ainda estavam lá.

Quando desceu para tomar o café já estava perto do almoço, procurou pela mãe e a encontrou na cozinha.

"Bom dia, mamãe."

"Bom dia, filha. Não vai trabalhar hoje?"

"Vou, quer dizer...mamãe...eu...bem..."- disse olhando os próprios pés.

"O que foi? Não vai me dizer que agora tem que raspar a cabeça? Ou fazer uma tatuagem?"

"Não, mamãe! É que eu pedi transferência para o Ministério da Suécia."

"O QUÊ?"

"Calma, mamãe. É temporário, em breve eu volto."

"Como você faz isso com sua mãe? Já não basta o Gui, o Carlinhos, os gêmeos vivendo em outros países?"

"Mamãe, é para o meu bem. Se a senhora quer me ver feliz, deixe-me ir, sem reclamações. Eu preciso desse tempo longe."

Molly a olhou e não falou mais, voltou para os seus afazeres e Ginny disse:

"Tudo bem, tenho que ir ao Ministério. De noite a gente conversa, ok?"

Quando chegou no Ministério recebeu os cumprimentos de várias pessoas, muitas que nem conhecia, parabenizando-a pelo desempenho na missão. Depois de muito tempo conseguiu chegar na sala em que trabalhava e encontrou as amigas cochichando, como sempre:

"Vocês só sabem fazer isso?"

"Ah, Ginny! Não fala isso! Quase que a gente perde nosso emprego, mas o Malfoy resolveu nos readmitir."- disse Rafaela.

"Ah é? O que deu nele? Não é típico de Malfoy reconsiderar..."

"Não sei...talvez ele queira que você fique também..."- falou Vanessa

"Nem que ele me pedisse de joelhos."

"Ginny, a Hermione quer falar com você."- disse Anderson entrando na sala.

"O que ela quer?"

"Não sei, ela apenas mandou eu te chamar."

"Ok. Volto já."- disse Ginny indo para a sala de Hermione.

Bateu na porta e um tempo depois, Hermione disse:

"Entre."

"O Anderson disse que você queria falar comigo."- falou Ginny entrando na sala.

"Sim, sente-se, Gi."- falou Hermione indicando a cadeira de frente a ela.

"E então?"

"Bem, eu recebi esse pedido de transferência ontem."- disse Hermione.

"Sim..."

"Você quer ir para a Suécia. Agora, o que eu quero saber é por quê."

"São problemas pessoais, Hermione..."

"Pessoais? E eu não posso saber? Não sou mais sua amiga?"

"Claro que você é minha amiga, mas esse problema é tão pessoal que não posso dizer a ninguém."- disse Ginny

Hermione a olhou durante alguns segundos, até dizer:

"Tudo bem, mas você entregou o pedido de transferência no lugar errado. Isso não é comigo. É com o seu chefe, Draco Malfoy."

"Ah não, não diz isso!"- disse Ginny com voz de quem ia chorar em cinco segundos.

"É a verdade, Gi. Tome, leve isso ao Malfoy. E boa sorte na Suécia."- disse entregando os papéis para Ginny.

Ginny saiu da sala da amiga e foi direto para a sala do Chefe, bateu na porta e ouviu a voz de Draco:

"Entre."

"Malfoy, vim entregar meus papéis de transferência."- disse estendendo os papéis para ele.

"Bom dia para você também, Weasley."

"Malfoy, não enche. Pega logo esses papéis."

"Para que a pressa? Sente-se aí."

"Olha, vou deixar aqui, ta? Depois você olha."- disse virando-se para a porta.

"Espera, Weasley, eu preciso falar com você."

"Malfoy, nós não temos mais nada para conversar, ok?"- disse enfim saindo

Voltou para a sala que dividia com os amigos.

"Então, o que a Hermione queria?"- disse Vanessa

"Dizer que meu pedido de transferência tinha que ser entregue ao Malfoy."

"E aí?"- falou Rafaela animada

"E aí que entreguei e vim embora."

"Ginny, você vai deixar que sua teimosia e seu orgulho a impeça de ser feliz?"- falou Vanessa.

"Não sei do que você está falando. Agora, com licença, tenho que arrumar minhas coisas."- disse encerrando o assunto.

Guardou as coisas em uma caixa e depois de muito tempo (não tinha muitas coisas lá, mas guardou tudo em câmera lenta porque estava triste por ter de deixar o Ministério) terminou.

"Já vou, amigos. Não pensem que eu não vou querer que escrevam só por que estou em outro país. Quero cartas todos os dias."- disse quase chorando.

"Eu te odeio."- falou Vanessa com os olhos cheios de lágrimas.

"Tudo bem, amiga, mas não minta, ok?"- disse abraçando a garota e chorando junto com ela.

Em seguida despediu-se de Rafaela e Anderson e disse:

"E vocês, quando resolverem se acertar, me convidem para o casamento, por favor."

Os dois fingiram não ouvir e saíram de fininho.

"Ginny, por que você não vai lá em casa hoje?"- disse Vanessa- "Vamos fazer uma despedida, só eu, você e o casalzinho."- disse rindo.

"Tudo bem, mas só nós, hein?"

"Claro, querida!"

Ginny saiu e Vanessa pegou um pergaminho que estava embaixo de um livro. Pegou a pena e fez um "X" onde tinha escrito:

"Convidar Ginny para festa."

"Dizer que a festa é particular."

Olhou para o pergaminho e viu a próxima coisa a ser feita:

"Convidar o Malfoy."

Seria mais difícil, mas conseguiria. E ou eles se entendiam dessa vez ou eles se entendiam dessa vez.

!D/G!

Escutou uma batida na porta e disse:

"Entre."

Não era quem ele esperava...

"Malfoy, quero falar com você."- disse Vanessa se sentando.

"Neubaner, eu não tenho nada para falar. Com ninguém."- disse.

"Comigo pode não ter, mas você sabe que tem a falar com a Ginny. Não vou me meter, quer dizer, mais ou menos. Hoje, lá em casa, vou fazer uma reunião de despedida para a Gi e você está convidado."

"E quem disse que eu vou?"

"Não precisa dizer. Eu sei que você vai. Está aqui o endereço."- disse entregando um pedaço de pergaminho e saindo logo em seguida.

Draco olhou o papel e pensou se deveria ou não ir. Ginny o odiava, então para quê ir? Não, não iria, ficaria em casa, era o melhor que tinha a fazer.

!D/G!

Ginny chegou em casa e foi para o quarto. Jogou as coisas no chão e foi até o guarda roupa atrás de uma roupa descente. Olhou tudo, mas não tinha nenhuma. Teria que recorrer à fada madrinha. Foi até a escrivaninha e escreveu:

Quando eu abrir o guarda-roupa outra vez, vou encontrar um vestido de festa e sapatos também!

Fechou o diário e foi até o móvel. Abriu-o e encontrou um vestido longo de cor rosa claro e um sapato da mesma cor.

Pronto, já tinha roupa, agora poderia descansar um pouco antes de ir. Deitou-se na cama e deixou o corpo relaxar.

!D/G!

"Ginny!"- disse a voz

Nada.

"GIIIIIINNYYYYYYYYYYYYYY!"- gritou a voz.

"O quê é?"- falou se sentando na cama.

"Vamos nos arrumar, amiga!"- disse Vanessa puxando-a pelo braço.

"O quê? Por que você está aqui e não lá na sua casa?"

"Porque tenho que te deixar linda! Você já é, mas vai ficar muuuito mais!"- disse puxando Ginny para o banheiro.

"Nessa, para quê tudo isso? É só uma reunião, não é?"- disse sonolenta.

"É, mas você tem que arrasar!"- disse Vanessa

"E quem ficou lá na sua casa?"

"A Rafa e o Andy, deixei os pombinhos a sós."- falou rindo.

Ginny enfim acordou e Vanessa pôde fazer seu trabalho. Horas depois, Ginny estava arrumada e o mínimo que se podia dizer é que ela estava linda.

As duas partiram para a casa de Vanessa e Ginny não pôde acreditar quando viu a casa cheia de gente.

"Vanessa, explique-se."- disse apontando para a multidão que dançava alegremente na sala da Mansão.

"Ginny, não estou ouvindo. Vou me arrumar. Divirta-se, amiga."- disse Vanessa saindo (quase) correndo.

A garota tentou dançar também, mas não estava "no clima". Procurou por Anderson e Rafaela, encontrou os dois, mas não quis interromper o que eles estavam fazendo. A última coisa que queria era segurar vela.

Andou mais um pouco e encontrou a última pessoa que esperava encontrar:

"Rony?"

"Oi, maninha."

"O que você está fazendo aqui?"

"A Vanessa me convidou."

"Como assim?"

"Ela foi lá em casa falar com você, nós conversamos um pouco e ela me convidou para a festa. Legal, né? Você sabe dizer se ela tem namorado?"

"Não tem."

"Que bom."- disse Rony muito feliz

Ginny o olhou com raiva e saiu. Não ia ficar no meio daqueles loucos. E pensar que aquilo era uma festa de despedida para ela. Ridículos. Andou pelo jardim da Mansão, olhou para uma árvore e viu um balanço. Sempre adorou balanços, por isso foi até lá e sentou-se. Empurrou um pouco com os pés e depois parou.

Relembrou o último mês com Draco e sentiu uma tristeza tomar conta de si. Chorou um pouco até ouvir passos vindo em direção a ela. Devia ser Vanessa. Limpou as lágrimas e continuou virada. Até que sentiu alguém respirando próximo ao seu ouvido.

!D/G!

Draco chegou em casa, sentou-se em uma poltrona e olhou, pela milésima vez, o pedaço de pergaminho que Vanessa tinha lhe dado. Se fosse, não perderia nada, o mínimo que podia ouvir era um não. Mas se não fosse? Teria perdido a última oportunidade de viver o que estava sentindo. Era melhor dizer que tinha tentando, não é?

Olhou o relógio e viu que ainda dava tempo. Levantou-se e foi para a tal festa.

Achou o endereço facilmente o difícil foi achar Ginny no meio de todas aquelas pessoas. Depois de ter andado por toda a casa, olhou no jardim e a encontrou sentada no balanço.

Aproximou-se lentamente e disse, sussurrando no ouvido dela:

"Oi."

!D/G!

"Oi."- ouviu a voz de Draco.

Virou-se assustada e disse:

"O que faz aqui?"

"A Neubaner me convidou."

"Eu não acredito! E por que você veio?"- disse com raiva

"Porque eu tenho que falar com você."

"Mas eu não quero falar com você."- disse se virando.

"Weasley, eu não vim aqui à toa."- disse ficando de frente para Ginny

"Não vou ouvir."- disse colocando as mãos nos ouvidos.

Draco puxou as mãos dela e as segurou com força.

"Weasley, não seja infantil."

"Solta Malfoy. Está me machucando, vou ficar marcada e você vai ver. Vou dizer que você me assediou e depois me bateu."

"Diga, Weasley. Fale o que quiser, eu não ligo, ok?"- disse Draco sem soltar o braços da garota

Ginny não falou nada e Draco continuou:

"Hoje eu tentei falar, mas você não quis ouvir. Por isso, apenas escute e depois, se quiser, me mate, ok?"- a garota não respondeu e Draco continuou-"Tudo começou no maldito dia que eu resolvi voltar para cá, eu poderia muito bem ter continuado na Irlanda, eu gostava de lá, não tinha amigos, não tinha ninguém e isso me fazia feliz. As coisas por aqui não são diferentes, mas agora eu tenho isso que me deixa atormentado, só de pensar que estou sentindo. Pedi ao meu padrinho, Severo, para dar um jeito de eu ser transferido. Consegui. Pensei que as coisas seriam como antes, mas agora eu vejo que errei muito. Nunca devia ter saído da Irlanda. E você, Weasley, pode se perguntar o porquê, não é?"- Ginny concordou e ele continuou- "Porque eu te conheci e a partir do momento que eu coloquei os pés naquela sala de reunião eu quis voltar para a minha vida de antes, eu sabia que daquele momento em diante tudo mudaria. Por causa de você."

"Agora eu sou a culpada dos seus problemas mentais?"- disse Ginny quase chorando.

"Não, a sua única culpa é me fazer sentir assim."

"Assim como?"- falou Ginny

"Assim...bobo...apaixonado..."- falou Draco sem jeito.

"Quê?"- falou Ginny

"Sim...apaixonado...eu diria que é mais do que isso...eu acho que eu te amo."- falou Draco baixando os olhos.

Ginny o olhou e tentou ver algum traço de ironia, não achou. Então lembrou do que tinha escrito no pergaminho que engolira no dia anterior:

"E por um dia eu desejo que o Draco não minta para mim, me fale só a verdade..."

Então...talvez fosse verdade...

"Draco, eu...eu não sei como acreditar nisso. Você me humilhou durante esse tempo."

"Eu sei, Ginevra, mas eu não queria dizer isso. Era uma forma que eu encontrava de me defender..."

"Não sei, Draco..."- disse Ginny desviando o olhar.

"Tudo bem."- disse Draco se levantando e estendendo a mão para Ginny- "Eu vou fazer uma coisa que Malfoys nunca fariam em sã consciência, por isso, aproveite."

Ginny aceitou a mão que ele estendia e perguntou:

"O que você vai fazer?"

"Você quer dançar comigo?"

"Alô? Malfoy não tem musica aqui."- disse rindo.

"Eu dou um jeito nisso."- disse Draco a enlaçando pela cintura.

Ginny riu um pouco e decidiu contribuir com a loucura de Draco. Colocou os braços em volta do pescoço dele e o ouviu cantar, em uma voz lenta, próximo ao seu ouvido:

"Can this be true?

Tell me can this be real?

How can I put into words what I feel?

My life was complete

I thought I was whole

Why do I feel like I'm losing control?

Never thought that love could feel like this

And you changed my world with just one kiss

How can it be that right here with me?

Theres an angel It's a miracle"

Draco parou um pouco e Ginny sentiu arrepios pelo corpo todo.

"Your love is like a river

Peaceful and deep

Your soul is like a secret that I never could keep

When I look into your eyes

I know that its true,

God must have spent a little more time on you"

O rapaz fez mais uma pausa e Ginny sentiu o corpo tremer, nao podia acreditar que logo ele estava fazendo isso.

"In all of creations all things great and small

You are the one that surpasses them all

More precious than any diamond or pearl

They broke the mold when you came in this world

And I'm trying hard to figure out

Just how I ever did without

The warmth of your smile

The heart of a child

That's deep inside

Makes me purified"

Ginny apertou mais o abraço e Draco continuou:

"Never thought that love could feel like this

And you changed my world with just one kiss

How can it be that right here with me?

Theres an angel It's a miracle

Your love is like a river

Peaceful and deep

Your soul is like a secret that I never could keep

When I look into your eyes

I know that it's true,

God must have spent a little more time… … on you" Quando Draco disse a última palavra Ginny estava com o rosto molhado pelas lágrimas.

"O que foi? Eu canto mal?"- disse Draco olhando para ela e rindo nervosamente.

"Não, eu apenas fiquei feliz. Foi lindo."- disse sorrindo.

Draco aproximou-se do rosto de Ginny e foi dando pequenos beijos nos locais em que as lágrimas tinham passado. Parou quando ia beija-la na boca. Ficaram se olhando por um tempo, até que sem agüentar mais Ginny juntou os lábios num beijo.

Nota da Autora: Oien! Gente! Esse não é o último capítulo! Eeeee! Vcs não gostaram? Queria que fosse o último para não me aturarem mais? Snif...hahahaha...(louca, ri e chora ao mesmo tempo), weeell...o próximo é o ultimo! Hihihi!Prometo!

Se tiver mais de 20 reviews tem NC...hohohoho...começando a ficar exigente...

Gente, a musica é God Must Have Spent a Little More time On You, do N Sync...hihihi...a tradução, se quiserem, coloco no próximo capítulo! Nao achei nenhuma tradução digna... :(

Agradecimentos (de quem não tinha email)

LariMalfoy: Oie! Nem demorei, está aqui o capítulo! Hihi! Espero que tenha gostado! Beijos!

Naty: Oiiie! Minha fic boa? Ah...obrigada...hihihihi! Espero que continue achando isso! Beijos!

Meliane Snape: Oiee! Que bom que gostou do cap! Continua lendo! Beijos!

Helo: Oiii:0) Obrigada pela review! Continua lendo! Beijões!

Miaka: Oieeee:o) Continua lendo! Obrigada pela review! Beijos!

Então, é isso...20 reviews, hein...hahahahahaha

Beijos!

Manu Black