Disclamer: Saint Seiya não me pertence e esta fic não tem fins lucrativos.
Comentários da Autora: Gostaria de agradecer a todos que estão lendo e acompanhando esta fic, um agradecimento especial para aqueles que mandaram reviews e comentários.
O confronto
Ao encontrar Mu, Shaka corre até ele, ajoelha-se e segura o corpo adormecido de Mu em seu colo. Nada fala além do chamado desesperado. Acaricia os sedosos cabelos lavanda. Ainda silenciosamente tira o manto que tinha sobre o sari e cobre a nudez de Mu. Olha as doze casas com rancor. Havia entregue sua juventude, sua vida e agora que encontrava a felicidade ela era novamente arrancada de si. Não importava quem ou o quê havia feito aquilo com Mu, iria pagar caro, muito caro.
Levantou-se com Mu em seu colo e começou a subir as escadarias. Os cavaleiros que guardavam as casas de Touro, Câncer, Gêmeos e Leão olharam curiosos para a cena. Shaka subindo as escadas com Mu adormecido enrolado apenas em manto em seu colo, Shun e Hyoga silenciosamente atrás. Mu estaria morto? Apesar da curiosidade nenhum deles teve coragem de emitir um único som. Nada. Apenas respeitoso silêncio.
Shaka depositou Mu com suavidade em sua cama, acendeu um incenso de sândalo e saiu do aposento. Shun e Hyoga esperavam ansiosamente pelas decisões de Shaka, mas respeitavam seu momento e sua dor, aguardando no salão da casa de Virgem.
- Shun, Hyoga, comuniquem a Athenas de minha chegada e de Mu. Digam a ela que solicito sua presença em minha casa.
- Mestre, Mu está ... – Shun não sabia como obter a resposta crucial.
- Morto? Não! Meu amado está apenas adormecido, enfeitiçado.
- Por Zeus! Sabe como desfazer o feitiço, Shaka?
- Creio ser apenas uma questão de tempo, Hyoga. Só não faço idéia de como ele irá acordar. Por favor, façam o que eu pedi.
Shun e Hyoga retiram-se sem mais demora em direção ao templo do mestre levando o recado de Shaka. Estavam apreensivos, o que poderia estar ocorrendo afinal? Shun, enquanto subia as escadas pensava nas lutas passadas. Nunca vira um poder assim, pois Mu Não parecia ter lutado. O que derrubaria um cavaleiro forte como ele sem luta? E por que ele não havia sido morto? Lembrou-se de Kamus. Ele havia dito que tinha uma sensação de que ainda haviam segredos e Shun agora, mais que nunca, tinha certeza absoluta disso. Sacudiu a cabeça e balançou os cachos verdes tentando espantar os pensamentos funestos. Tudo seria esclarecido em seu devido tempo. Assim seria.
Saori recebe o recado de Shun e desce as escadas em uma correria desabalada. Então era tudo verdade. Chagou ofegante a casa de Virgem entrando atabalhoadamente.
- Pode ficar tranqüila, Athenas. Mu está fisicamente bem e ainda adormecido. Temos muito tempo para conversar. Sente-se. Aceita um chá?
Saori senta-se em uma almofada indicada por Shaka e aceita o chá com um aceno de cabeça. Precisava de tempo para regularizar a respiração e tentar ordenar um pouco as idéias.
- Shaka, desculpe-me. Preciso contar-lhe o que está acontecendo.
- Poupe seu fôlego. Já sei o que está acontecendo.
- Shun...
- Por favor, Saori, chega! Eu sei que és Athenas, que devemos a você toda lealdade e obediência, porém, se ele nada me contasse, eu não viria. Vamos deixar hierarquias e ordens fora dessa casa.
- Shaka! Eu tive meus motivos para ordenar o que ordenei. Eu queria evitar exatamente este rancor, este ódio que posso claramente ver que está dominando seu coração.
- De que maneira Saori? – Shaka perde o controle e grita. – Como eu poderia perdoá-la se tirou Mu de mim? Que loucura é essa? Que segredos são esses? Por que eu? Que merda!
- Se você me ouvir talvez consiga entender.
- Não creio, mas vá em frente.
- Shaka, o que você sabe a respeito das "Entidades da Floresta Sangrenta" ?
- Por Buda! São eles?
- Sim.
- Mu... um lemuriano... – Shaka se cala, fecha novamente os olhos, que foram abertos no momento do desespero. – Entendo, mas, porra, porque diabos não me disse nada?
- Eu não tinha certeza. Mu tinha ido com ordens apenas de se certificar. Precisava saber se eram realmente eles. Se fossem, como podemos agora ver que são, ele seria o único que não correria risco de morte.
- E o Shion?
- Deve estar chegando a qualquer momento.
- Então essa história de mandar eu e Máscara foi um engodo?
- Sim, eu precisava ganhar tempo.
- Você está se mostrando uma boa estrategista.
- Tenho bons mestres. Mas estou sofrendo muito. Tem idéia do quanto já sofri e já me culpei pelo que fiz a você? Por favor, Shaka, quando tudo ficar bem não culpe Mu. Se ele tivesse contado a você, você o deixaria ir sozinho?
- Logicamente que não! – depois de responder Shaka calou-se, olhou para Saori e começou a rir – Mu está me conhecendo bem demais. Mas agora ele está enfeitiçado e até que ele acorde não temos como saber o que aconteceu.
De repente ambos ouvem um barulho vindo do quarto de Shaka, correm para o aposento e encontram um abajur quebrado no chão e um Mu assustado debaixo da coberta.
- Mu, você está bem?
- Desculpe foi sem querer!
- Claro, eu sei meu querido. Só quero saber se você está bem.
- Estou tio. Onde eu estou? Quem é você? E aquela tia bonita ali, quem é?
- Tio! Tia! Mu o que aconteceu com você?
- Comigo? Eu to com fome, tio! E To com frio também. Vem brincar comigo? – um começa a bater palmas e brincar com os próprios dedos.
Shaka fica olhando para seu companheiro de lutas e de vida reduzido a uma criança sem entender absolutamente nada. Saori não resiste e começa a rir.
- Saori quer ficar quieta! Você não percebe o tamanho do problema?
- Claro, Shaka, mas ele não é uma gracinha?
- Saori!
- Tio, me dá comida! – Mu levanta-se sem se importar com a própria nudez e começa a puxar o cabelo de Shaka pedindo comida.
- Mu, comporte-se! Vá colocar uma roupa enquanto preparo algo para comermos. Você me ouviu?
- Sim, Tio, já vou. Onde tem roupa pra mim?
Shaka entrega um sari para Um vestir e vai para cozinha preparar alguma refeição para o "pequeno" Mu.
- Ninguém merece isso, Buda, me perdoe, devo ter feito algo muito errado para merecer um castigo desse. Tudo está errado! Tudo está dando muito errado. Uma deusa adolescente que começa a despertar a divindade e se acha a "estrategista", um bando de entidades sanguinárias e malucas a solta, aquele que poderia controlá-las reduzido a um bebê e o outro sumido no mundo... o que mais poderia me acontecer?
Mal termina de falar, Shaka esbarra na xícara de chá que havia aprontado para si que cai no chão espatifando-se e espirrando líquido fervente em suas pernas.
- Pronto, espero que agora não falte mais nada...
- Tio Shaka, onde tem banheiro? – Entra Mu torcendo as pernas.
- Venha, Muzinho, vou te levar lá... – não deu tempo, Mu deixa escapar aquele jato de urina por toda a cozinha.
- Argh! Merda! Merda! Merda! Maldita hora que fui ouvir o Shun. – mal acaba de praguejar, tem uma idéia – Shunzinho meu discípulo querido, vamos ver se você conseguiu desenvolver sua serenidade, hehehehe, Venha Mu vamos tomar um banho.
Shaka dá banho em Mu, tarefa que não foi muito complicada por conhecer bem aquele corpo, e depois dá a ele uma nova roupa, limpa.
- Venha Mu, quero te apresentar o Tio Shun, ele vai brincar um pouco com você.
- Eu não quero sair... – Mu faz beiço e ameaça um choro.
- Mu de Jamiel! Não seja mal-criado, venha! – Shaka leva Mu em direção ao templo do mestre onde os bronzeados estão hospedados.
Pelo menos lá tem o pangaré, ops, o Pégasus, que deve ter a mesma idade que o Mu tem agora, acho que vão se dar bem. Pobre Shun e Shiryu, vão ter mais uma criança para tomarem conta. Shaka, meu velho, hoje você está demais, mas também depois de tudo que aconteceu, eu bem que mereço uma boa noite de sono.
Ao chegar ao templo do mestre, depois de driblar a curiosidade de todos, Shaka encontra Shion que havia acabo de chegar ao Santuário.
- Shaka, Mu, fico feliz ao ver que estão bem.
- Tio, quem é esse com essas pintas esquisitas?
- Se eu fosse você, Shion, não ficaria tão feliz...
- O que está acontecendo por aqui?
- É uma longa história... uma longa história...
