Capítulo 4 – Prunus Persica
Era tão excitante e tão sensual, e James ficava orgulhoso ao acompanhar a reação de Severus a cada peça de roupa que ele tirava. Seu instinto dizia para tirá-las o mais rápido possível e expor-se todinho a Severus, como ele pedira. Mas uma inspiração lhe dizia para fazer devagar, pois aquilo seria mais agradável a Severus. Tudo indicava que a tal inspiração estava correta.
Olhos negros brilhantes percorriam a pele recém-desnuda com uma fome que não saciava com a revelação de mais pele nua. James suspirava de desejo, ansiando pelo toque de Severus, pelo momento em que eles seriam um. Aquele era o momento pelo qual ele mais ansiava.
Quando James terminou de se despir, ele sentiu uma estranha sensação de exposição, de vulnerabilidade. Mas só durou um minuto. Severus estendeu-lhe a mão, os olhos presos nos seus. James esqueceu todo o resto. Tomou a mão que lhe era oferecida e deixou-se levar até a cama.
A mão longa, de dedos finos, percorreu-lhe o peito numa carícia e James estremeceu de prazer. Num sussurro, ele ouviu:
- Meu.
Que sensação indizível, essa de saber que alguém como Severus o aceitara, o considerava sua propriedade. James se aninhou a Severus, experimentando mais daquela sensação de aceitação.
- Seu, Severus.
O rapaz de Slytherin o envolveu em seus braços, mesmo totalmente vestido. James suspirou ao sentir as roupas contra sua pele nua. Sem pedir permissão, por puro desejo, ele começou a despir seu dominante, excitando-se à medida que via as formas que Severus escondia por baixo daquelas camadas todas de roupa. De vez em quando, ele arriscava uma carícia naquela alvura, mesmo sem permissão. Era ousado, ele sabia, mas ele mal conseguia se controlar.
Quando terminou sua tarefa e Severus estava tão desnudo quando ele, James não pôde deixar de fincar seus olhos no contraste da pele alva e o tufo de pêlos pretos que aninhava a ereção gloriosa de Severus. O menino de ouro de Gryffindor sentiu-se na obrigação de se ajoelhar, reverente, diante daquele portento de formosura. E ao fazer isso ficou ainda mais perto daquela maravilha pulsante, a cabeça rosada num tom furioso, algumas gotas límpidas e transparentes vazando do local.
Sem saber exatamente o motivo, James sentiu sua boca encher-se de água. Havia um aroma estranho no ar, algo que deixava sua pele acesa e ansiando pelo toque de Severus. Ele ergueu a cabeça e encontrou olhos negros a buscarem os seus. A mão tocou-lhe a face com suavidade, e James suspirou, fechando os olhos.
O cheiro estranho o fez aproximar os lábios daquela ereção convidativa. E algo dentro dele vibrou quando seus lábios a envolveram, e Severus prendeu a respiração. Embora nunca tivesse feito aquilo antes, James já recebera esse tipo de atenção oral, e usou puro instinto para agradar seu Severus. O gosto o animou a tentar coisas novas, a usar a língua na cabeça tão rosada, a levar as mãos a acariciar tudo que ele não conseguia abocanhar. Meio desajeitado a princípio, James logo pegou o jeito da coisa e Severus gemeu profundamente, inebriado, ofegante.
James passou a chupar o que podia, as mãos a massagear delicadamente as duas bolas inchadas. E alternava sucção com lambidas, ganhando grunhidos de apreciação. Aliás, os grunhidos aumentavam de intensidade e volume, e James sentiu mãos pressionando sua cabeça a entrar mais e mais fundo, a abrigar mais da ereção.
De repente, um líquido quente encheu-lhe a boca e Severus gritou desarticuladamente, tremendo todo. James engoliu, um gosto único que o satisfez por dentro.
Severus desabou na cama, ofegante, e James aninhou-se a seu lado, sentindo seu corpo contra o do seu Severus. Ele não se satisfizera, sua ereção estava até dolorida de tão inchada, mas isso não era importante. Ele estava orgulhoso de ter proporcionado tamanho prazer a seu Severus e só queria ficar ali, a seu lado, sua pele encostando-se à dele, tocando-a, absorvendo-a.
Mas aparentemente Severus tinha outros planos, uns que iam muito além de simplesmente ficar agarradinho.
O problema de Severus era que o cheiro de pêssegos não o deixava raciocinar direito e ele parecia brotar por todos os poros de James. Severus afundou o nariz no pescoço de seu submisso, e lambeu-lhe demoradamente para absorver todo aquele aroma delicioso. Mas aquilo não foi suficiente, e ele fez seus lábios passearem pelo peito musculoso, prestando especial atenção oral aos mamilos, observando James suspirar alto e revirar os olhos de prazer. Usando apenas os dentes, Severus deixou um, depois o outro mamilo tão duro quanto a ereção que o Gryffindor exibia.
Sua língua deslizou pelo abdômen de músculos desenhados graças à prática de Quidditch e encontrou um umbigo que parecia ter sido lavado em néctar de pêssego. Naturalmente, Severus usou sua língua para limpá-lo. A esta altura, James gemia, arfando o nome de Severus. Apiedando-se de seu parceiro, Severus beijou-lhe a ereção proeminente e James pulou, soltando um grito curto.
Pena que durou tão pouco. Severus fechou os dedos na base da ereção e chupou a cabecinha uma vez, depois duas, e James gritou, jorrando seu sêmen entre os dedos do Koboldine dominante, incapaz de agüentar mais. Afinal, ambos só tinham 16 anos, púberes tanto em sua parte humana quanto na de origem Kobold.
Essa puberdade explicaria por que mal James se recuperara do orgasmo, Severus o virou de bruços e ergueu-lhe os quadris, acariciando-lhe o traseiro convidativo.
- Meu...
O rosnado de Severus fez James estremecer, sentindo-se aceito, praticamente derretendo-se por dentro:
- Severus... eu quero você...
O cheiro de pêssegos pressionava Severus, mas ele tentou argumentar:
- Não quero machucar você... Precisa ser preparado.
- Agora, Severus!... Por favor...!
Com cuidado, Severus introduziu um dedo na abertura virgem de seu parceiro e obteve uma surpresa: ele já estava lubrificado. Aparentemente, os Koboldines submissos podiam se autolubrificar. Ainda assim, Severus usou uma poção especial para cobrir sua ereção e fez questão de usar os dedos para preparar a entrada de James, enquanto este protestava incessantemente pela demora.
Havia tanta lubrificação que Severus escorregou sem dificuldades pelo anel de músculos e afundou gostosamente no corpo de James. O Gryffindor soltou um gemido alto, sentindo-se completo, uma sensação de pertencimento como jamais ousara imaginar. Aquele era seu lugar, embaixo de Severus, servindo a ele, seu parceiro dominante.
Severus, por sua vez, tinha pensamentos semelhantes. Como seu pêssego gigante era delicioso, quente e apertado, pensou o Slytherin, todo dentro do parceiro, apreciando as sensações daquele corpo embaixo do seu. James tinha o traseiro empinado, os braços cruzados fornecendo uma almofada para sua cabeça. Severus sentiu uma onda de desejo o percorrer e só então começou a se movimentar. Agarrou os quadris de seu pêssego gigante e começou a estocá-lo, variando o ângulo, procurando o botãozinho mágico que o faria gritar ainda mais alto. E James pedindo mais, pedindo tudo, por favor, Severus!...
E Severus obedeceu-lhe, o cheiro de pêssegos a incentivá-lo. Obviamente nenhum dos dois durou muito, especialmente depois que Severus encontrou a glândula que enlouqueceu James. Urrou de prazer, incentivando Severus a agarrar-lhe a nova ereção e bombear por frente, por trás – ambos gozaram quase ao mesmo tempo. Abraçados, exaustos, eles cochilaram quase imediatamente.
Mas foi por pouco tempo, pois logo James estava atracado ao peitoral de Severus, dando-lhe tratamento completo aos mamilos, querendo mais. Terminou que o Gryffindor não esperou por nada, sentando sobre Severus, empalando-se nele de maneira desesperada. Depois daquilo, um novo sono breve, pois desta vez foi Severus quem acordou seu pêssego gigante para deixá-lo de quatro, e James confessou que adorava essa posição. O Koboldine submisso descobriu maior prazer ainda rebolando os quadris enquanto Severus se movimentava. Ambos estavam com seus apetites ao máximo.
O amanhecer chegou cedo demais para seu gosto. Depois de uma rapidinha, eles tiveram que se separar, voltando para seus dormitórios antes que os colegas acordassem. Já sabiam, porém, que em breve teriam que se encontrar.
No café da manhã, Severus tentou evitar ao máximo lançar olhares na direção da mesa de Gryffindor. Não conseguiu. Viu Lily Evans falando com James, Black parecendo agitado por algum motivo, o insuportável Pettigrew o incentivando. James não virava a cabeça na direção da mesa de Slytherin, claro.
- Você não está planejando nada, está?
A pergunta do pequeno Regulus o devolveu à realidade.
- Contra o meu irmão – completou o garoto. – Você vai fazer alguma coisa contra ele?
- Eu deixarei seu irmão em paz se ele fizer o mesmo comigo.
- É sério, Severus. Eu conheço aquela cara dele. E você está com a mesma cara.
- Infelizmente, eu não possuo outra cara. Agora sugiro que você se concentre no seu café.
Contudo, logo ficou provado que o Black caçula realmente sabia do que estava falando, porque foi depois do almoço que o ataque se realizou, quando os dois Slytherins saíam do Salão Principal por uma porta lateral.
- Snivellus.
Black estava adiante, no final do corredor, ao lado de Lupin. James estava atrás dele e Pettigrew estava junto de James, o mais longe possível da zona de conflito. Severus imediatamente sacou sua varinha, alertando:
- Eu não quero encrenca, Black. É só nos deixar passar e tudo bem.
James gritou:
- Sirius, vamos embora!
- Ainda temos um assunto pendente a resolver, Snivellus. O que você fez com James ontem?
- Black, eu repito: não quero encrenca. Vá para sua aula.
Regulus protestou:
- Pare com isso, Sirius! Até seu amigo está pedindo para parar!
- Não se mete nisso, guri! – Sirius olhou para ele com uma expressão cruel no rosto. – A conversa não chegou aí embaixo. E você, Snivellus, estou avisando: é bom retirar logo esse feitiço que você colocou em James.
- Não fiz nada com Potter, Black. Está maluco.
- Sirius, pare com isso! – pedia James – Vamos logo. Se McGonagall pegar a gente, vai ser detenção com Filch! Vamos.
Sirius virou-se para James, dando as costas para Severus:
- Está bem. – E fez menção de sair. De repente, porém, virou-se num movimento brusco, sacando a varinha contra Severus: – Incendio!
Foi uma fração de segundo, só houve tempo para reflexos. E foi num reflexo que Severus ergueu a mão, evitando que o feitiço o atingisse no rosto. A mão ficou em chamas, e ele deu um passo para trás, gemendo. Regulus gritou:
- Nãão!
Lupin reagiu rapidamente com a varinha:
- Aguamenti!
O jato d'água saiu de sua varinha e apagou as chamas na mão de Severus, que tinha o rosto contraído de tanta dor. James tentou correr para ele, mas Pettigrew o segurou, e tudo que ele pôde fazer foi dizer:
- Ele precisa ir para o hospital!
Regulus ficou na frente de Severus, o rosto cheio de ódio:
- Eu faço isso! Vocês já fizeram demais! Sirius, eu vou contar tudo para mamãe! Você vai ver só!
- Vou fazer da sua vida um inferno, guri! Pode escrever!
Lupin puxou Black:
- Vamos, Sirius, vamos embora.
James falou com Regulus:
- Promete levá-lo para Madame Pomfrey?
- Prometo. Agora vão embora, ou eu chamo o Prof. Slughorn!
- Isso não acabou, Snivellus! – ainda gritou Black.
Olhares foram trocados. O pequeno Regulus pegou o braço de Severus e o puxou dali, sem notar o brilho nos olhos de Severus e James, quando se encontraram.
