SINOPSE: O amor saiyajin é algo interessante... Quando um saiyajin escolhe uma paixão, eles estarão unidos pelo resto da vida. Trunks e Pan descobrem isto na data menos apropriada – extremamente perto de seu casamento com Marron e Uub.

PREDESTINADOS

História por Nanna

CAPÍTULO 1 – PREPARATIVOS

Um bando de robôs buzinando e apitando no ouvido é demais para testar a paciência de um santo. O que dirá de seu efeito sobre os nervos em frangalhos de um guerreiro saiyajin de sangue quente e gênio explosivo?

Trunks estava a ponto de arrebentar cada um dos robôs que corriam de um lado para o outro em mil pedacinhos.

Vegeta, é claro, tendo bem menos paciência que seu primogênito, já explodira dois andróides.

O motivo para tanta algazarra era os últimos preparativos para a união de Trunks com Marron Kuririn, e de Son Pan com Uub. A cerimônia seria realizada no belo jardim da Corporação Cápsula, e a recepção tomaria lugar no grande salão de festas da empresa, para mil convidados.

O luxo, a pompa e a circunstância deviam-se ao fato de que Trunks Briefs era o presidente da maior empresa de eletro-eletrônicos da Ásia, homem mais rico do mundo e solteiro mais disputado do Japão. Seu casamento, assim pensava sua mãe, devia ser uma inesquecível festa, de arromba, das memoráveis.

O mesmo dizia o avô de Pan, o Sr. Satan, ainda famoso como o homem que vencera Cell – na verdade, quem o fizera fora o pai da jovem, Gohan. Como neta única, Pan merecia que seu casamento fosse comentado até mesmo depois de anos, e que os convites para a festa fossem disputados a tapas e pontapés.

Mas, se levassem a opinião de Pan, de seu noivo e de Trunks em conta, os casamentos seriam celebrados com discrição e intimidade. Não queriam grandes festas ou a presença de pessoas com quem mal tinham contato.

Como já foi notado, porém, os últimos a opinarem foram os três. Assim que soubera que Uub tomara coragem e pedira Pan em casamento depois de cinco anos de namoro – e que ela dissera sim -, Bulma tomou para si a incumbência de organizar o casamento da jovem que via como filha. Marron tratou de oferecer-se para ajudá-la, e apoiava a futura sogra em todos os luxuosos planos que esta fazia para a celebração dos matrimônios.

Como as duas não estavam conseguindo dar conta de tantas providências a serem tomadas, Bulma programou um batalhão de robôs para auxiliá-las. Faltando quinze dias para a data marcada para os enlaces, os andróides corriam de um lado para o outro, apitando loucamente, levando a cabo mil tarefas.

No andar superior, as mulheres estavam trancadas em dois quartos. Num deles, tranqüila e pacífica, Pan provava o vestido que usaria no casamento. No outro, Marron tinha ataques histéricos – que os ouvidos sensíveis dos quatro saiyajins na sala conseguiam apurar com perfeição – reclamando que o vestido não cabia.

Distraído, Trunks não percebeu que um robô passeava ao redor dele, apitando alegremente e deixando escapar um babado de crepom bege claro ao redor das pernas do saiyajin. O príncipe só foi notar sua engraçadíssima posição quando Goten explodiu em risos.

Enfurecido, o homem de cabelos cor de lavanda correu para o andar de cima, disposto a exigir que sua mãe suspendesse os preparativos, pois não queria se casar. Rastreando-a por seu ki, invadiu o quarto onde julgava que ela estava...

... E parou, congelado em seu lugar pela visão mais bela de sua vida.

A visão de Pan vestida de noiva.

Seu vestido era simples e discreto, mas magnífico, em seda branca-gelo, reto, com alças finas, o tecido salpicado de pontos brilhantes. Os sedosos cabelos negros, reluzentes como ônix, caíam soltos por suas costas delicadas, os cachos suaves cobertos por uma simples mantilha de renda espanhola. Estando ela de costas para ele, Trunks pôde ver que o zíper estava aberto, e deixava entrever uma longa faixa de pele alva e acetinada.

Trunks sentiu a garganta secar quando seus olhos azuis correram por aquela cena. Ele não era cego, há muito notara que Pan não era mais uma menininha. Mas a culpa que sentia por desejá-la era maior que o próprio desejo, e assim ele nada fizera, apenas vira-a envolver-se com Uub, namorar e noivar.

E então, a tortura maior: vê-la ao seu lado, vestida de noiva, linda... Para casar-se com outro, que não ele.

Os olhos castanhos dela encontraram e cruzaram com os dele pelo espelho, e ela sorriu.

"Trunks!" Sua voz continha uma indisfarçável alegria. "Que bom vê-lo".

"Oi, Pan..." Ele não conseguia tirar os olhos de cima dela. Não podia.

Percebendo o fascínio dele, ela sorriu e deu uma voltinha, parando de frente para ele. "E aí?" Perguntou com divertimento. "Como estou de noiva?".

"Você está..." Ele sentiu os lábios ficarem secos, os olhos escurecendo de desejo. "... Perfeita. A noiva dos sonhos". Dos meus sonhos, acrescentou silenciosamente.

A voz dele cortou na mente dela. Dos meus sonhos. E ela corou. Trunks quase gemeu alto quando viu um sexy rubor tingir de cor-de-rosa as bochechas dela.

"O-brigada", a garota gaguejou. Controle-se, Pan! Ele nunca lhe verá como mais que a amiguinha da irmã dele! Pensou, censurando-se. Uub, pense no Uub! Mas ele é tão lindo...

"Mas seu zíper está aberto..." Ele disse, tentando ignorar a voz dela em sua mente. Ela começou a encolher os ombros, mas conteve-se, sabendo que o gesto faria com que as alças deslizassem e o vestido caísse, desnudando-a para o olhar dele.

"Essa praga está emperrada. A Bra quase destruiu o vestido tentando fechá-lo, mas não conseguiu".

"E cadê elas?".

"Com a Marron. Ela teve uma crise de choro, disse que o vestido não cabe. Quer adiar o casamento".

"Graças a Dendê", resmungou o rapaz em voz baixa, mas a audição apurada de Pan foi capaz de distinguir as palavras e ela franziu a testa.

"Não quer se casar?".

"Com a Marron?" Não!

O não na mente dela ecoou como um grito.

"Eu quero me casar, sim... Mas não com o luxo, a pompa e a circunstância dos quais Marron e minha mãe fazem questão".

Ela riu. Seu riso era cristalino e melodioso. Trunks sorriu.

"Nem eu. Você me conhece, eu gosto da minha vida calma e longe dos olhos da mídia".

"Somos mais parecidos do que pensamos", ele disse, sorrindo. Aproximou-se dela. "Vou tentar fechar isso, certo?".

"Tudo bem", disse ela, virando-se de costas, o meio-giro deixando uma nuvem de delicioso perfume de baunilha e morango em seu rastro. Ele inspirou profundamente, sentindo-se embriagado por aquele cheiro que parecia impregnado na pele dela desde que ela era criança.

Os dedos dele correram suavemente pela nesga de pele desnudada, e Pan sentiu o coração acelerar. O toque era suave, os dedos quentes. Ela sentiu a pele ficar arrepiada ao toque dele, e inspirou bruscamente quando o zíper correu, rápido, sob o puxão dele.

"Prontinho", a voz dele soou, aveludada e sensual, em seu ouvido. Ela virou-se, e sentiu-se pequena perto dele. Ele era tão mais alto que ela, mas seu rosto estava erguido na posição certa. Se ele se inclinasse apenas um pouco... Não pense nisso!

"Obrigada", a voz dela estava rouca, e a ponta da língua deslizou por entre os lábios vermelhos e carnudos, para umedecê-los. Trunks gemeu alto (não conseguiu impedir-se). Ela não fazia idéia do quanto ele achava aquele gesto sexy.

Ouvindo o gemido dele, ela ficou ainda mais vermelha, e a língua deslizou lentamente por sobre o lábio inferior. Os olhos azuis dele estavam escuros, tempestuosos. Havia uma leve penugem cobrindo o queixo quadrado e masculino, e os cabelos cor de lavanda caíam por sobre a testa, quase cobrindo os olhos azuis.

Ela ergueu uma mão trêmula e tentou colocar a mecha rebelde atrás da orelha dele. Baixando a mão, seus dedos correram por sobre a bochecha angulosa, e ali ficaram. Ele inclinou-se, ansioso por aquele toque gentil, feminino, com cheiro de morango com baunilha.

"Trunks..." A voz da garota saiu suave, quase inaudível, mesmo para a audição apurada do mezzo saiyajin.

"Hummm?"

"Acho que não quero me casar..."

"Que bom..."

"Por quê?"

"Porque aí posso fazer isto".

Ele abaixou-se, sua boca roçando suavemente os lábios da jovem. Neste momento, foi como se uma explosão ocorresse entre os dois saiyajins. Uma forte corrente elétrica percorreu seus corpos, enquanto os pensamentos de um pipocavam na mente do outro. Trunks puxou Pan para mais perto, seu corpo colado ao dela. Os braços da jovem envolveram o pescoço do homem que ela sempre amara, e o beijo, a princípio tão delicado, ficava mais e mais arrebatador e apaixonado a cada segundo.

O casal só afastou-se devido, é claro, à necessidade de ar para suas células. Os olhos de ambos se encontraram e se sustentaram, faiscando, os dois vendo nos olhos do outro o desejavam: paixão, amor, uma necessidade desesperadora de ser compreendido, amado pelo que era, não pelo que tinha.

O clima romântico foi rompido pelo estrondo de algo quebrando no andar inferior. Trunks saiu, com um último, longo olhar, e Pan desmoronou no chão, as mãos cobrindo a boca, lágrimas fluindo ininterruptamente de seus olhos castanhos. E foi assim que Bra a encontrou: aniquilada pelo peso de sua descoberta (não podia se casar com Uub, não era justo), aos prantos.

A princesinha saiyajin correu para o lado de sua melhor amiga, aflita pelas lágrimas e pelo desamparo de Pan. "O que aconteceu, Pan? Por que está chorando?" Perguntou a moça, envolvendo a amiga nos braços. Pan apoiou a cabeça no ombro de Bra, deixando que as lágrimas lavassem a dor de sua descoberta.

"Bra..." Disse muitas horas depois, a voz ainda embargada pelas lágrimas derramadas, o nariz vermelho, os olhos inchados.

"O que foi, amiga? Por que o choro?"

"Não posso me casar com o Uub".

Bra ficou assombrada. "Não casar? Mas por quê, Pan? Vocês dois estão tão apaixonados..."

"Ele está apaixonado, eu não estou", retrucou a morena, sentindo os olhos marejarem de novo. Trunks...

O que foi, minha linda? A voz dele soou clara e límpida na mente dela. Houve uma pausa, e aí ele falou novamente, Estava chorando, Pan?

Estava.

Por quê? O alarme coloria a voz do saiyajin. Por que estava chorando?

Não posso me casar...

Você já me disse isso...

Não quero me casar.

Que bom, também não quero.

"PAN!" Bra gritou, abanando a mão na frente do rosto de Pan. "Pan, acorda!"

"BRA!" A voz da futura esposa do príncipe saiyajin veio do quarto ao lado. Bulma apareceu na porta, aparentemente exaurida.

"A Marron rasgou o vestido de cima a baixo, Bra", a esposa de Vegeta disse, sua voz denunciando seu cansaço.

Bra xingou baixinho e se levantou. "Maldita loira! Agora vamos ter que adiar o casamento, ela não pode se casar com qualquer roupa!"

"Não diga isso dela, Marron é a noiva do seu irmão", censurou Bulma, embora quisesse dar uma bronca na futura nora.

Balançando a cabeça em desalento, Bra saiu resmungando, "Não sei o que diabos ele viu nela".

Deixada sozinha, Pan abriu o zíper, voltou a colocar suas roupas normais e saiu pela janela, deixando o vestido dentro de sua capa de plástico, com um bilhete sobre ela. Bra, estou morrendo de dor de cabeça. Vou para casa me deitar. Avise o meu pai e Uub. Beijos. Pan.

Assim que pôde, Trunks subiu para o quarto onde Pan estava. Ficou alarmado ao vê-lo vazio, o vestido cuidadosamente colocado dentro de sua capa de plástico, o bilhete sobre ele. Pan! Chamou por ela no elo telepático que o beijo tinha construído entre eles. O elo estava frágil, mas a cada comunicação entre eles, se fortalecia. Pan, cadê você?

Trunks?

Oi, amor... Onde você está?

Indo para minha casa... Estou me sentindo mal.

Pan, a gente precisa conversar. E logo. Não podemos continuar assim.

Tudo bem... A voz dela soava cada vez mais fraca.

Já estou indo pra lá.

Certo.

Quando chegou no pequeno apartamento de Pan, Trunks não ficou surpreso ao ver a porta da sacada aberta, e a jovem deitada no chão, olhando o céu estrelado.

Pousou suavemente ao lado dela, sua silhueta alta deixando cair sobre sua amada uma sombra longa. Ela olhou para ele, parecendo perdida. Mas apenas uma coisa estava certa em seu olhar: a mesma faísca de paixão que ele vira no olhar dela depois de se beijarem.

"Oi, Pan..."

"Oi..." A voz dela parecia perdida como a de uma criança. Pan sentou-se, encolhendo as pernas e passando os braços ao redor delas, pousando o queixo sobre os joelhos. "O que nós fizemos, Trunks?"

"Nos beijamos, Panny. Por que o choque?"

"Eu estou noiva! Você também está! Foi errado!"

"Não, não foi não. Me arrependo de poucas coisas na vida, Pan, e o nosso beijo é uma delas".

Ela calou-se, chocada pela sinceridade nele. Se pensasse bem, ela também não se arrependia. Aquele beijo havia despertado nela uma certeza que a garota escondia até mesmo de si própria: a certeza de se que, se subisse ao altar com Uub, seria para sempre infeliz.

"Eu também não me arrependo", disse ela, honestamente. Ele lhe sorriu, o mesmo sorriso caloroso e sincero pelo qual ela se apaixonara. Quando nascera nela tal sentimento? Pan não pôde precisá-lo; há tantos anos o sentia, que às vezes pensava que tal paixão nascera com ela. E talvez tivesse nascido.

"Pan, preciso lhe dizer uma coisa", a voz de Trunks rompeu o silêncio confortável entre eles.

"Diga".

"Quando nós nos beijamos, um elo telepático foi criado entre nós".

"Eu já percebi. Por quê?"

Ele respirou fundo. Não sabia como ela reagiria a tal notícia. "Ele nasceu porque você é minha alma gêmea".

A garota fixou-o aturdida. "O quê?" E um risinho debochado escapou por seus lábios. "Trunks, nunca achei que você fosse do tipo romântico".

"E não sou", ele disse, "mas acho que a noção de 'a eleita' lhe pareceria meio medieval".

Ela riu. "É, pareceria".

"Bem, estamos mudando de assunto", ele ficou sério outra vez. "Pan, nós temos sangue saiyajin. Querendo ou não, essa herança genética tem uma influência sobre nós. Somos melhores que os terráqueos, melhores até mesmo que Kuririn".

"Eu sei disso", ela caçoava dele outra vez. "Nasci nesse meio, esqueceu? Não entrei de gaiata".

"Pan, é sério". Ele falou, meio bravo. Ela ficou séria. "Continuando... Temos visão melhor, audição mais apurada, mais força, e envelhecemos mais lentamente que os terráqueos. No entanto, o DNA saiyajin influencia até mesmo nos nossos sentimentos".

Com essa frase, a curiosidade da garota foi imediatamente capturada. "O que quer dizer?"

"Todo saiyajin tem, usando uma frase terráquea, 'a sua metade da laranja'. Alguém que se encaixa perfeitamente com ele, com quem tem uma conexão forte a ponto da telepatia e da partilha de sentimentos".

"Não entendi".

"Pan, todo saiyajin tem sua alma gêmea. Alguém a quem ficará ligado tão poderosamente, que poderá sentir seus sentimentos e ler seus pensamentos. E essa pessoa terá o mesmo poder... sendo saiyajin ou não".

"Espere um minuto". Toda aquela conversa estava começando a fazer sentido para a jovem. "Então você quer dizer que nós, saiyajins, somos telepaticamente ligados àqueles que são nossas almas gêmeas? E você é a minha? Por isso que conseguimos nos comunicar por pensamento?"

Ele acenou lentamente. Ela entrou em parafuso. "Não pode ser! Não faz sentido! Então eu te amo porque você é saiyajin, não porque simplesmente te amo?" Ele viu que ela estava quase histérica. "E qual a próxima bomba? Nós reencarnamos também? Essa paixão vem de outras vidas?"

"Pan, acalme-se!" Ele disse, delicado. "Você não me ama só por causa da minha herança genética. Você me ama porque me ama, independente do que eu sou. Seu pai ama a sua mãe, e ela não é saiyajin. E meu pai ama a minha mãe, mas ela também não é". Vendo o olhar de dúvida dela, ele suspirou e perguntou, "Se você não soubesse desse conceito de amor, você me amaria menos do que ama agora?"

Ela suspirou fundo. "Não, não amaria".

Ele sorriu. "Vê? No fundo, no fundo, essa herança genética não determina nada. Só traz vantagens".

Ela exibiu o primeiro sorriso: pequeno e meio frágil, mas um sorriso mesmo assim. Trunks sentou-se ao lado dela e, cauteloso, passou um braço ao redor de seus ombros. Ela aninhou-se contra ele, e o encarou. Ele sustentou seu olhar, e inclinou-se para frente, seus lábios se encontrando com os dela num doce beijo.

Novamente, o choque elétrico os percorreu, intenso, devastador. Guiados pelo instinto saiyajin, os dois jovens agarraram-se um ao outro, num amasso enlouquecido de paixão. A jovem, porém, foi capaz de retrair-se.

"Trunks!" Disse, empurrando-o com toda a força. Ele afastou-se, e ela ficou assombrada por ver que os olhos dele, geralmente azuis, estavam vermelhos. Ela gritou e se afastou dele, o pavor evidente em seus olhos.

"O que foi, Pan?" Ele perguntou, preocupado com o pânico expresso nas feições delicadas.

"Olhe para si mesmo!" Berrou ela, esganiçada – não dando a mínima para isso, contudo. O príncipe saiyajin fitou-se no espelho que Pan tinha na sala, e ficou chocado com sua aparência.

Seus cabelos cor de lavanda estavam compridos, quase nos ombros. O tom azul de seus olhos havia cedido lugar a um vermelho sangue, assustador (não admira Pan tivesse entrado em pânico). E um rabo de macaco balançava preguiçosamente atrás dele.

Pan também havia mudado, mas não tanto quanto ele. A única diferença nela era os olhos (que estavam avermelhados em vez do castanho usual) e o rabo de macaco balançando atrás dela.

A lua cheia banhou-os e, quando seus olhos se encontraram, algo estranho lhes aconteceu. Pan sorriu, felina e sensual, enquanto silenciosamente tirava a camiseta branca. Trunks aproximou-se lentamente dela, e colocou-a de pé, puxando-a para o quarto.

Houve uma batida suave na porta. O homem alto e moreno abriu-a, ficando surpreso ao reconhecer a pálida loira que estava diante de si. "Achei que tínhamos combinado que nunca mais iríamos nos ver", disse, enquanto abria espaço para ela entrar.

"E não vamos. Quero dizer, não vamos nos ver como antes", respondeu a moça, entrando arrogante no pequeno apartamento. O rapaz suspirou e balançou a cabeça.

"Então o que está fazendo aqui?"

"A Pan está aqui?" Perguntou a loira, desviando-se da pergunta.

O moreno sacudiu a cabeça. "Está no apartamento dela. A Bra me mostrou um bilhete que ela deixou antes de ir embora. Ela estava com dor de cabeça".

"Ahn. Bom. Pelo menos não terei que explicar por que estou aqui".

"Não para ela, mas para mim vai sim. O que diabos você quer? Eu vou me casar em 15 dias!"

"Eu sei!" Explodiu a loira. "Eu também vou! Na mesma cerimônia, esqueceu?"

"Não sei por que diabos você deu essa idéia pra Bulma".

"Um casamento duplo é sempre chique", disse a loira. "Mas não foi para falar do meu casamento ou do seu que eu vim aqui".

"Então pra que foi?"

Ela respirou fundo. Não sabia como ele ia reagir à notícia que ela tinha que dar. "Estou grávida".

Choque, surpresa e euforia. Essa miríade de sentimentos passou pelas feições bonitas do rapaz, antes que ele chegasse à conclusão de que ela não dava ponto sem nó. Se estava grávida, ele tinha certeza que ela tinha um plano B. "Não, eu não vou permitir isso!" Gritou, já sabendo o que ela queria fazer.

"Não vai permitir o quê?"

"Esse filho é meu, você não vai dizer ao Trunks que é dele!"

"Por que não?"

"Marron, esse bebê não vai nascer de cabelo cor de lavanda e olho azul. Ele é meu filho, e eu vou ter participação ativa na criação dele nem que tenha que ir aos tribunais".

"Você não me submeteria a este escândalo", recuou a loira, assustada.

"Proíba-me de ter contato com o meu filho, e verá a que ponto eu irei para ser o pai dele".

"Você não entende? Eu preciso me casar com o Trunks!" A loira desfez-se em lágrimas. "Meus pais precisam do dinheiro!"

"Seus pais vivem bem, Marron", disse ele, desolado. "A ambiciosa da família é você. Ou pensa que sou cego? Você adora o status de noiva do homem mais poderoso da Ásia".

"E daí? Eu sou assim, você sempre soube que eu não ia largar o Trunks para te assumir!".

"Como pode ser tão idiota!" Explodiu o moreno. "Trunks não vai acreditar nunca que esse filho é dele, Marron! Nunca!"

"Como não?" Retrucou Marron, arrogante.

"Ele é um saiyajin. Saiyajins só têm filhos com as suas almas gêmeas. As mulheres saiyajins só engravidam do homem que as completa por igual".

A loira riu, arrogante e presunçosa. "Então ele irá acreditar. Quem mais perfeita para ele do que eu? Agora já vou. E não ouse – não ouse! – contar a alguém sobre essa criança. Para todos os efeitos, ela é um Briefs".

Uub desabou no sofá depois que Marron desapareceu e a porta se fechou atrás dela. "Você não é perfeita para ele", disse ele baixinho para a sala vazia. "A Pan é".